Minha mãe entrou, andou em direção a uma mesinha de centro feita de mármore localizada na sala. Pegou seu celular preto com linhas vermelhas e saiu. Subi as escadas e o encontrei em meu quarto olhando pela janela.

__Math?!

__Vem aqui! Lembra quando éramos crianças e ficávamos aqui?

__Claro que lembro.

__Me sinto assim agora... Ao seu lado, nessa mesma janela... Mas agora eu tenho coragem de ser seu.

__Math... Eu...

__Acho melhor conversarmos amanhã. Temos muito o que fazer.

Math, carinhosamente acariciou meu rosto e me puxou para perto dele. Fixando seus olhos em mim, Math começou a chorar. Lágrimas de tristeza e alegria, misturadas com medo e insegurança.

__O que foi?

__Será que ficaremos juntos... Para sempre? Ou isso será apenas lance de adolescentes?

__Se você quiser... Será para sempre.

__Eu a amo. Meu coração dispara ao seu lado. Quero estar sempre com você... Sempre...

__Math... Não devíamos...

__Podemos ver as regras depois.

Acabamos nos beijando como tínhamos feito na sala e dessa vez poderia durar muito mais que um simples momento... Paramos de nos beijar e Math retirou sua jaqueta. Colocando sobre mim e retirando sua blusa.

__Math... Não precis...

__Eu sei... Mas prefiro assim.

Nos beijamos novamente e dessa vez foi diferente. Um calor excessivo passava por nós. Não conseguíamos parar. A noite não terminava e o dia não queria nascer. Parece que ficávamos nos beijando sempre. Mas tem um motivo para isso.

Quando amanheceu, Papy subia as escadas em direção ao meu quarto. Acordei com os passos e me deparei com a imagem de Math sem camisa me abraçando. Tive o pensamento de que Papy poderia ter uma má impressão de nós daquele jeito. Cobri Math e fui até a escada me penteando.

__Papy?! O que faz aqui a essa hora?

__Vim visitar você. Você dormiu com essa roupa? Não ficou com frio?

__Não... Vamos tomar café!

__Claro. Por que você está se penteando agora?

__Acabei de acordar.

__O Math não estaria aqui com você?

__Por que?

__Você está com um brilho diferente em seus olhos. Posso dizer que ele dormiu aqui.

__Fala baixo. Podem ouvir.

__Ele dormiu aqui? E sua mãe?

__Não sabe. Ela ficou de plantão.

__O que fizeram sozinhos?

__Nada.

__Vou até seu quarto perguntar pra ele.

__Não. Volta aqui.

Papy subiu as escadas e foi até a porta do meu quarto.

__Ele dormiu sem camisa? E no seu quarto?

__Ele disse que se sentia melhor assim. Agora vem.

__O que rolou? Beijo de quantas horas.

__Não sei. Vamos!!!

__Eu faço o café da manhã. Você acorda ele.

Papy desceu e sentei ao lado dele para acordá-lo.

__Math! Acorda!

__Sumy! Já amanheceu?

__Sim.

__Que horas são?

__Acho que sete...

Math começou a me beijar loucamente. Eu tive de recusar, tínhamos visita em minha casa.

__Math, não é o melhor momento.

__Desculpe. Gostei de dormir abraçado com você.

__Precisamos descer, o café da manhã...

__É mesmo. Só preciso colocar minha camisa e aí eu desço. Me espere aqui.

Fiquei o vendo colocar a camisa e suar frio. Math era tão lindo e só meu. Meu coração disparado na mesma intensidade do coração dele, quase me fazia abraçá-lo e beijá-lo incessantemente.

__Vamos descer.

Descemos os degraus da escada, cobertos por carpete. Ao chegarmos à cozinha, estava tudo arrumado na mesa, mas ninguém além de nós na casa.

__Vou em casa tomar banho e trocar de roupa. Volto logo.

Math saiu e nem me beijou. Senti-me como se fosse trocada por algo ou alguém.