As garotas passaram a tarde treinando, como sempre, dando tudo de si para que ficasse perfeito. Já os outros artistas resolviam pequenos detalhes, pensavam no que vestir e conversavam entre si. A tarde passara incrivelmente rápido e antes que se dessem conta, todos precisavam voltar aos dormitórios para tomar banho e se arrumarem para voltar a SM.

Nos dormitórios, como já era de se esperar, discussões para ver quais membros iriam tomar banho primeiro. No dormitório do SuJu o dilema foi resolvido, como sempre, com pedra papel e tesoura, já no das meninas decidiram quem iria antes e depois pelo tempo que cada uma costuma demorar. Após o banho as meninas decidiam os vestidos, se maquiavam e ajeitavam o cabelo, enquanto os meninos se arrumavam, sempre com as incessantes brincadeiras.

A noite seria dividida em duas partes, a primeira aberta para a mídia e a segunda seria a tão esperada festa, realmente merecida, aos artistas da SM, fechada para qualquer um que não estivesse na lista ou trabalhasse para a SME.

Na primeira parte, um mini discurso da artista solo, Boa Kwon, homenageando o trabalho duro da empresa e todas as recentes vitórias que têm obtido, e em seguida uma seção de fotos dos artistas presentes, cuja qual pós um fim a parte da noite aberta para a mídia e a imprensa foi retirada, dando início à verdadeira festa.

Em questão de minutos as soshis trocaram seus vestidos pelas roupas que usariam no palco e deram início a apresentação que praticavam há dias, com as duas músicas do SJ selecionadas. Como o esperado, foi simplesmente impecável e digna e todos os aplausos e gritos de incentivo recebidos. Após a brilhante apresentação elas foram vestir novamente seus trajes de festa e a música tocava alto, muitos dançando animadamente.

O bar preparava bebidas e coquetéis. Havia em torno de 25 mesas, cada uma com petiscos para quem se sentasse a ela. O Buffet estava rico, bem feito e aparentava delicioso. Garçons circulavam constantemente com bebidas geladas e petiscos. Os artistas estavam divididos entre os que dançavam e os que conversavam sentados às mesas ou ao bar, comendo ou bebendo algo de vez em quando.

Todos os grupos pareciam completamente misturados, Changmin conversava com Kyuhyun, Krystal dançava com Minho, BoA e Yunho conversavam sentados de frente para o bar, Sunny  e Taeyeon conversavam sentadas em uma das mesas, um ambiente realmente de festa. Então Donghae percebeu que a oportunidade que tanto esperava havia chegado. Quando procurou Tiffany olhando atentamente para cada rosto a viu pedindo um coquetel, sozinha. Segundos atrás ela conversava animadamente com Sulli e Yuri, e ele soube que se não aproveitasse essa chance, seria bem difícil que conseguisse outra. Afastou-se de Sungmin e Shindong e foi até onde Tiffany estava, parando ao lado dela, encostando-se na bancada e a olhando com um sorriso no rosto que ela retribuiu assim que o viu.

– Oppa! – ela falou – Como fomos?? Treinamos bastante e fizemos tudo que vocês nos ensinaram!

– Fantásticas! – falou ele sorrindo – Fizeram um ótimo trabalho. – disse realmente sincero e ela sorriu ainda mais, ele sentindo seu coração bater mais rápido, amava o sorriso dela. Precisava fazer isso e agora. Tinha medo de que não fosse apenas um mal-entendido, mas precisava conversar com ela.

– Tiffany – ele disse então, o sorriso começando a desaparecer – Precisamos conversar. – falou e ela assentiu o deixando levemente confuso.

– Sim, precisamos mesmo, oppa. – ela disse e ele começou a se perguntar o que ela estaria pensando. Por que ela queria falar com ele também? E seria isso algo bom ou ruim? Tentou afastar esses pensamentos e então, rolando os olhos por todo o ambiente, encontrou o local ideal onde poderiam conversar. Enquanto isso o barman entregou a Tiffany seu coquetel, perceptivelmente sem álcool devido ao cheiro. Segurou então a mão dela que não segurava o copo de vidro e começou a guiá-la por entre a multidão ao local que havia visto. Ela apenas se permitiu ser levada, um tanto confusa.

A festa ocorria no último andar do prédio da SM, com uma extensa varanda em um dos lados. Foi exatamente para lá que Donghae a levou. Havia visto uma das portas de vidro que davam acesso ao local e percebeu que lá seria, talvez, o único local relativamente silencioso no qual poderiam conversar a sós. Ele então a guiou até lá, ainda segurando sua mão, encostando-se no parapeito da varanda e virando-se para olhá-la. Ela parecia nervosa e preocupada. Olhava apenas para o chão ou para a paisagem a sua frente, evitando a todo custo olhar nos olhos dele.

– Tiffany sshi – ele disse, ela olhando para ele apenas por reflexo, mas logo desviando o olhar, o fazendo soltar um suspiro baixo de frustração – Tiffany sshi, por favor, olhe para mim. – ele pediu e ela, após certa hesitação, virou seu rosto para que olhasse em seus olhos negros que não desviavam o olhar de si nem por um segundo. O olhar dele era altamente marcante, penetrante e convidativo, o tipo de olhar capaz de revelar tudo que sente com apenas uma olhada. Tiffany nunca o virá olhar com toda essa intensidade para ela, tão sério. Ele estava determinado a ter essa conversa com ela, mesmo com a chance de que saísse magoado. Após seus relacionamentos passados aprendeu uma grande lição: adiar a verdade não irá mudá-la e adiar a dor não a fará sumir, apenas a aumentará, tornando o momento da verdade o mais temido.

– Oppa... – ela tentou falar – Eu sinto muito oppa.

– Não. – ele falou sério – Não me diga novamente que sente muito, não estou aqui para ouvir isso. – ele falou, ela o olhando atentamente, levemente assustada com a firmeza em sua voz – Tiffany sshi, eu sei como me sinto quanto a você e, embora saiba que pode não ser recíproco, preciso tentar. – ele falou, seu tom mudando, e ela já sentia seu coração bater bem mais rápido – Fany eu... Cada vez que vejo você, que vejo seu lindo sorriso sempre brilhante eu sinto que isso é tudo que preciso. Sinto que posso apenas vê-la sorrir pelo resto da minha vida e me sentir completamente satisfeito. – ele falava, um sorriso formando-se em seus lábios. Em seguida ergueu sua mão em direção ao rosto dela, hesitando de leve no meio do caminho, mas prosseguindo, acariciando-a de leve, delicadamente. Ela fechou os olhos, reagindo positivamente ao carinho, amando a sensação. A mão de Donghae era quente e macia e a tocava com tanta leveza e delicadeza que era como seda.

– Tiffany, eu estou mais imerso nisso do que possa imaginar. – ele falou afastando sua mão do rosto ela, Tiffany abrindo os olhos e sendo envolvida pelo o olhar dele mais uma vez – O que aconteceu no restaurante... Tiffany, eu peço desculpas. Tinha certeza de que você correspondia meus sentimentos e fui apressado. Desde então tenho estado confuso e preocupado. Não sei o que pensar e tenho tentado acreditar em algo que talvez venha a me magoar muito, mas foi a única maneira que eu encontrei de não sofrer por antecedência, mas sei bem que não devo me iludir, então... Tiffany... preciso que me diga. Como você se sente com relação a mim? – ele falou, olhando fixamente em seus olhos. Tiffany sentia que seu coração iria pular do peito a qualquer momento. Seus olhos já abrigavam lágrimas que transbordariam a qualquer momento. Ela não sabia como dizer tudo que sentia. Um sorriso formava-se em seus lábios enquanto as lágrimas caiam e a única coisa que conseguiu fazer foi jogar seus braços ao redor da cintura dele, abraçando-o com força enterrando seu rosto no peito dele, pegando-o completamente desprevenido.

A essa altura as lágrimas escorriam rápidas por seu rosto molhando completamente a camisa de Donghae. Ela começou então a chorar ainda mais e ele passou seus braços ao redor dela, retribuindo o abraço e acariciando seu cabelo castanho escuro uma mão enquanto mantinha a outra nas costas dela, a mantendo próxima a ele. Tiffany apenas chorou com um sorriso verdadeiramente brilhante em seu rosto por um curto tempo enquanto ele apenas a consolava com um sorriso gentil nos lábios. Vez ou outra acariciava seu rosto também, enxugando seus olhos inutilmente, pois segundos depois já estavam molhados novamente, mas, cada vez que o fazia ela sorria ainda mais, tornando impossível para ele não sorrir também.

– Oppa... – ela falou quando finalmente foi capaz de controlar suas lágrimas, separando-se do seu abraço e olhando em seus olhos mantendo seu sorriso – Donghae oppa, eu estava tão preocupada! Eu pensei... Eu pensei que estivesse estragado tudo! – então o sorriso dela sumiu enquanto ela se lembrava da cena – Eu vi como você ficou e fiquei me sentindo tão mal! Donghae oppa, a última coisa que eu queria fazer era magoá-lo!  Eu fui tão estúpida! Fazia tanto tempo que eu não me sentia assim por alguém e tanto tempo que alguém chegava tão perto... eu fiquei tão nervosa! Como uma garotinha fica antes do seu primeiro beijo. – ela riu fraco, ele esboçando um sorriso – Sei que não quer ouvir isso, mas por favor me desculpe e acredite em mim.

– Eu acredito. – ele assegurou com um sorriso sem mostrar os dentes a fazendo sorrir também. Um sorriso tão sincero. Tiffany sentia-se feliz em cada poro de seu corpo que nem sabia direito como expressar tudo isso.

Donghae então olhou para o chão por alguns segundos, mas logo voltando seus olhos para os dela. Tiffany pôde ver um brilho em seus olhos, mesmo que ele não estivesse sorrindo. Parecia uma criança com os olhos brilhando de esperança.

– Tiffany sshi... Então você... você queria? – ele perguntou levemente hesitante e ela sentiu seu coração incrivelmente rápido, dando um passo curto à frente, eliminando a pequena distância que os separava. Agora os olhos dela também brilhavam. Ela estava tão ansiosa. Será que ele iria...? Sim! Ele precisava fazer isso, ela não podia mais esperar. E dessa fez prometeu a si que não estragaria tudo.

– Você nem imagina o quanto. – ela disse aproximando seu rosto lentamente com as bochechas completamente ruborizadas – Eu quero oppa – ela sussurrou, seus lábios a apenas centímetros do dele e foi o bastante para que Donghae pusesse um fim definitivo a distancia entre eles, selando seus lábios aos dela.

Começou com um toque gentil, sem pressa. Seus lábios colados, porém fechados, e ambos pareciam querer permanecer nessa proximidade para sempre. Separaram-se de leve após alguns segundos apenas por tempo suficiente para que trocassem um sorriso, logo voltando a unir seus lábios. Donghae levou então suas mãos até o rosto dela, impedindo que ela se separasse dele, não que ela tivesse planos de fazê-lo. Acariciava seu rosto enquanto mantinham os lábios unidos. Não demorou para que o beijo fosse aprofundado. Seus lábios começaram a abrir, permitindo que as línguas se encontrassem, movendo-se em uma sincronia perfeita, uma invadindo a boca do outro.  Tiffany então passou seus braços pelo pescoço dele e ele, em seguida, a puxou para si, envolvendo-a pela cintura.

Afastaram-se após alguns minutos, ambos sorrindo bobamente, Tiffany completamente vermelha, porém mantiveram o abraço. Tiffany desceu suas mãos do pescoço dele até seu peito e ele afrouxou o aperto, ainda com suas mãos na cintura dela. Ficaram apenas se olhando por alguns segundos, porém, não era um silencio desconfortável. Estavam em uma proximidade agradável e felizes por estarem juntos. Em seguida viraram-se para a vista a sua frente, ambos admirando a noite, os braços de Tiffany ao redor da cintura dele e um dos braços dele apoiado nos ombros dela. Tiffany então deitou sua cabeça no peito dele e permaneceram assim por alguns minutos.

– Oppa, você se lembra quando debutamos e você dizia que nós ensaiávamos direto? – perguntou ela e ele assentiu – Eu realmente falava com você pulando? – ela perguntou com um sorriso envergonhado e ele riu.

– Era tão engraçado! Você parecia uma criança feliz! – ele disse e ela sorriu completamente vermelha – Era realmente incrível, você parecia nunca se cansar! Dentre todas você estava sempre agitada e animada! – continuou Donghae e ela apenas sorria ruborizando ainda mais a cada segundo – Eu admiro muito você nesse aspecto também. – ele disse com um sorriso sincero e ela não pode conter um sorriso enorme acompanhado com uma enorme alegria.

– Mas Donghae, você não é muito diferente de mim... Sempre a criança feliz e animada do SuJu. – disse ela e ele sorriu – Você sabia que o Leeteuk oppa sempre diz que você é uma verdadeira criança em inúmeros aspectos? – ela perguntou e ele riu.

– Acho que somos parecidos nisso também. – disse ele com um sorriso.

– Só espero que isso nunca se torne um problema... – ela falou com um leve toque de preocupação olhando para a paisagem.

– Ei – falou ele segurando ambos os lados do rosto dela com gentileza e a fazendo olhar para ele – Isso nunca aconteceria. Eu não permitiria. Nossas semelhanças apenas nos aproximam e eu a admiro mais do que imagina. Tanto as semelhanças quanto as diferenças. – ele falou com um sorriso, acariciando o rosto dela e a fazendo sorrir também.

– Também o admiro tanto oppa... Você é simplesmente incrível. – ela falou sincera olhando fundo em seus olhos e ele sorriu.

– Viu o que eu disse? Nossas semelhanças sempre serão algo positivo Fany. – ele disse e ambos sorriram. Donghae então se curvou para um selinho, retribuído por ela. Trocaram outro sorriso e ela voltou a deitar sua cabeça no peito dele envolvendo sua cintura enquanto ele passava seu braço pelos ombros dela novamente.

Donghae tinha razão. Tudo não passara de um mal entendido. A felicidade que ambos sentiam no momento era indescritível. Sentiam que finalmente havia encontrado o único que os completaria. E a cada segundo tinham mais certeza disso.