# Pov Narrador #

Faltava pouco para meio dia, quando Sam adentrou os limites de sua aldeia e teve o vislumbre da fumaça negra que sempre saía da fogueira, agora apagada.

- Alguma novidade irmão? – Brad perguntou, dirigindo-se a ele como irmão, por causa do tratado.

- Notícias formidáveis. – Sam respondeu irônico. – Onde está Jacob?

- Na cabana...com Leah.

- Pouco me importa se ele está comendo minha irmã.

- Eu não disse nada! – defendeu-se.

- Mas pensou.

Sam caminhou até a cabana, onde bateu o pé direito três vezes antes de entrar.

Jacob separou-se de Leah e olhou curioso para seu irmão.

- Isabella Swan está de volta.

- Então James está morto.

- Possivelmente, não vejo como Edward Cullen iria deixá-lo viver após ter tentado matar sua Sgiah.

- Pela última vez Sammuel, não dirija-se a ela como se pertencesse a ele. Nós sabemos muito bem que Isabella é minha!

Leah gargalhou sarcástica, mas não disse nada, apenas terminou de vestir-se e acenou aos homens, antes de sair da cabana.

- O que fazemos agora?

- Continuamos com o plano original.

- Isabella ainda deve achar que foi Edward que matou os pais dela.

- Ela tem muita fé em Rosalie.

- Chame Collin e Quil, eles vão atrás de Pérola.

- Pérola? O que ela tem haver com isso? – perguntou Brad curioso.

- Ela pode achar um modo de fazer com que eu me encontre com Isabella.

- Jacob, eu acho que você se esqueceu que Edward trata Bella como algo furtivo, ela é vigiada 24 horas.

Jacob sorriu, seus caninos a mostra e seus cabelos longos dava uma visão bem assustadora.

- Físicamente ela pode estar protegida Sam, mas eu posso entrar nos sonhos dela, e posso plantar algumas idéias...

- Que idéias? – Brad perguntou curioso.

- Vou dar a certeza que Bella precisava, de que foi Edward que matou os pais dela.

- E como isso ajudaria?

- O ódio meu caro. O ódio guia as pessoas, o ódio pode inclusive facilitar as coisas para nós. Isabella pode matar Edward.

- E assim ela morreria. – continuou Sam, desconcertando seu líder.

- Vamos impedir que isto ocorra então. Precisamos fazer com que esse laço se desfaça, é a única maneira de matar Edward, sem causá-la a morte.

- Podemos feri-la. Ele obviamente sentirá, podemos deixá-lo fraco, fraco demais, e é aqui que Nereida entra, ela pode conjurar um círculo ao redor de Isabella, e isso...

- Quebraria o laço! Bravo Brad! – brandiu Jacob, instantaneamente feliz. – Com Edward morto, fica muito mais fácil assumir todo o poder...só pra mim. Isso não parece doentio, parece?

- De forma alguma!

- Isabella Swan está de volta! – cantarolou Leah assim que viu sua cunhada entregar-lhe um prato de comida.

- Oh, então James não conseguiu matá-la?

- Aparentemente não, Edward a salvou.

- Ele não deveria interferir.

- Ele é o Rei, ele tem total direito de interferir Emilly.

- Ele ainda não interferiu em nós. – ela defendeu, pegando um copo de água.

- Ele está brincando com fogo, subestimando-nos, Jacob irá matá-lo rapidinho desse jeito.

- E você está feliz com isso?

- É óbvio que estou! Jacob prometeu a coroa com ele.

- E a garota? Ela não deveria ser dele?

- Ela só será uma prostituta que ele usará quando precisar Emy, a glória é toda minha. – Leah respondeu gargalhando e fazendo Emilly rir.

- Eu tenho raiva de AlPhaé até hoje, por ter lançando essa maldição sobre nós?

- De submissão aos vampiros? Ora! Isso logo terá fim. Escreve o que estou te dizendo, Edward Cullen cairá e com ele, seus aliados sugadores de sangue.

[...]

- Acalme-se Jacob! Eu preciso encontrar a aura dela antes! – Pérola disse nervosa, vendo que o líder estava inquieto no divã.

- Eu preciso terminar logo com isso!

- Ela está acordada, provavelmente próxima a ela, eu posso sentir o quão ligados estão, é muito forte!

- Eu não quero saber se é forte ou não Pérola, me ligue com ela, agora!

- Mas senhor, isso poderia matá-la...

- AGORA PÉROLA!

A mulher fechou os olhos e puxou os novelos invisíveis que estavam presos em suas mãos, ela sentiu a conexão tornar-se próxima e abriu uma porta para a alma de Isabella, trazendo um pouco de Jacob para dentro. Era estranho ver tudo de fora, como observadora. Mas era ali que ela parava e ali que ele começava.

Ela sentiu uma das cordas quase se arrebentando, sinal que a conexão estava caindo, ou que a alma de Bella de repente estivesse muito fraca, e então, aconteceu.

# Pov Bella #

- Bella, você tem que ver, é a coisa mais bela já vista! – Irina comentava, segurando sua xícara de chá.

Eu sorri para ela e olhei para Edward, conversando no outro lado da sala com Eleazar e Carmen. Ele parecia feliz e desconcentrado, algo muito raro em sua aparência. Edward estava sempre sério, preocupado e ligado com as coisas ao seu redor. Eu fui colocar a xícara na mesinha de centro, quando senti a pontada na cabeça. Era como se alguém estivesse introduzindo uma agulha pelo meu crânio, e aquilo incomodava. Eu fechei os olhos e respirei fundo. Não passou segundos e eu senti as mãos de Edward em volta de mim. Ele também havia sentido.

- Respire fundo. – ele disse calmamente em meu ouvido.

Eu acenti com a cabeça, foi então que eu desmaiei.

- Olá Isabella.-eu escutei uma voz e me virei para olhar quem era.

- Quem é você?

- Um velho conhecido.

- Como?

- Sou a personificação da sua consciência, vim aqui trazer-lhe lembranças, de sua infância.

Ele parecia sério, e não muito simpático, tinha os cabelos escuros e longos, a pele morena e seus olhos eram incrivelmente negros.

- Tem certeza que você é a minha consciência?

- É claro que eu sou. Porque duvidas?

- Por nada, eu achei que ela fosse mais...

- Gentil? – ele murmurou, brincalhão.

Com um movimento rápido das mãos, ele formou uma nuvem no ar e eu me aproximei, vendo que nessa nuvem havia uma imagem nítida de mim, ainda pequena, com aproximadamente 7 anos de idade.

Foi então que eu percebi, que isso foi momentos antes, da morte de meus pais.

- Charlie, nós temos que fugir! – Minha mãe gritava, olhando de minuto em minuto para as janelas.

- Fugir para aonde? Ele irá nos encontrar!

- Não importa, precisamos fugir. Eu não vou permitir que ele pegue-a antes do...

- Renée, cale-se! E concentre-se, Edward Cullen não pode fazer nada conosco!

- Nada conosco?

- Está óbvio Charlie! Nós revelamos o segredo! Ele irá nos matar.

-Não pense besteira.

- Ele vai nos matar Charlie. Edward Cullen vai nos matar!

- Mamãe...- eu surgi detrás da porta e Renée veio correndo atrás de mim, me dando um beijo na testa. – Volte para seu quarto Bella, está ficando tarde.

- Mas mamãe...

Então houve os barulhos, e Charlie retirou a arma debaixo da mesa, e nisso, começou a cena que eu já conhecia.

Antes que ela chegasse ao final, minha consciência movimentou as mãos novamente e dissipou a nuvem.

- Porque você me mostrou isso? – eu perguntei, sentindo meu coração apertar de dor.

- Porque você deve agir. Você deve tomar a decisão certa. Alguem irá surgir para te ajudar, aceite essa ajuda!

- Quem? Rosalie?

- Não, alguém de fora, mas puramente confiável!

Eu abri os olhos e olhei para o teto do quarto, eu estava deitada no quarto de hóspedes, com Eleazar e Carmen parados na porta, e Edward sentado ao meu lado, com uma de minhas mãos entre as suas. Eu me senti enojada.

- O que houve? – Edward perguntou, parecendo preocupado. Cínico.

- Nada, deve ter sido só uma queda de pressão.

- Isabella, Katrina é muito sensitiva, ela sentiu a atividade paranormal aqui, não foi só uma queda de pressão e você sabe bem disso! – Carmen falou forte, como se tivesse dando uma bronca em mim.

- Bom, se ela sabe o que houve, perguntem a ela, porque eu não sei de nada! – brandi e tive que fazer muita força para mascarar a mentira, Edward certamente estava me estudando.

Ele não pareceu muito convencido, mas pediu para que Carmen fosse trazer água gelada e Eleazar saiu do quarto, deixando-nos sozinhos. Eu queria vomitar, eu queria socar, eu queria matá-lo por ter feito o que fez. Mas eu não podia, porque matá-lo seria como suicídio. Eu jamais poderia machucar Edward, e isso fazia com que eu o odiasse ainda mais.

- Guarde seus sentimentos Isabella. – Ele falou duramente e saiu do quarto.

Era bom que ele soubesse o que eu estava sentido. Era bom mesmo, um aviso prévio para que se mantesse afastado de mim. Fim de acordo de paz ou tentativa de ser legal. Eu iria encontrar um modo de me livrar desse laço. De uma vez por todas.