Seu vestido farfalhava pela grama enquanto corria. Seu coração batia forte, e sentia o coque malfeito que usava seafrouxar, quase soltado. Suava frio. O que faria agora? Gritar não era uma opção. Isso só pioraria tudo.

Chegou até a propriedade de trás do castelo, onde o mato era muito mais irregular e selvagem. Arvores cresciam sem o menor controle. Alice, então, reparou em muros altos e irregulares. Correu até eles só para se desapontar. Provavelmente era algum jardim particular, mas seja lá o que estivesse ali era escondido por uma porta de madeira que estava trancada.. Alice, pensando rápido, arrancou um grampo do coque e abriu a porta.

Entrou e teve que enfiar o punho na boca para não gritar. Fechou a porta devagar. E tentou não vomitar.

Estava parada no lugar mais horrível que já vira: Um bando de arvores estavam plantas, mas em seus galhos, em vez de frutos ou folhas, brotava cabeças. Alice, ao olhar melhor, percebeu que as cabeças tinham sido penduradas nas árvores como se fossem casacos. Alice tentou pensar um pouco. Sabia que a rainha estava acostumada a cortar a cabeça de todos que a contrariassem... não...

-Não... oh, meu Deus!- passou por uma cabeça de um menino ruivo. E se lembrou dele. No dia que tinha chegado em Wonderland, aquele menino estava sendo executado. - Não posso acreditar... aquele cretina!

Andou pelo Jardim de Cabeças por alguns segundos até destinguir uma livro encardenado de couro. Parecia com um diário. Impossível... Achou um lampião entre as outras árvores, ainda aceso. Abriu o diário e nem pode acreditar no que estava escrito.

-É isso! - disse. Tinha agora como terminar aquele pesadelo.