Loou estava saíra do prédio da escola e andava por uma longa faixa de grama muito verde que dava para a rua. Mas havia uma grade que rodeava o local, e Loou teria que achar um modo de sair.

A garota foi esconder-se atrás de algumas árvores que estavam perto da grade, para poder ver o lugar direito sem ser descoberta. Escondeu o corpo atrás de um tronco de árvore e colocou a cabeça pra fora, olhando a rua.

Sentiu uma mão em seu ombro. O pânico a invadiu, e ela virou-se rápido, crente que era algum tipo de segurança querendo saber o que ela estava fazendo ali, porque não era permitido sair sem o acompanhamento de algum funcionário responsável do colégio.

Viu quem era e não se sentiu nem um pouco aliviada. Era Adam, o menino das flores. Franziu a testa pra ele.

- Que é?

A expressão do menino era suave. Loou teve a impressão de que nada conseguia tirá-lo do sério.

- Imaginei que você estivesse querendo sair... eu sei um jeito. Só isso.

Loou se sentiu um pouco envergonhada pela falta de educação com ele, mas o garoto nem pareceu se importar. A garota deu as costas pra ele e disse que conseguia se virar.

- Ah, tudo bem... eu vou sair também, então se você quiser ajuda pode me pedir.

O garoto foi até uma outra árvore e segurou em um de seus galhos. Loou assistia, de modo disfarçado. A árvore se mexeu e seu galho se alongou e contorceu, enrolando em volta da cintura de Adam. Levou-o por cima do muro, para o chão. Depois largou-o e voltou ao tamanho original.

Loou assistia tudo meio boquiaberta, pensando no Salgueiro Lutador, do Harry Potter. Adam olhou pra ela e ela desviou os olhos. Ficou analisando a grade, procurando algum outro jeito de sair.

- Não sei se tem outro jeito, é melhor você aceitar a minha ajuda - riu ele.

Loou falou um 'tá bem' baixinho, e a árvore fez o mesmo com ela. A garota ficou meio assustada, mas procurou não demonstrar.

Quando o galho a largou no chão, ela não agradeceu a Adam. Só ficou olhando pra ele, perguntando com os olhos o que havia acabado de acontecer.

- Meu nome é Adam - sorriu ele.

- Que bom.

- E o seu, qual é?

- Não interessa.

- Não, sério - ele ria - pode me falar.

- Loou.

- Prazer.

- O prazer é todo seu.

Com isso, Loou foi andando à frente, em direção ao shopping. E Adam havia percebido que se aproximar daquela garota seria difícil. Seguiu-a.