Pouco tempo depois daquele maldito do Dennis sair de minha casa e de eu me recompor pelo menos nas lagrimas ouvi a campanhinha tocar, e já possuía um palpite de quem era...

 Limpei a bagunça que aquele homem deixou o mais rápido possível jogando tudo na lixeira! Enquanto a campanhinha tocava descontroladamente ele nunca fora alguém paciente... Como se eu pudesse falar alguma coisa.

 Depois de recompor minha sala branca imaculada, nem tanto graças a Dennis, corri para atender a campanhinha antes que ele decidisse começar a berrar coisas como:

 “Dominik Dolavich abra esta porta ou eu a ponho a baixo” ou “O que esta fazendo Dominik?!”

 Ao abrir a porta vi meu pai arregalar os olhos como se estivesse vendo uma assombração!

 -O que ouvi com seu rosto Dominik?! –Gritou meu pai já entrando me arrastando com sigo, foi quando me lembrei que havia recebido um soco de Dennis e que um filete de sangue havia escorrido de minha boca.

 -Ah! Cai!Hoje na escada... –Menti pouco convincente.

 -Dominik você e sua mãe têm tantas coisas em comum... Ah... E uma delas é que não sabem mentir! –Disse ele enquanto examinava minha cara enxada e ensangüentada.

 Meu pai era sempre assim falava como se soubesse de tudo se é que ele não sabe.

 -Comece a contar Dominik... –Ordenou ele cruzando os braços e sentando-se em uma poltrona frente ao sofá.

 -Um, dois, três, quatro, cinco, seis... –Comecei a “contar” tentando me desviar do assunto já que meu pai não precisava saber sobre o novo namorado de minha mãe e muito menos sobre o casamento apesar de que eu não acreditei muito na historia.

 -Não estou para brincadeiras Dominik! –Disse ele elevando um pouco a voz.

 -Pai eu já disse que cai da escada! O que quer que eu faça? Minta para você? –Perguntei já ficando irritado por ter que continuar mentindo para ele e o pior é que eu estava me convencendo que eu realmente havia caído da escada, sou uma pessoa que se deixa levar pelas próprias mentiras!Que ridículo!

 -Esta bem, venha vamos cuidar disso... –Disse ele indo até a cozinha, o segui sem animo algum.

 -Pai eu to bem... –Sussurrei sentando-me em um banco do balcão de madeira avermelhada.

 -Tudo bem então, irei confiar em você, acreditar na sua historinha. -Aleluia!Gloria!Ele caiu na mentira!

-Até que enfim Jonathan! Você e minha mãe são tão... Ah!-ele revirou os olhos sentando-se a meu lado.

 -Me diga uma coisa... Por que é tão dramático? –O fuzilei como os olhos enquanto ele ria.

-A culpa é sua por ter me pagado aulas de teatro! –Falei lembrando-me de todos os cursos que meus pais me obrigaram a fazer, alguns inúteis como o de ioga apesar de que este me ajuda quando tenho que me desviar dos golpes dos caras do caratê que para mim não passa de nada alem de mais alguma coisa inútil na minha agenda.

 -Ta bom eu assumo que isso foi culpa minha... –Disse ele com uma expressão de desgosto, Jonathan odiava assumir as coisas.

 -E também tem o acampamento de verão, as aulas de ioga, as consultas com aquela psicóloga maluca que era uma ex-presidiária e que queria mesmo era extorquir dinheiro das pessoas. –Falei jogando na cara tudo de inútil que ele já me fez fazer.

 -As aulas de ioga não foram inúteis! –Disse ele questionando algo que com certeza sabia que era realmente inútil.

 -Comer com os pés é útil? –Suas sobrancelhas se uniram Jonathan odiava quando eu tinha razão.

 -Dominik... Não interessa! Eu paguei estão fique grato.

 -Na verdade você só deu a idéia quem pagou foi a mamãe. – Falei com um sorriso de satisfação, irritar Jonathan realmente era algo que não tinha preço!

 Sei que sou terrível por provocar Jeanne e ele, mas vamos admitir que a mais de cinco anos eles fazem isso comigo começando por meu nome ridículo! Eu não suporto ser chamado de Dominik!

 -E a escola como anda? –Perguntou ele provavelmente cansado de mim e minhas respostas para tudo, sempre fui assim nada me escapa!

 -Normal esta tendo gincana, sabe de festa junina? –Disse lembrando-me que teria que ir com a calça do avesso na segunda-feira! Realmente aquela escola inventa cada uma que eu nem acredito na criatividade!

 -Sei... Dominik eu preciso te pergunta uma coisa... –Disse ele me encarando.

 -O que? –Perguntei com receio.

-Sabe sobre a sua guarda? Então, o que você acha de morar comigo? –Disse ele surpreendendo-me. Era aquilo que eu queria ontem antes de perceber que me preocupava somente comigo

-Não. –Falei decidido, nunca vou abandonar minha mãe nunca!

-Entendo, não pode deixar sua mãe não é? –Disse ele meu pai às vezes parecia ler meus pensamentos eu pensava enquanto ouvia um toque de celular antes dele tirá-lo do bolso e atender. –Alo? Sim eu já estou indo. –Disse ele suspirando e se levantando.

-Tem que ir? –Perguntei levantando-me também.

-Sim... –Disse ele já caminhando até a porta de saída sem parecer abalado, ele já esperava por isso.

-Ok. –Sussurrei.

Ele abriu a porta e antes de sair me encarou e disse:

-Dominik a alguma coisa que queira me contar? –Perguntou ele com um olhar interrogativo o qual eu odiava, ele tem razão sou um péssimo mentiroso.

-Não vou te contar papai... –Falei e logo ele riu e saiu batendo a porta.

Suspirei não havia necessidade de mentir por um lado, mas pelo outro tinha, pois se eu contasse para meu pai que Dennis me bateu ele provavelmente iria prezo por agressão já que meu pai não iria deixar limpo e minha mãe iria ficar triste porque ela aparentemente ama aquele lixo e não estaria disposta a acreditar nas palavras de meu pai e ainda diria que ele só esta com ciúmes.