World Of Chances escrita por Semi_Forever


Capítulo 8
Shattered


Notas iniciais do capítulo

Trading Yesterday - Shattered
;*



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- Me solta agora! – ordenei quando chegamos em casa, a mão de Megan ainda presa com força a meu braço.

- Você esta proibida de se encontrar com ela. – disse entre dentes. – Proibida!

- Você não tem autoridade sobre mim, agora me solta. – continuei. – Esta me machucando!

- Você não a conhece, ela tem problemas mentais e...

- Estou ciente de seu transtorno bipolar, Megan. – disse desfazendo o contado de nossas peles. – E, sinceramente, não vejo motivo dessa preocupação. Ela nunca me machucaria.

- Como você pode ter tanta certeza? – perguntou.

- Porque eu vi... eu vi em seus olhos. – controlei a voz, focando o rosto confuso de Megan.

- Você... você não... – gaguejou. – Você esta gostando dela Selena?

- Não é da sua conta Megan, eu não me meto em sua vida então por que você faz isso comigo? – tentei mudar de assunto, mas ela foi persistente.

- Você tem de estar brincando. – ironizou com um sorriso. – Porque ela? Porque não Miley ou alguma garota que valesse a pena.

- Ela vale! – gritei. – Só que ninguém enxerga. Ela não é a pessoa amarga de todos pensam, ela é doce e gentil...

- Pare. – colocou as mãos na cabeça em ato de limpagem cerebral. – Você não a conhece!

- Mas estou disposta a fazer. – terminei subindo as escadas de dois em dois degraus para meu quarto, enquanto ouvia Megan gritando ordens sobre Demi.

Bati a porta do quarto com força e peguei uma pequena maleta, onde coloquei o maximo de roupas que consegui e, com ajuda de uma arvore ao pé de minha janela, pulei-a.

Meu pai vai me matar, pensei enquanto corria chegando mentalmente se havia trancado a porta.

Eram oito da noite e eu estava de volta mesma praça de hoje mais cedo, sentada no banco em comum e ofegante.

Era muito para pensar. Havia descoberto a segredo de uma desconhecida, brigada com minha irmã pela mesma, tinha de estar preparada para o desespero de meu pai quando descobri que fugi e sob a escuridão, o pânico me tomou.

Me levantei, os olhos chegando todos os cantos silenciosos. A única pessoa que conseguia pensar agora era Miley, mas ela seria a primeira a denunciar-me.

Deixei meus pés vagando desistindo de pensamentos fúteis e as duvidas que causavam-me e, como se milésimos de segundos depois, mi vi parada em frente a uma conhecida porta de madeira esculpida.

Bati com hesitação, mas tudo se foi ao ver a figura a minha frente.

Joguei-me em seus braços e suspirei quando senti a retribuição com o carinho de seus longos dedos em minha cintura.   

- O que faz aqui? – perguntou confusa.

Enterrei a cabeça em seu pescoço derramando as lagrimas necessárias até que a pergunta foi esquecida.

Não foi preciso o convite para entrar, pois com um simples movimento eu já estava fitando sua sala com os olhos entreabertos de choro por trás da porta pesada.

Senti um beijo ser depositado no topo de minha cabeça e os braços me apertarem mais, fazendo-me retribuir a força.

- ‘Ta tudo bem. – assegurou em uma sussurrou, tirando a mala de minhas mãos.

- Eu preciso de você, Demi. – aspirei seu cheiro ao falar.

- Você me tem.

(...)

- Você fugiu? – perguntou em confirmação quando entregou-me uma xícara com suco de laranja.

- Sim. – falei, observando-a sentar ao meu lado no sofá cor vinho. – Foi a decisão mais rápida no momento, mas já não tenho tanta certeza agora.

- Claro, foi um pensamento idiota. – expressou-se. – Vem, eu te levo pra casa.

Ameaçou levantar, mas a segurei.

- Não, por favor. – implorei. – Não consigo ficar mais nenhum segundo na presença daquela...

- Calma, não fale assim de sua irmã. – repreendeu-me. – Ela foi grossa por um motivo.

- Pelo motivo de não confiar em mim. – bufei. – E, o pior, não confiar em você que já provou ver a melhor amiga dela em tudo.

- Selena, ela é assim. E se desse para mudar, eu não faria. – sorriu. – É o jeito dela.

Tomei um gole demorado do suco.

- Eu preciso de um lugar para ficar – pedi. – então, pensei em você. Seus pais estão viajando, não é? Talvez eu possa...   

- Não vejo problema na sua presença aqui, só não acho que Megan concorde. – falou.

- Ela não tem de fazer. – respondi. – Eu tenho dezoito anos, faço o que bem entender.

Ouvi sua risada contagiante até ser cortada por um toque de celular.

- É o seu. – afirmou ao não reconhecer a musica.

Atendi ciente da voz gritante do outro lado.

- Onde você esta? – berrou Megan.

- Não importa. – respondi. – Fale para o pai que estou bem, mas não venha atrás de mim.

- Você esta na casa dela, não é?

- Que repulsa é essa Megan, ela é sua melhor amiga. – disse indignada.

- Repulsa de mal exemplo. – falou obviamente. – Estou indo ai, fique pronta.

- Eu não... – o barulho do mudo encheu meu tímpano. – Droga, ela esta vindo aqui.

- Eu posso conversar com ela. – sugeriu Demi.

- Você realmente acha que Megan, minha irmã, esta disposta a conversar? – perguntei retoricamente.

- Selena, não brigue assim. – insistiu. – Isso não me deixa confortável. Vá com ela e acabe logo com...

- Não! – disse pousando o copo na mesa de centro. – Demi, ela acabou de provar que me acha uma criança. Ela já esta insuportável a dias e não sei nem o porque.

- Abra a porta Demetria! – gritou sua voz do outro lado da porta, acompanhada de burros na madeira.

Demi suspirou ao caminhar até a porta, abrindo-a com vagareza.

- Começou a seqüestrar pessoas agora? – perguntou.

- Ela não me obrigou a nada, vim aqui porque é o único lugar que me sinto bem vinda. – disse aparecendo ao lado de Demi.

- Vamos embora. – falou guiando a mãos para meu braço novamente, mas Demi a impediu.

- Você não tem o direito de levá-la a força. – recitou minha fala anterior. – Me lembro dela ter me dito que tem dezoito, certo? Ela vai se quiser.

- Ela não tem escolha, eu sou sua irmã mais velha. – desafiou Megan.

Os olhos das duas amigas se cruzavam como se uma observasse a outra queimar.

- Demi disse que posso ficar. – tentei desviar o olhar assassino.

- Mas eu não deixo. – falou Megan, a primeira a ceder ao jogo de veneno invisível.

- Você não tem autoridade de levá-la. – repetiu Demi. – Vá embora.

- Só o pai mesmo pra resolver as coisas para você, não é? – disse indignada para mim. – E depois afirma que não é criança.

- Não sou, você é a única que me trata assim. – respondi. – O pai vai entender, tenho certeza.

- Pare de bancar a idiota e deixe a garota em paz! – finalizou Demi.

- Aaah sabe o que lembrei? Que você também tem dezoito anos. – e se jogou em cima de Demi. – Se afaste da minha irmã.

- Megan, pare! – gritei, mas nada a tirava de cima de outra.

- Isso é por entrar na cabeça dela. – urrou enquanto a mão fechada colidiu com a barriga da mais nova. – E isso por me fazer brigar com minha própria irmã.

Foi difícil tirar Megan de cima de Demi, que não reagia a altura por medo de machucá-la. Embora esse tópico fosse ignorado pela outra.

- Ultima chance Selly, vamos embora ela não vale a pena. Nunca valeu. – implorou quando a agarrei pelos ombros, imobilizando qualquer movimento para com a no chão. – Por favor, você é a única coisa que posso me agarrar agora.

Percebi um pequeno corte em seu lábio superior.

- Pensasse nisso antes de agir. – apontei para Demi que contorcia com as mãos no abdômen, os cabelos do rosto.

- Você vai trocar sua família por uma paixonite? – perguntou sussurrante.

- Vá embora Megan. – exigi, ignorando a nomeação de Demi nessa frase.

Seu rosto foi tomado de susto pelo meu não e, com o sentimento persistente, saiu da casa fazendo-me bater a porta a seu pé.

- Deus, desculpe Demi eu... – disse ajoelhando ao seu lado.

Limpei desajeitadamente os cabelos de seu rosto, encontrando um nariz sangrando.  

- Tudo bem. – tentou rir. – Eu só... ai, me ajuda a levantar.

Peguei sua mão e a puxei para cima, e ajudando-a a caminhar para o sofá.

Ela se sentou os um gemido, as mãos comprimindo a lateral do corpo esbelto.

- Aqui. – terei o fino casaco que vestia pelo vento, prensando sua manga contra o nariz.

Estávamos um pouco mais perto que duas amigas deveriam, mas o sangue em seu rosto era mais importante que a situação gerada por ele.

- Aaai. – reclamou. – Obrigada.

Seus olhos abrilham encontrando os meus preocupados e um sorriso divertido brincou em seus lábios.

- O que? – fui contagiada.

- É que, é engraçado. – disse. – Me fez lembrar do dia que você chegou, a dor não foi muito diferente dessa quando me bateu por irritá-la. Lembra?

- Quando me prensou contra o carro? – perguntei confirmando. – Claro.

- No final, sempre acabo embaixo dele. – suspirou. – Até de usei aquele dia, desculpa.

- Tudo bem, eu... eu não reclamo. – corei, fazendo-a rir.

- Você gostou? – tentou, o ego inflando propositadamente.

- Cala a boca. – forcei o pano fracamente contra o membro que ainda sangrava.

- Você é uma boa amiga.

- Você também. – conclui sorrindo, a cor ainda tomando conta de minhas bochechas.


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Notas finais do capítulo

Talvez poste mais um capitulo essa semana #pensando
Obrigada ;*