Desejos Ocultos escrita por Mel


Capítulo 11
Capítulo 11 - A indesejada.




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– Vamos embora, Kiba? – Disse, atordoada, fitando-o, como quem suplicasse por socorro.

– Mas, acabamos de chegar. – Respondeu, sem entender, com voz amena de forma que tentasse lhe passar calmaria.

– É irmãzinha, acabou de chegar! Bons ventos a trazem e, pelo visto, muito bem acompanhada. – Provocou, Hanabi.

– Cale a boca, Hanabi! – Interviu Naruto, tirando as mãos da mulher de seu braço. – Hinata, eu te procurei tanto para esclarecer as coisas, eu…

Abalada e assombrada pelo passado, Hinata deu as costas para não ouvir suas explicações mentirosas. Desceu os poucos degraus que havia subido e disse em tom tacanho:

– Perdi a fome, Kiba. Por favor, me leva para a casa! – Suplicou, com nó na garganta.

– Nossa! Sempre muito temperamental! – Destilou venenosamente. – Você não mudou nada. O tempo não afetou sua imaturidade, querida. Incrível! Tantos anos se passaram e você continua a mesma mulher abatida e sem vida.

– Não sei o que aconteceu entre vocês três. Mas, juro que, se não calar a sua enorme boca, não respondo por minhas atitudes. – Disparou Kiba, com o dedo indicador devidamente posicionado para o rosto da mulher, que ria incontida como se o que acabara de ouvir, fosse gracejo.

– Querido, assim eu me apaixono! – Retrucou, quase não contendo uma gargalhada irônica. – Mas, não queira competir com o Narutinho aqui. Ele, sim, já me ganhou. – Provocou deitando o rosto no ombro do braço que agarrava.

O loiro já não ouvia Hanabi. O mundo havia apenas parado diante da imagem da mulher à sua frente. Ao contrário do que dizia a irmã, Hinata havia melhorado muito nesses últimos anos. Parecia mais mulher, mais decidida, mais centrada, mais madura. Seu corpo tomara formas exuberantes, femininamente bem desenhadas e delineadas. Naruto se viu admirando a mulher que já amou um dia. Seria possível apaixonar-se de novo por ela? Ou será que jamais a esqueceu? Estava confuso. Sabia que muitas coisas deviam ser explicadas, mas como explicá-las a quem não queria ouvi-lo? Como dizer que nunca fora do jeito que ela pensava ter sido todo esse tempo? Precisavam conversar, não tinha dúvidas.

Num ato impensado, desceu os degraus, fazendo Hanabi perder o equilíbrio e quase cair na escada. Não teve outro jeito que não soltar-lhe e se apoiar na viga da porta. Kiba não ajudou-a, apenas ficou observando Naruto indo atrás de Hinata que já andava a passos firmes em direção ao carro.

– Hinata, me espere. Por favor, tenho tanto para te falar.

– Eu não quero ouvir, Naruto. Deixe-me em paz!

– Eu não posso te ver indo embora de novo, eu preciso te falar. Não é nada disso que está pensando. Não é nada do que pensou todo esse tempo. Eu preciso te contar o que aconteceu, de verdade. – Disse, pegando seu braço para que parasse de fugir dele, forçando-a a olhar para ele.

– Não estou interessada, Naruto. Largue-me, agora! – Pediu firme.

– Naquele dia, eu estava sentado no sofá da sua casa, esperando você chegar.

– Eu não quero saber, Naruto. Não me interessa a sua versão do fato. Eu vi, e já superei. Estou ótima longe de você, longe da Hanabi. E, se eu soubesse que estariam juntos aqui, eu jamais teria vindo.

– Não, não estamos juntos. Acredite em mim. Eu trabalho aqui, ela veio jantar, apenas. É uma cliente, como qualquer outra.

– Cliente? Ah, por favor. – Desacreditou. – Entenda de uma vez por todas, não me importo com o que ela se tornou para você. Não me importo com você.

– Será que não? Será que não se importa, mesmo? Você, nem ao menos, se permite me ouvir. – Gritou, inconformado.

– É muita audácia a sua achar que me importo com você, ainda, Naruto! Desde o dia em que te vi com ela na minha cama, que não me importo! – Desabafou. Sentiu que devia respirar fundo para manter a firmeza em suas palavras. – Não me importo mais com você, nem com ela. – Disse, apontando com o olhar e acenando com a cabeça para a irmã rindo no alto da escada.

Kiba desceu as escadas, incrédulo, sabendo que só teria uma coisa a fazer. Ir até o carro, ligá-lo e levar Hinata para sua casa.

Aproximou-se, abriu a porta, permitindo que Hinata se sentasse e fechou-a. Deu a volta, abriu a do motorista e observou o casal, relembrando a cena que acabara de ver. Tinha ciência de que teria de engolir muita informação. Sentou-se e fechou a porta.

Naruto bateu no vidro do passageiro, pedindo a atenção de Hinata, que não parecia querer encará-lo, novamente. Kiba ligou o carro e saiu. Naruto acompanhava, grudado no retrovisor lateral, apressando os passos.

– Hinata, me ouça, por favor... – Insistiu. - HINATA! – Gritou, vendo-a partir.

– Calma, querido! Eu estou aqui. Vai ficar tudo bem, agora. – Disse, acarinhando seus cabelos.

– Hanabi, vê se me esquece! Eu já cansei dos seus joguinhos e você sabe disso. Tanto sabe que só o que quis, foi me infernizar essa noite. Sabe que não a suporto, sabe que a culpo por tudo o que aconteceu e, ainda assim, fica com essa encenação toda. Chamar a Hinata, só para exibir que está comigo até hoje? Você é um nojo de pessoa. – Desabafou.

– É para eu me sentir mal com tudo isso? – Debochou. - Naruto, meu amor, Hinata ter vindo com o gostosinho do Kiba… - Parou, e logo em seguida retornou. – É Kiba, não? Enfim, ela ter vindo e eu ter te encontrado aqui, não passou de uma coincidência feliz. Afinal, depois de anos, as irmãs se reencontraram! Você foi só o estopim do nosso duelo de titãs. Mas, não se sinta tão importante… Você seria, se eu tivesse gostado da nossa tarde calorosa. – Riu, ironicamente. – Mas, confesso que me irritei quando chamava o nome dela, não o meu. Sem falar dos pequenos detalhes, não tão… - Abaixou os olhos em direção ao cós da calça de Naruto, enfatizando a segunda sílaba da palavra “pequenos”. - … interessantes. – Riu. – Bom, eu vou para casa. Só não te ofereço carona, porque não pegaria muito legal para uma moça como eu. Tchauzinho, meu lindo! – Disse, acenando e se afastando.

– Cínica. – Soltou. – Só não te chamo de… - Respirou, pondo as mãos na cabeça e os cotovelos para cima.

Virou-se em direção ao carro que já sumia no horizonte.

***

– Hinata, você está bem? – Kiba perguntou, contrariando seus próprios pensamentos.

Sabia que não estava. Obviamente não estava. Mas, achou que devia perguntar, mesmo que para puxar assunto. “Não esse, né, Kiba? Droga!” – Pensou. No fundo, se culpava por tê-la feito sair de casa naquela noite.

Hinata permaneceu em silêncio, olhando a paisagem pela janela ao lado. Não havia muito para se ver. Já eram mais de 2 horas da manhã. O breu da madrugada impedia qualquer visão que se quisesse ter, naquele momento. O que Hinata via era seu reflexo no vidro. Podia jurar ser capaz de ver a lágrima que descia em seu rosto e pingar em seu ombro.

Minutos mais tarde, virou-se para Kiba e balbuciou:

– Desculpe-me por ter presenciado tudo isso. É coisa de família. Um passado ruim.

– Não tem por que me pedir desculpas. Ainda bem que eu estava contigo.

– É verdade. Você tem me ajudado muito! – Disse, virando-se novamente para a janela. – Queria que soubesse. – Terminou.

Kiba sentiu suas palavras tristes e queria poder saber o que fazer para animá-la. Vendo-a daquele jeito, não tinha idéia do que dizer, mas não se demorou para arranjar algo que a fizesse rir.

– Ao menos, sabemos que ali não servem elefantes. – Riram.


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Notas finais do capítulo

Postei! Raios, trovões e fogos de artifício... haha