Friends By Fate 3 - The Rescue Mission escrita por Mandy-Jam


Capítulo 14
Múmias gregas


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o próximo!



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Não podiam acreditar no que tinham ouvido.

Mateus, Rhamon e Rodrigo ficaram parados sem conseguir mexer um simples músculo, enquanto seus olhos corriam pelo cumprimento da enorme caixa de mármore que estava servindo como caixão do próprio Cronos.

E lá estava ele, então, pensou Rodrigo. O pai dos três grandes, o grande senhor do tempo, Cronos, o titã inimigo número um do Olimpo.

O que eles deviam fazer em uma situação dessas? Rhamon pensou na possibilidade de abrir aquela caixa de mármore gigante, e enfiar uma estaca no coração do titã assim como as pessoas faziam nos filmes de vampiro, mas só a idéia de ter que olhar diretamente para aquele cara já lhe dava medo.

E não era só á ele. Flávia estava contando os segundos silenciosamente para poder dar o fora daquele lugar. Só não abriu a boca para falar nada, pois tinha medo de acordar o Senhor do tempo.

- Então... É isso. Cronos está aqui. – Disse Rodrigo um pouco pesadamente demais – Aqui na nossa frente. Dentro desse caixão de mármore.

- É. – Respondeu Flávia tensa.

- O que devemos fazer agora? – Perguntou Rhamon sem saber ao certo. Houve mais um minuto de silêncio.

- Dar meia volta e fingir que nada aconteceu. – Respondeu Mateus pronto para ir embora, mas Rodrigo segurou seu braço.

- Não. Espera. – Disse ele.

- Espera? Você ficou maluco? Eu é que não quero esperar! – Reclamou Mateus – Vamos embora. Esse cara é o maior serial killer. Vai que ele dá uma de zumbi e levanta do túmulo? Eu não quero estar aqui para ver isso.

- E se... Essa for a nossa única chance de matarmos ele? – Perguntou Rodrigo pensando no assunto.

- O que?! Ficou maluco, Rodrigo. Ele não morre. Titãs são imortais também. – Disse Rhamon.

- Mas alguma coisa deve acontecer se enfiarmos uma espada na garganta dele. – Rebateu o filho de Hades.

- Sim, deve. Ele vai ficar com uma puta raiva da gente. – Respondeu Mateus.

- Vamos embora, por favor! – Pediu Flávia com medo.

- Será que vocês não estão entendendo? – Perguntou Rodrigo impaciente – Por que ninguém nunca me ouve? Prestem atenção. O plano de Cronos é destruir os semideuses e depois partir para o Olimpo.

- E o que que tem? – Perguntou Rhamon cruzando os braços.

- Tem que se ele levantar e for com todo esse exército enorme para o Acampamento Meio-Sangue, nós vamos ter um trabalho muito maior na hora de matá-lo. – Completou.

- Mas ele não morre. – Repetiu Rhamon – Será que você não entende isso?!

- Da última vez o tal de Percy Jackson conseguiu destruir ele. Me diz aí como ele não morre. – Rebateu Rodrigo.

- Tanto não morre, que está aí na sua frente. – Retrucou Rhamon.

- Ele pode até não morrer, mas pode ser detido. Sei lá. Ele vira energia e fica flutuando pelo ar sem ter uma forma, ou qualquer coisa do tipo, mas o fato é que ele pode ser detido. E que agora nós temos ele indefeso, na nossa frente, sem ninguém para nos impedir. – Disse Rodrigo – Se abrirmos isso e acabarmos com ele, nós ganharemos a guerra antes dela começar.

Rhamon e Mateus se entreolharam pensando no assunto. Parecia um bom plano. Realmente bom. Poderiam acabar com Cronos ali mesmo e poupar a vida de muitas semideuses que seriam perdidas em uma batalha contra o titã. Salvar até mesmo suas próprias vidas.

Mas não foi bem isso que aconteceu.

- Não. – Respondeu Flávia, voltando ao seu estado esquisito de vidência – Isso já aconteceu antes. É um erro. Não devemos abrir esse caixão antes da hora.

- Por que não? – Perguntou Rodrigo.

- Eu estou vendo. Percy fez isso. – Disse Flávia.

- Quem está falando de Percy?! Eu quero que ele se ferre. O problema agora é com a gente, e não com ele, droga. – Resmungou Rodrigo – Ele já teve a chance dele de salvar o mundo, agora é a nossa.

Sem nem mesmo esperar, Rodrigo estendeu a mão e empurrou com toda a sua força a tampa do caixão. Mateus e Rhamon arregalaram os olhos, não sabendo se o impediam, ou ajudavam.

Flávia gritou dizendo para ele não fazer isso, mas novamente não foi ouvida. Parecia que as pessoas não davam muita importância para ela.

O filho de Hades olhou para dentro do caixão. Com um movimento rápido, ele ergueu seu punhal, apertou o botão fazendo-o virar uma foice, e estava prestes á acertar o alvo, quando parou seu braço na metade do caminho.

Os olhos de Rodrigo se arregalaram, e os outros ficaram sem entender. Será que ele vira algo de terrível no rosto de Cronos? Será que não tinha nada lá dentro? Será que Cronos foi preso lá dentro com uma camisa do Chicago Bulls?

Bom... Eles ficaram ainda mais tensos para saber disso quando Rodrigo deu passos para trás com uma cara de nojo.

- O que? O que houve? – Perguntou Rhamon com medo.

- Ele... – Rodrigo estava com o rosto pálido – Parece uma múmia. Está todo... Mutilado.

- Que?! – Exclamou Rhamon arregalando os olhos – Ele está morto, então?!

- Não foi você que disse que ele não morria? – Rebateu Rodrigo ainda com cara de nojo. Rhamon ignorou aquilo.

- Ou... Isso quer dizer que ágüem já passou aqui antes de nós? – Perguntou, mas Rodrigo deu de ombros sem saber – Bem... Ao menos não teremos problemas com... Ah meu Deus!

Uma mão enfaixada segurou de um modo trêmulo a beira do grande caixão de mármore, o que roubou um grito de Flávia, Rhamon, Mateus e Rodrigo. Com toda a fraca força que tinha, e mão ajudou a erguer o resto do corpo, o que roubou mais gritos deles.

Parecia um homem de no máximo 30 anos. Isso se você conseguisse enxergar por debaixo das ataduras, machucados, cortes, e até mesmo manchas roxas. Parecia um soldado que se dera muito mal em uma guerra. Ou...

- É... Uma múmia?! – Exclamou Mateus arregalando os olhos – A múmia de Cronos?!

- Esse... É Cronos. – Disse Flávia com medo da figura que se colocava sentado no caixão com certa dificuldade. O cabelo loiro, mas completamente sujo de terra (sabe-se lá porque), era balançado de leve enquanto o Senhor do tempo tentava acordar.

- Uhm... – Gemeu ele, provavelmente de dor. Uma gaze enfaixava sua testa, mas uma parte dela acabava tampando seu olho esquerdo. Cronos virou o rosto para a direção dos quatros meio-sangues, e seu olho não enfaixado mostrou um enorme brilho dourado – Vocês...

- Fuuuuu... – Disse Rhamon em um tom baixo de medo.

Cronos abriu a boca, e Flávia esperava que ele soltasse um jato de fogo ou coisa do tipo, mas ao invés disso... Ele soltou um alto bocejo. Os quatro permaneceram imóveis.

- Vocês me acordaram, então? – Perguntou com uma voz fraca, mas ao mesmo tempo se divertindo com a situação – As esperanças do Olimpo libertaram a destruição? Que irônico.

- Como sabe quem nós somos? – Perguntou Mateus.

- Eu sei de tudo, filho de Hefesto. Posso ter passado um tempo dormindo, mas estou bem informado das situações. Vocês são quatro dos 12 da profecia. – Sorriu Cronos malignamente – Acho que a medida apropriada a se tomar agora é ajoelhar perante a mim, implorando por misericórdia.

- Tsc. Acha que vai ganhar de nós? Somos quatro meio-sangues poderosos, enquanto você é uma múmia velha. – Disse Rodrigo pegando sua foice. Ele avançou na direção de Cronos, mas algo estranho aconteceu.

Os pés de Rodrigo começaram a se mover cada vez mais devagar, como se a cada passo que desse ele tivesse que lutar contra um peso enorme que o puxava para trás.

- Há Há! Patético! – Riu ele – Eu sou Cronos, o Senhor do tempo. Eu não serei derrotado por meio-sangues. Não duas vezes! Eu controlo o tempo e suas magias. Para mim vocês não passam de vermes!

- Eu não consigo me mexer. – Disse Rodrigo, só que com uma voz lenta e grossa. Mateus e Rhamon tentaram puxá-lo para trás, mas era quase impossível. Estava muito pesado. Cronos fez um gesto débil e fraco com a mão, e todos os três voaram para longe.

- Gente! – Exclamou Flávia preocupada.

- Pobre filha de Apolo. Ficou com medo de ver seus amigos esmagados como insetos? – Perguntou Cronos se colocando de pé devagar – Pois saiba que esse vai ser o futuro de vocês, heróis. Vou acabar com todos. Um por um.

Flávia tinha lágrimas nos olhos. O que foi que eles fizeram? Liberaram Cronos, e agora todos estariam perdidos.

- Vai... Nada. – Bufou Rodrigo – Pode ter esses poderes, mas ainda é fraco que nem um velho caquético!

 - Por pouco tempo, filho de Hades. Por muito pouco tempo. – Disse sorrindo novamente – Esse corpo está suportando uma mísera parte do meu ser. Por isso ainda estou em condições muito precárias. Mas assim que ganhar força novamente, não haverá nada que entrará no meu caminho.

Rodrigo se levantou com sua foice, pronto para se proteger de algum ataque, mas Cronos riu novamente.

- Acha que isso é uma arma? Deixe-me lhe mostrar o que é uma foice de verdade. – Disse Cronos. Ele estendeu a mão e na sua frente se materializou um longo cabo preto, e na ponta dele surgiu uma lâmina completamente negra. Aquilo tinha um brilho estranho, e o som do objeto cortando o ar fez gelar até mesmo a alma dos meio-sangues.

- Vamos embora. – Disse Mateus se levantando – Vamos embora!

Ele saiu correndo com Flávia, e Rhamon. Rodrigo parou alguns segundos para olhar Cronos com aquela arma, e imaginou a besteira que tinha feito. Ele liberara o senhor do tempo. O pior titã que o mundo já vira.

- Isso. Fuja. – Disse Cronos com um sorriso – E diga para os Deuses que o Olimpo está com os dias contados!

Com uma risada maligna que ecoou por toda a caverna, Cronos cortou o ar na frente de Rodrigo, fazendo-o cambalear para trás e sair correndo junto com seus amigos.

Eles esperavam que todo o exército de Cronos fosse atrás deles, mas assim que desceram as escadas da sala onde estava seu caixão, puderam ver todos se ajoelhando sem nem mesmo tentarem prendê-los.

Eles correram até não agüentarem mais, e entraram nas primeiras porta que viram. Todas elas davam para lugares estranhos, mas depois de muito procurar...

- Esperem... – Disse Rodrigo – Eu... Eu posso tentar viajar pelas sombras.

- Você podia ter feito isso desde o começo, mas só comentou agora?! – Berrou Mateus com raiva.

- Eu esqueci disso! Ah, não ferra! Quer ir embora ou não?! – Berrou Rodrigo.

Ninguém protestou. Rodrigo não tinha a mínima idéia se conseguiria se teletransportar assim como Amanda fazia, mas ele tentaria. Era uma questão de vida ou morte, por isso... Dava para dar um jeito.

Ele fechou os olhos, ainda ouvindo o eco da risada de Cronos e as falas comemorativas de seus seguidores, e desejou com toda a sua força estar em um lugar longe dali. Bem longe mesmo, tipo...

- Que isso?! – Berrou Rhamon olhando em volta.

- Que? – Perguntou Rodrigo abrindo os olhos – Ah, não ferra!

- “Bem vindo á Jackson, Mississippi”. – Flávia leu uma placa logo na frente deles. E era lá mesmo que estavam.

Em pé no meio do acostamento de uma estrada que dava para a cidade de Jackson em um dos estados mais caipiras dos Estados Unidos, estavam eles. Os quatro meio-sangues que tinham ferrado o Olimpo.

O vento quente que soprava batia contra seus rostos, levando consigo poeira e terra seca. Rodrigo cerrou os punhos com raiva.

- Por que eu sempre acabo nesses lugares bizarros?! – Berrou Rodrigo – Uma terra cheia de caipiras babacas!

- Ao menos não é no Mundo Inferior. Ou no espaço inferior ao Mundo Inferior. – Comentou Rhamon encolhendo os ombros.

De certo modo, estava certo. Sair daquele lugar já era um enorme alívio, mas ainda assim eles não se sentiam muito melhor.

Era como se o mundo inteiro tivesse acertado o ombro deles de uma vez só, jogando-os para baixo e esmagando-os.

- Fizemos uma besteira muito grande. – Murmurou Rodrigo.

- Nós fizemos?! Nós?! – Berrou Mateus com raiva – Você que foi abrir a merda do caixão! Você nunca ouve ninguém, seu esquizofrênico?!

- Está colocando a culpa em mim?! Você estava lá e não me impediu. – Rebateu ele – Posso ter culpa em ter aberto o caixão, mas você também tem por não ter me impedido!

- Não vem jogar a culpa para nós! Você que é o culpado disso, Rodrigo! – Gritou Mateus.

- Dane-se! Mas você não concertou a situação quando podia! – Berrou Rodrigo de volta.

- Eu vou concertar a sua cara! – Berrou Mateus agarrando a gola da camisa de Rodrigo e preparando-se para lhe dar um soco.

- Chega! Paem! Por favor! – Pediu Flávia. Ninguém a ouviu, e todos continuaram a brigar, até que a filha de Apolo não agüentou – Che... gaaaaa!

Aquele grito saiu um pouco diferente. Era como se Flávia tivesse conseguido modificar sua voz para sair tão estridente quanto a de Mariana, e incomodá-los fazendo-os parar para tampar os ouvidos.

- Ele acordou. – Disse Flávia ao ver que todos olharam para ela – Cronos se levantou, e agora não há nada que nós possamos fazer para mudar a situação.

- E o que vamos fazer agora? Se não podemos mudar a situação... Qual é o próximo passo? – Perguntou Rhamon.

- Juntar as esperanças. – Respondeu Flávia, mas todos entenderam que ela estava se referindo aos outros meio-sangues da profecia.


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Notas finais do capítulo

O que acharam?
Cronos acordou... Fuuuu!
Reviews? Vou responder os antigos amanhã.
Beijos e obrigada por lerem a minha fic!