Acordei de manhã procurando por ele, o qual ainda não sabia o nome e só sabia que era o irmão de Miguel, quando a enfermeira chegou com meu café da manhã. Ela era muito bonita parecia ter uns 21 anos, tinha o cabelo loiro preso em um coque bem alto e os olhos cinzentos e gentis.

–Obrigada – agradeci bebendo meu café com leite.

–De nada – disse ela com grande sorriso. Observei o crachá que ela usava em seu avental, lá estava o seu nome: Mariana Carter- Você está melhor.

–Estou... Marina você sabe o nome de quem me trouxe até aqui?- perguntei e ela abriu um sorriso ainda maior.

–Ele disse que era seu irmão... E devo dizer que ele é muito bonito- respondeu ela com um sorriso malicioso.

–Como assim meu irmão? Eu não tenho irmão- disse preocupada, e sua expressão fico assustada.

–Ele só disse que era seu irmão e depois foi embora- disse ela nervosamente- Acho que nem se identificou na recepção- completou falando mais para si mesma do que para mim.

Arregalei os olhos e lembrei-me do irmão de Miguel me trouxe aqui, mas qual o motivo dele não ter se identificado e só falado que era meu irmão e depois ter desaparecido assim antes que eu descobrisse qual era seu nome.

– Irei lá à recepção tentar descobrir quem ele era, mas se quiser já pode ir o medico já te deu alta- disse ela saindo.

Saí do hospital muito confusa, pois a enfermeira não tinha descoberto nada sobre ele, que nem sequer se identificou na recepção.

Andei algumas quadras até meu apartamento, fiquei pensando como meu pai estaria se percebesse que eu não dormi em casa ontem, mas lembrei que ele também não dormiu lá, então me aliviei apesar dele não se importar muito com isso.

****

Cheguei à porta do meu apartamento e vi Clarice no corredor, ela acenou para mim e veio.

–Oi Sophie, onde você estava ontem a noite? Fiquei preocupada- disse Clarice com seu velho instinto protetor.

–Passei a noite na casa de uma amiga- menti não querendo á preocupar.

Ta... - disse ela percebendo minha mentira, esse era o seu grande dom de perceber quando alguém mentia, mas o pior é que eu não podia esconder nada dela- Meu sobrinho vem próxima semana o nome dele é Joe Wilson e queria que você o conhecesse ele tem 16 anos, e acho que vocês se dariam bem- disse ela mudando de assunto, ela sempre quis que eu conhecesse o seu sobrinho, sempre falava dele do quão maravilhoso ele é.

–Ta pode deixar... Então até mais tarde Clarice- disse a ela dando tchau e entrando no meu apartamento.

Meu pai, Jared Prince, estava sentado na poltrona da sala digitando em seu notebook. Ele levantou os olhos e parou de digitar quando me viu.

–Onde você estava?- perguntou ele sem muita preocupação.

–No hospital- respondi sem dar muita atenção, ele não se preocupava comigo como Clarice.

–Está bem?

–Estou- disse dando de ombros e indo para meu quarto ele voltou a digitar em seu notebook.

Meu pai nunca se preocupou muito comigo, ele só me sustenta e quase nunca estava em casa. Peguei minha roupa no armário e fui tomar banho para acalmar meus nervos.

À água para mim tranqüilizava e eu não tinha tomado banho dês de ontem. Liguei o chuveiro e deixei a água cair sobre meu corpo me acalmando. Lembrei que teria que ligar para a Wendy depois do banho.

Ela andava muito estranha depois de seu aniversário, faltava muito e sempre tinha coisas para fazer depois da escola, perguntava para ela aonde ela ia e ela sempre desconversava.

Sai do banheiro mais calma, me troquei e fui ao meu quarto telefonar.

Peguei meu celular em cima da cômoda e disquei o número da Wendy.

–Alô – atendeu ela depois do terceiro toque.

–Alô Wendy, é a Sophie, Porque você faltou hoje?- perguntei com preocupação

–Ah... É que eu estava doente... Mas já estou melhor - disse ela rapidamente antes que eu perguntasse - Sophie, quando é mesmo seu aniversário?- completou ela mudando de assunto.

–Daqui a duas semanas, por quê? – perguntei estranhando a mudança repentina.

– Nada não... Minha mãe está me chamando vou ter que desligar, Tchau te vejo amanhã- disse ela desligando o telefone.

Fiquei algum tempo digerindo suas palavras, pelo menos ela vai amanhã na escola, apesar de andar tão estranha ultimamente, não conversava muito, estava sempre em casa, não saia, não era a mesma, nem contei o que aconteceu comigo, mas por algum motivo não queria contar.