Diário de Uma Adolescente. escrita por Mayzinhah015


Capítulo 14
Preocupações.


Notas iniciais do capítulo

Demorrou,mas tá ai!



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“Beep... Beep... Beep... Beep... Beep”

Um apito irritante ao lado de minha cabeça. Onde eu estava? Aqui não é a casa de Michael e estou sentindo dor, então não estou morta. Será? Por quê? Onde Michael estava? Ele estava ao menos vivo? Pra onde foi Lily?

Havia luz, fraca, fácil de habituar, provavelmente de uma janela com grades.

Olhei em volta.

Eu não morta, ainda não. Estava em um hospital, o maldito apito era da máquina de batimentos cardíacos, havia agulhas em todo o meu braço. Soro e uma bolsa de sangue na metade. Me arrepiei.

Havia uma pessoa do meu lado, eu lembrava do rosto dela em minha memória. Todo estava tão confuso. O nome dela começava com ‘W’, eu acho. Whitney? Minha prima? Eu precisava de alguns segundos para ter certeza, mas..

-Anny?

Sim, era Whitney. Assenti de leve com a cabeça.

-Você esta bem? Esta sentindo dor?

- Dor.

-Olhe, fique calma. Seu remédio já foi adicionado ao soro.

-Michael... – Eu não estava completamente lúcida, mas a única coisa que estava em minha mente era ele.

-Quer saber como ele esta?

-Sim.

-Bom. Eu fui vê-lo há alguns minutos.

-Ele já acordou?

-Já, mas estava com muita dor e um pouco confuso como você, então sedaram ele, trocaram os curativos e colocaram a segunda bolsa de sangue, mas quando eu vim ver você ele estava quase acordando.

-Eu quero...

-Você quer ver ele, é, eu sei. Espere a dor passar e vocês conseguirem andar. Confie em mim, ele está bem!

Eu queria loucamente confiar em minha prima, mas eu não iria conseguir ficar bem se não o visse.  Mas também não queria causar-lhe mais dor.

-Oi Anny. –Disse uma enfermeira entrando no quarto e indo em direção ao soro. –Como está se sentindo?

- Hospitalizada, eu acho.

-Hmm, sei... -Ela riu. –Agora fale sério! Como está se sentindo?

-Mal e nervosa.

-Porque está nervosa?

-Pelo Michael. Não o vi e estou preocupada.

-Anny, provavelmente sua prima já deve ter conversado com você sobre isso. Ele esta bem, nenhum risco de infecções, as medicações são as mesmas que as suas só que em uma dose mais frequente, pra se curar mais rápido.

-Tudo bem... Mas, e a Lily?

-Sua mãe?

-É. Que seja!

-Bom, a polícia a capturou... –Havia  algo nela que mostravam que tinha mais alguma coisa.

-Então, ela está presa, não é?

-Não, ainda não. –Disse Whitney.

-Ela esta prestando depoimento?

-Não.

-Algo do tipo?

-Também não. –Respondeu hesitante.

-Então, o que aconteceu?

-Será que conto a ela? –Perguntou Whitney á enfermeira.

-É claro que você vai me contar!

-Bem, a polícia chegou a capturá-la, mas no meio do caminho ela estourou o vidro e pulou do carro.

-O que? Ela fugiu?

-É.

-Como vão achar ela?

-Ela se machucou bastante, não vai aguentar os ferimentos por muito tempo...

-Vão deixar ela morrer?

- Está com pena dela?

-Não. Eu só quero que ela fique viva pra pagar pelo que fez.

-Ela vai procurar um hospital pra tratar os ferimentos e aí ela será presa. A polícia deixou todos os hospitais avisados e as saídas da cidade estão com policiamento. Ela não tem escapatória.

-Nossa! Tudo isso em tão pouco tempo?

-Não exatamente pouco tempo.

-Como assim ‘não exatamente’? Whitney há quanto tempo que estou ‘dormindo’? Chegaram a ser dias?

-Sim.

-Há quantos dias estou dormindo?

-Uma.. Uma semana e meia..

-Ah. Meu. Deus. –Sussurrei. Todo esse tempo?

Abriga, o desabafo exagerado, o sangue de Michael em minhas costas, o pedido dele, o silencio, o segundo ferimento de Michael e três dores.

A dor de vê-lo sangrando, a dor de ver minha mãe novamente, e a dor física na escada e depois no quarto.

Uma facada, já suja com sangue. Sangue da pessoa que mais amo. Mas aonde?

Mexi o braço livre até o curativo em um dos lados da minha barriga.

Ai.

Ali mesmo.

Se apenas uma facada já era o suficiente pra achar que iria morrer, imagine duas.

Pobre Michael!

-Eu não vim sozinha pra cá...

-Sério? Quem veio com você prima?

-A Tiffany e minha mãe.

-Jura?

-É sim.

-Nossa, há quanto tempo eu não vejo elas, né?

-Muito tempo. Elas estão fazendo uma operação limpeza na casa do Michael.. Limpando as manchas de sangue, arrumando tudo pra vocês ficarem tranquilos.

-Ah, obrigada! Vocês são incríveis! Como ficaram sabendo?

-Bem, diríamos que eles, os policiais, achou meu numero no seu celular e me comunicou.

-Aaah. Me tirando dos holofotes.. E você e seu namorado?

-Estamos bem. Como qualquer outro namoro...

-‘Qualquer outro namoro’ não! É o SEU namoro. O namoro da minha Whitney.

-Aawwwn, sua fofa!

-E a escola?

-Ah, está maravilhosa. E, falando nisso, este ano é a minha formatura.

-Nossa! É verdade. Tudo isso me fez esquecer a coisa mais importante.. Me conta tudo.

-Eu o resto da turma da nossa série chegamos á seguinte conclusão: A colação de grau vai ser naquele salão perto da churrascaria sabe?

-Sei.

-A colação vai ser ás oito e meia e depois, umas quinze pras dez, quando acabar, vamos todos com nossas famílias jantar na churrascaria e depois vamos todos juntos em um mini ônibus para o ‘Dance Party Club’.

-E aí ficam lá até o outro dia, né?

-Claro! Cinco da manhã é pouco!

-Te conhecendo como eu te conheço, é bem isso aí mesmo!

-Vai ser um dia pra ficar na história de Nova Iorque! Convidamos até alguns jornais!

-Pelo jeito vai ser o máximo!

-Já comprou sua roupa né? –Perguntou ela cheia de esperança.

-O que? Ah, não.

-Tá esperando o que?

-Ah. Whitney, eu não vou na sua formatura.

-Como ‘não vai’? É a sua formatura também!

-Não, não é a minha formatura. Eu não estudo mais lá. Eu estudo num colégio interno dentro de uma ‘bola de neve’ ou Alasca. Como preferir. Não sou mais aluna de lá.

-Mas.. Eu estou te convidando. Sou sua prima e você é a convidada pra minha formatura. Por favor! –Ela estava com lágrimas nos olhos. Porque ela fazia aquilo comigo?

-Eu até iria...

-Oba!

-Se eu morasse em Nova Iorque, se eu ainda estudasse lá, e se eu ainda fosse a Anny de sempre. Eu mudei Whitney!

-Então quer dizer que vai me abandonar?É isso? Catorze anos de amizade pra depois você simplesmente ‘mudar’?

-Ei! Calma. Quero dizer que muita coisa na minha vida mudou. Começando pelo meu endereço. Depois minha escola.

-E só! Só isso!

-Não! Não é só isso Whitney! Meu pai, uma das pessoas que eu mais amo na vida morreu. MORREU tá? E por minha causa. E minha mãe agora é uma criminosa foragida. Eu não tenho mais ninguém além do Michael. E quase fui a culpada pela morte dele também. É muita coisa junta pra eu processar.

-As outras coisas tudo bem, mas ‘não tenho ninguém além do Michael’? Que negócio é esse? E eu? E a Tiffany? E toda a sua família?

-Não posso simplesmente te ligar, fazer você gastar um dinheirão de passagem pra vir aqui preencher minha ‘solidão familiar’! Não posso depender de você. Não posso roubar sua vida pra me fazer sentir bem! Michael é a única pessoa no mesmo país e que não preciso incomodar pra ficar comigo, porque, querendo ou não, nós estamos sempre juntos.

-Me promete que vai pensar no meu convite?

-Ah, Whitney. O que eu não faço por você?

-Ótimo. Agora acho melhor dormir. Já é bem tarde e quanto mais você dormir, mais rápido vai se recuperar e poder ver o Michael.

-Tudo bem. Boa Noite!

E aí dormi. Com a certeza de que, amanhã, eu iria vê-lo. 


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Notas finais do capítulo

Gostaram?
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~KISU~