Os dias passavam calmos na vila de Suga, nem um ataque de Tobe contra Garu, e não tinham notícias sobre outros vilões ha um bom tempo, talvez arrumarão outro lugar para atacar.

Garu parecia começar se acostumar com a mudança de Pucca, mas nem por isso baixava a guarda, para ele aquilo era apenas uma fase, ele ainda acreditava que tudo voltaria ao ‘normal’ um dia, mas enquanto isso não acontecia ele tentava agir o mais normal possível perto dela.

- Ei Ching você vai querer esse camarão frito ? – Abyo mal perguntava e já pegava o camarão de dentro do obento da garota e comia.

- Eu iria comer sim .. – Ching pegava o último pedaço de carne do obento do garoto e comia – Você também não iria comer né ?

Pucca ria ao ver a cena dos dois amigos. Ching, Abyo, Pucca e Garu sempre comiam juntos no intervalo, apesar de que antes nessas horas o lanche virava uma guerra entre Pucca e Garu, ela querendo, a todo custo, dar comida na boca dele, e ele querendo ficar longe dela e comer em paz. Mas agora estava diferente, Pucca não fazia nada, estava sentada perto de Abyo e Ching, enquanto Garu estava sentado um pouco afastado do grupo, encostado no tronco de uma árvore, comendo um pão de curry.

- Olá Garu. – Ring Ring aproximava-se de Garu com um obento fechado nas mãos. – Eu fiz especialmente para você. – ela esticava os braços entregando o obento a ele.

Garu assentiu com a cabeça agradecendo a comida, por um momento ele olhou para Pucca esperando alguma reação da garota, mas ela se quer se virou para trás para ver o que acontecia. Normalmente se qualquer garota desavisada tentasse chegar perto dele, a garota já teria arrumado a maior confusão, ainda mais Ring, que sempre fazia de tudo para inferniza-la.

Ring já tinha ido embora e Garu não tinha aberto o obento, já estava satisfeito com o pão, ele só tinha aceitado por pura educação, nunca tinha dado atenção para Ring, e não seria agora que isso iria mudar, mas ela não achava isso.

- Ei Garu, você vai comer isso ai? – Abyo apontava para o obento ao lado de Garu.

O garoto negou com a cabeça, pegou o obento e entregou ao colega.

- É melhor você não comer isso Abyo. – Pucca podia não ter visto Ring entregando o obento, mas reconhecia aquela voz irritante em qualquer lugar.

- A Pucca tem razão, não se pode confiar na Ring Ring.

- Se ela deu isso aqui para o Garu deve estar bom, e eu não vou desperdiçar comida e ainda de graça.

O restante das aulas foi normal, nada de novo acontecia. No final da aula, como de costume,

 Abyo e Ching foram para o restaurante junto com Pucca, mas Garu não teve uma ida para casa comum.

- Ei Garu, posso ir para casa com você? – Ring Ring estava ao lado do garoto com os olhos brilhando, não teria como ele recusar, pensou.

Ele apenas deu de ombros, a casa dela era por aquele caminho mesmo.  Durante o caminho Garu não se incomodou com a presença da garota, mas a rua da casa dela já havia passado, e ele já estava ficando preocupado.  Um pouco antes de chegar perto floresta de Suga, onde ficava a casa de Garu, o garoto parou e ficou encarando Ring, como se estivesse perguntando o que ela estava fazendo ali ainda.

- Desculpe meu querido Garu, e que eu queria te acompanhar até em casa, você parece tão solitário ultimamente... – a garota se aproximou dele e deu um leve beijo em seu rosto. – Vou indo então, até mais...

O rosto de Garu ficou um pouco corado com o beijo da garota, pois não estava esperando, mas não passou disso. Não foi igual os beijos de Pucca que o deixavam todo sem jeito, sem saber o que fazer, se fugia da garota ou se ficava ali e deixava ela fazer o que bem quisesse com ele, os beijos que faziam ele duvidar de muitas coisas, mas isso agora era passado.
No restante do caminho para casa Garu ficou pensando no que Ring tinha falado, ele realmente estava mais sozinho depois de Pucca ter voltado a falar, ele andava mais sozinho, o tempo que a garota ocupava na sua vida, agora era preenchido por alguns cochilos, se dedicava mais aos estudos, ou apenas ficava na varanda de casa olhando o tempo, eu pareço um velho sem ter o que faze, apesar de que eu nunca fiz nada de diferente na minha vida.. o garoto ria de si mesmo, passou a mão entre os cabelos negros se achando a pessoa mais tediosa do mundo. Não demorou muito para chegar em casa, jogou as coisas em um canto da sala, foi ao quarto, estendeu o futon no chão, trocou de roupa e foi dormir um pouco.

Garu deve ter ficado deitado alguns minutos, antes de ser acordado por incessantes batidas na porta da frente.  O garoto se levantou e do mesmo jeito que estava: com o pijama preto e o cabelo todo desarrumado, foi atender a porta.  E para sua surpresa quem estava na porta era Ring Ring.

- Vejo que estava dormindo Garu querido – o garoto assentia com a cabeça e passava a mão nos cabelos tentando arruma-los. – Bem, eu vim te trazer um lanchinho e te fazer companhia.

A última pessoa que o garoto esperava encontrar em sua porta era Ring, ele esperava até Pucca já que, nessas horas quem aparecia ali era ela, toda animada, entrando sem autorização, atrapalhando qualquer coisa que ele estivesse fazendo.

Garu deixou Ring entrar, ele não tinha mais o que fazer mesmo e sabia que ela não iria tentar nada contra ele.

- Eu nunca tinha vindo à sua casa, é bem pequena... -  Garu fazia um pequeno gesto com a mão para que Ring se sentar. – obrigada .. – a garota seguiu a recomendação dele e sentou-se a frente da mesa. Garu foi até a porta que dava na varanda e a abriu deixando que o vento entrasse na casa, logo depois se sentando ao lado da garota.

Era estranho para Garu ficar ao lado de uma garota sem ser Pucca,estava tão acostumado a ela que a outra garota parecia ser anormal. Mesmo não notando ele ficava comparando Ring com Pucca, seu jeito, os movimentos, como elas faziam certas coisas, e até mesmo o sorriso. Era estranho estar com alguém tão diferente de Pucca.  

- Ei Garu..

Assim que Garu virou-se para ver o que Ring queria, a garota já estava quase em cima dele, pronta para beijá-lo, se não fossem suas habilidades, provavelmente isso teria acontecido. Por um instante ele viu Pucca no lugar de Ring, Mas se fosse realmente ela, eu não iria conseguir pará-la, pensou, e logo se arrependeu disso. Naquele momento ele se deu conta que desde que Ring entrara por aquela porta, ele vinha comparando ela com Pucca.   Ele se levantou rapidamente pegando Ring  pelo braço o mais delicadamente possível e a levou ate a porta, colocando-a para fora e logo a fechando.

Mas que droga esta acontecendo, até mesmo naquela hora, eu me lembrei dela....