A neblina acompanhava-nos a todo tempo. No momento, tinha dúvidas se isto era apenas coincidência, até me lembrar do mundo em que estou. Nada era coincidência. E isso era perigoso. Muito perigoso.

Novamente, o frio gélido parecia raspar meu rosto. Alice, a mais frienta - e isso eu tenho certeza de que ela é, já que fora uma palavra que eu inventara -, parecia não senti-lo. E aquilo era realmente muito estranho.

Minha garganta parecia entalada por um momento. Eu não conseguia respirar. Talvez só estivesse engasgada. Tussi. Não ajudou muito.

- Lene! - Lice exclamou, ao me ver cair. Eu não estava me aguentando de pé. E ainda não conseguia respirar. Só então, Marlene, que estava a uns dez passos de distância de nós percebeu que eu estava alí, estirada no chão e com o rosto roxo.

- O que aconteceu?! - ela indagou, assustada. Lice apenas se pos a responder uns "eu não sei, só sei que ela caiu!", enquanto Marlene tentava arrumar um jeito de me socorrer.

Depois disso, só me lembro de rostos conhecidos, como o de Potter. Só.

**

A claridade forçava um pouco minha visão. Demorei um pouco para perceber que estava rodiada de Grifinórios. E Alvo Dumbledore. Que também era Grifinório. Então não tinha muita diferença.

O rosto mais próximo era o de James. E também o mais preocupado.

- Você está bem, Lílian? - indagou ele, num fio de voz.

Apenas assenti. Ainda não tinha certeza se tinha forças suficientes para... falar. Eu estava fraca o suficiente para não falar.

Como eu disse: coincidências não existem. Não no meu mundo.

Passou-se umas horas. Eu já me sentia muito melhor, mas Dumbledore recorreu a meu repouso. De acordo com ele, quanto mais descansar, mais rápido melhoraria. Sendo que, eu repito, eu já me sentia muito melhor. 

Comecei a me lembrar de noite passada. Não a parte em que eu misteriosamente caia por não conseguir respirar. A parte sobre o Mapa do Maroto. E isso só me entusiasmou ainda mais, sussurrando:

- Eu vou pegar aquele mapa, "queridos Marotos". - Ri fraco.

Tudo bem, agora eu estava exagerando. Estava falando sozinha. Mas eu não estava nem perto da loucura, e sim do meu extinto maroto.

**

Quando, a noite, finalmente havia conseguido sair da enfermaria - o cheiro de remédios ainda estava em minhas vestes - logo me deparei com McKinnon. Ela estava com olheiras, o que me deixou um tanto preocupada.

- Você está bem? - murmurei. Finalmente ela fixara o olhar em minha face.

- Se eu estou bem? Se eu estou bem?! Foi você que parou de respirar do nada, Evans! - Marlene disse. Sorria fraco.

- Se eu não te conhecesse, acharia que com essa aparência você desistiu das marotices, Lene. - Eu a ignorei. Ela hesitou em dizer que não iríamos. E então completei: - Mas não vamos. Não agora que eu sei o que e como fazer, McKinnon.

- Quem é você e o que fez com Lílian Evans? - Ela me olhou assustada.

- Quem é que está de drama agora, hein, Lene?! - Ri, com meu braço sobre seus ombros. - Não precisa se preocupar. Eu sei exatamente onde o Mapa está.