Life Goes On... escrita por HévilaChavez


Capítulo 1
Capítulo 1




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Ainda que já fizesse dois anos após a morte de seu pai, Ronnie ainda sofria muito, como se ele tivesse falecido na noite anterior. Todos os dias ela recordava dele, ao tocar, ao caminhar, ao ir se deitar para dormir. Ela lembrava do verão que no começo passou se arrastando em função da sua rebeldia e impaciência. Mas depois passou rápido demais, tudo acontecendo ao mesmo tempo, até que o verão acabou e o resto do ano se passou mais devagar ainda, vendo seu pai morrer aos poucos.

Estava envolta em seus pensamentos enquanto dirigia em direção ao restaurante onde em instantes iria se encontrar com Will. Estavam fazendo aniversário de namoro e ele a convidou para jantar. Com certeza ele havia comprado um presente. Uma jóia, talvez. Ela comprou um porta-retrato eletrônico com as fotos deles juntos, desde quando se conheceram na Carolina do Norte até o exato momento, em Nova York.

Ao estacionar o carro, viu Will através do vidro, já sentado e encarando o cardápio. Pegou sua bolsa e o presente e saiu do carro.

Foi se aproximando dele por trás, a passos lentos.

– Olá!

Ele virou-se caótico, se levantou a puxando pela cintura.

– Oi, meu amor. – Ele deu dois selinhos.

– Comprei um presente. É algo para lembrar sempre da nossa história.

– Obrigado. Nem precisava. – Disse em meio a um sorriso e desembrulhando o presente. – Um porta-retrato eletrônico? Vou salvar todas as nossas fotos nele.

– Não precisa, já estão aí. Vamos sentar?

– Claro! – Disse ele antes de dar mais um selinho e puxar a cadeira para ela.

– E então, o que vamos almoçar? – Ele perguntou, olhando o cardápio.

Não que ela fosse interesseira, mas não era bem aquilo que Ronnie queria ouvir. Depois de ter dado um presente a ele, ela esperava ouvir um “também comprei algo para você”.

– Ronnie?

– Oh, me desculpe, estava distraída. Eu quero uma água.

– Tudo bem. E para comer? Estava esperando você chegar para pedir.

– Vou quer o que você quiser.

– Ok. Garçom, por favor.

O garçom veio e anotou os pedidos de Will. Depois de terem ficado a sós na mesa de novo, ele a olhou no fundo dos olhos, como na primeira vez que se viram, durante um jogo de vôlei, com ela toda molhada de refrigerante.

– Eu te amo, Ronnie. Como nunca amei ninguém. Hoje é uma data muito especial para mim, porque nunca consegui ficar tanto tempo com alguém.

–Eu também te amo muito, ela respondeu.

Ficaram os dois em silêncio por um tempo, até que o garçom trouxe a água de Ronnie, quebrando a quietude. Quando ele se afastou, Will disse:

– Não vai perguntar o que eu comprei para você?

Ela abriu um sorriso, apertando os olhos. Will colocou a mão no bolso e tirou de lá uma caixinha. Depois, pegou a mão de Ronnie a outra mão foi tirando a tampa da caixinha, empurrando-a para cima com o dedo. Dentro do embrulho Ronnie viu algo brilhar. Como uma pedra preciosa, devia ser um diamante, mas um diamante só não, parecia mais um... Mas antes que ela completasse o raciocínio, Will inclinou a caixinha Para que ela pudesse ver o que tinha dentro, e olhando nos olhos dela, ele disse:

– Você aceita casar comigo?

O coração dela deu um salto. Ronnie deu um suspiro e engoliu em seco. Como assim, casar? Eles eram jovens, só tinham 19 anos, casar pra quê? Ela ainda queria curtir muitos anos de solteira. Sem saber o que dizer, Ela abriu a boca, mas não emitiu com algum. Will percebeu o nervosismo e de súbito,começou a rir incontrolavelmente. Sem ao menos saber o motivo, Ronnie também começou a rir, e ao encontrar fôlego, disse:

– Will, nós só temos vinte anos!

– Eu sei. E não precisa ser agora. Mas seria bom se eu já soubesse se posso contar com você para contruir meu futuro.

– É lógico que eu aceito! – Ela respondeu sem conseguir mexer os lábios direito, por causa do grande sorriso estampado em seu rosto.

Will tirou o anel da caixinha e o colocou no dedo dela.

Ronnie o admirou por um tempo, depois disse:

– É a primeira vez que me pedem em casamento, mesmo de brincadeirinha.

–É bom saber !


Ronnie chegou em casa às quatro, apressada por ter que levar Jonah ao médico. Sua mãe teria se encarregado disso se não estivesse tão ocupada. E Ronnie teria se lembrado de ir para casa mais cedo se não tivesse passado a tarde inteira com Will.

Ao chegar, foi logo gritando o irmão esperando que ele já estivesse arrumado para ir. Foi até a cozinha beber um copo de água, ela já dava o primeiro gole quando escutou seu celular tocar. Voltou para a sala e pegou o telefone na bolsa que ela tinha jogado no sofá assim que chegou.

Era um número desconhecido.

– Alô? – Ela atendeu.

– Ronnie?

Ela não podia acreditar que justamente aquela pessoa a ligava. Ficou alguns segundos em silêncio, até conseguir falar.

– Blaze! Oh, quer dizer, Galadriel! Pensei que nunca mais voltássemos a nos falar, que surpresa!

– Você não vai acreditar, eu estou fazendo faculdade aqui em Nova York!

– O quê? Não acredito! Isso é maravilhoso!

– Escuta, precisamos nos encontrar, onde você mora? Quero te fazer uma visita.

– Anota aí.

Mesmo que Blaze tivesse feito tudo aquilo para ela, Ronnie não conseguia ter raiva dela. Mas depois de sua volta para Nova York, as duas não se comunicaram. Ronnie deixou seu número para que Blaze a ligasse. Mas ela não sabia o motivo de só agora isso acontecer.

Depois que desligou, ela quase deu um grito de susto: Estava mais do que atrasada. Da sala saiu gritando por Jonah e imaginando onde ele teria se metido.




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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado (= Até mais =*