Youre My Soul escrita por BiiaahOShea, CaahOShea


Capítulo 19
Indecifrável


Notas iniciais do capítulo

Heeeeeeeeeyy!! Tudo bem?
E aí, como foram as festas? Feliz ano novo atrasado! o/
Bom gente, esse capítulo é supeer importante. Logo vcs irão descobir o porquê do nome.
E tenho quase certeza que ficarão um pouquinho intrigados hahaha
Queria agradecer a todos os reviews do capítulo passado! Obrigada meus anjos, ficamos mto feliz com todos eles!
Leiam as notinhas finais, tem um aviso ;)
Boa leitura!
Caah Nota: Ooi gente, passando aqui pra postar o capítulo pra vcs ^^ Boa leitura e desculpa qualquer errinho que tenha passado despercebido ^^ Beijão!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/154427/chapter/19

Capítulo 19 – Indecifrável

Pov Ian

Eu já não estava mais para festas. Quando percebi que algumas pessoas começaram a se dispersar, não perdi tempo. O que eu queria realmente era tomar um bom banho e ir direto para cama. Eu estava no mesmo quarto que Jamie e, por mais que eu gostasse do garoto, hoje não queria ouvi-lo falar sobre o casamento, com toda sua animação pairando sobre meu cansaço.

Rumei silenciosamente para fora da praça e segui meu caminho em direção a sala de banhos. Então, para minha total e completa infelicidade, avistei Fernanda. Dei meia volta e comecei a andar na direção oposta, não confiando em meu autocontrole.

– Espera! – Ela gritou – Ei, Ian!

– Se manda. – Respondi.

– Ai, quanta grosseria! Eu só quero falar com você.

– Já disse para dar o fora. Será o melhor que você fará, acredite em mim.

– Pois bem, eu não vou. Quero falar com você!

Ela se postou na minha frente, impedindo o caminho.

– Preciso de sua ajuda. – Ela disse finalmente.

Dei uma gargalhada irônica.

– Minha ajuda? E você realmente acha que eu irei te ajudar?

Empurrei-a para fora do meu caminho, irritado. Já tinha andado metade do túnel quando ela gritou:

– Eu quero acabar com o Lucas! Posso ajudar você a provar para a Peregrina que é inocente. Mas preciso de sua ajuda primeiro – Acrescentou depressa ao ver meu olhar.

– Então você admite que planejou toda aquela cena. Anda, você vai falar isso agora para a Peg. – Falei por entre os dentes e, furioso, peguei seu braço, arrastando-a comigo.

– Não, espera! Não vai conseguir nada me tratando desse jeito. – Ameaçou, fazendo com que parássemos de andar – Você não quer que a Peg saiba que andamos conversando a sós, quer?

Não andamos conversando a sós. – Murmurei.

– Não é isso que direi a ela – Um sorriso irônico de vitória dançava em seus lábios.

– Agora chega! – Gritei, encurralando-a na parede. – É a ultima vez que eu aviso você: Ou para com seus joginhos sádicos ou eu não me responsabilizarei pelos meus atos. Eu já devia ter tomado uma atitude contra você há muito, mas por enquanto já tenho problemas demais para resolver. Agora escute: Essa vai ser a sua ultima oportunidade de confessar para a Peregrina o plano que você tramou. Se não o fizer...

– Não adiantará, você não percebe? – Interrompeu-me – a minha palavra não será o suficiente para provar o que o Lucas tramou! Eu estou envolvida em apenas uma parte do plano, a coisa é muito maior do que você imagina! Se me ajudar, poderemos acabar com isso juntos.

– E porque você quer acabar com ele? Desistiu do seu amiguinho, foi? – As palavras raspavam meus dentes.

Ela gargalhou novamente. Mais um daqueles risos irônicos.

– Tenho meus motivos. E você também tem os seus. Estou propondo uma trégua, uma parceria, por algum tempo. Se pudermos acabar com ele, você nunca mais me verá.

– Isso sem duvida é o que eu mais desejo.

Assim que terminei de dizer isso, passos ecoaram perto de nós. E não seria nada bom arranjar mais uma coisa com que se preocupar.

– Vamos para longe daqui.

Com uma mão, arrastei-a para fora da caverna, espreitando a todo o momento para me certificar de que ninguém estava nos vendo. Paramos na caverna ao lado, onde os carros eram guardados.

– Se você está achando – comecei – que eu me juntarei a você, esqueça. Eu jamais me meteria com gente do seu tipo. Essas suas propostas... Foi o Lucas que pediu para que se aliasse comigo, não foi? Bom, sinto muito, mas você falhou.

– Sinceramente, Ian, você é muito inteligente para algumas coisas, mas tem vezes que é tão burro. Olha, só você pode me ajudar. Só você tem capacidade o suficiente para entender quem é o Lucas e só você tem motivos verdadeiros para odia-lo. Assim como eu. Se quiser, eu conto agora mesmo como participei no plano em que arruinou sua vida com a Peregrina e conto o básico sobre os meus motivos. Só, por favor, me ajude.

– Eu tenho nojo de você. – Falei com desprezo. – Você está pagando por se unir a ele, seja lá quais sejam os seus motivos de andar para trás agora.

– Eu nunca quis me unir a ele. O Lucas me ameaçou!

– E você nunca fez nada para impedi-lo!

– Olha, tem coisas no meu passado que ele sabe, e está prestes a contar para todos se eu não fizer o que ele pede. Ele é agressivo, sádico, você não tem idéia de como é ter de obedece-lo! Se ponha no meu lugar, Ian!

– Me por no seu lugar? – Ri irônico – Não se finja de vitima, porque você não é!

– ótimo! Eu desisto. Continue sem a sua alminha. Tente destruir o Lucas sozinho, então! Mas é provável que ele faça isso com você antes mesmo que possa sonhar com um meio de provar a Peregrina que você é inocente. E só para efeito de registro, se acha tão sofrível o que ele fez com você e sua namoradinha, fique sabendo que não chega perto do que ele é capaz de causar a outras pessoas! Como se nunca tivesse havido historias de relacionamentos terminados por culpa de segundas pessoas! Isso é meramente um aperitivo se você ousar se colocar no caminho dele.

Por mais que eu tentasse negar, aquelas palavras realmente fizeram efeito. Eu estava cedendo, e tinha medo que as lagrimas nos olhos dela minimizassem minhas suspeitas. Eu poderia experimentar unir-me a ela... Mesmo estando esperto a qualquer sinal de controle. Poderia tentar....

Fernanda já estava saindo da caverna quando por fim disse:

– Amanhã ao anoitecer esteja aqui. Não estou prometendo ajuda-la, mas posso me dispor a ouvir o que você tem a dizer. E que fique bem claro: eu cobrarei sua parte em me ajudar.

Ela se virou com os olhos brilhantes de lagrimas, e com um aceno mínimo de confirmação, partiu.


POV PEG

Sentia meu corpo inteiro se manifestar contra a dor que o assolava. Ao longe eu conseguia ouvir uma voz, algo parecido com um sussurro que eu não podia identificar. Tentei me levantar, mas sem sucesso. Estava inquieta.

Abri os olhos. Uma claridade ofuscante cegou-me momentaneamente, então, pude ver os contornos de um rosto preocupado: Doc.

– Como se sente, Peg?

Tentei sentar, mas um par de mãos me empurraram de volta ao travesseiro.

– Você precisa descansar. Tome – ele me entregou uma tirinha transparente que imediatamente coloquei debaixo da língua – isso vai fazer você se sentir melhor.

– Como vim parar aqui?

– Brandt te encontrou desmaiada na salas de banhos. Ele te trouxe para cá.

– Onde ele está agora? – Perguntei varrendo os olhos pelo hospital.

– Ele está esperando lá fora.

– Ah... certo.

– Enquanto eu te examino gostaria que respondesse a umas perguntas, ok? Seja sincera, Peg.

– Tudo bem.

– Sente-se. Sente dores de cabeça freqüentes?

– Sinto.

– Há quanto tempo? – Perguntou enquanto analisava meus olhos com uma luzinha.

– Não tenho certeza, mas acho que há pelo menos uma semana.

– Você saberia me responder se o corpo em que você habita é propenso a desmaios?

– Que eu saiba, não. Essa foi a primeira vez, embora eu me canse fácil.

– E ao decorrer desses dias você fez algum grande esforço?

– Não... Só organizar o casamento da Mel, mas isso não foi nada demais. Há algum problema, doc? – Indaguei um pouco assustada ao ouvir seu tom totalmente profissional me interrogar. No entanto, Doc ignorou minha pergunta.

– Tem tido insônia?

– Ultimamente sim.

– Dores no corpo.

– Sim.

– Algum outro sintoma?

– Muitas vezes cheguei a ter tonturas, mas passavam com a mesma rapidez que vinham.

– Existe alguma chance de você estar grávida, Peg?

– Não. – Respondi com convicção.

Ele assentiu, ainda em silencio, pegando o estetoscópio em cima da mesa e pressionando-o contra meu coração por baixo da camiseta.

– Respire fundo. Isso... Agora, lentamente, solte o ar.

Decorridos alguns minutos de vários exames comuns, Doc anunciou:

– Peg, receio que você terá de passar a noite aqui.

– Mas por quê?

– Desmaios e tonturas freqüentes não são sintomas de uma simples gripe, Peg. Eu verifiquei a sua pressão quando chegou aqui e não houve nenhuma mudança significativa que a tenha feito desmaiar. Quanto a sua temperatura... Voce estava tão quente que por um momento temi que os remédios não fizessem efeito. E foi um grande erro seu não ter-me procurado quando sentiu tonturas e dores de cabeça. – Repreendeu com seu tom de voz anormalmente preocupado.

– Então quer dizer que eu estou doente?

– Talvez. Para ter certeza do que você tem precisaria de mais equipamentos, mas em nossas condições atuais é impossível montar uma ala hospitalar decente. Você ficará sob observação por enquanto.

Assenti com um aceno de cabeça.

– Já posso entrar? – Perguntou alguém parado na soleira da porta.

– Claro. – Respondeu Doc.

– Oi Peg. Como se sente?

– Melhor. Brandt, obrigada. Eu provavelmente ainda estaria la se não fosse você.

– Que isso, não tem que agradecer, não. O veredicto já foi dado – Perguntou ele um tanto brincalhão.

– Vou ter que passar a noite aqui. Doc disse que precisará acompanhar meu caso durante algum tempo.

A expressão de Brandt passou de brincalhona a um misto de preocupação e curiosidade.

– Por quê? É alguma coisa grave?

Dei de ombros.

– Doc não sabe o que está acontecendo. Ele quer me mantes sob observação até que tenha certeza de que eu estou bem.

– Entendo. Bom, acho que vou dormir um pouco. Precisa de alguma coisa, Peg?

– Não, obrigada Brandt. Pode ir.

– Até amanha, Peg. Boa noite.

Despedi-me dele e meus olhos o acompanharam até a saída do hospital. Decidi deitar novamente. Doc adentrou sorrateiramente trazendo nos braços cobertas e um travesseiro.

– Aqui. – Ele os estendeu para mim – Vai se sentir mais confortável com isso.

– Obrigada.

A ultima coisa que vi foi Doc se ajeitando em um colchão próximo a uma das paredes da caverna. Depois disso, simplesmente deixei minha mente cair na inconsciência.


POV IAN


O dia amanheceu mais depressa do que eu poderia imaginar. Jamie também pareceu achar isso, já que se levantou parecendo mais com um zumbi.

– Boa dia – ele disse com um bocejo.

– Bom dia. Você vai pra onde depois do café?

– Vou ajudar na limpeza. – Resmungou.

– Então me faça um favor. Passe na plantação e avise Jeb que eu irei me atrasar um pouco.

– Você vai aonde?

– Tomar um banho.

– Ah, ok.

Peguei uma muda de roupas limpas e sai em direção a sala de banhos. Por sorte, não peguei nenhuma fila, e aproveitando que estava vazia, demorei-me um pouco mais. Estava terminando de me vestir quando uma respiração ofegante encheu a sala.

– Ian, você está aí?

Era Jamie.

– Já estou saindo.

– Vem logo.

– Por quê? O que aconteceu? – Perguntei enquanto andava de encontro a jamie e colocava a camiseta ao mesmo tempo.

– Parece que a Peg está doente. Alguém te avisou?

– Doente? Ninguém me disse nada. – Respondi surpreso, iniciando a caminhada até a ala hospitalar.

– Bem... achei que você deveria saber.

– Você já foi no hospital?

– Não. Vim te chamar primeiro.

Assenti.

Faltavam apenas alguns metros quando avistei Jared e Melanie próximos a maca em que Peg estava.

– Não se preocupem – ouvi-a dizer com a voz fraca – acho que não é nada demais. Talvez daqui a alguns dias eu já esteja completamente bem.

Jamie se dirigiu imediatamente a eles enquanto eu me voltava a Doc, que anotava alguma coisa em sua prancheta.

– O que ela tem? – Perguntei sem rodeios.

Doc não ergueu os olhos.

– Eu não tenho certeza.

– Não tem... Como assim?

– Os sintomas não se ajustam a uma doença. Poderia deduzir que é uma virose, mas também acho que não.

– Há quanto tempo ela está aqui?

– Um dia. Brandt trouxe-a desfalecida para cá ontem a noite.

– Ela desmaiou? - Indaguei atônito.

Doc olhou para mim brevemente por cima dos óculos e voltou sua atenção para a prancheta.

– Foi o que eu disse.

– ótimo, e como é que ninguém me avisa que ela está doente?

Ele não respondeu.

– O que você está anotando? – E pela primeira vez pude ver seu rosto. Parecia incrivelmente cansado.

– Estou anotando tudo o que tem acontecido com a Peg desde que ela chegou aqui. Ian, preste atenção, pode não parecer nada demais aos olhos dela e dos outros, mas eu conheço o assunto. Não quero que comente com ninguém o que foi lhe dizer agora, porque são só suspeitas, mas seja la o que ela tem parece estar evoluindo, contrariando os efeitos dos remédios. Ontem ela estava com febre acima dos quarenta graus e eu podia jurar que os remédios não estavam fazendo efeito. Apliquei uma dose realmente grande e graças a Deus baixou. Depois que ela recobrou os sentidos, parecia saudável, como se tivesse tido um mal estar repentino. E hoje de manha acorda totalmente diferente do que parecia há horas atrás, como se os sintomas principais tivessem aderido uma resistência maior. Dores de cabeça, tontura, tosse...

– Mas por que você não acha que é uma virose? – Interrompi - Poderia ser, porque de acordo com o que você acabou de me contar, os sintomas não parecem ser tão diferentes dos normais.

– Ian, você não percebeu o que eu lhe disse?! Os remédios não estão surtindo efeito! Se fosse uma virose, uma gripe ou qualquer coisa do gênero já teria melhorado! Não posso afirmar nada com certeza, mas temo que as minhas suspeitas se comprovem daqui há alguns dias caso apareçam mais sintomas ou não haja melhora.

Isso me parecia ser uma grande loucura, mas não pude deixar de ficar preocupado.

– E se os remédios não funcionarem...? – Mas o resto da minha pergunta foi abafada por um tossir extremamente alto e histérico. Doc largou a prancheta e correu até o leito de Peg, espirrando alguma coisa no ar a sua volta. Ela pareceu melhorar. Fui até eles.

– Como se sente? – Perguntei.

– Já estive melhor – Tentou brincar, mas ainda sem me encarar nos olhos.

Suas palavras fizeram jus ao seu estado. Agora que a via de perto, pude perceber que seu rosto não só aparentava um cansaço muito grande como também estava molhado de suor. Melanie parecia tentar conte-lo, já que em sua mão havia uma pequena esponja. Jamie estava do lado oposto ao nosso da maca e parecia um pouco assustado.

– Quando você acha que a febre irá baixar? – Jared perguntou a Doc.

– Apliquei a mesma quantidade de remédio que tinha aplicado ontem. Provavelmente daqui a alguns minutos, espero. – Não sei se os outros notaram que a voz dele não tinha muita convicção, mas eu certamente notei.

– Não precisam ficar aqui o dia inteiro. Vão, devem estar com fome – Peg disse.

– Você não quer a gente aqui? – Alfinetou jamie, brincando.

– Obviamente quero estar com vocês, mas não aqui. Não quero que passem o dia inteiro se preocupando como se eu estivesse muito doente. – Respondeu seria.

– Ela está tentando amenizar o clima. – Doc explicou horas depois, quando todas as visitas foram embora e não restou ninguém no hospital alem de nos três. – Acho que ela sabe que não sairá daqui tão cedo, mas não quer preocupar os outros.

– Do jeito que você fala parece que ela está realmente mal e... Eu fico me perguntando como pode ser possível. Quero dizer, ela parecia completamente bem ontem no casamento e de uma hora para a outra...

– É o que me preocupa também. É como se ela tivesse sido assolada de repente por algo forte que torna sua resistência cada vez mais fraca. Jeb pediu para ser informado até dos mínimos detalhes; quer estar a par das informações.

Olhei para o lado. Peg agora dormia, mas não parecia ser um sono tranquilo.

– Ela ficará bem?

– Estamos tentando desvendar o que ela tem, e uma vez que saibamos, será muito mais fácil tratar do caso.

– Mas... e a febre? Não parece ter diminuído.

– Eu sei. – Doc suspirou – Mas funcionou com todos os outros, terá de funcionar com a Peg também.

Assenti.

– Preciso ir. Tem muita coisa a ser feita ainda. Mantenha-me informado, Doc.

E saí do hospital.

Quando fui para plantação, percebi que já devia passar das quatro horas da tarde. Trabalhei o máximo que pude antes de anoitecer e perto do crepúsculo me dei conta que havia marcado com a Fernanda na caverna ao lado. Era exatamente isso que eu precisava para tornar o meu dia pior...

Assim que anoiteceu, guardei meu material de trabalho, troquei de camiseta e rumei para fora da caverna.


POV MELANIE

Eu mal conseguia acreditar que a Peregrina de ontem – animada e alegre – pudesse estar hoje na ala hospitalar doente e fraca. Não fazia sentido... Ela estava bem! Como, de repente, pudesse estar dessa forma?

Foi Jeb quem nos avisou hoje pela manha que Peg estava lá. Admito ter ficado um tanto assustada quando soube do ocorrido, mas o choque de vê-la de uma hora para outra tão fraca foi maior. Ficamos com ela durante a maior parte da manha até que Doc nos mandou embora alegando que Peg precisava descansar. A ultima vez que vira Doc tão cansado foi quando Jamie ficou doente, mas agora é diferente, uma vez que temos remédios que não só tratam mas curam o que quer que seja.

Meus pensamentos foram interrompidos por uma dor aguda no meu dedo indicador. Só então percebi que o havia cortado com a faca que estava usando para descascar as batatas. Segurei-o com a mão esquerda e xingando baixinho, coloquei-o debaixo d’água. Enrolei o dedo sangrento com um pedaço de papel para evitar que o sangue continuasse a escorrer e voltei a minha tarefa.

– Que aconteceu com sua mão, Mel? – Arrepiada perguntou ao entrar na cozinha. Apenas eu estava ali, já que não conseguira dormir e seria bom ter companhia.

– Ah, olá Repy. Cortei o dedo.

– Que falta de sorte. Deixe-me ajudá-la. – E pegando outra faca, começou a me ajudar com as batatas. – Foi excelente a festa ontem.

– Obrigada – Sorri – Mas o credito é todo da Peg e do Cal. Foram eles quem saíram em excursão. Falando nisso, como vão vocês dois?

– Muito bem. Eu gosto muito dele. Acho que eu estou...

– Apaixonada. – Completei, sorrindo ao ver seu olhar um tanto sonhador.

Ela riu.

– Graças a vocês e a Peg que nós nos conhecemos.

– Pois é, acho que todos nós devemos algo a Peg. – Suspirei.

– Ela ficará bem. – Tranqüilizou-me.

– Eu sei. Mas ela parecia tão... frágil no hospital. E Doc não sabe o que está acontecendo... Tudo isso é tão confuso.

– Eu também estou preocupada – Concordou ela – Mas tenho certeza que ela ficará bem. Ela é forte.

Assenti. Ficamos em silencio durante um momento até que Arrepiada quebrou-o.

– Sabe, Cal estava me dizendo que mais futuramente estava pensando em voltar para o Nate. Ele ainda ajuda nas incursões e em todo o resto, mas agora mora mais aqui do que la.

– Imagino que ele sinta falta das pessoas de lá. – Concordei.

– É, eu também acho.

– Então você iria com ele?

– É o que eu estive pensando. Será meio difícil de nos vermos caso ele volte para lá...

– Entendo. Bom, mas ele irá querer que você o acompanhe.

– Espero. Por que é realmente complicado namorar a distancia. – Rimos as duas.

– O que você irá fazer com essas batatas? – Repy perguntou.

– Vou cozinha-las amanha para o almoço. Repy, se importa em terminar de descasca-las para mim? Eu vou até o hospital deixar algumas coisas caso o Doc ou a Peg sintam fome pela manha.

– Tudo bem.

Saí com a bandeja que havia preparado a pouco e rumei em direção ao hospital. Quando cheguei la, Doc dormia sobre a pequena papelada em sua mesa; olhei para Peg.

– Oi Mel. – Cumprimentou. – Por que não está dormindo? Já passa das duas da manhã.

– Não consegui pergar no sono... Peg, como se sente?

– Estou na mesma.

– Quer comer alguma coisa?

– Não, obrigada, Mel. Estou sem fome.

– Mas você precisa comer!

Ela revirou os olhos.

– Como se não bastasse o Doc e agora você também?

– Só estamos querendo cuidar de você, Peg. – Expliquei.

– Eu não sou criança, Mel. – Alegou com firmeza – Obrigada pela bandeja; deixe-a aí, Doc provavelmente acordará com fome.

Abri um espaço entre a espessa papelada que ocupava a mesa de Doc e depositei a banedeja com cuidado.

– Como andam as crises de tosse? – Perguntei.

– Por culpa delas eu não preguei o olho ontem à noite. É difícil ficar sem tossir. Isso está começando a afetar minha garganta. Mas isso é o de menos. Quem lliga para uma dor de garganta idiota? – Ela sorriu, parecendo mais uma careta.

– Está tudo bem, Peg? – Desconfiei.

– Está... é só um mal estar.

– Quer que eu acorde o Doc?

Peg negou.

– Ei, o que foi? – Perguntei ao vê-la sentar com uma mão na garganta.

– Mel... Não consigo respirar! – Arfou o peito subindo e descendo no esforço de levar o ar aos pulmões.

– Ah meu Deus... Doc, Doc acorda!

POV IAN

– Eu repito: Se você andar para trás em qualquer momento ou se eu descobrir que isso não passa de mais um plano nojento seu, não responderei pelos meus atos.

– Você tem minha palavra, já disse.

– Ah, certo, esqueci que isso vale muito! – Ironizei.

– Acha mesmo que eu iria confessar que eu ajudei o Lucas a separar você da Peregrina? E que iria contar como foi que tudo aconteceu se eu não estivesse mesmo interessada em acabar com ele?

– Mas ainda não me contou seus motivos em querer isso de repente.

– Eu já lhe disse. – Murmurou Fernanda por entre os dentes – Ele sabe coisas sobre mim, coisas sobre o meu passado de que não me orgulho. Ele me obrigou a fazer metade das coisas que fiz com chantagem. Se eu não tivesse sido idiota o bastante para ir correndo atrás dele quando ainda pensei que ele fosse um pouco mais digno talvez as coisas fossem diferentes. Mas não são. Ele me usou, mas não quero e não vou deixar barato.

– Deveria deixar você sofrer as conseqüências. Quem sabe não aprende a abrir os olhos?

– E eu deveria deixar você se descabelar para voltar com a sua alminha. Que tal? Ian, nós temos um propósito em comum. Eu acabei de lhe contar tudo que sei sobre ele e me dispus a espiona-lo. Você não correrá nenhum risco por enquanto e até que você entre na jogada sua queridinha já estará com você.

– Que? – Disse pasmo - você acaba de me dizer que fará tudo sozinha por enquanto e mesmo antes de eu participar nesse plano você já terá contado a verdade a Peg?

– Então? – Perguntou arqueando uma sobrancelha – Ainda acha que estou mentindo?

Estreitei os olhos.

– Essa é sua ultima chance de se decidir, Ian. Um ajuda o outro. Topa? – E estendeu a mão.

Hesitei um momento e apertei-a.

– Essa será uma excelente aliança – Disse ela sombriamente.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ahá, a peg nao está gravida! kkkk
Sei que mtos de vcs imaginaram isso, mas qndo ela tiver a primeira vez faremos questão em retrata-la kk
E devem estar achando o Ian um imbecil, imagino? Bem, se acalmem, ainda MTAAA coisa vai rolar. hehe
Esse capítulo eu considero como um ponto de partida para muitaas coisas que ainda acontecerão. Graças a ele vcs terão uma surpresa! o/
E o aviso gente, é que eu estou viajando - alias, quem está postando o cap. é a Caah - e por isso será dificil escrever mta coisa durante umas duas semanas.
Vou tentar escrever enquanto estiver fora, mas com a praia e a piscina me seduzindo será um pouco complicado =S rs'
E tbm nao conseguirei responder aos reviews imediatamente, uma vez que ficarei sem internet =(
Esperamos que tenham gostado do capítulo e queremos a opinião de vcs!
Sintam-se a vontade para fazer qualquer critica, sugestão e se necessitarem escrever um texto ele será lido por nós com mta alegria!
E se estivermos agradando de vdd, pq nao uma recomendação? o/ HAUSHAUHSAUHUSAHUSHAH
Bom, é isso ;D
Beijooos pra vcs, amores!