Os passos apressados ecoavam no assoalho frio, o corredor silencioso e escuro deixava o momento ainda mais tenebroso. No final do extenso corredor havia uma porta com a fresta aberta deixando um mínimo fio de luz sair dali, os passos foram diminuindo o ritmo ao se aproximar e logo estavam dentro do quarto mal iluminado.

No quarto havia somente uma enorme cama, uma mesa de cabeceira e uma velha poltrona onde um jovem estava sentado com uma expressão preocupada no rosto. Ao ouvir o barulho dos passos ergueu a cabeça em direção da porta e deixou um mínimo sorriso de alívio aparecer nos lábios.

- Você chegou, finalmente! - o jovem rapaz disse num murmuro.

Parada no batente da porta, estava uma senhora de cabelos numa mistura de ruivos e grisalhos, usava um óculos redondo com aro prata e um vestido longo preto. Ela mantinha uma expressão lívida e séria no rosto, seus olhos não estavam voltados para o rapaz e sim para a pessoa que estava deitada na cama.

- Como ela está? - a senhora perguntou finalmente se aproximando.

- Continua da mesma forma de quando a encontrei. - o rapaz fez uma careta.

- E a criança? - a voz da senhora saiu trêmula. - Ainda está viva?

- Sim. - agora o rapaz também encarava a pessoa na cama. - Você acha que há uma possibilidade dela ser uma Slytherin?

- Não há possibilidade, ela de fato é. - a senhora disse com certa amargura. - Fui no vilarejo procurar saber algo, ela foi renegada pela família, por isso não descobrimos ela antes.

- E o que nós faremos agora? - o rapaz continuava encarando a pessoa na cama.

- Eu irei fazer, você vai levar a criança para um lugar seguro, longe daqui! - a senhora disse puxando o rapaz da poltrona. - Leve a criança para Hogwarts, Minerva deve saber o que fazer!

- Você tem certeza? Não acha melhor permanecer aqui no Brasil? - o rapaz arrumou suas vestes completamente negra e encarou a senhora. - Nós estaremos levando a criança para onde a profecia diz começar tudo.

- Aí não será nosso problema. - a senhora disse num modo obscuro ao mesmo tempo que ficava mais próxima da cama. - Vá, antes que amanheça.

O rapaz hesitou por um momento no batente da porta, mas ao receber um olhar de reprovação da senhora, virou-se em direção do corredor. Andando em passos largos, foi até a porta ao lado da escada, escancarou-a num movimento brusco e andou até parar ao lado de um berço onde um bebê estava adormecido entre algumas mantas.

- Pobre criança. - ele murmurou enquanto pegava o bebê no colo e em seguida sumia no meio do quarto.