Perfeição Inalcançável escrita por Simone Hoffmann


Capítulo 6
Perda


Notas iniciais do capítulo

Pois bem, mais uma parte da história. Espero que gostem ^^


Em breve irei postar uma nova história, fiquem atentos (:



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/155209/chapter/6

Por Sophia
A vida é uma peça de teatro que não permite ensaios. Por isso, cante, chore, dance, ria e viva intensamente, antes que a cortina se feche e a peça termine sem aplausos.

Charles Chaplin

Fiquei muito empolgada em saber que veria meu amigo novamente. Eu quase não conseguia mais suportar a saudade que eu sentia. Cada minuto me pareciam horas de espera. O motorista sentado ao meu lado parecia nem perceber minha ansiedade.

A paisagem que eu observava pela janela mudou drasticamente. As árvores ganhavam folhas, frutos e flores. Não estavam mais mortas. Apareciam arbustos, flores, pássaros, esquilos e coelhos durante quase todo o trajeto. Tudo era muito colorido.

Paramos em uma padaria onde comi coisas que eu nunca havia visto antes. Uma refeição com comidas que eu nunca experimentara antes porém muito deliciosas. Não sei como resisti a comer tão pouco mais. Continuamos nossa viajem, parando em vários outros locais para comprar suprimentos.

Passamos por vastos gramados verdes até eu avistar a enorme mansão. Pouco distante do jardim já existiam muitas florestas amontoadas.
Assim que cheguei um mordomo levou-me até o quarto de Erick, mas a porta estava trancada. Foram buscar a chave enquanto eu fiquei esperando. Tentei olhar pela fechadura ou mesmo chamar por Erick. Nada ouvi.
Esperei muito tempo. Não retornaram com a chave. Sentei ao lado da porta e fiquei ali durante um bom tempo observando o corredor e os quadros pendurados na parede. Ele parecia não ter fim, e estava vazio. Eu estava praticamente sonhando acordada enquanto esperava até ouvir um grito vindo do andar inferior.
Achei! - Gritou ela - Finalmente encontrei a chave!
Não é a toa que ela demorou. Devem existir mais de duzentos quartos nessa mansão! E como cada quarto tem uma chave diferente, bem... Talvez exista um quarto só para guardar todas as chaves...
E lá veio a moça correndo escada acima. Chegou sem fôlego, desculpando-se pela demora. Abriu a porta e pediu para eu entrar primeiro. Fiquei apavorada com o que vi.
Todos diziam que ele só poderia esta no quarto pelo fato de ele estar trancado. Mas Erick não estava lá. Haviam muitos lençóis amarrados uns nos outros formando uma corda que foi jogada pela janela e lá ainda estava dependurada quase arrastando no solo, a se balançar com a leve brisa. Caminhei pela janela e tentei avistá-lo, mas não pude ver qualquer sinal de Erick. Corri escada abaixo até o lençol dependurado do lado de fora. Observei ao redor e procurei qualquer pista que poderia me mostrar onde ele estava naquele momento. Vi pegadas, então fui na direção delas. Muitas delas estavam apagadas por causa da chuva da noite anterior, o que acabou dificultando minha busca.
Quando estava quase desistindo de procurá-lo, avistei alguém ao longe, escorado em uma árvore. Ao me aproximar percebi que era Erick. Meu coração batia cada vez mais rápido. Lentamente aproximei-me dele e fiquei ajoelhada em seu lado. Ao tocar em seu rosto percebi que estava gelado. Erick permanecia imóvel. Eu não ouvia seu coração bater. Ele estava morto. Ao perceber em qual situação eu me encontrava, lhe dei um forte abraço enquanto chorava baixinho, lamentando. Eu não sabia o que fazer, agora que meu único amigo já não estava mais comigo. Eu não era nada sem ele. Repousei seu corpo novamente ao chão, enquanto observava sua face. Lhe dei um beijo no rosto, levantei-me e comecei a recuar de costas. Acabei tropeçando e caindo em cima de algo pontudo que começou a perfurar minhas costas. Gritei de dor. A dor era tão forte que eu não conseguia suportar. Gemi muito até não conseguir aguentar mais. Permaneci desacordada ao chão durante muitas horas.

Ninguém veio recolher o corpo de Erick pois como seu tio não estava em casa há mais de um mês, ninguém se importava com ele e eu não podia fazer nada já que estava desacordada. Só retomei a consciência pelo menos seis horas depois. Estava com muita fome e mal consegui lembrar-me de onde estava.
Me levantei vagarosamente na direção de Erick. Chorei baixinho. Permaneci deitada ao seu lado enquanto uma leve chuva começava a chegar. Sem nada a fazer, deitei-me no colo de Erick, onde acabei adormecendo.
Depois de muita chuva acabei acordando com alguém chamando pelo meu nome e por Erick. Fiquei alguns segundos olhando em direção de onde vinha a voz até avistar uma pessoa que vinha caminhando em minha direção.
Estamos aqui! - Gritei, acenando. O homem veio correndo em minha direção. Ao se aproximar pediu que fossemos para dentro de casa. Fiquei paralizada enquanto o homem avançou alguns passos depois olhando para trás e perguntando porque eu permanecia imóvel. Continuei parada até ele aproximar-se e tocar em Erick, percebendo a situação. Lágrimas escorreram de meus olhos. O homem olhou para mim como se tivesse acabado de ver um fantasma. Pegou Erick nos braços e me chamou de volta para a mansão. Levantei-me e saí correndo atrás do homem pela neblina. Aquele foi o dia que eu nunca desejaria a alguém. Eu sentia um vazio terrível dentro de mim, um vazio de tamanho imenso o qual eu só tinha vontade de me atirar ao chão, gritar e chorar.
Mesmo sabendo que Erick estava morto, eu conseguia sentir a presença dele por perto. Mas por quê?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perfeição Inalcançável" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.