O Testamento escrita por Ovo com miojo, Stefany Alves


Capítulo 29
Lamentações


Notas iniciais do capítulo

Ai o nome da fic é "o testamento" e o capitulo é "lamentações" ai sim as pessoas vao acreditar que eu falo da biblia '-'



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Annabeth ainda sentia uma pontada de dor em seu ombro, ela ainda recebia soro pela veia e contava cada vez que uma gotinha daquela entrava em sua veia. Suas irmãs haviam passado por ali, mas a enfermeiras as expulsou. Percy havia prometido ficar na sala de espera, mas não tinha total certeza que ele estava lá afinal já passava das duas da manhã, o hospital estava silencioso com apenas o choro de um bebe ou o pânico de alguns médicos ao ouvir o bip que indicava os batimentos cardíacos acelerarem demais ou praticamente pararem, ela já havia presenciado três mortes naquela madrugada. Estar na UTI de um hospital era com certeza o pior lugar para passar a noite. Annabeth jamais assumiria, mas ela estava com medo, era como se a morte estivesse ali e escolhesse a dedo quem viveria ou morreria.

A enfermeira havia dito que ela estava fora de perigo e que só estava ali por falta de leitos no hospital já que era o único da cidade, Luke havia resmungado alguma coisa sobre ter vários quartos vazios, mas a enfermeira insistiu que ela deveria permanecer ali.

Annabeth sentia a forte vontade de chorar, mas não sabia o porquê, talvez por que três pessoas haviam morrido naquele hospital e naquela noite, talvez agradecer por não ser ela, talvez ela devesse chorar por que seu pai morreu e ele jamais permitiria que ela ficasse ali ou talvez ela devesse chorar por que talvez fosse ele que a colocou ali Ou ela apenas devia chorar por que sua vida era cheia de talvez e não certezas.

Ela retirou os fios e agulhas que eram ligados a sua veia e tentou se levantar e em três tentativas ela estava de pé, ela abriu a cortina e ao seu lado se deparou com um leito vazio, havia sangue por toda a parte, em lençóis, travesseiro e no chão, Annabeth sentiu seu coração acelerar e caso ela ainda estivesse com os fios os enfermeiros teriam corrido para seu leito acreditando que ela estava prestes a ter uma parada cardíaca. Ela não sabia muito sobre a pessoa que estava ao seu lado, mas ela devia ser muito amada, pois houve muito choro quando os médicos disseram que ela havia falecido talvez ela tivesse câncer, afinal havia muito sangue. Annabeth sentiu a vontade de toca-lo e ver se estava quente embora houvesse uma hora que ele havia falecido. Ela queria poder dizer que era um homem bom, mas ela nem mesmo sabia quem era, pois quando ela havia chegado ali ele já estava desacordado.

Ela caminhou com cuidado e achou a saída do quarto e abriu a porta devagar e examinou o corredor, havia passos ao longe e o rouco de algumas pessoas na sala de espera. Em um sofá branco e grande se tornava pequeno por causa de uma pobre alma adormecida ali, encolhida e aparentemente com frio. Annabeth caminhou e se agachou próximo à pessoa e sorriu, sem acreditar que ele havia ficado ali a noite toda.

-Percy- Ela murmurou em seu ouvido e ele saltou do sofá assustado. Annabeth colocou a mão em sua boca o impedindo de gritar.

-Calma- Annabeth murmurou, Percy assentiu e ela tirou a mão de sua boca. Ele sorriu.

-Por que não esta dormindo?- Ele perguntou.

-Por que não esta em casa?- Ela retrucou.

Ele sorriu e a observou com preocupação e olhou para seu ombro onde havia um curativo.

-Ainda esta doendo?- Ele perguntou apontando para o ombro.

-Não muito, você conversou com Quíron?- Annabeth quis saber.

-Ele não nos disse nada e saiu da cidade com a família- Percy respondeu se ajeitando no sofá para que Annabeth pudesse sentar- você conseguiu se lembrar de algo?

-Gostaria de não lembrar- Annabeth se sentou ao lado de Percy e deitou sua cabeça em seu ombro – Eram os mesmos sapatos.

-Pode ser que este cara tenha comprado os mesmo sapatos ou roubaram seu pai- Percy tentou parecer positivo.

- É pode ser- Annabeth tentou colocar aquela ideia em sua cabeça.

-Como esta sendo sua noite?- Percy perguntou sorrindo passando os dedos no braço macio de Annabeth.

-Maravilhoso- Annabeth bufou - três pessoas morreram essa noite, pessoas chorando, sangue, esta tudo perfeito.

Percy sorriu.

-Sua mãe esta aqui sabia?- Percy falou - Não que seja bom ela estar na UTI, mas ela essa bem conversei com a enfermeira.

-Que quarto ela esta?- Annabeth perguntou tirando a cabeça do ombro de Percy.

-Ali – Ele apontou para um quarto, a luz estava apagada- ela esta sozinha.

Annabeth se levantou não sabia o porquê, mas sentia que devia ao menos olhar para sua mãe. Ela abriu a porta devagar e para sua surpresa a luz estava acessa e Ava lia um livro.

-Oque você esta fazendo aqui?- Ava perguntou surpresa e notou o curativo no ombro de Annabeth- Oque aconteceu com você?

-Tomei um tiro – Annabeth sorriu como se fosse algo realmente engraçado- e você por que esta na UTI.

- Eles duvidam da minha sanidade mental, me dão remédio tão forte que quando tento me atirar da janela eles acham que sou louca- e foi à vez de Ava ri de sua situação.

Annabeth se sentou no pé da cama.

-Acha que Frederick possa estar vivo?- Annabeth perguntou.

Ava ergueu uma das sobrancelhas e colocou o livro sob o criado mudo.

-Eu acreditava que era um jogo dele apenas fingimento, por isso vim por conta própria, mas não agora percebo que até mesmo Frederick pode sofrer com a morte.

Annabeth analisou a ideia por um instante.

-Acho que o vi – Annabeth murmurou.

-Eu também – Ava olhava para o nada- Em meus pesadelos, em noites que eu estava tão bêbada que não lembrava meu nome ou quando olho para Thalia, eles são parecidos né?- Ava parecia que falava sozinha- Frederick não é imortal Annabeth ele vai morrer um dia e ele é humano não pode ser ruim a ponto de tentar matar a própria filha. Ele sempre quis me machucar, mas matar as próprias filhas o machucaria também, ele é covarde demais para isso.

-Mas então quem seria?

-Frederick tem muitos inimigos, é capaz do seu próprio avô sair do tumulo só para atormentar o próprio filho – Ava riu da ideia – O mundo queria Frederick morto, mas eles não acharam o bastante talvez Deus queira que toda a descendência dele sofra.

-Não acredito que Deus possa ser ruim assim – Annabeth suspirou.

-Não Deus não é ruim, os humanos são- Ava bocejou- Pode sair e apagar a luz?

Annabeth assentiu e apagou a luz e saiu. Percy a encarava cuidadosamente.

-Como foi?- Ele perguntou quando ela se aproximou.

-Acho que bem – Annabeth murmurou.

Percy a abraçou.

-Posso dormir com você?- Annabeth perguntou feito uma criancinha de cinco anos com medo do escuro.

Percy sorriu e assentiu e juntos os dois se espremeram no sofá. Eles dormiram com facilidade e sem sonhos.

Annabeth acordou assustada o relógio que ficava na parede indicava que era 5 horas da manha. O Bip que indicava os batimentos cardíacos de alguém havia disparado e estava tão rápido que provavelmente o coração da pessoas devia estar prestes a explodir, Annabeth fechou os olhos com força ela não queria ouvir o choro de nenhum parente, por fim o barulho do Bip finalizou indicando que o coração havia parado. Percy continuava a dormir. Annabeth se levantou imaginando que se a vissem dormindo ali provavelmente brigariam com ela. Ela caminhou em silencio para seu quarto quando notou que não havia choro de parentes ou família da pessoa que havia morrido, ela lamentou, pois era triste saber que alguém não tinha ninguém ali com ela minutos antes de dormir além de médicos. Ela se agachou atrás do balcão para se esconder dos médicos que passavam quando ouviu a enfermeira que provavelmente iria ligar para a família da vitima.

-Sim é do hospital- A enfermeira falava com naturalidade como se já houvesse anunciado muitas mortes por telefone e provavelmente já tinha- Não, Annabeth Chase esta bem.

Annabeth paralisou ao ouvir seu nome.

-Estou ligando para falar de Ava Grace- Annabeth não conseguiu ouvir mais nenhuma palavra que a enfermeira dizia ao notar que quem devia lamentar a morte daquela pessoa que havia acabado de morrer era ela. Sua mãe agora estava morta.


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Notas finais do capítulo

Ava, Annabeth, Annabeth, Ava. Percebem a semelhança?