06 - Harry Potter e a Sentinela dos Errantes escrita por alinecarneirohp


Capítulo 5
E CONSEQÜENCIAS




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/153795/chapter/5

Harry estava a caminho do Hospital St Mungos com Sirius e Sheeba, que haviam vestido nele a roupa protetora. Ia pensando no quanto podia ter sido idiota de não usar a veste protetora por pura preguiça, se amaldiçoando por isso. Mas ao mesmo tempo pensava: Era seu último ano, afinal de contas, Voldemort estava lá fora, sumido há quase um ano, provavelmente mais forte que nunca, o que ele poderia esperar afinal de contas? Voldemort fazendo vodu contra ele é que parecia meio primário. Sempre achara vodu uma coisa meio ridícula, quando aprenderam os contra-feitiços que anulavam o vodu ele pensara que nunca precisaria, mas aquele vodu estava complicado, nem mesmo ele saberia dizer porque.

            Quando entrou no hospital e foi posto numa cadeira de rodas, segurando o braço ferido, começou a pensar porque afinal de contas haviam escolhido o braço esquerdo. Ele não era canhoto, não fazia nada com o braço esquerdo, porque então o feriram neste braço?

            Em Nova Iorque, Draco olhava o boneco assustado. Nenhum dos exemplos que haviam sido feitos em sala de aula haviam apresentado aquele sangramento contínuo e insistente. Ele imaginou onde estaria o Potter, e o quanto ele devia estar sentindo de dor por causa daquele furo no boneco. Nesse momento, Duff entrou na sala e viu o boneco sangrando, ficando na mesma hora com o queixo caído:

-         Malfoy... você conseguiu uma ferida permanente... sinal que você e esse cara realmente se odeiam.

-         Não fala besteira, Duff. O boneco de todo mundo sangrou

-         Mas que nem o seu nenhum, cara... quem é seu desafeto? Me diz. É um cara que você odeia de verdade, hein?

-         Cala a boca, seu babaca, não é da sua conta...

-         Mas é da minha, Malfoy – a voz de Igor Zimmerman soou atrás de Draco. Ele sentiu-se ligeiramente tonto.  – Quem é seu desafeto, rapaz?

-         Harry Potter. Ele estuda comigo. – Draco virou-se para encarar os olhos pretos do professor. Seus olhos azul-acinzentados tinham o brilho gelado do ódio. Se ele pudesse, trocaria o boneco pelo do professor e o faria sangrar até a morte. Atrás do professor podia ver a cara abobada do Skinhead, que saiu correndo para espalhar a notícia de que Draco Malfoy causara dano profundo em Harry Potter.

-         Harry Potter – um brilho frio apareceu nos olhos do professor – então é verdade... você realmente é filho de um death eater que não mudou de lado... e vai para o mesmo caminho.

-         Não, isso não é verdade. Eu jamais serei um death eater porque os acho uns idiotas... e não fui eu quem escolhi Harry Potter para desafeto. Ele que nunca gostou de mim, desde a primeira vez que me viu.

-         Mas vocês se odeiam... só uma ligação de ódio profundo produz isso... você odeia Harry Potter, Draco?

            Sim, era verdade. Draco e Harry Potter detestavam-se mutuamente, mas Draco o odiava realmente, porque Harry Potter tinha toda a atenção. E quando ele quisera aproximar-se desta atenção, seguindo a máxima de seu pai: “humilhe os mais fracos, bajule os mais importantes”, Harry o havia rejeitado como se ele fosse um ser desprezível. Mas Draco não podia fazer aquilo. Se Sue descobrisse, era o fim.

-         Não, eu não odeio Harry Potter. E estou arrependido de ter causado este dano nele. E não quero que o dano permaneça. Como eu desfaço o vodu?

-         Desfazer – o professor deu uma gargalhada alta – Não se desfaz um vodu como esse. Você pode desfazer a ferida. Retire o aguilhão, e use sua varinha para reparar o buraco, e a ferida sumirá nele. Mas a vida dele vai continuar em suas mãos. Cause um dano a este boneco, e Potter sofrerá dano. Destrua-o, e Harry Potter perderá a vida. – Draco arregalou os olhos. Não podia ser verdade, não queria ter a responsabilidade de ter a vida de alguém em suas mãos.

-         Então, vou ter que conservar este boneco comigo até a morte?

-         Exatamente... mas existe um meio do boneco ser destruído e nada acontecer.

-         Que meio é esse?

-         Entregue-o a Harry Potter e peça desculpas por tudo. Faça de coração aberto. E ele poderá destruir o boneco com as próprias mãos e estará livre de tudo.

----

-         Sue, eu não posso fazer isso!

-         Porque não, Draco?

-         Porque se eu fizer isso, ele vai saber que eu fiz o vodu, e eu vou ser expulso de Hogwarts!

-         E daí. É isso que você merece depois de fazer uma besteira dessas.

-         VOCÊ NÃO ENTENDE? ISSO É CRIME INAFIANÇÁVEL E IRREVOGÁVEL! EU SOU MENOR DE IDADE, MEU PAI VAI PARA AZKABAN SE EU ENTREGAR O BONECO AO POTTER!

-         E PORQUE VOCÊ NÃO ME ESCUTOU? – Sue começou a chorar – Porque você não me escutou, Draco?

-         Porque era a única forma de ficar ao seu lado.

-         Não, não era. Você foi covarde. Havia mil coisas que você podia ter feito, você podia não ter posto o sangue de Harry no boneco, podia ter abandonado o curso, podia ter mandado teu pai para o inferno... mas preferiu fazer tudo como se não estivesse fazendo nada demais... Draco, você não teve escrúpulos!

-         Eu não tive escrúpulos? O que você queria que eu fizesse?

-         Que agisse de forma decente. Acabou, Draco, eu nunca mais quero ver você.  – Sue arrancou do pescoço o cordão que ele dera e sumiu numa estação do Metrô, deixando-o parado sozinho na rua, perplexo demais para dizer qualquer coisa.  Ele abaixou-se e pegou o cordão com o pingente que ela jogara no chão.  Voltou como um autômato para o albergue, de onde tirou o boneco de uma caixa e ficou olhando. Já tirara o aguilhão há horas. A essa hora, estava tudo bem com Harry Potter, ou melhor, tudo relativamente bem, se descontasse o fato que ele neste momento tinha sua vida nas mãos de outra pessoa.

----

            No Hospital, Harry se espantou quando a ferida em, seu braço desapareceu sem deixar vestígios. Sheeba tocou-o apreensiva e disse:

-         Harry, eu preciso dizer uma coisa a você. Não é Voldemort quem está fazendo este vodu. Eu sei, apesar da pessoa estar com o gelo de confusão, não é Voldemort, eu reconheceria a energia dele nem que ele usasse um gelo com todos os cabelos da cabeça... não se disfarça tanta energia trevosa.  Mas vodu é sempre muito sério. Existem cem  de formas de fazê-lo  e noventa e nove não são eficientes. Esta é a única que dá certo, e é maligna demais. Não tire mais a veste protetora até chegar em Hogwarts. Dentro do castelo, você estará protegido, eu falarei com Dumbledore e ele lhe dará proteção. Mas do lado de fora, ao ar livre, use sempre a veste protetora. Sempre.

-         Está bem, Sheeba.

-----

            Troy olhava Draco, que lhe contara a história toda do boneco e de como se daria mal se entregasse o boneco a Harry e pedisse desculpas, e também o quanto ele se arrependia por ter feito aquilo sem medir as conseqüências.

-         Draco – começou Troy – você realmente odeia esse cara?

-         Não sei. Mas acho que realmente odeio sim. Quer dizer, a gente começou a se estranhar no primeiro ano.

-         Eu posso dar uma sugestão?

-         Eu tenho escolha?

-         Fique amigo dele.

-         O quê?

-         Fique amigo dele, amigo mesmo... não deve ser assim tão impossível.

-         Depois de tudo que aconteceu entre a gente, é impossível.

-         Não importa, tente. Enquanto isso, guarde o boneco como se fosse a sua vida que estivesse nele.  Quando vocês estiverem muito amigos e isso não tiver mais tanta importância, confesse. E entregue o boneco a ele.

-         Isso não vai dar certo.

-         Você tem outra sugestão?

-         Nenhuma melhor, mas... você não conhece o Potter.

-         E você conhece?

-         Talvez menos que eu conheço você.

-         Então, talvez ele não seja tão ruim como você pensa.

----

            No dia seguinte, Harry saiu do hospital e foi visitado por Rony e Hermione. Rony estava bem diferente,  seus cabelos estavam louros e os ombros bem mais largos e ele estava uns dez centímetros mais baixo

-         Não estranhe – ele disse – transfiguração pessoal, não quis desfazer para mostrar para você.

-         Isso está horrível – disse Hermione fazendo um muxoxo, porque ele estava realmente bem diferente – Nem parece você.

-         Realmente – disse Harry – eu não te reconheceria!

-         Mas isso não é importante. Precisamos descobrir quem fez isso em você. Se Sheeba diz que não foi Voldemort...

-         Não foi mesmo ele, desde o começo eu achei que não fosse. Vocês lembram quando estudamos vodu em defesa contra as artes das trevas? Isso é considerado primário por bruxos que realmente se acham poderosos... mesquinho, covarde. Fazer bonequinhos e espetá-los. E ainda tem o problema da eficiência... é preciso um elo de ódio real para que dê certo.

-         E quem você odeia tanto quanto odeia você que nem Voldemort?

-         Sei lá... Não me ocorre ninguém.

-         Ninguém? – Disse Hermione – E aquele invejoso do Malfoy? O pai dele também é bem covarde... e o Malfoy não teria dificuldade nenhuma de pegar uma peça de roupa sua lá em Hogwarts.

-         Hermione – Começou Rony – embora eu deteste dizer isso, acho que o panaca do Draco não faria vodu para o Harry. Ele na verdade é apenas um idiota invejoso. E o Harry não odeia ele também.

            Harry ficou calado. A verdade era que realmente não suportava Draco Malfoy. Tudo no garoto o irritava, ele ainda lembrava de todas as coisas que ele havia feito, principalmente as humilhações a Hermione e Rony. E Harry ainda não digerira muito bem o fato de no semestre anterior Rony ter emprestado sua coruja para Draco. E decididamente não esquecera que quando Draco andara se pavoneando na escola por estar muito forte no fim do semestre anterior havia até cantado Willy. Isso ele não podia perdoar.

-         De qualquer forma – disse Harry – eu ainda posso me proteger. Acho que quem fez o vodu queria me dar alguma espécie de aviso. Machucou meu braço esquerdo... se quisesse realmente me fazer mal, machucaria o direito.

----

            Draco voltava para casa no metrô mundial pensando no boneco, protegido dentro da mala, enrolado em várias peças de roupa porque lhe daria um sério problema se alguém o achasse. A coruja o olhava dentro da gaiola. Tentara falar com Sue várias vezes antes de ir embora, mas ela não o atendera. Ligara para a casa dela (era humilhante ter de usar uma coisa como um telefone), mandara uma coruja, fora até o prédio dela e sempre ela se recusou a falar com ele. Quando fora ao prédio dela, tivera a pior experiência, com John gritando a plenos pulmões que ele sumisse da frente dele ou ele o entregaria para os vampiros, porque ele havia feito muito mal a sua filha. Agora, voltava para casa arrependido da forma que conduzira as coisas e sem saber como consertá-las. Se na viagem de ida se achara o máximo, na volta, estava se achando um autêntico imbecil, que não percebera que isso ia acabar da forma que acabou. Também, se o pai tivesse escolhido outro curso para ele. Agora imaginava que despertaria um zumbi de bom grado se isso não lhe custasse o amor de Sue, como o maldito vodu.

            Ao chegar na estação, seu pai o esperava com um sorriso que não o enganava. Ele queria alguma coisa, e Draco desconfiava do que se tratava.

-         E aí, filho, teve boas férias? – Lúcio tinha a tendência de usar nos outros as táticas que funcionavam com ele, uma delas era a bajulação.

-         Tudo bem, pai. – Draco disse mecanicamente

-         Fez um bom curso?

-         Fiz. Mas não quis o certificado, o senhor pode imaginar que ele daria problemas.

            O pai calou-se e conduziu-o até o carro, que, dirigido pelo motorista com cara de trasgo, rapidamente virou numa curva e aparatou na frente da casa deles, nos arredores de Londres. Draco tirou velozmente a mala do carro e correu para o quarto. Queria evitar que o pai lhe pedisse o que sabia que ele ia pedir. Mas seu pai foi atrás. Antes que fechasse a porta, ele entrou e disse:

-         Muito bem, eu lhe dei algo que me pertence, agora quero de volta.

-         Do que você está falando pai?

-         Eu lhe dei o sangue de Potter. Agora quero o boneco.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "06 - Harry Potter e a Sentinela dos Errantes" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.