Incoherents escrita por MayonakaTV


Capítulo 4
IV- Better Luck Next Time, Prince Charming!


Notas iniciais do capítulo

É, agora eu apelei pro Alesana na hora de dar o título do chapter. Mais um flashback negritado aí, gente. q



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O cameraman estava parado no corredor perante uma porta qualquer, encarando-a confuso. Podia jurar que ouvira algo ali dentro. Forçou a maçaneta, estava trancada por dentro.


“U-uh, Hiza...”


Hiza? Deixara o equipamento com cuidado no chão, forçando o mindinho no ouvido de modo a conferir se estava limpo antes de encostá-lo à madeira envernizada, atento.


— Ahh, Kamijo... Isso... Hn..!


Arregalou os olhos, suando frio. Seu ouvido colado na porta não o enganava, Kamijo e Hizaki estavam ali dentro e ele podia visualizar perfeitamente (ou quase) o que acontecia. Abaixou-se, reavendo seu equipamento de filmagem e recuou, voltando apressado pelo mesmo caminho de onde viera. Esquecera-se até do que tinha a fazer; o coração batendo rápido, o cérebro martelando aquela ideia confusa. Seria possível que...?


— Senhor...!


Dentro do camarim apertado, nenhum dos dois se lembrava de controlar os gemidos de prazer que ecoavam pelo cômodo. Haviam combinado manter a discrição durante a rapidinha, porém, sabiam que aquilo era humanamente impossível.


Hizaki achava-se sentado sobre a penteadeira, de costas para o grande espelho no qual retocava a maquiagem minutos atrás. As unhas decoradas arranhando o peito de Kamijo, as pernas se fechando em torno da cintura alheia. O membro massageado pela fricção entre os dois corpos tirava completamente a sanidade do loiro de longos cabelos encaracolados. Kamijo sorria, arremetendo com mais força.


— Uhh... Ka-- ah! Kamijo...!


O maior apenas sorriu de canto, agarrando as coxas do guitarrista com mais violência. Pendeu a cabeça para trás, ofegando rápido. Hizaki já sabia o que significava, ele mesmo também já estava perto...


— K-KAMI..!


Ambos os baixos-ventres se contraíram ao mesmo tempo. O prazer de Hizaki espalhado pelo abdômen do outro, o de Kamijo preenchendo seu interior. Trocaram um último beijo cansado antes que o maior se retirasse de dentro do guitarrista, já se virando à procura das peças de roupa. Hizaki apenas observava, suspirando breve. Já se acostumara àquela cena, afinal, Kamijo era assim. Não tinha hora ou lugar para fazer sexo, e não era do tipo “meloso” após terminarem. Carinhoso, sim... Mas não o tempo todo, muito menos quando estavam passando o tempo dentro de um camarim quando deviam estar na rua a caminho de outra emissora. O guitarrista não o culpava, sabia dos riscos que corriam se fossem pegos e tinha plena consciência do medo de Kamijo em ter suas preferências sexuais reveladas ao público. Um medo perfeitamente compreensível, uma vez que ele também o tinha... Mas não era capaz de negar prazer ao parceiro. Descera da penteadeira, arrepiando-se ao tocar dos pés no chão gelado do camarim e também saindo à procura das peças de roupa que deixara por todos os cantos daquele pequeno espaço.


— Temos outro lugar pra ir hoje à noite, não? ─ Perguntou um tanto desanimado, vestindo a preguiçosamente a boxer vermelha.


— Mais um programa, e amanhã, ensaios... Pelo menos tenho você sempre por perto. Quando estava com Kaya, era bem mais difícil vê-lo.


— Pra mim, Kamijo e Kaya nunca foi uma grande combinação. ─ Abraçara os quadris do maior, depositando um breve beijo em sua nuca. ─ Prefiro o Kaya com o Juka.


— Juka? ─ Kamijo riu. ─ Você sabe que mesmo tendo essa queda pelo Kaya ele ainda se derrete perto do Mana... Pensa, dois ukes juntos não daria muito certo.


— É, aí eu concordo, mas...


— Hm, por que estamos falando do Kaya logo agora?


— Nee, Kamijo... Eu adoro estar com você, mesmo! Mas... Toda vez que estamos juntos fico me lembrando daquela vez em que ele chegou e nos viu na sua sala... Meio que me bate remorso, sabe? Ele gostava tanto de você... Não demos nenhuma explicação, deixamos como estava...


— E ele sobreviveu, não foi?


— Hm, é...


— Então esquece isso.


— Mas eu era amigo dele. Sabia que ele estava louco por você e devia ter te dado um basta quando veio de gracinha pra cima de mim. ─ Desviou o olhar para um canto da sala, sentindo a bochecha corada ser selada carinhosamente pelo vocalista. Tornou a fitá-lo, olhando-o no fundo das lentes. ─ Kamijo, você não sente falta dele? Não sente lá no fundo que errou feio com o Kaya?


Não obtivera resposta.


— . . .


— Kamijo..?


— Vamos embora, Hizaki-san. Estamos atrasados.


Abriu a porta com certa brusquidão, saindo na frente e deixando para trás um guitarrista perplexo, inseguro. “Hizaki-san?” Kamijo não o chamava assim se não fosse entre gemidos enquanto transavam. Teria tocado num assunto incômodo demais? Seria Kamijo tão insensível a ponto de querer esquecer-se de Kaya após ter prometido a ele tantas coisas e depois tê-lo trocado sem qualquer motivo óbvio? Pensava nisso quando o som dos saltos das botas de Kamijo no corredor parou de repente. Acertando os últimos fechos do enorme vestido, saíra do camarim. Kamijo, de costas para ele, estava estático próximo ao fim do corredor.


— Algum problema, Kami?


Caminhou até ele, tocando-lhe gentilmente o ombro e olhou adiante. Os olhos castanhos se arregalaram na mesma proporção que a boca ao ver que Kaya estava à frente de ambos, apontando uma arma para o rosto de Kamijo.


— KAYA?


— Oi, Hiza! Feliz em me ver?


Os dígitos nervosos apertaram o ombro do vocalista e os próprios ombros se retraíram, colando o peito às costas do loiro como se tentasse esconder-se atrás dele.


— Ai meu Deus...!


— Kaya, abaixa isso. ─ Pedia Kamijo, incapaz de esconder o nervosismo em seu tom de voz. ─ Por favor, abaixa essa arma...


— Não! ─ O revólver fora engatilhado, fazendo com que o trêmulo Hizaki se agarrasse mais ainda ao corpo do outro. ─ Vocês me traíram, acabaram com a minha vida... E agora eu vou acabar com a sua! ─ Um caminho de lágrimas despencou dos grandes olhos do vocal. ─ Chega de lágrimas e lápis de olho borrado! Agora eu quero derrubar sangue nesse chão, e vai ser o seu, Kamijo!


— E o seu também, Hizaki-san ─ Ecoou uma voz rouca atrás de Hizaki, seguida de um novo som metálico. O guitarrista voltou-se na direção oposta a fim de encarar o novo “inimigo”, um grito agudo escapou dos lábios finos do loiro antes que pudesse cobri-los com a palma. Firme na mão de Hora, o revólver apontava diretamente para seu peito.


A cabeça de Kamijo movera-se lentamente por cima do ombro, olhando de relance. O coração disparou ao reconhecer Hora.


— Mas que merda é essa? Reencontro do Schwarz Stein?


A exclamação foi tão alta que o cameraman que, por uma infeliz obra do destino, passava mais uma vez ali perto, fora atraído a ver o que se passava. Correu em direção aos músicos parados no corredor, entrando em desespero ao ver o brilho do revólver na mão esquerda de Kaya. Assustado, o cantor não pensou duas vezes. Automaticamente virou-se em direção ao pobre rapaz e disparou. O jovem caiu de costas no chão frio do corredor, com um buraco aberto à bala no lado esquerdo do peito. Hizaki gritou.


Kamijo e Hizaki não sabiam mais no que pensar. Engoliam em seco, suando frio, sentindo a respiração ficar mais lenta e as batidas descompassadas dos corações de ambos tornar-se audível à distância. Estavam costa a costa, na mira de dois canos de revólver, e tinham quase certeza de que não sairiam dali vivos.


— Porra...!



— Kaya, esp- - Kaya! ─ Gritou Kamijo, esmurrando a mesa a seguir. Kaya já havia sumido no corredor. ─ Merda!


— Kamijo, não é melhor correr atrás dele?


— Melhor não. Ele não vai conseguir se controlar e vai fazer um escândalo bonito no meio da rua... Vai ser ruim pra todos nós. Casos entre artistas já são um prato cheio para a imprensa... Entre homens, então...


— Certo... Hn... Eu já vou indo.,


— Já?


— Você não percebeu o que acabou de acontecer?



“Não, Hiza... Até agora, eu não tinha percebido...!”


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Notas finais do capítulo

Calor do Dix Infernal e eu me entupindo de chocolate, não dá outra. Faz isso com meu cérebro. XD Então, era pra ser o último capítulo, mas não consegui compactar o final nesse e tive que dividir pra deixar todo mundo puto. -Q O próximo é o último e a encheção de saco acaba, yakusoku suru! Tentem não acertar meus óculos quando jogarem as pedras, tá? :3



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