Edward POV
Eu tinha feito exatamente o que ela tinha me pedido, eu abri a minha alma e meu coração numa merda de palco e ele me retribui saindo correndo. Eu oficialmente estava desistindo. Não havia nada mais a ser feito e eu não ia mais me humilhar. Eu havia passado tempo demais tentando ser um cara diferente, apaixonado e carinhoso, mas essa fase estava acabada.

Abracei Esme e Carlisle e fui direto para o bar. Depois de alguns drinks, vi Jacob se aproximando e fui até ele.

– O que faz aqui? – perguntei com raiva. – Esta é a minha casa e você não é bem vindo.

– Bella me convidou...

– Mas ela não está aqui agora, está? – aproximei meu rosto do dele. – Saia da minha casa agora. – sibilei.

Jacob não respondeu, ele pareceu entender meu estado colérico e saiu da minha vista. Voltei para o bar e continuei bebendo, até Rosalie se aproximar e colocar a mão no meu ombro.

– O que acha de ir lá para cima, fazer algo melhor que beber? – ela sussurrou no meu ouvido.

Eu sorri. Era a oportunidade perfeita para voltar a ser o Edward de antes. Peguei Rosalie pela cintura e entrei em casa. Subi as escadas e vi Bella sentada no sofá soluçando. Ela olhou para mim, primeiro envergonhada, depois confusa, então eu virei o rosto e continuei no caminho para o meu quarto.

Tirei o vestido de Rosalie e a joguei na cama. Todos os sentimentos, dramas e problemas com a Isabella sumiram da minha mente quando vi o corpo nu de Rosalie.

(...)

Na manhã seguinte, mesmo com toda a dor de cabeça e a ressaca, mas não me lembrava da última vez que me sentira tão bem. Rosalie estava deitada, ainda sem roupas, em cima de mim. Acariciei seu cabelo suavemente e sussurrei seu nome, ela se mexeu e rolou para o lado. Levantei-me devagar e fui para o meu banheiro tomar um banho.

O closet ficava no fim do corredor, então vesti meu roupão e fui até lá. As estantes tinham sido preenchidas com roupas novas e eu me lembrei de que Bella e Carlisle se mudariam pra cá. Não podia pedir nada melhor que ter aquela bastarda louca morando sob o mesmo teto. Vesti uma bermuda e uma camiseta polo branca. Desci para a cozinha para comer o que havia sobrado da festa e beber um pouco mais.

Eu estava sentado à mesa de jantar quando Bella apareceu e se sentou bem ao meu lado. Meu instinto de virar o rosto foi instantâneo, porque ela era a última pessoa que eu queria ver naquele momento.

– Edward, eu... – ela começou a falar e eu me levantei, peguei meu prato e xícara e fui para sala. – Eu preciso falar com você. – ela disse triste, vindo atrás de mim.

– Agora? Precisa falar comigo agora? – eu ri sem humor e bebi um gole do meu rum. Desceu queimando.

– Eu sinto muito pelo que aconteceu entre nós e...

– Eu também. – eu disse um pouco furioso. Ainda não tinha olhado no rosto dela e nem pretendia. – A menos que tenha algo realmente importante para me dizer, você pode ir embora.

Ela suspirou e engoliu em seco, depois saiu.

Mesmo com Isabella e eu morando na mesma casa, eu não pretendia vê-la, falar com ela e nem ao menos pensar nela. Desde sempre tudo que ela quisera de mim era uma chance, ela sempre fora apaixonada por mim e quando eu finalmente me sinto da mesma forma, ela me rejeita. Então para que tudo aquilo? Me seduzir, nos aproximar como nunca antes para depois simplesmente me chutar da vida dela... Se aquilo era alguma vingança, com certeza deu certo porque eu me senti devastado.

Mas não mais. Aquilo havia acabado, porque o velho Edward Cullen que eu conhecia não passava nem um dia se quer sofrendo por mulher alguma. As mulheres que deveriam sofrer por mim e se eu quisesse voltar a ser o cara de antes, eu deveria começar logo.

Larguei meus petiscos e minha xícara na mesa de centro e subi para escovar os dentes. Acordei Rosalie e mandei-a sair do meu quarto e me preparei para sair. Minha mãe e Carlisle já haviam viajado para lua de mel, então não tinha nenhum responsável presente para aplicar as regras.

Peguei meu celular e procurei na lista telefônica o número de Tanya.

– Alô?

– Oi, Tanya, é o Edward... Eu estava pensando, gostaria de sair para almoçar hoje? – eu disse um pouco sedutor.

– Você está mesmo me chamando para sair? – ela perguntou animada.

– Sim, claro... Um... Encontro de verdade. – menti um pouco. Um encontro romântico não era o que eu tinha em mente.

– Claro! – ela quase gritou. – Você me pega que horas?

– Em uma hora, pode ser? – perguntei e ela confirmou.

Encerrei a chamada e liguei para Jasper.

– Cara, espero que seja importante para você me acordar às 10:30 num domingo... – ele disse grogue.

– Vou sair com Tanya Denali hoje. – disse contando vontade e ele inalou surpreso. – Lembra daquela aposta? Quer valer o dobro ou nada?

– Quer valer 200 pratas na Tanya, cara? – ele pareceu desanimado. – Sabe como ela é toda cheia de frescuras sobre não transar no primeiro encontro.

– O dobro ou nada. Eu não estou com medo, você está? – provoquei.

– 200 pratas até o fim do dia, irmão. – ele disse rindo. – Boa sorte.

Desliguei e fui pegar o meu carro na garagem. Não havia muitos restaurantes de luxo em Forks, mas tinha uma franquia do Outback que compensava todo e qualquer restaurante com uma simples costela. O único problema é que mesmo sendo uma cidade pequena, o restaurante ainda ficava lotado aos domingos e era necessário esperar na fila ou fazer uma reserva.

Fui até lá pessoalmente e deixei meu nome reservado, depois fui buscar Tanya na casa dela. Tive que enfrentar os pais dela, o xerife Charlie Denali e a enfermeira Elizabeth, que eram super conservadores, então eu tive que encarnar meu melhor papel de bom moço.

– Eu achei o seu discurso lindo no casamento ontem... – Tanya disse dentro do carro, quando estávamos voltando para minha casa.

– Ah, você ouviu aquilo... – eu disse sem jeito. Eu nem sabia que ela tinha ido ao casamento.

– Mas o que aconteceu? Você sumiu depois e Bella apareceu com Jacob... – ela disse e eu trinquei os dentes. Se eu quisesse ganhar a aposta eu teria que usar outros caminhos.

– Bella quebrou meu coração... – eu me fiz de sensível. – Eu me abri para ela e descobri que ela estava me usando.

– Ah, Edward! – ela suspirou com pena. – Eu não sabia que ela seria capaz disso. Eu jamais faria isso com você... – ela acariciou meu braço.

Deixei meu carro na entrada da garagem e fui abrir sua porta. Subimos em silencio para o meu quarto, onde eu continuei com a encenação.

– Eu ainda estou muito triste, sabe? Eu sou muito fechado e quando me abro para uma garota, ela quebra meu coração... – Fingi estar chorando e Tanya colocou minha cabeça contra seus seios.

– Ela foi uma vadia, Ed... – ela disse um pouco brava. – Mas eu jamais faria isso. Eu adoro caras sensíveis e nunca pensei que você fosse um deles...

– Eu sou, mas tento não mostrar com medo de ser julgado... – continuei com meu papo ultra feminino. Ela ergueu minha cabeça e me olhou nos olhos.

– Eu jamais julgaria você... – ela disse com os olhos intensos e eu aproveitei minha deixa para beijá-la. Foi um beijo não muito intenso, mas que deixasse claro minhas intenções. – Edward, você sabe que eu não transo no primeiro encontro...

– Eu sei... – eu disse e deitei-a na cama. Dei um beijo intenso e depois parei. – Você tem razão... Eu não quero te forçar a nada.

Então ela me jogou contra o colchão, subiu em cima de mim e tirou o vestido de renda que estava usando sem calcinha. A vagabunda já tinha más intenções! Tirei seu sutiã e suguei um dos seus seios.

(...)

– Isso foi muito bom, Tanya... – eu disse suspirando. Ela se aconchegou no meu peito e ficou me acariciando.

– Também acho. Espero que isso te ajude a esquecer a Swan. – a menção do nome de Isabella me incomodou um pouco, mas não tanto quanto me incomodaria a alguns dias atrás.

– É, eu também... – eu disse e me levantei. – Eu vou tomar uma ducha e te levo para casa, tudo bem? – os olhos dela murcharam um pouco. – O que foi?

– Não posso tomar banho com você? – ela perguntou fazendo bico.

– Isso demoraria demais. Não quero te colocar em problemas, se seus pais desconfiarem, já sabe... – Me inclinei e beijei sua testa. – Não vou demorar.

Regulei o chuveiro para esquentar a água o máximo possível. Estava um domingo mais frio que o normal na nebulosa e triste Forks. O tempo parecia combinar com o meu humor. Eu estava frio, nebuloso, triste... Nunca pensei que fosse deixar que uma mulher me deixasse tão para baixo.

BPOV

Eu não podia desistir de Edward, eu precisava me aproximar e dizer que eu estava assustada. Que eu havia cometido erros, mas que eu pretendia consertá-los, eu só queria uma chance... Ele tinha que entender que isso tudo era completamente novo para mim. O padrão era: eu o amava e ele me esnobava. Ele finalmente retribuir meus sentimentos era assustador e surpreendente. Quando você é ignorada por tantos anos, não espera que um dia alguém vá sentir algo por você.

A homenagem de Edward fora a coisa mais linda que eu já ouvira na vida. As palavras dele ainda estavam na minha mente: “Mas a verdade é que eu passei a vida toda apaixonado”... “Eu te amo e agora você sabe”. Eu só queria ter ouvido isso antes, antes de eu estragar tudo tentando afastá-lo de mim.

Meu pai e Esme haviam viajado na noite anterior e nós estávamos sob a responsabilidade de Augustina, o que significava que eu, Edward, Rosalie, Emmett e Alice estávamos livres para fazer o que quiséssemos. Edward já havia saído de casa antes do almoço e eu só percebi que ele havia voltado quando eu ouvi uns barulhos estranhos vindos do quarto dele – que era bem ao lado do meu.

Eu terminei de fazer o meu dever e fui até o quarto ao lado para tentar dialogar e encontrei uma loira pelada enrolada nos lençóis. Recuei e fechei os olhos quando ela gritou.

– Quem é você? – perguntei de olhos fechados.

– Tanya. – ela disse mal humorada. – Não se lembra de mim? Eu sou a nova namorada de Edward.

Meu coração pulou uma batida. Não era verdade, não podia ser. Ele não superaria tão rápido assim.

– Tudo bem, tchau. – eu disse e fechei a porta.

Quando me virei vi que Rosalie estava me observando do corredor. Ela me olhou de cara feia e veio na minha direção.

– O que você está fazendo aqui? – ela perguntou como se eu não pertencesse a família.

– Eu vim conversar, mas tem uma mulher pelada ai dentro e...

– TEM O QUE? – Rosalie gritou e eu tapei a boca dela.

– É Tanya. – ela mordeu a minha mão e eu larguei. – Escuta, você não pode fazer escândalo.

– Claro que posso! E vou. – ela fez menção de entrar no quarto de Edward, mas eu a segurei.

– Você tem que ser mais esperta que isso. – eu disse e ela se virou para me ouvir. – Você entra lá, bate na garota, Edward te acha louca e nunca mais fala com você. É isso que você quer?

– Não... – ela disse contrariada. – No que você está pensando?

– Eu te conto lá embaixo.

(...)

Desci com Rosalie para a cozinha, peguei um pedaço bem grande de bolo, um pouco de sorvete e Coca-Cola. Dividi o bolo em duas vasilhas, peguei colheres e dois copos. Rosalie me observava com desconfiança, como se quisesse me fuzilar, mas não soubesse a hora certa de fazê-lo. Servi um pouco de refrigerante para nós duas e comecei a comer e, depois de alguns segundos me olhando, Rosalie fez o mesmo.

– Edward é um canalha, mentiroso e sujo. – ela começou a xingar. – Eu sei que nós havíamos combinado que não seria nada sério, mas eu tinha esperanças, sabe? Ontem eu disse a ele, eu disse que eu tinha sentimentos. E ele me acorda cedo, me expulsa do quarto dele e quando ele volta, trás um pedaço de carne da rua? – ele resmungava entre as colheradas. – Eu pensei que ele tivesse mudado. Fazia tempo que ele não saia com mulher nenhuma, não me olhava mais da mesma forma... Eu pensei que ele pudesse nos levar a sério agora. Eu sou tão burra! – ela disse com raiva.

– Eu sei como você se sente. – foi tudo o que eu pude dizer, mesmo que eu não soubesse de fato.

– Precisamos nos vingar. – ela disse sem emoção. – Bella, nós precisamos fazer alguma coisa!

– Rosalie, eu não posso fazer nenhum mal para Edward... Você viu o que aconteceu ontem... Eu não posso machucá-lo mais, não tenho esse direito. – eu disse triste, mas ela não pareceu se abater.

– Você não precisa se envolver tanto. – ela disse e bebeu um pouco de refrigerante. – Você disse que tinha um plano. Do que se trata?

– Bom, você não pode agredir todas as garotas que vêm aqui. – eu disse calma. – Não é culpa delas que Edward seja um canalha patológico. Mas nós podemos mantê-las longe...

– O que você sugere?

– Precisamos mostrar a elas que tipo de homem ele é. – eu disse e um sorriso se abriu no rosto de Rosalie. – Sabe do que eu estou falando, não é?

No momento que eu disse isso Edward e Tanya passaram pela cozinha de mãos dadas e saíram de casa. Rosalie se segurou na cadeira para não avançar nos dois e eu entendi a sua dor. Edward parecia ter superado muito bem.

– Precisamos nos vingar o mais rápido possível. – Rose disse.

– Eu sei...