Desejos Ocultos escrita por Mel
- Calma, Naruto. Você tem de se acalmar.
– É um pouco impossível eu me acalmar, sabendo que aquela mulher está aqui, agindo como se não fosse o motivo de toda a minha infelicidade. Aquela mulher é uma... – Respirou, tentando se acalmar. Retornou o olhar ao espelho e gritou: – Francamente, o que ela faz aqui? Por que ela veio?
– Nossa, do jeito que você fala, parece que ela matou alguém.
– Quase isso. – Esbravejou. - Quase isso, Kankuro. Ela... ela arruinou tudo o que era importante na minha vida. – Engoliu o choro.
– Você precisa se acalmar. – Mostrou-se preocupado. - Venha, você vai tomar um copo de água com açúcar... E se isso não ajudar, eu batizo o copo. – Brincou.
Naruto esboçou um sorriso nada animador. Estava claro que aquela mulher o perturbava. Kankuro abraçou-o pelo ombro e levou-o a cozinha.
***
Kiba desligou o carro e afundou-se no banco e com um sorriso arteiro no rosto, desabafou:
– Não vou mentir. Estou exausto. Se este lugar estiver fechando, ou lotado, ou com alguma festa de aniversário, serei obrigado a te levar para a minha casa e pedir uma pizza. – Hinata riu.
– Até que uma pizza não seria má idéia. Mas, já que estamos aqui...
– É você tem razão. Sempre tem, pelo visto.
– Mesmo que eu tiver errada nas próximas vezes, já me convenceu do contrário. Não tem volta. - Riu.
- Acho que posso sobreviver a isso. – Franziu as sobrancelhas, dando um ar de sarcasmo e dúvida. – E aí, vamos?
– Vamos, porque eu estou morta de fome.
***
- Chouji, um copo de água com açúcar.
– É pra já, chefinho.
Lee entrou na cozinha com duas bandejas de pratos sujos e colocou-as sobre o balcão.
– Mais para lavar. Preciso de uns 20 limpos.
– Chouji, pegue os pratos limpos, eu mesmo pegarei o copo.
– Pratos limpos, é pra já. – Deu meia volta e entregou o copo na mão de Kankuro.
– E aí, Naruto, machucou muito? – Perguntou Lee, preocupado, direcionando o olhar para os dedos do loiro, enquanto esperava Chouji voltar com os pratos limpos.
– Acho que não muito. Eu... eu, na verdade, só estou vendo agora. – Olhou para a palma da mão e viu que haviam alguns ferimentos leves. Pequenos cortes que ainda sangravam...
– Tome um pouco de água. – Sugeriu Kankuro.
– Acho que vou passar um pouco de álcool nas mãos, quando chegar em casa.
– Vou pegar uma toalha e umedecê-la no álcool para você fazer isso agora. Para quê esperar? - Naruto concordou com a cabeça quando olhou novamente a mão ensangüentada. Fazia sentido não esperar muito.
***
Hanabi deixou pouco mais de um gole de vinho na taça e num movimento leve, colocou-a sobre a mesa. Ajeitou sua bolsa e fez sinal para que um garçom se aproximasse. Gaara que estava por perto atendeu ao seu pedido.
– Pois não, Senhora?
– Senhorita, por favor.
– Desculpe-me. O que deseja, senhorita?
– A conta, por favor.
– Com licença. – Gaara deu dois passos para trás, virou-se e foi em direção a Tayuya.
– Tay, por favor, a conta da mesa 8, 9, 14 e 20.
Tayuya imprimiu o pedido, guardou-o em um envelope negro e entregou-o para Gaara.
– Prontinho.
Enquanto esperava, Hanabi olhava a sua volta, discretamente. Já fazia tempo que não via o loiro. Queria se divertir um pouco mais.
– “Onde você está, Narutinho?” – Pensou, enquanto desviava o olhar para a janela. – Ora, ora, ora... se não é a minha irmã. – Sussurou, enquanto esboçava um sorriso arteiro e tentava disfarçar o susto.
– “Dia de sorte, Hanabi.” - Riu baixinho.
***
- Kankuro, se não for pedir muito, posso ir para casa mais cedo, hoje?
– Se me prometer que irá no médico, amanhã, logo pela manhã... sim.
– Acho que não irei precisar, mas em todo caso, prometo. Eu só preciso de um pouco de paz, hoje. Tem algum problema de eu ir, agora? Sei que a churrascaria está lotada mas…
– Não se preocupe. – Kankuro umedeceu a toalha no álcool e enrolou-a na mão de Naruto, que não apenas esboçou dor, como gemeu baixinho. – Entre ter um funcionário desnorteado, machucado e sem cabeça para trabalhar agora e ter de substituí-lo ou ficar desfalcado, hoje eu escolho a segunda opção. – Naruto esboçou outro sorriso. – Mas não se acostume. – Brincou.
– Obrigado. – Agradeceu aliviado.
Naruto dirigiu-se para o galpão atrás da cozinha, onde ficava o ponto. Bateu sua saída e em seguida abriu seu armário, pegou sua bolsa, ajeitou-a nas costas e despediu-se.
***
Gaara já se aproximava de Hanabi, quando a ruiva esticou o braço para apressá-lo, vendo o loiro sair detrás da recepção.
– Vamos, meu querido…Não tenho o dia todo.
Puxou e abriu o envelope com rapidez, deu uma olhada no valor, tirou da bolsa o dinheiro suficiente para até o triplo do que havia pedido e resmungou:
– Pela sua demora, você é quem deveria pagar minha conta. Mas hoje, como estou de bom humor... Fique com o troco como gorjeta. Você com certeza deve precisar. Viu como sou boazinha? – Esnobou.
Gaara sentiu vontade de pular no pescoço daquela mulher, mas preferiu respirar fundo e se limitou a xingá-la em pensamento. Pensou ainda em ser cordial e puxar-lhe a cadeira, mas a ruiva adiantou-se, vendo-se perder Naruto de vista.
– Incompetente.
Naruto já estava em frente a porta da Churrascaria. A ruiva, que apressou o passo para chegar o mais perto possível dele, já estava logo atrás.
***
Hinata olhava apreensiva para o chão, enquanto se aproximavam da porta da Churrascaria. Kiba abraçou Hinata e deu-lhe um beijo no rosto, fazendo-a levantar o olhar para ele.
– O que foi, minha querida?
– Nada. Eu só… não sei, senti um aperto no coração.
– Você está bem?
– Acho que sim. Não se preocupe. Na verdade, acho que estou é tonta de tanta fome.
– Então, se o problema é comida, não vamos perder tempo aqui fora. - Kiba abriu a porta da Churrascaria com a mão esquerda e fez um gesto para que ela entrasse primeiro.
Hinata subiu o primeiro degrau e levou um susto, ao ouvir a voz de uma mulher gritar o nome de Naruto.
– Naruto, me espere, amor. – Provocou.
Naruto olhou para trás e se deparou com Hanabi sorrindo. Foi quando sentiu sua mão afagando seu braço, como se ele tivesse dado tal permissão.
Kiba viu a expressão de Hinata mudar e seu rosto ficar pálido instantaneamente.
– Hina, você está bem? – Preocupou-se.
– “Hina?” - Naruto virou-se para a frente, assustado com o que acabara de ouvir. – Hinata?
– Naruto? Hanabi?
– Oi irmãzinha!
– Vocês se conhecem, pelo visto. – Estranhou Kiba.
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Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!Notas finais do capítulo
---.---Ora ora ora... se não era o que todos estavam esperando...