Eu entrei e Edward estava lá sentado na escada do palco. Eu parei na frente dele de braços cruzados.

- E ai? Vai me explicar o que tá acontecendo?

Ele se levantou.

- A gente acabou de se conhecer mas, eu gostei muito de você e... eu peço desculpas por te beijado, foi impensado, eu me excedi e... – ele respirou fundo.

- Calma, calma! Você tá pedindo desculpas por ter me beijado? É por isso que você tava assim todo estranho?

– Eu não quero que você pense que eu sou um canalha nem nada disso...

Eu ri. Como ele é absurdo!

- Eu não acho que você seja um canalha! – Eu sorri e cheguei mais perto dele, bem perto. –Você não precisa pedir desculpas. Eu também gosto de você.

Nós nos olhamos nos olhos por um momento, e depois seus lábios encostaram suavemente nos meus pela segunda vez. Minhas mãos estavam em seu pescoço e as suas no meu rosto. Quando ele se afastou o sinal tocou – pelo menos o sinal esperou o beijo.

Ele olhou em direção a porta - que felizmente eu encostei depois de entrar, - e pra mim novamente, senti que o nervosismo estava chegando, ele iria sair correndo novamente. Eu tinha que mostrar para ele que eu queria aquilo, e que não havia motivo para ele ficar todo nervoso, como se tivesse cometido um crime.

Eu entrelacei os dedos em seus cabelos e puxei sua boca para a minha novamente. Edward hesitou por um momento, mas depois cedeu. Este beijo não foi nada delicado, eu puxava seus cabelos e ele me puxava pela cintura, eu estava praticamente colada nele. Nossos lábios se moviam urgentes, nossa respiração saia rápida.

Quando acabou foi súbito, estávamos ofegantes, respirando aos arquejos. Ele encostou seus lábios nos meus mais uma, duas, três vezes, suavemente. Depois encostou sua testa na minha, respirou fundo.

- Meu Deus, alguém podia ter visto! – disse ele.

- Sinto muito.

- Eu não. - Ele olhou para mim.

- É, eu também não! - sorri.

- Mas agora é melhor nós irmos, antes que alguém nos pegue. – ele pegou minha mão, desligou as luzes e me puxou para a porta, parando antes de sair para me dar um selinho.

Ele largou minha mão enquanto caminhávamos para a sala de musica, ele pegou sua mochila e trancou a porta. Ele deu um pulo na secretaria enquanto eu saia da escola caminhando bem de vagar para ele poder me alcançar, eu não vi nenhum carro diferente, então ele iria para casa a pé, será que iriamos pelo mesmo caminho? Eu esperava que sim.

“Psiu!”

Eu olhei para trás e ele vinha correndo atrás de mim, eu parei.

- Você mora pra lá? – ele apontou para frente e fez uma careta.

- Não eu dobro nessa rua. – Apontei para rua a direita.

- Que bom! Eu também! – sorriu.

Ele começou a tentar me explicar onde ele morava, e então eu me assustei ao descobrir que morávamos bem perto. Ele morava a umas três quadras da minha casa.

Eu perguntei se ele morava em uma casa ou em apartamento:  “em uma casa”.

Se ele morava sozinho ou com os pais: “com os papís”.

Eu perguntei se ele tinha carro: “sim, um volvo”.

- Tem namorada? – perguntei só para ter certeza, com os olhos semicerrados.

 - Não né! – ele riu e eu também.

Quando chegamos na minha casa, paramos no portão, eu olhei para os dois lados e dei um selinho nele.

- Tchau! – ele disse, fazendo beicinho.

- Até amanha! – eu sorri.

Entrei em casa e minha mãe estava sentada no sofá, ela me olhou fazendo uma cara de brava. E já começou:

- Onde você estava? O que estava fazendo? Já era pra você estar em casa há quase meia hora!

- Mae, eu demoro 15 minutos para chegar em casa! Não estou tão atrasada assim!

- O que você ficou fazendo nesses outros minutos?

- Eu só demorei um pouquinho porque eu vim conversando com... minhas amigas, nada de mais.

- Ahãm sei... Você sabe que não é pra ficar dando voltinhas por ai...

- Nossa que drama! Eu vou tomar um banho... tchau! – entrei no meu quarto, tranquei a porta e deixei minhas coisas na cama, peguei meu celular e fui para o banheiro.

Minha mãe não era sempre assim... tão protetora, louca com horário. Eu vivia me atrasando, deve ter acontecido alguma coisa para ela ter ficado assim...

Droga! Eu olhei meu celular e tinha varias chamadas não atendidas umas da minha mãe e muitas da Alli e da Ang. E tinha uma mensagem também:

Porq não atende o celular? Onde vc tá? Eu liguei pra sua mãe e ela ficou muito nervosa, por favor atende!

Meu deus! Eu me atrasei uns 20 minutos e todo mundo entra em pânico! Então a culpa de todo esse estresse da minha mãe era porque ela sabia que eu não tinha vindo com as meninas. Ótimo! Eu vou mata-las!

Tomei meu banho e quando acabei meu celular tocou. Era a Alie.

- Oque que foi caramba? – eu disse ao atender.

- Ah! Até que enfim! Cara, que susto que tu me deu! – gritou ela.

- É! Onde você tava? Tava com o...? – perguntou Ang.

Obvio que eu estava no viva-voz.

- Eu tava no colégio com ele, depois ele veio comigo até aqui em casa. Ele mora aqui perto!

- Ah... Mas porque você não atende o celular? A gente ficou preocupada! – disse Ang.

- Meu Deus! Eu só me atrasei 20 minutinhos! Precisava ligar pra minha mãe? Agora ela sabe que eu não estava com vocês!

Pronto! A louca da Alice começou a dar piti!

- Você podia ter sido atropelada! Sequestrada! Estuprada! Podia estar dançando can-can em um bar! Podiam estar te fatiando e roubando seus órgãos!!!

- Credo! – da onde ela tirava essas coisas?

- Amiga eu podia nunca mais te ver! – disse ela, numa voz chorosa.

- Dramaaa... – eu suspirei.

- Desculpe por nos preocuparmos com você! – continuou Allie.

- Tudo bem eu perdoo vocês... Ok! Eu tenho que desligar, to morrendo de fome.

- Ok! Bye! – disseram as duas de má vontade.

- Bye!

Fui para a cozinha e minha mãe tava lá tomando café. Fiz um sanduiche e me sentei. Sentia seus olhos em mim enquanto eu comia, mas não olhei para ela e nem falei nada.

- Aconteceu alguma coisa com seu celular? – ela perguntou.

- Não mãe, ele tava no silencioso! E eu já falei com as meninas, elas disseram que ligaram para você.

- É, elas ligaram. Então... se você não estava com suas amigas, com quem você estava? – ela disse enquanto bebericava o café, tentou parecer distraída, mas não me enganou.

- Eu me atrasei na escola falando com um professor, e depois eu vim conversando com umas colegas minhas...

- Ah... tá. – ela se levantou e foi para a sala.

Aff, isso ainda ia me dar muita dor de cabeça! Terminei de comer e fui olhar TV. Depois liguei o computador, entrei no MSN e no Orkut. Será que Ele tinha Orkut? Tentei procurar por “Edward” no Orkut, mas me liguei que nem sabia o sobre nome dele, então, obvio que apareceram uns mil, daí eu desisti. Conversei com algumas amigas, fiz algumas pesquisas para trabalhos do colégio e depois desliguei. Jantei e fui dormir pois hoje não tinha nenhum filme bom na TV.

Como sempre, demorei bastante para dormir. Fiquei pensando no Ed, em como ele era fofo, em como seu beijo era tudo de bom... e depois cai no sono.