Contos escrita por Bloodie


Capítulo 3
Ponte


Notas iniciais do capítulo

Um sonho que eu tive =D



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Ela correu tentando encontrar uma luz em meio à floresta escura. Sentia medo, seu coração pesava e o frio atormentava seu corpo. Era tudo muito confuso, como ela havia chegado ali? Ela não sabia, só queria voltar e mais rápido possível para casa.

Ela parou e olhou para o céu escuro, não havia estrelas e muito menos luar. Passou a mão no rosto e olhou ao redor tentando encontrar um ser vivo além de árvores, que por sinal parem mortas, tinhas folhas escuras e ásperas, que lembravam mais aquelas florestas de filmes de terror.

Um homem moreno, com traços que não combinavam nada com o seu rosto. Sua face não era nada harmoniosa, para não dizer feia. Ele tinha um ar sombrio e seus olhos davam medo. Era um rapaz jovem como ela, tinha cabelos e olhos negros, vestia uma roupa qualquer, nada elegante e tinha vários aneis que davam medo à pobre garota.

– Não tenha medo doce menina. Eu não te farei mal algum.

– Por que eu estou aqui? Quem é você?

– Você decidiu está aqui, doce menina. Eu sou o caminho, eu sou a luz que você tanto procura.

– Como a luz? Se quando olho para você só vejo escuridão.

– Pense! Nem tudo é o que parece.

O homem desapareceu em meio à escuridão.

Os olhos azuis dela procuravam algo. Algo que ela não sabia o que era só sabia que devia procurar.

Logo em seguida um homem bonito aparece a sua frente. Era outro rapaz jovem de olhos e cabelos negros, a diferença é que sua pele era mais alva e seu rosto possuía traços harmoniosos. Ele era elegante, vestia uma roupa bonita, e possuía um charme sedutor. Ele também tinha aneis como o outro.

O céu parecia ter se iluminado um pouco, ela gostava do que via, apesar de ainda sentir aquela sensação ruim.

– Olá jovem menina. Sei que não sentes medo de mim. Eu sou o bem, eu sou a luz que tanto procura.

– Por que todos dizem que eu preciso de uma luz?

– Em meio a tanta escuridão qualquer um procuraria a luz. É isso que você procura inconscientemente.

– Por que você é o caminho? Que caminho é esse?

– O caminho do bem, todos nós devemos escolher esse caminho e é o certo.

– Não, ele não é o caminho do bem. – falou o homem feio – Ele está tentando te enganar.

– Mentira, eu sou a luz que tanto procura. – falou o outro rapaz.

– Como eu sei se você é a luz? Afinal quando eu olho para você tudo é tão escuro e quando eu olho para ele tudo se ilumina. – ela falou em direção ao homem feio.

Logo depois ela correu, não queria decidir, essa nunca foi a sua intenção.

Quando ela deu por si estava no meio de uma ponte, em cada extremidade se encontrava cada um daqueles homens.

– É assim que eu deveria me sentir? Ou é assim que eu sempre me senti? Como se estivesse em uma ponte meneando de um lado para o outro, prestes a cair.

– Todos se sentem assim uma vez na vida. E todos têm que escolher o caminho do bem ou o do mal. – falou o rapaz feio.

– Como sei qual o caminho?

– É só ir para a luz, onde você vê-la? – falou o homem bonito.

– Ás vezes a luz esta escondida. – falou o outro rapaz.

– A luz esta onde deve estar, onde seus olhos vêem. – falou o rapaz bonito.

– Pense! Os olhos são superficiais só captam a aparência, já a alma sim capta a essência. – falou o rapaz feio.

– Como eu posso acreditar no que não vejo? – falou a menina.

– Sentindo! – falou o homem feio.

– Se eu não sentir nada?

– Você sabe que sente. – o rapaz feio arqueou a sobrancelha.

– Você acredita no que ver, isso é a verdade. – o rapaz bonito mexia nos aneis.

– E se eu me jogar dessa ponte? O que acontece?

– Você não vai decidir e tudo isso vai terminar. – falou o homem bonito.

– Então eu não perco e nem ganho?

– Depende da sua visão de perder. – falou o homem feio.

– Mas eu estaria sendo covarde, não é?

– É normal sentir medo. Mas sim. – falou o homem feio.

– O que tudo isso significa?

– Você vai saber as respostas, no final tudo estará claro. – falou o homem bonito – É só me escolher.

– Não se engane as respostas estão dentro de você. Você só encontra as respostas em si. – falou o rapaz feio.

– Você é tão sábio. – A menina se inclinou em direção ao rapaz feio.

– Mas é de mim que seus olhos gostam. – falou o rapaz bonito.

– E se os meus olhos estiverem enganados?

– Os olhos nunca se enganam. – o bonito começava a se irritar – Os olhos veem o real.

– Ele é real.

– Eu também. – falou o homem bonito.

– Eu não tenho tanta certeza.

A ponte começava a menear cada vez mais. A fúria daquele homem piorava a ponte.

– Qual o significado real dessa ponte? – perguntou a menina.

– Pense! Leia nas entrelinhas, ás vezes tudo na vida fica subentendido. – falou o homem feio.

A garota caminhou até onde se encontrava o rapaz feio. Eles se abraçaram e tudo clareou, a floresta virou um lindo bosque cheio de vida.

Então o homem bonito desapareceu, esperando o próximo que ele pudesse enganar, o próximo a atravessar a ponte. Todos irão fazer essa travessia um dia. Todos.



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