Eterno Verão. escrita por _BieberHot


Capítulo 13
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura :)



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- Vamos, dorminhoca, se levanta. São dez horas. – Ela abriu um dos olhos, gemeu, e virou para o outro lado. Justin deu um tapinha na bunda dela, depois inclinou-se e a beijou. – Vamos, você tem um encontro com um provável comprador hoje, tem que estar na galeria às 11:00.

- E você? – Falou com ele das profundezas do travesseiro.

- Estou de saída. Amor, quer se levantar?

- Não.

Ele se sentou de novo ao seu lado.

- Marie, você está bem?

Ela tinha estado frequentemente cansada nas duas últimas semanas desde a exposição.

- Estou ótima. – Mas não era verdade, a cabeça estava pesada, o corpo parecia ter sido mergulhado em cimento. Era tão mais fácil ficar em casa, passar o dia dormindo.

- Por que anda tão cansada ultimamente? – Olhava pra ela com preocupação.

- Não sei.

- Tudo bem, quer torrada? – Conversava com ela por cima do ombro, enquanto se dirigia para a cozinha.

A idéia não a atraía. Sacudiu a cabeça enquanto fechava os olhos de novo e enfiava a cabeça no travesseiro.

- Não, obrigada!

Mas ele reapareceu um momento mais tarde com café, e pela primeira vez em anos aquilo também não a atraía.

- Marie, está bem mesmo?

- Estou, só me sinto um pouco cansada. – E doente de apreensão quanto à volta de Mike, tinha que ser isso. Era uma tolice deixar que ele estragasse essas últimas semanas com Justin, mas não podia fazer nada. – Juro, amor, estou bem, não precisa se preocupar. – Sorriu para ele e tomou um gole do café, mas quando o vapor quente subiu ao seu rosto, sentiu uma onda de enjôo. Ficou pálida e largou a xícara.

- Você está doente! – Era uma acusação cheia de medo.

- Não estou, pare com isso. Estou bem, estou ótima, estou cheia de saúde e amo você. – Estendeu os braços pra ele com um sorriso animado e ele a abraçou. Não queria que nada acontecesse com ela, e ficou subitamente apavorado de perdê-la. Pensava naquilo dez mil vezes ao dia. Ela podia ficar doente, sofrer um acidente, afogar-se na praia em Carmel; podia morrer num incêndio... Podia voltar para o Mike. – Quem é esse comprador com quem vamos nos encontrar hoje?

- O nome dele é Benjamim, é suíço ou francês, não sei bem. – Francês? E se conhecesse Mike? Mas antes que pudesse falar, Justin já lhe dava a resposta. – Não, ele chegou à cidade essa semana, e gostou do seu trabalho quando passou pela galeria.

- Perfeito, leitor de pensamentos.

- Ok, então te vejo lá às 11:00. – Olhou pra ela de novo, forçando um sorriso. Acenou enquanto fechava a porta.

Os dois estavam sofrendo da mesma coisa, agora, e ele sabia. Angústia. Ela tinha pesadelos e apertava-o desesperadamente enquanto dormiam, e agora esse cansaço e mal-estar. Ambos sofriam os mesmos terrores, perguntando-se o que o fim do verão traria, e já temendo a perda. Tinham mais duas semanas. Talvez três, se Mike se atrasasse. Nenhum dos dois tinha as respostas, ainda não. E o milagre que ambos queriam ainda não tinha ocorrido.

                                            ***

Marie chegou à galeria às 11 em ponto, usando um vestido de seda marfim. Os sapatos e a bolsa eram da mesma cor de baunilha. Usava as pérolas da mãe e os brincos que Justin lhe dera pouco antes da exposição. O provável comprador, Benjamim Thompson, ficou embasbacado. Fez todos os gestos e ofertas apropriadas, e irradiou charme. Comprou não apenas um dos quadros dela, mas dois dos melhores. Ela e Justin apertaram-se as mãos, satisfeitos, depois que ele se foi. A venda totalizou quase 8.000 dólares, quase metade dos quais, é claro, iria para Justin. Ele ficava com os 40% padrão do dinheiro. Desde a exposição, ela ganhara quase 12.000 dólares.

- O que vai fazer com tudo isso? – Perguntou Justin, observando-a divertido. Ela fitava o cheque, toda feliz.

- Ser independente. – Falou, subitamente, lembrando-se do que Mike dissera antes de partir. Que era esse o motivo pelo qual ainda pintava, para poder ser independente se precisasse ser, novamente. Talvez ele estivesse certo. Não era o único motivo, sem dúvida, mas a sensação de que agora tinha algo só dela fazia sentir-se nova em folha.

- Quer provar a sua independência e me levar pra almoçar? – Justin olhava pra ela com um olhar de admiração, mas embora estivesse maravilhosa, ele podia ver nos seus olhos que não estava perfeitamente bem.  – E aí, vamos almoçar? – Estava morrendo de vontade de sair com ela, de estar com ela, de levá-la pra casa, de ficarem a sós, de aproveitar cada minuto que ainda tinham. Estava se tornando uma obsessão.

- Eu iria amar, mas não posso, vou almoçar com Kim.

- Tudo bem, não vou pedir que cancele. Mas quando eu for embora daqui, às cinco, você é toda minha.

- Sim, meu amor. – Respondeu, com prazer.

- Promete?

- Será uma promessa fácil de manter.

- Está certo, então. – Ele a acompanhou até a porta da galeria, deu-lhe um beijo no rosto, e ficou olhando enquanto ela atravessava a rua até o carro. Que mulher linda ela era. E era dele. Sorriu com orgulho, enquanto voltava pra dentro da galeria.

                                        ***

- E então, como vai a minha artista favorita hoje? – Kim ostentava um largo sorriso enquanto Marie se sentava à mesa.

- Acredita que vendemos mais dois quadros essa manhã?

- Acredito. Graças a Deus, Bieber soube quando exercer pressão. Pensei que você nunca iria ceder. – Mas ela também sabia que muito daquilo tinha a ver com a ausência de Mike. Marie jamais teria concordado com a exposição, se Mike estivesse presente pra jogar água fria na fervura. – De qualquer modo, estou muito feliz por você ter cedido, e já não era sem tempo. – Kim fez sinal ao garçom e pediu champanha, a despeito dos risos e protestos de Marie. – Por que não? Mal nos vimos desde Carmel, e temos um monte de coisas pra comemorar. – Marie riu consigo mesma. Mais do que Kim sabia. – Então, além do fato de que você agora é uma artista famosa, o que tem de novo? – Os olhos de Kim procuraram os dela, mas Marie apenas sorriu. – Você está parecendo o gato que engoliu o pássaro.

- Não sei por quê.

- Acho que talvez eu saiba. – Tinha notado na noite da exposição de Marie, mas a princípio não tivera certeza. – Bem, você vai me contar, ou vou ter que morrer de suspense?

- Quer dizer que tenho escolha?

- Vamos, Marie, me conte. – Kim estava brincando, mas Marie ficou séria.

- Parece que você já sabe. Meu Deus, espero que não seja assim tão óbvio.

- Não é. Fiquei imaginando coisas na noite da exposição, mas acho que mais ninguém notou. – Os seus olhos finalmente se encontraram, e Marie ficou calada durante algum tempo.

- Ele é muito especial, Kim. Eu o amo, muito.

Kim soltou um suspiro lento e esperou.

- Ele parece ser um cara legal, é sério? – Perguntou. Marie assentiu, e Kim serviu o seu champanha.

- Gostaria de dizer que não sei, mas sei. – Os olhos dela ficaram cheios de lágrimas. – Tenho que voltar para Mike, e Justin sabe disso. Não posso recomeçar tudo, Kim. Não posso. Mike me ajudou quando ninguém mais o fez. – A sua voz mal passava de um sussurro. – Tenho uma vida com Mike... – Mas Marie não pôde continuar, as lágrimas estavam quase caindo.

Kim teve vontade de abraçá-la e apresentar uma solução mágica, mas ambas sabiam que não havia nenhuma.

- Não tem outro jeito? – Marie sacudiu a cabeça, negando. – Como Justin se sente?

Marie inspirou fundo.

- Tão apavorado quanto eu. Mas simplesmente não posso abandonar tudo o que tenho e começar tudo de novo. Não posso... – Parecia desesperada enquanto sussurrava para Kim.

- Você seria maluca de jogar fora uma coisa que quer realmente.

- Ele quer filhos, pelo amor de Deus, tenho 23 anos, é Mike que me mantém, e agora as vendas dos quadros.

- Por isso mesmo, se quer filhos, a hora é essa.

- Você é tão maluca quanto ele. – Marie tentou sorrir, mas não estava fácil. Sentia-se como se as duas semanas seguintes já estivessem desaparecendo sob seus olhos.

- Não é feliz com Justin, Marie?

- Nunca fui tão feliz na minha vida, e não estou entendendo. Vivi com Mike 5 anos; nós nos conhecemos, e de repente... Ah, meu Deus, Kim, mal me lembro de Mike, da sua voz. É como se a minha vida inteira fosse com Justin. No começo, eu me sentia culpada, achava que era horrível por fazer o que fazia, agora nem me sinto mal, apenas o amo.

- E acha que vai ser capaz de desistir disso? – Kim olhava pra ela com tristeza pelo que sabia que estava acontecendo com a amiga.

- Não sei, talvez a gente ainda possa se ver. Talvez... Kim, não sei.

Kim também não sabia, mas desconfiava que Justin Bieber não suportaria dividi-la por muito tempo. Não parecia esse tipo de homem.

- Vai contar a Mike?

- Nunca. Ele jamais compreenderia, ficaria de coração partido. Eu... Vamos ver. Justin terá que ir a Nova York em setembro pra passar algumas semanas. Isso me dará tempo para ver como as coisas ficam.

- Se eu puder fazer alguma coisa, Marie... Se precisar de uma mão ou um ombro amigo... Estou sempre à sua disposição, espero que saiba disso.

- Eu sei.

As duas trocaram um sorriso e passaram a outros assuntos, mas muito depois de Kim tê-la deixado, sentia-se atormentada pelo rosto de Marie, e pelo que tinha visto. E depois de ter deixado Kim, Marie foi devagar pra casa. Tinha que verificar a correspondência e pagar as contas. Só ia se encontrar com Justin de novo às cinco. Iriam jantar em algum lugar tranqüilo, e depois dar uma volta, pegar um cinema, fazer o tipo de coisa que fazem as pessoas que não têm pressões, ou pouco tempo. Queria passar aquelas duas semanas como tinham passado os dois meses anteriores, simples e sossegadamente. Juntos. Era o que Justin também queria.


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Notas finais do capítulo

Omg, a Kim descobriu. Melhores amigas se conhecem, né? KKKK.
O que vocês acham que a Marie tem? Me digam :) Haha.
Essa semana é isso, espero que tenham gostado.
Reviews, galera! Eles são sempre bem-vindos.
Obrigada mais uma vez, e até a próxima.
Beijos ♥