Eterno Verão. escrita por _BieberHot


Capítulo 12
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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- Ok, estou pronta, diga a verdade. – Marie estava sentada na cama no quarto amarelo, de olhos fechados, mãos cerradas, um travesseiro em cima da cabeça.

- Parece que você está esperando um terremoto. – Justin olhou pra ela, e riu. Estava sentado na cama ao lado dela, o jornal na mão. – O que quer que eu leia pra você, amor? As cotações da bolsa? As histórias em quadrinhos? Ah, já sei!

- Quer ler as críticas logo? Não agüento nem mais um minuto. – Rangeu os dentes e ele riu de novo, virando as páginas para encontrar as críticas da exposição dela. Mas já sabia o que ia ler. Estava no ramo a tempo demais pra ficar muito surpreso. Geralmente sabia o que estava por vir. E enquanto passava os olhos pelo artigo, viu que acertara de novo.

- E aí, está pronta?

- Justin Drew Bieber, leia de uma vez! – Falou por entre dentes cerrados, e parecia aterrorizada, enquanto ele começava a ler.

- ...um estilo luminoso, delicado, que revela não apenas anos de estudo e devoção à sua arte, mas o tipo de talento que raramente vemos... – A voz dele continuava enquanto ela arregalava os olhos e tirava o travesseiro de cima da cabeça.

- Você está inventando! – Tentou agarrar o jornal. Ele o manteve fora do seu alcance e continuou lendo, até chegar ao fim do artigo. – Não acredito. – Parecia em estado de choque. – Não pode ser.

- Por que não? Você é boa, eu te disse. Eu sei, eles sabem, as pessoas que compraram as suas telas sabem, todo mundo sabe, menos você, sua boba, pateta, humilde... – Esticara a mão e estava lhe fazendo cócegas.

- Para com isso! Sou famosa, você não pode me fazer cócegas agora! – Mas ela estava rindo demais pra conseguir impedi-lo. – Para com isso, sou uma estrela!

- Ah, é? E quem fez de você uma estrela? Quem te disse que tinha que fazer uma exposição? Quem te implorou? Quem queria expor o seu trabalho, desde a primeira vez que o viu? Hein? Diga, diga.

Agora os dois riam, e ela estava embolada nos braços dele, a camisola de seda rosa-clara subindo até a cintura. Justin parou por um momento e olhou pra ela, deitada nos seus braços. Nunca parecera tão linda, tão delicada, e ele queria segurá-la daquele jeito pra sempre. Queria fazer o tempo parar.

- O que foi, amor? – Tinha notado a expressão nos olhos dele, e o observava desconfiada. – Algum problema?

- Não, é só que você é linda.

- E só sua. – Deslizou o corpo pra cima do dele e sorriu feliz antes de pousar a boca na dele para um beijo longo e carinhoso. Em menos de um minuto a camisola de seda rosa estava largada no chão. Já era meio-dia quando saíram da cama. Marie bocejou, sonolenta, parada à porta do terraço, ainda nua, os cabelos caindo pelas costas como ondas. Ele a fitava da cama, desejando que ela ficasse ali pra sempre.

- Sabe, acho que você está destruindo a minha carreira. – Não desviou os olhos dela enquanto se virava de novo pra ele. Parecia tão frágil. A sua aparência desmentia a fortaleza que ele sabia haver dentro dela. Havia uma certa dose de aço nela, caso contrário não teria sobrevivido à solidão dos seus anos com Mike.

- Por que estou destruindo a sua carreira? Pensei que ia fazer você ganhar uma fortuna com os meus quadros brilhantes. – Olhou por cima do ombro.

- E ganharia, se eu estivesse indo ao escritório. Foi uma boa idéia eu ter dito a Meg que não me esperasse hoje. Sabe que nunca fiz uma coisa dessas na vida? – Mas não parecia aborrecido com o seu novo estilo de vida enquanto se enrolava numa toalha, jogava para Marie o roupão, e ia com ela para o terraço, onde se sentaram confortavelmente nas duas cadeiras verdes de lona. – Você me deixa preguiçoso e feliz.

- Assim como você também me deixa. – Debruçou-se pra ele, e se beijaram.

- Ótimo, então vamos nos casar e ter 12 filhos.

Ela lançou-lhe um olhar de novo, e por um momento chegou a pensar que falava sério.

- Isso nos daria novos problemas com que nos preocupar, não é? – Tentou manter o tom de voz brincalhão, mas não queria falar com ele sobre esse assunto de novo. Não podia. Não era certo. Em vez disso, perguntou: - O que vamos fazer nesse fim de semana? – Ergueu o rosto para o sol e fechou os olhos, satisfeita. Era uma delícia estar com Justin, viver com ele, ir para Carmel e ficar na cidade, acordar de manhã e pegar no sono à noite ao lado dele. Sentia como se estivessem juntos à 100 anos, não apenas sete semanas. Já fazia tudo isso? A vida deles se fundira assim tão depressa? Era notável o quanto tinha acontecido, e com que rapidez.

- Quer ir para Carmel, ou está cansada de lá?

- Jamais me cansarei de lá. É o lugar mais perfeito, mais tranqüilo pra se estar.

- Que bom. – Pegou-lhe a mão. – É assim que também me sinto, mas fico achando que você poderia querer fazer algo diferente.

- Como o quê? – Achou a idéia divertida.

- Não sei, podíamos ir pra Beverly Hills, à semanas que não vou até lá. – Geralmente passava apenas o dia lá, e voltava para o jantar. – Ou um dia desses podíamos ir até mesmo a Nova York. – Ele nunca se afastava muito do seu trabalho: outras galerias, outros leilões, artistas. Ao seu modo, a sua paixão pela profissão não diferia muito da de Mike. As diferenças eram que ele a incluía, e que era uma paixão da qual ela compartilhava. – De qualquer modo, meu amor, qual é a sua escolha para esse fim de semana?

- Já disse, Carmel. – Abriu os olhos com um sorriso feliz.

- Então, que seja Carmel.

- E isso me lembra... – Recostou a cabeça, franzindo a testa. – Preciso pegar algumas coisas lá em casa.

À dias que não ia em casa. De vez em quando imaginava o que Margaret devia estar pensando. Tinha explicado que estava trabalhando no estúdio de uma amiga, e que era mais fácil dormir lá a maior parte do tempo. Mas as suas paradas ocasionais em casa pra desmanchar a roupa de cama, quando Margaret tinha a noite de folga, não teriam enganado a ninguém, muito menos a mulher que trabalhava pra ela a cinco anos. Mas o que podia dizer? Estou apaixonada por outro homem? Assim, simplesmente ficava calada e evitava os olhos azuis-esverdeados da jovem mulher. Eram duas da tarde quando Justin a deixou a uma quadra de casa. Queria dar uma olhada na correspondência e assinar alguns cheques. Tinha que pagar a Margaret e deixar-lhe dinheiro para a comida, não que ela própria ainda comesse em casa. O seu coração e seu estômago moravam em outra parte. Nem sequer trabalhava mais no seu estúdio. Pintava todos os seus quadros na casa de Justin, inclusive aquele no qual estava trabalhando em segredo, sempre que ele não estava em casa. Marie entrou na casa e chamou pra ver se havia alguém ali, mas Margaret não estava. E por que estaria? Marie nunca estava e havia pouca coisa a fazer. Havia a pilha costumeira de contas e convites desinteressantes, nenhuma carta de Mike. Ele não escrevia pra ela, telefonava. Também não havia correspondência pra ele. Sempre que estava viajando, Dominique vinha à casa três vezes por semana e pegava a sua correspondência para mandar pela mala, junto com os documentos oficiais. Subiu devagar até o seu quarto, a correspondência numa das mãos, a outra segurando o corrimão, e parou no alto da escada. Era deprimente estar de volta. Era como ser forçada a desistir de um sonho, longe do homem que falava em casamento e 12 filhos. Sorriu consigo mesma à idéia e suspirou quando ouviu o telefone tocar. Resolveu não atender, mas depois ficou imaginando se seria Justin, falando de um telefone público enquanto esperava. Era como se ninguém mais existisse, apenas eles dois. Não podia imaginar que pudesse ser outra pessoa, que não ele.

- Oi? – Respondeu com um sorriso na voz.

- Alô? – Ah, meu Deus, era Mike.   

- Mike? – Estava ganhando tempo.

- Sim, e gostaria que me explicasse essa bobagem sobre uma exposição. Eu disse o que achava, o que você fez é de muito mau gosto.

- Ao contrário, foi tudo de muito bom gosto.

- Sabe perfeitamente bem que a proibi de fazer a exposição. E a publicidade! Pelo amor de Deus, Elizabeth, faz você parecer uma espécie de hippie.

- Não faz, mesmo! – Enrijeceu o corpo. – As críticas me fazem parecer uma artista séria, e é o que eu sou.

- Pensei que já tivéssemos resolvido isso.

- Talvez você tenha resolvido, mas eu não. – Ele que fosse à merda, não compreendia, nunca compreendera.

- Sei. Ok, espero que essa nova você de gala não esteja planejando se dedicar a acontecimentos notáveis como esse todos os dias.

- É difícil, terei sorte se tiver uma exposição a cada cinco anos.

- Nesse caso, lamento ter perdido essa.

- Não, não lamenta. – Agora estava furiosa, e não faria o joguinho dele.

- Como disse?

- Estou cheia da sua hipocrisia, como ousa diminuir o meu trabalho?

- Elizabeth? – Ele estava chocado.

- Desculpe, eu... – O que estava acontecendo? Não conseguia mais se controlar, era como se tivesse que botar tudo pra fora. – Não sei, Mike... Acho que estou cansada.

- Acho que deve estar, não foi uma boa hora pra eu telefonar? – A voz dele pingava sarcasmo e gelo, não estava gostando nem um pouco da atitude dela.

- Não é isso, eu estava indo pra Carmel.

- De novo?

- É, com Kim. – Ah, não de novo. Detestava mentir pra ele. – Não tenho muita coisa pra fazer, sabe, quando você não está aqui. – Sabia que aquilo o acalmaria.

- Bem, não vai ser por muito tempo mais.

- Quanto tempo? – Fechou os olhos e prendeu a respiração. Faça com que seja muito tempo, por favor, não deixe que ele volte pra casa...

- Cerca de um mês.

Marie assentiu, silenciosamente. Ela e Justin tinham mais um mês. E era só.

                                        ***

Dali a meia hora estavam seguindo pela estrada familiar que levava a Carmel. Marie estava quieta enquanto rodavam. Justin olhou para ela, linda e pensativa, com a brisa lhe soprando os cabelos.

- Algum problema? – Perguntou. Ela sacudiu a cabeça. – Más notícias em casa?

- Não. – Depois de longa hesitação, olhou para a paisagem que passava velozmente, e falou de novo. – Ele ligou.

- E como foi? – Você pediu o divórcio...?

- Como sempre. Fiquei zangada, ele estava furioso com a exposição. A secretária dele ligou pra Paris especialmente para contar.

- E isso tem importância? – Indagou. Ela deu de ombros. – Você ainda liga tanto assim para o fato de deixá-lo bravo?

Virou-se pra olhar para ele.

- De certa forma, Mike é como meu pai. Tem sido a minha figura de autoridade durante anos.

- Tem medo dele?

- Nunca achei que tivesse, mas talvez tenha. Apenas pensava que o respeitava, mas... Quem sabe.

- Qual é a pior coisa que ele podia fazer com você?

- Me abandonar... Pelo menos é o que eu pensava.

- E não se sente mais assim?

Ela sacudiu a cabeça.

- Não. – De uma forma estranha, quase desejava que Mike a abandonasse. Tornaria tudo tão simples.

Marie franziu a testa, e Justin lhe tocou a mão.

- Não se preocupe tanto, tudo vai dar certo.

- Gostaria de saber como. Justin, não sei o que fazer. – Ela sabia, mas não queria fazer. Perdê-lo, ou deixar Mike. –

- Cabe a você decidir.

Marie assentiu, ficando calada por algum tempo. Parecia menos perturbada do que a princípio.

- É estranho. Esqueço que Mike existe, a maior parte do tempo. À 5 anos que ele é o eixo da minha vida, e de repente, em um mês e meio, é como se ele tivesse sumido e eu nunca o tivesse conhecido. Me sinto como uma pessoa nova. Mas ele existe, Justin. Mike me telefona, e é real, e espera que eu fale com ele, mas não posso.

- Então não fale com ele, droga. – Ele não entende. E, Deus, não o deixe ficar possessivo, por favor, ainda não. – Por que não relaxa e aproveita o que é? Mais tarde pode se preocupar com o que será.

- É isso o que você faz, não é? – Passou a mão pelo pescoço dele e beijou seu rosto. Tinha visto a preocupação no rosto dele, o medo nos seus olhos, a ansiedade quando pensava que ela não estava olhando. – Você não se preocupa, não é?

- Eu? – Sacudiu a cabeça, com um ar de tanta confiança que ela riu.

- Está mentindo, está tão preocupado quanto eu. Antes eu pensava que você era tão sereno que isso não o atingia, agora estou sabendo que não é assim.

- Ah, é? – Olhou pra ela, com riso nos olhos. Mas estava apavorado com o que aconteceria no outono. Era a única coisa que não conseguia forçar-se a enfrentar.

- Bem, pelo menos ele falou que só viria pra cá daqui a um mês.

- Um mês.

Marie assentiu, silenciosamente, e eles continuaram o seu caminho.


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Notas finais do capítulo

E aí, o que tão achando? Só posso dizer que agora as coisas vão começar a ficar tensas... Ainda tem muito por vir!
Podem criticar, elogiar, qualquer coisa, só quero saber o que vocês tão achando.
Fui no show do Biebs segunda passada, e meu Deus, ainda não acredito. Consegui realizar o meu sonho.
Obrigada por tudo, e até a próxima :)