Profetiza escrita por Sofia Sevla


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Parece que não sou eu a única que parou de escrever durante esses meses. Bom, eu fiz um pouquinho pelo menos. Queria escrever mais, mas... sei lá, não sei o que escrever. Quero ajuda, preciso acabar a história. AJUDAA!



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Por mais que quiséssemos nunca conseguiríamos voltar para o pégaso por causa da armadilha que nos pegou. Não tínhamos visto, não tínhamos ideia que iríamos cair. Maldita corda, quem foi o idiota que inventou armadilhas?

        Vimos o pégaso passar, vimos a cara de desespero de Max, tudo em alguns segundos em que nossas esperanças se foram. Não iria voltar para minha cama, não ouviria mais a voz doce de Max e de Luke e pior de tudo, vou ter que ter uma conversa séria, ou talvez séria o possível para me deixar envergonhada com o suposto cara que me abandonou quando era um feijão ainda. Sabia que iria chegar essa hora, mas meus planos era adiar o máximo possível.

         Depois de alguns segundos com a cara estatelada no chão, chegou um homem vestido com um tipo de roupa feito de cetim que ficava horrível nele, já que ele era, com todo o respeito que ele merece, um porco gordo de dois metros.

         -Ótimo. Um dia da caça e outro do caçador, não é Logan? E quem é essa bonitinha? – o homem disse olhando para mim com um olhar de malícia e eu cuspi na cara dele. – Que educação! Quem lhe ensinou essas coisas? Ah Logan! Ela é sua filha, não é? Aquela menininha, que eu peguei no colo quando não tinha completado nem um número absoluto!

          Olhei para Logan com um olhar de decepção, de vergonha, de todas as coisas desprezíveis que são possíveis de passar com apenas um olhar. Ele, com a cabeça pra baixo, com uma cara de dor – não a minha compartilhada dor, mas sim a dor de si próprio, pelo homem que ele foi.  Não consegui sentir um mínimo de sentimento de solidariedade por ele. Ele merecia sofrer, assim como eu sofri durante longos – ou até esse poucos dias que eu percebi, serem – nove anos de vida. Sem a sua companhia, imaginando que ele estava morto, sem esperança que ele um dia voltaria.

           -Vamos pessoal! Sorriam, vocês vão ser levados para um lugar ótimo, com uma cama de primeira feita de fibras minerais e um travesseiro vindo do núcleo da terra. Especialmente feita para vocês. – Ele disse nos arrastando. Não tinha ouvido a voz de Logan durante todo esse tempo. A areia que entrava em minha boca e meu os ossos batiam violentamente no chão enquanto o homem nos arrastava cada vez mais rápido. Logan parecia estar mais confortável, na medida do possível. Deve ser o peso; como ele é mais pesado ele consegue se estabilizar (repito: na medida do possível) no chão, já eu fico ricocheteando no chão por ser mais leve. Maldita idade.

           Andamos por mais ou menos 20 minutos (eu me perguntando como esse cara agüentou tanto tempo) até que apareceu uma descida enorme que levava para o mar onde havia um barco. O nosso barco, sugiro.

           -Bom crianças, chegamos. Se não quiserem levar chicote nas costas, vão andando, sem nenhuma pegadinha, ouviu Logan? – ele deu uma piscadela para meu pai. –Ah! E você, bom, se comporte como uma dama.

           -Não sou uma dama – murmurei entre dentes. Era mais um comentário inútil que não deveria ter levado á repercussão que teve.

           -Como é? Você não é uma dama? – ele olhou para mim com o olhar daqueles garotos imbecis do oitavo ano davam para nós; o que me deixou mais furiosa e com vontade de arrumar briga porque apesar dele ter falado sobre o tal chicote, não via nada. Absolutamente, nada. Levantei o rosto e cuspi na cara dele:

           -Não, seu porco imbecil – eu vi o crescimento da raiva dentro dele. Eu também estava. Subi os meus pulsos, já que estavam amarrados, em uma altura que ficasse ao nariz dele, e dei um soco feio, mas forte fazendo ele espirrar. Enquanto eu ria, ele pegava uma corda embaixo de sua roupa; uma corda não, um chicote. Sua mão subiu, e tudo aconteceu rápido, muito rápido.

            Logan me empurrou com toda a força que lhe restava e a chicotada foi nele. Não que eu tenha visto nem nada, porque aliás, eu tinha que ter batido a cabeça em uma pedra e ter desmaiado, senão, qual seria a graça?!

***

            Acordei com uma dor insuportável nas costas, com a cabeça doendo, e ao tocar em mim, via um corte, dois, três no mínimo em meu braço. Retilíneos e limpos, como um médico sem muito suprimentos faria para curar.

            -Ei, ei, ei. Deite, e durma. Você ainda não está bem – um homem me empurrou gentilmente para a cama de pedra. Um homem que eu falei? Ah, eu quis dizer Logan.

            -Eu me sinto bem, qualquer coisa é melhor que ficar deitada nisso – ele se afastou um pouco ainda preocupado se eu não ia cair, desmaiar, ter uma taquicardia e etc.

            Ao me sentar, esfreguei os olhos e tirei a remela do olho. Estralei as costas e olhei em volta. Era um tipo de sela primitiva para que tudo era feito de pedra, menos a grade de metal. Havia duas camas, uma minha e outra para meu pai. Ele estava sentado, mais frágil do que nunca e com mais ferimentos que eu; seu rosto tinha um monte cortes e a parte visível de seu corpo também. Contudo, não parecia estar sofrendo de dores, parecia estar mais feliz do que nunca. Não com aquele sorriso estampado, mostrando até a goela, mas aquele sorriso simples. Não sei explicar, mas ele estava feliz, eu via isso.

        O olhar dele ficava colado em mim e eu não falei nada, o mais incrível. Aliás, falar o que? Era tão reconfortante ver ele, sua barba longa e aquele olhar paterno e...

        -Você cresceu muito desde a última vez em que eu te vi. Era pequena. – Ele disse, ainda sorrindo. Sua voz era grave e rouca.

        -É. – Eu meio que respondi, meio que rosnei de um modo não agressivo, se isso for possível.

        -Como vai a vida lá fora? – ele perguntou já se arrependendo. Por mais que ele tentasse esconder, era inevitável ver as lágrimas secas que haviam rolado a pouco tempo.

        -Por que você fez isso? Deixou-nos sozinhas. Minha mãe não tinha ninguém. Como pode fazer isso? – perguntei, já prevendo que sairia uma ou duas palavras tremidas. Não estava chorando, não esperava chorar mesmo.


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Notas finais do capítulo

Aiai, não ficou como eu queria, nem sei mais o que eu quero nessa história, já pensei em matar a Missie, sei lá. ME DEEM UMA LUZZZZZZZ!



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