Destroy My Life escrita por AnnaCleawater


Capítulo 2
Entre no Jogo!




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Edward era um idiota. Ele é o dono do volvo. E ele me irrita, muito. Porque eu já fui apaixonada por ele, e fiz a burrada de confessar isso na frente de metade da escola. E porque ele fala mal da minha caminhonete. E porque nossos pais vão se casar e eu vou ter que aturá-lo por um bom tempo. Mas que droga!

Fui dormir como fazia toda tarde, mas não pude deixar de pensar no telefonema. Estavam tentando fazer eu e Edward nos entendermos quando isso nem era possível. Nós fomos criados de formas diferentes, por pessoas diferentes... E se essas pessoas foram capazes de fazer a gente se falar, eu não podia deixar de pensar no que mais eles fariam.

Acabei pegando no sono e acordei com o meu pai me gritando.

– O que é? – falei mal humorada.

– Por que não me avisou que Esme nos convidou para jantar? – Ele estava parado na porta do quarto.

– Eu ia avisar, mas eu acabei dormindo. – Menti.

– É mesmo? Então por que Edward Cullen me ligou para me avisar que a minha filha rebelde usou palavras de baixo escalão e pediu que ele ligasse para mim? – Ele estava bravo.

– Não sei... Ele nunca gostou de mim... No primário ele pu... – Fui interrompida por ele.

– Isabella, eu entendo que você não queira aceitar o nosso casamento, mas mentir? Você não acha que tentar não vai fazer as coisas melhores? – ele se sentou na minha cama.

– Carlisle, eu sei que homens de meia idade ter mais dificuldade em manter relacionamentos, mas você é bonitão, consegue qualquer outra mulher de Washington! – eu fui sincera. Ele ficou ligeiramente zangado.

– Mas eu não quero qualquer mulher, eu quero a Esme.

– Você falava isso pra mamãe também? – Levantei-me um pouco revoltada e fui tomar um banho.

– Isabella, não é assim que as coisas são...

– Então como é que as coisas são? Vocês têm uma briguinha e decidem que não podem mais viver juntos? – Parei na porta do meu quarto.

– Uma briguinha? Enquanto você se preocupava em brigar com o Edward na primeira série e em ver televisão o dia todo, eu e a sua mãe estávamos nos destruindo com palavras! – Ele aumentou o tom de voz.

– Eu era só uma criança... E seja lá o que fez vocês se casarem de primeira, se perdeu, assim que desistiram de lutar. – Dei as costas e fui tomar um banho.

Eu estava definitivamente de mau humor naquele dia. Mentira, eu estava de mau humor todos os dias desde que eu meu lembro. Eu geralmente estava feliz enquanto estava sozinha, ouvindo música e mexendo no computador. Então eu decidi que ia pelo menos tentar parecer feliz.

Sai do banho, vesti um vestido preto, coloquei uma calça legging e fui pegar a caixa mágica que a minha mãe me mandara no último natal. Abri com cuidado e peguei o que havia lá dentro. Era a ankle boot mais linda que eu já tinha visto da minha vida. Calcei-a devagar e treinar andar algumas vezes. Passei maquiagem e eu estava bonita o suficiente para impressionar Edward Cullen.

Peguei meu celular, coloquei brincos, peguei minha carteira e coloquei dentro da minha bolsa. Quando desci, meu pai ficou de queixo caído.

– Uau! – Ele disse. – Aonde vai?

– No jantar da Esme. Resolvi dar uma chance para sua felicidade. – Sorri. Ele sorriu, pegou o casaco e nós fomos para o jantar dos Cullens.

Quando chegamos, senti o meu estômago embrulhar, então respirei algumas vezes antes de sair do carro. Era uma casa grande e bem bonita por fora. “Quem vê nem pensa que moram pessoas tão ridículas lá dentro”, pensei. Carlisle bateu na porta.

– Olá! – Alice disse. Ela também estudava em Forks High School.

– Boa noite, Alice! – Meu pai disse.

– Por favor, entrem! – Ela disse com um sorriso. – Você está linda... Swan.

– Obrigada! Pode me chamar de Bella, caso venha a se lembrar que eu existo. – Dei um sorriso falso. Ela deu uma risadinha e fechou a porta.

Assim que chegamos à varanda, notei que Emmett cutucou Edward. Edward deixou escapar um “Ah, meu Deus!” e eu sorri satisfeita.

– Olá Carlisle! – Uma mulher mais velha, Esme, muito bonita e bem vestida disse. – E oi, Bella! Você está incrível.

– Obrigada, Esme. Sua casa é que é incrível! Carlisle escolheu alguém com bom gosto. – Sorri. Eu até que estava me saindo muito bem em fingir ser alguém que eu não era.

– Ah, obrigada... – Ela deu um sorriso enorme e me abraçou. Foi um pouco inesperado e caloroso demais, mas eu consegui abraçá-la de volta. – Já conhece o Emmett? É o mais velho, está na faculdade.

Emmett veio na minha direção com um sorriso.

– Lembro dele dos corredores da FHS. – Disse e apertei a mãe dele. – Sou Isabella Swan, muito prazer.

– Pelo que Edward falou de você eu esperava o monstro do Lado Ness ou a Noiva Cadáver. Mas você mudou bastante. – Ele riu e Esme o repreendeu.

– Sem problemas, Esme. Eu não esperava muito mais do Edward, afinal, ele sempre me detestou, sem me conhecer. – Dei um meio sorriso.

– Já você sempre me amou, não é, Isabella?

Quase pulei no pescoço dele e fiz ele engolir cada palavra. Mas não. Sorri, joguei o cabelo e disse:

– Eu não sei o que me fez gostar de você antes, mas com certeza não funciona mais agora. – Ele corou. Emmett gargalhou.

Nós – todos da família Cullen, exceto o Edward, meu pai e eu – fomos para sala de jantar. Mas no meio do caminho, Edward gritou da varanda:

– Pelo menos posso me orgulhar que nunca gostei de você!

Parei. Virei-me. E dei cada passo com toda a determinação do meu ser. Parei bem perto de Edward e sussurrei no ouvido dele:

– Pode ter certeza que o seu amor não vai fazer falta. Agora escute aqui, estou fazendo isso pela felicidade do meu pai e se você ama um pouquinho a sua mãe, espero que você tente fazer o mesmo e entre no jogo. Ok? – falei um pouco ameaçadora demais. Ele não falou nada, só ofegava. – Ótimo.

Virei às costas e comecei a caminhar de novo; segui o som para chegar à sala. Carlisle estava rindo, feliz, como eu não me lembrava de ver a muito tempo. Sentei-me à mesa e uma empregada trouxe as bandejas de comida em um carrinho. Então, quando ela estava servindo vinho no meu copo, ela derramou um pouco e xingou um palavrão em italiano.

– Você é italiana? – perguntei em italiano.

– Sou. Fala italiano? – prosseguimos com a conversa naquele idioma.

– Minha mãe me ensinou. Fomos para lá no verão passado. Por que saiu de lá?

– Precisava de dinheiro. – ela estava limpando a mesa. – E a Dona Esme paga muito bem.

– Alguém da família fala italiano? – perguntei com outra pergunta em mente.

– Só Edward, mas ele não está aqui agora. Por quê?

– Sabe se Edward tem passado por problemas? Preocupo-me muito com ele. – Menti. – E sabe se Esme anda falando algo de Isabella Swan? – perguntei baixo.

– Ele é um garoto um pouco rebelde. Depois que o pai os deixou ele mudou muito. E Esme disse que essa Isabella vai ser um problema, mas que se Carlisle conversasse com ela, talvez a garota pudesse entender.

– Obrigada. Qual é o seu nome? – Edward entrou na sala naquele momento.

– Augustina. – Todos olhavam para nós.

– Se importa de não falar sobre a nossa conversa para ninguém? Obrigada. – Ela sorriu e saiu.

Emmett e Alice estavam descaradamente boquiabertos. Esme nem tanto, Edward estava furioso e Carlisle indiferente. Depois do “choque”, nos distraímos facilmente e começamos a comer. Então tive uma ideia, e se eu não me conhecesse, até acreditaria que eu estava fazendo aquilo para o bem.

– Carlisle, eu estava pensando... Eu já toco violão há muito tempo e eu realmente gostaria de fazer uma homenagem no casamento de vocês.

– Ia ser ótimo, Bella! – Ele disse.

– Sabe, Bella, eu adorei a ideia! Gostei tanto que eu adoraria me juntar a você e cantar. Ia ser maravilhoso! – Edward disse com um sorriso cínico no rosto. Lancei o meu pior olhar fuzilador para ele.

– Ia ser fantástico! – Esme disse. – Quero dizer, vocês dois teriam uma chance de se conhecer melhor!

– Eu não acho que seja uma boa ideia. – Eu disse.

– Por que não? Tem medo de que eu roube o seu brilho? – Edward disse.

– Não há brilho a ser roubado. É o casamento deles. Eu só acho que eu posso fazer isso sozinha e se Edward quiser ele pode tocar outra música. – Disse séria.

– Larga disso, Bella. Vai ser divertido! – Ele disse.

– É! E vou ficar muito mais feliz por vê-los juntos! – Esme incentivou.

– Faria isso por nós, Bells? – Carlisle perguntou.

Senti-me pressionada. Como assim? Agora ele quer cantar e estragar tudo?

– Claro que sim. Tudo pela felicidade de vocês. – Dei um sorriso.

O Cullen ia me pagar. Ele não tinha o direito de estragar os meus planos. Eu pretendia cantar Wonderwall do Oasis, porque era a música dos meus pais, mas o Edward podia contar para a mãe dele ou até mesmo pro Carlisle a qualquer momento.

A manhã seguinte passou ainda mais lentamente que o normal no colégio. Nas aulas que eu precisava aguentar Edward, tentava ao máximo ignorar o sorriso de satisfação no rosto dele. Eu pretendia matá-lo assim que tivesse a chance. Ele sorriu e acenou pra mim no refeitório e eu apenas mostrei o meu dedo do meio. Quando as aulas acabaram ele foi falar comigo no estacionamento.

– Hey, Swan, quer uma carona para casa? Vamos passar muito tempo juntos agora. - Ele escorou na minha caminhonete. Nós havíamos combinado de ensaiar na casa dele depois da aula.

– E você pode ter certeza que eu vou fazer desse tempo um inferno. - Eu disse e entrei na caminhonete.

–Vai achando. – Ele disse com deboche e foi para a janela. – Você acha que eu teria me oferecido para cantar com o intuito de fazer da sua homenagem algo maravilhoso? Eu vou acabar com a sua vida e você vai se arrepender do dia em que escolheu ficar em Forks. – Ele disse com a mesma fúria da noite anterior.

– Nossa, que medo! – disse com sarcasmo. – E o que você pretende fazer? Contar pra sua mãe, como fazia na 5ª série? Você é ridículo, Edward, e se você quer tanto estragar a minha vida, saiba que você já conseguiu assim que decidiu me humilhar na frente de todo mundo. – Liguei o carro e sai do estacionamento.

Eu odiava aquele playboyzinho como eu nunca tinha odiado alguém na vida. Eu tinha uma boa condição financeira, mas a diferença é que eu conhecia algo chamado humildade.

Segui o Cullen até a casa dele no meio do mato – essa era a melhor coisa sobre ele: poderia matá-lo e esconder o corpo ao redor da casa. Nunca pensei em algo bom o suficiente para me vingar dele, mas ter a presença inconveniente dele por perto iria alimentar o meu lado mal. Quando cheguei a casa, a empregada italiana nos chamou para almoçar e serviu macarronada.

Mal olhei para Edward durante a refeição – não precisava me comunicar só porque estávamos no mesmo cômodo, e acho que ele concordava com aquilo. Acabei antes dele e me lembrei que precisava fazer uma coisa. Puxei minha mochila.

– Que horas são? – perguntei casualmente.

– Por quê? Precisa tomar seu remedinho? – ele ironizou.

Revirei os olhos e olhei as horas no meu próprio celular. Peguei meu remédio no fundo da mochila e exibi como se fizesse um comercial. Ele ficou boquiaberto e eu tomei meu remédio com o suco.

– Isso é pra problemas mentais ou o quê? – ele perguntou com as sobrancelhas franzidas.

– É, acertou em cheio! – fui sarcástica. – Não é da sua conta, Cullen.

– Tudo bem, só quero saber se você é mentalmente capaz de tocar violão, porque eu mesmo posso fazê-lo se quiser. – Ele disse com seu ar de imbecil.

– Eu vou pegar meu violão na caminhonete, depois disso, aonde eu devo ir? – perguntei ficando sem paciência.

– Para o inferno. – ele respondeu indiferente subindo as escadas. Resisti ao impulso de ir lá e mostrar o que é inferno pra ele, mas guardei minha fúria pra depois.

Peguei meu violão e subi as escadas. O segundo andar era tão bonito quanto o de baixo, mas por alguma razão trazia outro astral – como se as cores e a mobília do lugar me tranquilizassem. Seja qual fosse o milagre do lugar, a presença de Edward cancelariam o efeito. No lugar havia dois sofás brancos juntos, formando um L perto da parede, uma estante de madeira perto da outra parede e um quadro abstrato em uma parede isolada. Também havia um corredor que provavelmente dava para os quartos.

Sentei-me e tirei a capa do violão, comecei a tocar Remember December da Demi Lovato e ele me olhou com uma cara estranha. Parei de tocar e coloquei o capotraste na casa necessária.

– Vamos tocar... – comecei, mas ele me interrompeu.

– Wonderwall, do Oasis. É não vai adiantar você dar o seu showzinho desta vez. Vai ser essa música. – Ele disse cheio de si.

Escondi a minha surpresa e sorri maliciosamente. Comecei a tocar e esperei que ele entrasse. A voz dele era bem... Tudo bem que era Edward Cullen, ele ainda cantava bem. Ele só acrescentou algumas coisas que não eram realmente necessárias.

– Cullen, pare de inventar “oh” onde não existe! – eu reclamei quando acabamos.

– Você devia parar de se preocupar com os meus “oh” e começar a se preocupar com a sua monotonia! – ele rebateu e eu revirei os olhos.

– Tudo bem, Edzinho, vamos nos preocupar em fazer uma homenagem descente e apresentável, o que não vai ser possível com você gemendo feito uma...

– Oi, crianças! – Esme disse me pegando de surpresa.

– Olá! – respondemos.

– Estão se dando bem? – ela perguntou com pretensão exagerada.

– Claro... – Assenti.

– Hm, mãe... – Edward disse. – Posso ir a uma festa hoje à noite?

– Só se um de seus irmãos for com você. – ela disse indo para o corredor. – A propósito, Bella conta como irmã. – Ela me lançou uma piscadela. Sorri de volta.

– Ah... – ele suspirou.

– Só vou pegar um sobretudo, está um dia um pouco chuvoso... Bella, você trouxe um suéter, querida? Precisa de um? – Ela ofereceu.

– Estou bem, obrigada. – Sorri forçadamente.

Nós dois ficamos paralisados até Esme sair do cômodo. Tivemos um minuto de silêncio em homenagem ao clima anterior que havia morrido.

– Tudo bem, toque mais uma vez. Só que com um pouco mais de emoção. – ele “ordenou”.

– Você não manda em mim. – Rebati.

– Nossa você é tão crescida... Você vai ganhar uma estrelinha e um biscoitinho se conseguir se comportar! – ele ironizou.

– Vai se foder, Edward. Estou cansada de você me dizendo o que fazer, quando nem ao menos sabe o que está fazendo. – Me levantei e larguei o violão no sofá.

– Ah, eu não sei o que estou fazendo... – ele foi cínico. – Eu estou cantando! É isso que eu estou fazendo! Mas você não sabe o que isso quer dizer, porque os remédios para problemas mentais não fazem mais efeitos! – ele disse furioso.

– Meus remédios não... – suspirei pesadamente. – Eu odeio você. E sabe o que me fez ter gostado de você antes?

– O que?

– O fato de eu não te conhecer de verdade, porque você é detestável e a sua beleza nunca encobrira o fato de você ser um grande idiota! Alguém além da sua mãe e eu já te amou na vida, Edward? – perguntei no meu limite.

– Você não me conhece. Não sabe nada sobre mim, Isabella. E a única coisa que você me trouxe foi ódio. – ele disse entre dentes.

– E eu espero que esse ódio te mate Edward Cullen.

Estava prestes a acertar a cara de Edward com meu punho. Ele merecia aquilo só por existir. Mas me controlei, porque no fundo do meu ser eu temia que ele resolvesse revidar - não o conhecia o suficiente para saber os limites da sua paciência, então resolvi descobrir.

– Você é idiota e mimadinha... - ele prosseguia com seus xingamentos.

– Se fosse muito melhor do que isso, seu pai não teria te abandonado. - eu disse tentando parecer indiferente.

Eu estava com medo. Não queria mesmo dizer aquilo, mas precisava saber até onde Edward iria. Precisava deixá-lo o mais furioso possível, porque isso me fazia... feliz.

– Sua vadia! - ele sibilou. - Não sabe nada sobre o meu pai...

– É, mas acho que você também não...

O mais puro ódio inundou os olhos dele e ele levantou a mão como se pretendesse me bater. Mas então, ele explodiu em uma gargalhada. Não sabia se deveria correr, chamar uma ambulância ou rir junto, então só fiquei olhando. O ódio não cedera, mas agora ele estava o canalizando e isso me assustava mais do que a possibilidade dele me bater.

– Eu sei que ele fez um favor para minha mãe indo embora e que ele não vale tanto quanto um cachorro, mas ele é ainda é o meu pai. Jamais engasgaria exageradamente em um jantar, daria um show em casa ou estragaria qualquer momento de felicidade que ele pudesse ter, porque eu o amo. - ele disse. – Você não tem noção do quanto fez o seu pai sofrer e do quanto o decepcionou.

Engoli em seco. Edward estava... certo. Não era só sobre o casamento, era sobre todos aqueles anos depois do divórcio - nenhum pai gostaria de ver a filha triste, sarcástica, fria e colérica. Eu mal conseguia ver o quão injusta eu tinha sido com meu pai - um homem bom, que não conseguira fazer seu casamento sobreviver. Suspirei pesadamente algumas vezes para tentar controlar minhas expressões faciais - não queria dar um motivo para o sorriso maléfico aumentar no rosto dele.

– Você é capaz de amar alguém além de si mesmo? - perguntei com a voz esganiçada.

– Acho que deveria perguntar isso a si mesma.

– É diferente. Não sabe o quanto... - tentava controlar a minha voz. - Você não é o único que... - Eu não conseguia terminar nenhuma frase.

– Quase acabou com a vida do seu próprio pai.

Desabei no sofá e escondi meu rosto com as mãos.

– Não era isso que eu... - comecei, mas as lágrimas interromperam.

– Você está...? - ele perguntou quase com nojo.

– Não! - quase gritei.

– Ah, não... Pare já com isso! Não quero nenhuma garota chorando na minha frente.

– Eu não estou... - um soluço interrompeu minha frase.

– Ah, não... - ele repetiu. - Precisava fazer todo esse drama?

– Eu não... - eu poderia xingá-lo se conseguisse parar de chorar.

– Para com isso!

– Isso o que? – perguntei confusa.

– Isso... Chorar... – senti a repulsa na voz dele.

– Você fez isso! - acusei tirando a mão do rosto.

– Eu não sabia que você... chorava! – ele passou a mãe no cabelo freneticamente.

– Todo mundo chora! - gritei. – E agora eu não consigo parar! Que merda...

– Como assim não consegue? Que tipo de retardada é você que não consegue parar de chorar?! – ele perguntou incrédulo.

– Você não está ajudando muito! – gritei.

– Para com isso, por favor. – ele pediu calmo, se sentando do meu lado.

– Eu não consigo... – sussurrei.

– Claro que consegue! Você conseguiu me tirar do sério, consegue fazer qualquer coisa. – ele estava me... apoiando.

– Eu não tenho chorado muito desde daquele dia infeliz na escola, então é estranho... chorar. – confessei.

– Parece que eu tenho feito você chorar bastante, não é? – ele havia passado o braço em volta do meu ombro.

– É... – murmurei.

– Sinto muito por isso. – ele disse parecendo sincero.

Aos poucos as lágrimas diminuíram seu fluxo e eu finalmente consegui parar de chorar. Suspirei voltando ao normal e fitei os olhos dele por alguns instantes.

– Obrigada. – murmurei.

– Foi minha culpa, então... – ele murmurou de volta.

Ele estava perto demais. Mais do que deveria. E ao invés de se afastar como ele faria naturalmente, ele chegou mais perto. E mais perto... E mais perto...

E aquela foi a segunda vez que beijei Edward Cullen.


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