Bati no volante com raiva quando encostei o carro. Não tive coragem de sair. Olhei pra janela e o guarda me olhava.

- Já imaginava isso.

Olhei pro meu lado vendo as garrafa de cerveja vazia.

- Tenho que dete-la.

Apenas fiquei  andando de um lado para o outro na delegacia quando parei e olhei pra porta e Grissom me encarava desapontado.

- Vamos, eu te levo pra casa.

- Não precisa!

- O que aconteceu Sara?

Respirei fundo, me sentindo mal, com as vistas pesadas.

- Sai do laboratorio e passei no mercado pra comprar umas cervejas e bom, fui bebendo no caminho. Eu estou bem, ta legal.

Uma lagrima caiu de meus olhos, Grissom então veio ao meu encontro me segurando. Ele me levou até o carro e eu desisti logo de dizer alguma coisa.

- Aonde você mora Sara? – Grissom me pergutou ao entrar no carro e agora ele parecia bem preocupado – Vai ficar tudo bem. - ele segurou minha mão, mas logo soltou pra ligar o carro.

- moro perto... – parei olhando pra ele e sentindo meus olhos arderem. Pisquei algumas vezes.

- aonde Sara? – ele me olhou rapidamente seguindo em frente – diga!

Fiquei olhando-o enquanto a escuridão o cobria.

- eu mora na... – então meus olhos se fecharm me tirando a visão e a audição...

O sol brilhava fazendo meus olhos arderem ao abri-los. Olhei o quarto que não era nada familiar, sentei as pressas colocando a mão na cabeça, pois tudo girava. Levantei vendo que estava com as roupas de ontem. Olhei a minha volta quando vi ele sentado em uma cadeira na varanda.

- Bom dia!

- O que estou fazendo aqui? Melhor onde estou?

- O café esta na mesa, vem comer. – ele se virou e me olhou.

Andei em direção a varanda e sentei na cadeira ao seu lado. Na mesa tinha biscoitos, pães, chá, café e entre outras coisas. Peguei um biscoito e enquanto eu comia e vi que estava com fome. Peguei uma caneca e coloquei um pouco de café. E quando eu ia beber olhei pra Grissom e depois pra onde ele olhava, o horizonte.

- O sol a essa hora é – ele fez uma pousa me olhando -, novo!

Desviei o olhar, olhando pro horizonte e ele tinha razão, o sol era diferente naquela hora da manhã.

- Voce não fica bem bebendo. – olhei novamente pra ele.

- Grissom eu sei me virar. E você ainda não me respondeu!

- Ora, esta aonde estou hospedado. – ele sorriu pra mim me deixando sem ar – Não foi dificil te carregar até aqui, tirando o fato de que voce não é nada leve.

Levantei da cadeira deixando a caneca na mesa.

- O que foi?

- Cadê a chave do meu carro? Quero ir pra casa agora. – levantei os braços – e além do mais tenho que trabalhar!

- Termine de comer primeiro.

- Não! – gritei – Ok. Vou a pé, não ligo.

Ele se levantou.

- Qual o seu problema Sara?

- Você talvez.

- O que eu te fiz? – ele me olhava sem entender.

- Tchau. – me virei indo preocurar a porta e sair daquele lugar, mas antes ele me puxou deixando nossos corpos bem juntinhos, ele me encarava e sua expressão era de raiva e ao mesmo tempo misteriosa.

- Por favor Sara. – ele sussurrava.

Eu só prestava atenção naqueles olhos azuis e na sua voz sedosa. Aproximei meu rosto e ele fez o mesmo, eu já sentia seu halito e meus olhos já fechavam quando abriram a porta me fazendo pular.

- cheguei em pessima hora. – Cath nos olhava com os olhos arregalados.

Grissom me soltou e virou pra Cath.

- Acho que não vai comigo hoje né? Bom, até. – ela nos encarou antes de feichar a porta.

Coloquei a mão no rosto.

- Preciso mesmo ir Grissom.

- Esta bem, vamos.

Mil coisas passavam pela minha cabeça eu estava amando-o e quase pude demostrar isso a ele. Mas na verdade eu queria me afastar dele, pra não tornar pior a situação, mas como eu já disso, isso parece impossivel.

Chegamos na minha casa, arrumei meu kit, tomei um banho e enquanto isso Grissom perambulava pela minha sala.

Saimos do apartamento em silencio e entramos no carro em silencio. Ele foi dirigindo.

- Por que dirigiu embreagada?

- vou ser suspensa? – respirei fundo enquanto olhava pra estrada.

Ele não me respondeu, então eu falei, não me emportando.

- Apenas pra esquecer algumas coisas.

- Isso não é o melhor remedio! – ele não me olhava, mas eu podia ver o seu olhar triste.

- É eu sei! – foi a única coisa que consegui responde, antes de me afundar no banco e esperar.

Chegamos no laboratorio. Sai do carro acompanhando o Grissom quando Lauren me chamou. Fui até a sala dele.

Ele me entregou algumas papeladas dizendo pra quando eu terminasse entregar pra Grissom. Fiz uma careta e fui pra sala de convivência.

Hoje não teve muitos crimes a serem investigados. Cath foi a um homicidio, Warrick em outro e Grissom e Nick foram em um que parecia mais complicado.

Fiquei ali sentada por bastante tempo sozinha até que Cath chegou, sentado em uma cadeira do outro lado da mesa.

- Olá.

- oi Cath – e então o silêncio pairou novamente.

As vezes eu pegava Cath me olhando, me olhando não, me fuzilando com o olhar! Até que ela saiu furiosa da sala.

Passou alguns minutos e decidi levar as papeladas pro Lauren já que Grissom não estava. Sai da sala quando me esbarrei no Nick.

- Já terminou a investigação?

- Que nada. Vou analisar o taco de baisebol – ele apontou pro taco em sua mão.

- que morte. – sorri.

- O pior é que o filho de 12 anos é o principal suspeito.

- as crianças cansaram de ser as vitimas.

Rimos juntos.

- Tenho que ir.

Então ele se virou e se foi.

Desviei o meu caminho indo pra sala do Grissom. Parei na porta ao ouvir a voz de Cath.

- O que esta pensando Grissom? – a voz dela lhe mostrava a raiva.

- Nada, eu já disse. – Grissom mantinha o tom da voz firme.

- Você esta se envolvendo muito com ela!

Arregalei os olhos ao ver que falavam de mim.

- Ok Gil Grissom. Ainda bem que isso não vai durar.

E Cath saiu da sala sem me olhar. Entrei batendo na porta e Grissom estava com a cabeça baixa.

- Já esta liberada. Já são 22:00h. e não tem muitos casos hoje.

- Vim te entregar a papelada já que esta aqui, e – continuei olhando pra ele enquanto ele se mantinha na mesma posição -, pelo que a cath estava falando, bom...

- Não estou me envolvendo com você, Sara. – ele falava baixo, mas sua voz era aspera - Não se iluda.

Meus olhos encheram de lagrimas, minhas pernas ficaram tremulas. E apenas foi isso que ele precisou falar pra eu meter o pé dali o mais rapido possivel. Magoada.