World Of Chances escrita por Semi_Forever


Capítulo 12
A Drop In The Ocean


Notas iniciais do capítulo

Ron Pope - A Drop In The Ocean
A classificação da fic foi mudada para +16 por um pedido especial da minha querida leitora bihvidolin, mas continua com os mesmos avisos, certo ?
Espero que estejam ansiosos !
;*



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Casa Lovato – Nobody Pov

A garota suspirou cansada, o olhar longe da Tv.

Mais um segundo nesse desespero e iria, por si mesma, se amarar ao pé da cama.

Os olhos baixaram para as mãos trêmulas, colocando um peso exagerado para tentar fazer o espasmo parar cerrando os dentes com força. Bufou novamente quando viu ser impossível.

Levantou-se assustada quando ouviu uma batida na porta, indecisa se atenderia ou não.

Afastou esse pensamento quando outra batida veio da porta e caminhou paranoicamente preocupada para perto.

- Quem é? – perguntou sem abrir a porta.

- Sou eu. – conheceria essa voz em qualquer lugar.

- Ela não esta. – respondeu a garota ajeitando uma mecha de cabelo preto atrás da orelha.

- Não? – disse a outra. – Onde ela foi?

- Não interessa...

- Abra logo essa porta Demi. – pediu a melhor amiga.

Demi puxou a maçaneta encarando a imagem de Megan.

- Agora acredita que ela não esta? – completou Demi, quase batendo a porta novamente.

- Ela foi à festa da Miley? – perguntou Megan, parando a madeira nas mãos de Demi.

- Foi, mas a deixe se divertir. – falou Demi. – Tem trabalhado muito por aqui.

- Esta escravizando minha irmã? – questionou com o tom de voz de alguém ofendido.

- Nunca. – respondeu a outra. – Ela só se importa comigo de uma maneira que você nunca fez.

- Não se atreva a dizer isso.

- Se não...?

- Eu sei que foi obra sua nossa briga. – Megan apontou o dedo indicador para a mais nova. – Você plantou aquela idéia idiota que não confio nela em sua cabeça.

- Enganou-se de novo. – Demi bateu a mão na da outra, abaixando o dedo do julgamento. – Ela é inteligente o bastante para perceber o obvio sozinha.

- Se você abrir essa boca novamente...

- O que vai fazer? – riu Demi sarcasticamente. – Deveria ter te denunciado para policia quando me agrediu em minha própria casa, é invasão domiciliar.

- Mas não o fez por que eles poderiam ter encontrado toda droga que armazena ai dentro.

- Primeiro: a droga não era minha e sim sua, que nem os pagou ainda e segundo: não tenho mais nada, minha casa esta limpa. – retrucou para Megan. – Como já disse, sua irmã se importa comigo.

- Você realmente acha que ela esta fazendo tudo isso por você? – riu a mais velha. – ‘Ta na cara que ela quer me atingir, você é só um detalhe.

- Eu...

- Opa, desculpa estragar seu conto de fadas melhor amiga, mas ela não se importa com você. – Megan deu um passo na direção da outra ameaçadoramente. – Ninguém o faz. Porque não usa logo aquelas pílulas suicidas e acaba de vez com o espaço mínimo que ocupa em nossa cabeça, seria um favor.

- Megan...

- A sociedade não precisa de mais um doente mental, ninguém precisa de você. – continuou Megan, quando viu o olhar duro da outra fraquejar a suas palavras. – E na cabeça da Selena você é somente uma drogada jogada no mundo, aberração como o pai.

- Não me compare com aquele...

- Bêbado? Que negou o próprio sangue? Que mentiu para a própria carne? – ela tinha um sorriso brincando nos lábios enquanto praticava a tortura. – Ninguém te quer. Nem ele, que é igual a você, te aceita. Você é a imagem da caridade na cabeça das pessoas.

- Pare...

- Maldito foi o dia que eu cheguei perto de você na escola. – ela podia ter parado e era o que faria se não estivesse tão cega de ódio. – O dia que contei que me drogava, o dia que encontrei aquela sua musica idiota e menti falando que gostei sobre seu pai desgraçado, aquela letra esta errada, você coloca a culpa toda nele mas... quer saber a verdade? A culpa é sua. Você não é importante, não ocupa lugar nem no coração de sua própria mãe que prefere viajar a ficar no mesmo ambiente que você. Eu limpo todas as lagrimas que, por pena, deixei que derramasse em meu ombro.

- Acabou? – o olhar da outra estava caído, no chão em desespero.

O coração batia tão rápido de raiva, mas a mente não deixava nem ao menos um passo ou uma respiração a mais que a necessária.

- Doeu? – perguntou. – Percebeu o erro que você é? Percebeu...

- Megan! – o tom alto cortou a linha de pensamentos da mais velha, a fazendo assustar-se que a irmã poderia ter uma voz tão firme.

Selena Pov

- Selena estava te procurando... – não contive minha mão a colidir com o rosto bonito de minha própria irmã. – O quê...

- Vai se fazer de vitima? – perguntei.

O desespero tomou conta de meu corpo tanto é que eram minhas mãos a tremer de raiva.

- Eu sou. – respondeu Megan, como se fosse obvio. – Não vê o que ela esta fazendo, esta agindo em sua mente e te colocando contra mim. Selly vamos embora não precisa mais fazer caridade...

- Não se atreva a dizer isso. – repreendi, afastando sua mão quando ameaçou pegar a minha. – Eu me importo com Demi, ela é a pessoa mais verdadeira que já encontrei.

- Não precisa mentir só porque ela esta presente. – apontou para a garota de punhos cerrados.

- Nunca falei uma coisa tão verdadeira em minha vida.

- Selena, ela é uma manipuladora que só quer destruir nossa família assim como fez com a dela, só porque ela não gosta de sua irmã mais velha quer que sejamos iguais... – as falas foram cortadas quando a batida violenta da porta ecoou no espaço, seguida pelo barulho da trinca.

- Demi! – gritei aproximando-me da porta e batendo com o punho.

- Ela só esta fazendo o que o pai ensinou.– completou Megan, a voz elevada para que ela pudesse ouvir.

Mas não acho que não foi possível, pois os barulhos que começaram foram assustadores. A casa estava sendo destruída.

- Demi abra! – gritei em meio aos berros e sons de coisas quebradas. – Por favor!

Senti uma mão fechar em meu pulso, me puxando para olhar-la nos olhos.

- Vamos embora. – exigiu.

- Não. – a empurrei longe de mim. – Tenho nojo de você.

Corri em direção a porta dos fundos que torcia para estar aberta.

- Vai abandonar a própria irmã por uma aberração? – gritou Megan, o olhar fraco.

- Eu não tenho irmã. – continuei correndo, após a pausa para desmentir a frase anterior, em direção a única entrada possível e suspirei ao encontrá-la aberta.

Não me preocupei em deixar a porta aberta quando segui os barulhos vindos da sala, pois se Megan entrasse eu mesma a colocaria pra fora.

- Demi... – parei observando a sala destruída.

Cacos de vidro esperados pelo chão de madeira delicada, o sofá menor já não existia ao julgar pelos enchimentos que decoravam o resto da madeira, a mesinha de centro era só um monte sob o tapete cortado pela a tesoura em sua mão. E ela ainda trabalhava no campo de batalha riscando o piano lustroso com uma das pontas da mesma tesoura.

- Calma, calma! – pedi, a voz mais alta que seus gritos quando a puxei pela cintura.

- Me solta! – gritou lutando contra meus braços, até que conseguiu.

Tentei dete-la mas foi mais rápida, erguendo uma tampa secreta no piano e tirando folhas e mais folhas de partituras.

- Aberração, erro, incapaz, desgraçada... – sussurrava enquanto rasgava os papeis em sua mão.

A puxei novamente, arrancando a arma pontiaguda em sua mão e prendendo seus pulsos em minhas mãos.

- Demi, sou eu pare! – pedi tentando olhar em seus olhos, mas ela se esquivava.

- Vá embora! – chorou. – Quero ficar sozinha!

- Mas não vai, não mais. – sacudi ligeiramente seu corpo, mostrando meu contato. – Nunca mais.

- Sou contagiosa! – gritou, a voz chorosa.

Meu pior medo se concretizou nessas palavras.

Conseguiram entrar em sua cabeça, plantando uma semente que cresceu instantaneamente em seu cérebro.

Ela tentava se soltar com movimentos frenéticos, mas meu abalo foi tão intenso que não percebi a força com que a apertava.

- Estou aqui. – foi o que consegui, quando em um puxão violento ela se viu livre.

Preparei-me para segura-la novamente, mas não foi necessário quando vi o susto em seu olhar ao encarar a sala destruída com a respiração desorganizada.

- Demi...

- Eu sou um monstro. – sussurrou ofegante.

- Não, não é. – me aproximei, fazendo-a recuar.

- Não toque em mim. – chorou. – Não quero te contaminar.

- Demi, por favor... – fiz meus olhos digerirem as lagrimas que ameaçaram brotar.

- Eu... eu quero ficar sozinha. – falou pausadamente, ao caminhar fracamente para a escada.

Observei seu corpo confuso subir os três primeiros degraus com segurança, mas depois cair fazendo-me apartá-la pelo braço.

- Calma, calma. – coloquei-a sentada ao meu lado, enquanto o choro era silencioso.

- Mal amada, indesejada, infeliz... a sombra do pai... – continuou.

- Você não é isso. – tentei, minha voz já denunciando minha emoção não controlada.

- Sou. – confirmou, as mãos emaranhadas nos cabelos com violência. – Sou nojenta.

- Pare. – finalizei com a voz mais dura, limpando desesperadamente as lagrimas que vinham a cair.

- Não, não chore. – implorou ela, encaminhando as mãos trêmulas a enxugar a água em minha bochecha. – Você não é primeira que faço chorar, nem a segunda... nem a terceira... nem a quarta... monstro.

- Aquilo foi da boca pra fora. – consolei a respeito da pequena parte do dialogo que ouvi entre ela e Megan. – Ela te ama.

- Não, ninguém faz.

- Pare. – pedi novamente, mais lagrimas escorrendo como se fosse uma competição.

O silencio foi longo e molhado com troca de olhares a todo momento e, como se acordássemos de um transe, nós despertamos com uma musica. Reconheci imediatamente como a de meu celular e, quando dirigi minha mão direita para pega-lo em meu bolso fui parada por um peso estranho. Foquei minha mão encontrando a familiar cena de dedos encaixados perfeitamente e aquela mesma sensação de frio do estomago... não é esse o nome, borboletas talvez. Voltei o olhar para ela, que se mostrava mais confusa que eu, mas a musica foi esquecida completamente quando percebi o quão próximas encontrávamos e, imperceptivelmente, nos aproximando cada vez mais.

- Não será um ato de caridade? – sussurrou, a respiração batendo em meus lábios entre abertos.

- Nunca fui tão egoísta. – admiti, não hesitando em bater nossas bocas juntas.


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Notas finais do capítulo

No próximo tem mais ...
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