Spirit Bound escrita por MahBlyin


Capítulo 18
I - Aviso sobre o futuro


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoas, venho informar que esse cap. é uma espécie de bônus para vocês. Eu não tinha intenção alguma de escrevê-lo, mas a idéia ficou martelando tanto na minha cabeça que ou eu escrevia ou enlouquecia. Então aí está!
Boa leitura :D



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# Bella Swan #

Tudo bem, não é tão ruim assim Bella. Não é tão ruim assim. Não é mesmo.

Você só vai entrar lá, cumprimentar a todos, sorrir, acenar e pronto.

Não, não tem nada de “pronto” nisso tudo. Nem um pouco!

Onde estaria Rose pra me ajudar numa hora dessas? Sumiu!

- Isabella, o motorista já chegou. – Eliana disse, entrando no meu quarto e sentando em minha cama.

Eu me virei para ela e deixei transparecer toda a confusão que estava em minha mente. Eu queria e muito ir, mas eu não sabia nada do mundo lá fora, minha vida era esse templo, e eu não saberia me adaptar. Ou saberia?

- Oh minha querida, vai dar tudo certo. Qualquer coisa, você pode pedir ajuda aos deuses, eles sempre estão dispostos a nos ouvir. – ela disse caridosa.

Eu poderia contestar Eliana e dizer a ela que os deuses não atenderam ao meu pedido de saber o que aconteceu com meus pais. Tudo bem, foi o único pedido que lhes fiz em toda minha vida no templo, mas por isso mesmo eles deviam me ajudar. Eu era uma pessoa boa não era? Um pedido apenas! Mas contestá-la era o mesmo que discutir com um astronauta sobre a chegada de um homem á Lua.

Eu voltei a me olhar no espelho. Meu reflexo estava apertando o vestido e mordia o lábio inferior. Nada muito surpreendente, vindo de mim. Eliana se aproximou e pôs uma mão em meu ombro.

- Você é tão encantadora Isabella, não há um ser vivo nesta Terra que possa não se encantar por você. Não tenha medo querida, os deuses estão ao seu lado.

Eu suspirei e terminei de pentear meu cabelo. O vestido que eu usava foi dado por Eliana, a regra aqui no templo, era que todas as meninas usariam vestidos brancos e longos, enquanto as Escolhidas, como a Eliana, usavam vestidos longos, mas elas tinham autonomia para optar por um vestido azul ou rosa claro. Dessa vez, eu trajava um vestido que ia até a metade de minhas pernas, ela pusera algumas contas perto da manga que dera um aspecto simplório, a cor dele era azulada, mas se a pessoa não tivesse vista boa, podia jurar que era branco. Meus cabelos estavam caídos em pequenas ondas – como sempre – e Eliana finalizou pondo uma pequena flor branca perto de minha orelha. Como regra geral, eu estava proibida de usar maquiagem, e o único acessório que eu podia usar – além da flor no cabelo – era uma pulseira prata com um pingente de borboleta, a única lembrança palpável que eu tinha de meus pais.

Ela sorriu para mim e limpou uma única lágrima que caíra de seu olho azul turquesa.

- Hei Elly, eu volto logo. É só um jantar, logo, logo eu estarei de volta, correndo até seu quarto nas noites de relâmpago. – eu disse fazendo-a rir.

- Ai Isabella, vá logo, não o deixe esperando, e lembre-se, sua maior defesa é sua fé. Use-a com sabedoria e poderá ter tudo o que quiseres minha querida.

Eu assenti para ela e saí, percorri todo o corredor até a entrada, atravessei a pequena ponte de madeira que cortava o riacho e cheguei até a entrada, onde o motorista me esperava em pé, ao lado de um carro preto. Ele abriu a porta detrás e eu entrei, não sem antes olhar para trás. Era a primeira vez que eu saia do templo.

[...]

- Seja bem-vinda. – Edward disse, assim que eu entrei no enorme palácio. Eu fiquei deslumbrada com o lugar, o chão era de mármore, e havia colunas estilo Greco-Romano por todo canto, sem contar nas tapeçarias e quadros que enfeitavam o ambiente.

Ele sorriu para mim e eu tive que voltar a atenção para ele.

- Boa noite Vossa Alteza. – eu disse, fazendo uma reverencia, conforme as Escolhidas me instruíram.

- Pare com isso Isabella, nós já temos intimidade o suficiente para chamar-me pelo meu primeiro nome. – ele disse pegando minha mão e levando-me pelo palácio.

Eu suspirei bem profundamente, o toque dele me fazia sentir algo jamais sentido antes. Era como uma onda de energia que surgia na origem do toque e percorria todo o resto do meu corpo. Mas Edward Cullen, era um vampiro, um vampiro poderoso e eu sabia que eles seria capaz de ouvir meus batimentos cardíacos, por isso tratei de me controlar. Uma tarefa bem difícil por sinal.

Ele estava impecável em um smoking azul escuro e seus cabelos cor de cobre estavam um tanto bagunçados. Mas o que mais me encantava nele era a escuridão verde de seu olhar.

- Ah propósito, você está muito bonita esta noite, não que você não fosse mais bonita antes, mas hoje em especial...

- É a flor. – eu comentei. – É uma Camélia Oriental, ela traz boa sorte e...amor para os casais. – eu corei na ultima parte e ele apenas sorriu.

- Eu tenho certeza que é com você, e a flor não tem nada a ver com isso, mas já que diz, quem sou eu para contestar?

- O próximo na linha de sucessão? Perdendo em quesito autoridade apenas para a Rainha Esme, que por sinal é sua tia. – eu comentei com a minha boca grande demais.

- Não se apegue a títulos Isabella, eles não significam nada quando o homem não possui ética, honra ou moral.

Edward falava como minha professora de filosofia, mas eu não comentaria algo assim. Permanecendo calada, nos encaminhamos até a sala de jantar, onde uma enorme mesa já estava posta com diversos tipos de pratos, e todos se levantaram assim que nós entramos na sala.

- Meus tios, meus primos, meus amigos. Venho-lhes apresentar o motivo pelo qual reservei esse jantar. Esta é Isabella, minha futura Sgiah. – ele comentou e todos olharam para mim.

Eu estanquei e rapidamente minha face assumiu mil tons de vermelho diferentes. Minha garganta se fechou e eu quase fechei os olhos.       Quase. Aquela antiga sensação estava surgindo novamente. Quando eu era pequena e no templo existia alguma apresentação ou trabalho, eu sempre passava mal quando falava em público ou quando era o centro das atenções. Eu não me considerava uma pessoa tímida, mas eu tinha horror de ter dezenas de pessoas me olhando, como se esperassem que eu pudesse fazer algo ruim a qualquer momento, sempre com aquela expectativa ruim direcionada a mim.

Eu apertei a mão de Edward e ele segurou firme na minha, aquilo me deu a coragem que no momento eu não tinha. Eu simplesmente recuperei o controle sobre mim e sorri. Dei o sorriso mais singelo e calmo que eu podia no momento, e aos poucos aquela tensão na sala se dissipou. A Rainha estava sentada na parte principal da mesa, com seu esposo na direita e duas cadeiras reservadas na esquerda. Eu percebi que nos dirigíamos até elas, e Edward sentou ao lado da Rainha, e eu sentei ao lado dele.

Olhei para a quantidade de garfos e facas que tinha na minha frente e sorri, Eliana tinha me ensinado tudo sobre bons modos, então eu sabia qual garfo e faca utilizar para cada tipo de refeição. Carlisle Cullen levantou-se de sua mesa e fez um brinde, todos fizeram o mesmo e eu percebi que ao invés de vinho, tinha sangue na maioria das taças. Olhei para a minha e fiquei aliviada ao constatar que de fato era vinho. Vinho suave tinto. Cabernet Savinon*.

(marca de vinho muito apreciada pelos verdadeiros amantes de vinhos, de preferência, aqueles financeiramente estáveis para pagar um preço relativamente alto pelo vinho)

[...]

- O que achou do jantar? – ele perguntou assim que sentamos num dos bancos do jardim.

- Foi muito bom, um tanto...constrangedor, mas foi bom.

- Você vai ver como tudo irá melhorar, eu os peguei de surpresa, foi isso. – ele disse pegando minha mão.

Eu olhei para nossas mãos unidas e logo depois para um chafariz que não ficava a muitos metros de nós. Já estava de noite, mas o jardim era muito bem iluminado, me permitindo ter uma excelente visão do ambiente.

- Você entendeu o que eu disse a eles?

- Eu fui criada e treinada para isso Edward, eu tenho certeza que entendi sim. Você já me mordeu uma vez, mais duas e eu serei sua Sgiah. – comentei olhando para ele.

- Eu não quero que se sinta pressionada.

- Acredite, isto nunca se passou pela minha cabeça. – eu sussurrei minha respiração tornar-se descompassada conforme ele se aproximava de mim.

Uma de suas mãos rodeou lentamente minha cintura e instantaneamente eu já estava sentada em cima dele, com a outra mão, ele retirou o cabelo do meu pescoço e o colocou em minhas costas.

Com uma lentidão angustiante ele depositou um beijo casto em meu pescoço, antes de cravar de vez os dentes em minha garganta.

Eu fechei os olhos e permiti que ele bebesse de mim até saciar-se. Essa era a segunda mordida e teve quase o mesmo efeito sobre mim que a primeira. Quase. O motivo disso era que essa era melhor, muito melhor e eu não sabia se seria capaz de continuar racional por muito mais tempo. Sua mão acariciou a minha e tocou no pingente de minha pulseira, um gesto de carinho pelo que pude perceber. Não tardou muito e ele se separou de mim, fazendo com que eu sentisse muito a sua falta.

Eu abri os olhos e olhei para ele, que me olhava intensamente.

- Ainda falta mais uma mordida e você será minha Sgiah. – ele disse suspirando.

- Não pode morder agora? – eu disse fazendo-o rir.

- Não, eu bebi uma quantidade relativamente grande de seu sangue, se eu te morder de novo eu seria capaz de lhe causar algum mal. É melhor esperar...um ou dois dias.

Eu assenti e levantei, sendo seguida por ele.

- Quer que eu lhe leve para o templo?

- Ah...tudo bem.

[...]

- Bella! – Luciana disse assim que me viu. Eu estava indo em direção a sala de aula, carregando meu caderno em mãos e ela correu até mim.

Luciana era filha de um membro do Conselho dos Anciãos e a pouco tempo ela foi designada como uma Escolhida, ao contrário do que eu via em algumas moças que vinham para cá, ela estava satisfeita com seu status.

Seus cabelos loiros caiam em cachos não domados até a área próxima a sua cintura e seus olhos azuis estavam mais brilhantes que nunca.

- Olá Lucy. – eu disse falando seu apelido. – Dormiu bem?

- Com certeza sim! Mas agora eu quero saber e não me esconda nada, o que aconteceu la no palácio?

- Ai Lucy, foi tão estranho! Quero dizer, as pessoas me trataram bem e tudo mais, mas eu me senti tão deslocada!

- É normal, mas antes que entremos na sala, quero lhe dizer uma coisa. – ela disse parando e olhando séria para mim.

Eu parei e esperei ela continuar:

- Eu tive um sonho, com certeza foi obra de Nyx, nele eu vi você Bella, eu vi você sendo acusada de tramar contra o Rei. Eu senti muito medo.

- Você tem certeza disso?

- Absoluta amiga. Você foi presa e estava desesperada na prisão. Eu acho que isso é um aviso.

- Talvez....mas porque eu haveria de querer matar o Rei?

- E como é que eu vou saber? Você sabe como os caminhos da vida são incertos...só os Deuses sabem nosso futuro...e muitas vezes permitem que a gente os modifique-os, como é o caso. Eu quero que você se lembre disso Bella...para caso algo acontecer.

- Não se preocupe Lucy, eu não vou esquecer. – disse entrando na sala de aula.

Aquilo era muito estranho....estranho demais...e eu tinha que fazer força para não esquecer dessa informação. Não era a primeira vez que uma das meninas de lá sonhavam com algo relacionado a mim. Elas sempre apareciam com sonhos premonitórios e a maioria das vezes eles aconteciam. Mas comigo nunca aconteceu, eu nunca fui capaz de prever nada, nem relacionado a mim e nem a ninguém. Mas então, quando eu me frustrava eu sempre lembrava a mim mesma que não era como elas, eu não era vampira, feiticeira ou coisa parecida. Eu era apenas uma humana, uma humana sem poder algum.


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Notas finais do capítulo

E aí o que acharam? Comentem e eu posto o próximo o mais rápido possível.
Beijos da Mah e passem na minha fic nova: Como Se Eu Nunca Tivesse Existido



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