- Calma gente! – eu falei me levantando.

- Anda! – disseram as duas juntas e me puxaram.

Elas estavam me puxando pelos corredores, e as duas loucas estavam correndo. Uma hora ou outra eu cairia.

- Ei gente! Eu vou cair assim. Esses sapatos não foram feitos para correr! – avisei-as.

- Ai Samantha. A gente tem que ir logo! – gritou Liz me puxando mais forte.

Elas foram me puxando até sairmos do inferno, ou como costumam chamar aqui, internato!

Fomos andando, graças a linda e maravilhosa Vênus, até um lugar onde estava lotado de gente subindo em uma coisa que parecia um carro mas era enorme e todo vermelho.

- Vamos. – gritou Michelle e me puxou junto com Liz.

Fomos até a porta da coisa e Liz e Michelle subiram.

- Anda Sam. – gritou Liz estendendo a mão para mim.

- Não vou subir aí. Tem muita gente. – falei.

- É um ônibus. É claro que tem muita gente. – explicou-me Michelle. Então aquilo era o famoso ônibus. Eu não gostei.

- Anda. – disse Liz e me puxou.

Eu quase tropecei no primeiro degrau, mas consegui não quebrar o salto.

- Sua infeliz! Ficou louca? – gritei.

- Moça. São duas libras. – disse o motorista para mim.

- Não vou te dar gorjeta! Isso aqui é horrível! – falei torcendo o nariz.

- Você tem que pagar se quiser andar de ônibus, Sam. – avisou-me Michelle.

- Mas eu não quero andar de ônibus. Será que ninguém me ouviu? – falei indignada!

- Então você vai andando. – falou Liz.

- Ah. Tudo bem. – gemi.

Abri minha bolsa e peguei minha carteira Pink da Gucci.

- Troca cinquenta? – perguntei ao motorista e o infeliz deu risada.

- Ai Deus. Toma. – disse Liz e deu duas libras ao motorista.

Tivemos que ficar de pé naquela coisa, segurando uma na outra. Pior experiência que eu já tive na minha vida! E olha que eu nem sou de reclamar!

Chegamos e eu praticamente pulei pra fora do tal do ônibus. Seja lá quem for que inventou aquela porcaria teria de ser ressuscitado só para eu poder matá-lo com minhas próprias mãos.

Fomos até o shopping mais próximo. Pelo menos alguma coisa tinha que ser boa nessa cidade.

Suspirei de alívio assim que passamos pela porta de entrada do mesmo.

- Próxima parada: Chanel. – falei e já fui saindo a procura de uma loja Chanel por lá.

- Ta louca? – perguntou Liz me puxando pra trás. O dia que meus braços caírem por causa das puxadas delas duas, eu as mato nem que seja com meus pés. – A Chanel é muito cara! Vamos é na Primark.

- Onde? – perguntei confusa.

- Na loja mais barata que tem aqui. – explicou-me Michelle.

- Ah não. Aquelas lojinhas que vendem coisas sem marca? Não, não e não! – neguei.

- Isso mesmo. – disse Liz e agarrou um de meus braços e Michelle fez o mesmo com o outro.

- Não. – gemi enquanto elas me puxavam em direção a tal da Primark.

Chegamos lá, e a loja era completamente horrível. Tinha blusas jogadas em cima de uma espécie de mesa com uma plaquinha enorme escrito: PROMOÇÃO RELÂMPAGO.

- Ah não. – gritei e tentei sair correndo, mas elas não deixaram.

Elas pegaram uma sacola e foram colocando milhares de blusas e calças que eu aprovava. A loja não chegava nem aos pés da Chanel é claro, mas havia umas roupas bem parecidas só que com ¼ do preço das Chanel.

Logo, eu deixei de lado o nome e os preços das roupas e comecei a me empolgar com as compras. Peguei milhares de blusas pra mim, e é claro, para a Megumi. Ela não havia chegado ainda porque teve de visitar seus pais antes de se encontrar conosco.

- Bu. – disse alguém perto do meu ouvido.

Eu me assustei e gritei fazendo Michelle e Liz olharem pra mim com olhares confusos.

Me virei e vi que era Megumi.

- Sua doida, quase me matou de susto! – disse colocando a mão no meu coração.

- Desculpe. – ela disse segurando o riso.

- Tudo bem, agora vamos continuar com as compras pra você! – falei.

- Ok. – ela disse e assentiu.

Algum tempo depois já tínhamos comprado todos os tipos de roupas e sapatos que achamos necessários para a Megumi parecer outra pessoa.