# Bella Swan #

- Com meia ou sem meia? – eu perguntei para Edward, pondo minha perna em cima da cama.

Ele olhou para mim com a testa franzida e desceu o olhar para minha perna.

- Sem.

- Ok então.

Eu joguei a meia-calça rosa no chão, e pus o vestido. Ele tinha um tecido muito confortável, que se moldava bem ao meu corpo. Calcei uma sandália de tiras e vislumbrei minhas unhas pintadas de rosa cintilante.

Sentei de frente da minha penteadeira e olhei por um longo tempo pro meu cabelo. Ele caia em alguns cachos por meu colo e coluna. Mas o que me revoltava era a franja rebelde que ficava no meu rosto.

Abri a gaveta e peguei alguns grampos, separei a franja e a coloquei para trás, prendendo com grampos. Enrolei algumas pontas no dedo e fiz mais alguns cachos, sabendo que até o final da noite, tudo estaria desfeito.

Catei um brilho labial e passei, apenas para dar um pouco de brilho em meus lábios. Borrifei um pouco de perfume e levantei.

Edward estava de frente pro espelho, brigando com a gravata e eu ri.

- Precisa de ajuda?

- Com certeza. – ele respondeu, virando para mim.

Eu olhei para ele e ajeitei sua gravata, colocando-a certinho.

- Precisamos ir.

- Estou curioso para provar a comida, desse cozinheiro que você contratou.

- Tenho certeza que você vai adorar. Pedi a Jasper que preparasse aquela carne ao molho madeira que você adora. E providenciei para que trocassem o vinho por sangue. – pisquei, enquanto saíamos do nosso quarto.

- Até para mim?

- Inclusive a você.

Ele entrelaçou sua mão na minha e descemos as escadas, vendo que os convidados já estavam na mesa. Edward sentou-se na cadeira principal, Esme estava ao seu lado e eu me sentei na frente dela.

- Boa noite a todos. – Edward disse e todos repetiram. – Que os deuses abençoem nossa ceia.

- Assim seja. – nós dissemos.

As serviçais entraram e depositaram travessas e mais travessas de comida em nossa mesa. Eu peguei um pouco de arroz e carne com molho, me servindo de vinho em seguida – vinho de verdade.

Todos se serviram e quando eu vi, já estavam elogiando a comida, perguntando quem era o cozinheiro e querendo saber como faziam para contratá-lo. Rose olhou para mim e sorriu maliciosa. Alice do meu lado, comia feliz e até cantarolava.

Por um lado eu estava feliz, porque eles iriam se conhecer. Por outro, vinha aquele receio. Alice era uma vampira, da mais alta classe e Jasper era um mero humano, com excelentes dotes culinários e nada mais.

Edward começou a conversar com Esme, Carlisle e Emmet, e Rose veio sentar perto de mim e Alice.

- Essa comida estava divina!

- Pois é, o Jazz é perfeito na cozinha. – Rose comentou, olhando para mim e sorrindo.

Eu praticamente mastigava meus lábios inferiores de tanto nervosismo. Edward permanecia ao meu lado, mas sua atenção estava focada em seus tios e primo.

- Você quer conhecer o cozinheiro? – eu perguntei para Alice, que bebericava sua taça de vinho.

- Claro!

Nós três levantamos da mesa e eu pus a mão no ombro de Edward, antes de irmos até a cozinha.

Todas as mulheres estavam ocupadas, com a sobremesa, enquanto Jasper estava virado para nós, com sua roupa branca e suas mãos ocupadas mexendo uma panela de chocolate.

- Jazz... – eu chamei e ele virou-se.

Senti Alice arfar do meu lado e ele congelou ao olhar para ela.

Eu e Rose nos olhamos e achamos melhor sair da cozinha.

- Vamos para o jardim! – eu falei, entrando em um dos corredores e abrindo a porta que dava para o jardim. Ele estava todo iluminado e bem perfumado.

- Você vai para a festa dos Burke?

- Sim, me convidaram. Por causa de você.

- É, pelo menos eu vou ter companhia. Alice tem muitas amigas nobres e vai tentar me empurrar para elas, eu não vou me sentir nem um pouco confortável.

- Sem problemas, a gente se diverte. Acho que vou levar Jasper como meu acompanhante. – Rose comentou irônica e eu olhei feio para ela.

- Rose, foi uma peleja eu conseguir que Edward aceitasse um humano aqui em casa, Jasper não sabe de nada, é perigoso. E lá, vai estar todas as Primeiras Famílias, você sabe como aquele pessoal é todo preconceituoso e tradicionalista. Eles não gostam nem de mim, quanto mais de Jasper.

- Inveja, conhece?

- Conheço e prefiro evitá-la. Tenho certeza que você possui muitos contatos, vá com alguém. E lá, nós nos falamos.

- Sim senhora.

Nós fomos caminhando até chegar em uma fonte, onde um anjo permanecia em cima, segurando um violino e a água saía de sua boca.

- Eu queria que tudo fosse diferente. – me escutei murmurando.

- Eu também. A gente poderia estar fazendo alguma faculdade agora, estaríamos planejando algum investimento e quem sabe você já teria encontrado o amor de sua vida. – Rose respondeu, cálida.

- E você? O amor de sua vida?

- Amor não é para mim Bella. O homem pelo qual eu nutro algum sentimento, praticamente me ignora.

- Eu poderia conversar com Emmet...

- Não fará diferença. E também, deixa pra la...Está no meu destino servir aos outros e quanto a você, tome cuidado com o que planejas Bella, sabe que pode contar comigo, mas Edward está de olho.

- Eu sei Rose. Eu não tenho feito nada ultimamente sabe. Estou deixando quieto. Ao mesmo tempo que eu quero fazer algo, eu tento me assegurar de que permanecendo a lado de Edward, nada vai acontecer. Quero dizer, ele me trata bem, se importa.

- É, mas vai chegar a hora em que ele irá precisar assumir o trono, e para isso terá que se casar com  uma vampira Bella, e até agora...você continua humana.

- Talvez seja isso. Talvez ele conheça alguém e eu vire passado. Então não fará mais diferença alguma.

- Ou então, ele esteja esperando o momento certo pra conversar com você...a respeito da transformação. Não importa o que ele fez no passado Bella, eu acho que...ele de alguma forma, gosta de você e está se redimindo.

- Eu não sei o que esperar de Edward.

- Ninguém sabe, mas me conte...como está as consultas com a tal da psicanalista?

- Ela é legal, mas as vezes me fala coisas que eu não sinto vontade de ouvir. Ela cisma que eu tenho que esquecer o passado e seguir em frente.

- As vezes eu concordo com ela.

Nós ouvimos um farfalhar e logo Edward se aproximava de nós.

- Rosalie. – ele disse educadamente, mas eu podia ver a desconfiança em seus olhos.

- Olá Edward. – ela respondeu.

- Bella, vamos entrar? Está frio aqui fora.

- Tenho certeza que quando ela quiser entrar, ela irá. – Rose respondeu por mim.

- Tenho certeza que me dirigi a Isabella e não a você.

E o clima ficou tenso e em silêncio e eu resolvi levantar e segurar a mão de Edward.

- Tudo vem, vamos entrar. – eu murmurei, sorrindo sem graça para ele.

Ele me abraçou com força e olhou duro para Rose, entrando no Palácio comigo logo em seguida.

A inimizade entre os dois ficava cada vez mais palpável.

Eu pensei que iríamos direto para a sala de jantar, mas ao invés disso, Edward abriu uma porta qualquer e nos trancou la dentro.

- Mas o que...?

E rapidamente eu fui calada, quando seus lábios chocaram-se com força contra minha boca.

Eu gemi e minhas mãos subiram para seu cabelo, enquanto abria espaço para sua língua passar.

Nosso beijo se tornou ávido e apaixonado, e eu sentia as mãos de Edward me apertando e passando em todo meu corpo. A parede estava presente, atrás de mim. Mas tudo que eu sentia era ele.

Nossas pernas meio que se entrelaçaram e eu quase tropecei, fazendo com que Edward cessasse o beijo e colocasse sua testa na minha. Eu abri os olhos e vi que ele ainda estava de olhos fechados, respirando fundo.

- Você está todo bagunçado. – comentei sorrindo e ele abriu os olhos.

- Eu já demonstrei meu desconforto quando te vejo perto de Rosalie?

- Sim, e eu volto a repetir. Rose é minha prima, a única pessoa da minha família e é minha melhor amiga.

- Você poderia conhecer algumas mulheres de sua idade, que fazem parte de uma das Primeiras Famílias.

- Elas me odeiam Edward, e você sabe disso. Elas vivem se engalfinhando e competindo, pra verem quem será a escolhida por você a assumir o trono contigo.

Ele riu debochado.

- Coitadas. Minha escolha já foi feita a muito tempo.

- Ah é? – eu provoquei – E quem foi a escolhida?

- Em breve você saberá. – ele respondeu piscando e abriu a porta para que nós saíssemos.

Aquilo mexeu comigo. Edward não seria sádico o suficiente para me apresentar a mulher com quem ele se casaria...ou seria?

Eu deveria estar feliz, casar com uma vampira, significaria que Edward não iria mais precisar de mim. Mas uma estranha sensação tomou conta de mim, e mais do que nunca, eu queria mostrar a todos que Edward, de alguma forma, pertencia a mim e que não seria nada fácil me separarem dele.

Eu me aferrei mais a ele, e ele me abraçou enquanto entrávamos na sala.

Edward era a pessoa mais imprevisível que eu já conhecera na vida, uma caixinha de surpresas.

- Edward! A quanto tempo não nos vemos! – uma vampira disse exasperada assim que entramos na sala.

- Tanya? O que você faz aqui?