Henri estava caído na sala enquanto todos os guardas corriam atrás dos três jovens.

- Preciso avisar a ordem... – Henri falou fazendo um circulo mágico com seu sangue.

Logo o circulo começou a brilhar, e uma voz saiu do mesmo.

- Henri, o que você quer essa hora?! Preciso dormir, tenho um discurso para fazer amanha. – A voz saindo do circulo exclamou.

- Godric está vivo! – Henri cuspiu sangue por falar muito. – Mas está mais novo que antes.

- Como assim?! Godric está vivo? Mas como? Ele está desaparecido a 25 anos, impossível! – A voz falará com surpreso

Mas Henri já estava morto, e não poderia responde.

Já fora da propriedade de Henri, os três jovens corriam o mais rápido que podiam, mas Nowa era como um peso morto, já que não poderia correr. Os guardas estavam na cola deles como vermes, e não saiam de jeito nenhum. Mas Layla conhecia bem a cidade, e se escondeu em um lugar que os guardas nunca iriam achar, era dentro do beco, em um bueiro.  

- Estamos seguros aqui Layla?! – Godric perguntava sem fôlego.

-Sim, eu e meu irmão sempre nos escondíamos aqui quando chovia, ou quando ele roubava algo.

-Entendo, de todas as formas vamos tentar acordar seu irmão.

Dentro da mente de Nowa. Não apenas Godric e Layla estavam a falando mal, maltratar psicologicamente seu ser, mas agora sua mãe, e até mesmo os Deuses que o mesmo venerava.

- CALEM-SE! CALEM-SE!CALEM-SE!! Eu tentei tudo que pude, eu tentei, mas não consegui! ME PERDOEM! POR FAVOR! – Nowa berrava em seus pensamentos enquanto todos o cercavam.

-Não podemos perdoar alguém que não pode proteger nem sua própria irmã. – Um ser grande, usando branco falou, provavelmente um Deus.

- Você foi inútil, esperava mais de você Nowa. – Godric o olhava com desprezo.

-Me desculpem! – Nowa berrou com ódio.

De repente todos ali sumiram apenas um ser ao longe estava ali com Nowa. Era um tanto alto, e usava um sobretudo, um chapéu que escondia seu rosto, apenas deixando os olhos vermelhos de fora, seu sobretudo tinha uma gola alta, escondendo sua boca e nariz, seus braços eram musculosos, e suas mãos não dava para ver, pois as mesmas estavam escondidas no sobretudo.

-Quem é você?! – Nowa falava enfurecido.

-Eu?! Eu sou a própria ira. Eu sou Azazel, o demônio da ira! E estou aqui para lhe livrar desse sofrimento. Estou aqui para lhe perdoar. – Azazel falara ao longe esticando o braço.

-Tu iras me perdoar?! – Nowa falava mais calmo.

-Sim, entretanto precisarei de algo em troca. – Azazel retrucou com um sorriso malicioso no rosto, o qual Nowa não conseguia ver.

-E o que seria? – Nowa questionou no mesmo segundo.

-Que me deixei ir para o mundo dos mortais.

Azazel avançou tão rápido, ao termino de sua frase. Que Nowa apenas o sentiu entrando em seu peito, o qual ardia marga mente como se estivesse em chamas.

Layla e Godric tentava acordar Nowa de todas as formas, dando tapas em seu rosto, gritando, e jogando uma rajada de água, mas nada dele acordar.

- Ele não quer acordar de jeito nenhum, talvez a magia ainda esteja surtindo efeito. – Godric comentou.

De repente Nowa grita sentindo dor, suas costas começam a brilhar em cor negra, e um circulo mágico aparece.

“Uma invocação?! De novo!?” – Godric pensa consigo.

Nowa berra, se esperneia, tentando se livrar da dor ainda que esteja inconsciente.

- O que está acontecendo Godric?! – Layla pergunta apavorada.

-Se afaste Layla! Seu irmão está...

Antes mesmo de Godric poder falar algo, um braço musculoso e vermelho sai das costas de Nowa, sua mão era grande, e suas unhas grandes e afiadas.

“Esse braço? Azazel?!” – Godric pensava enquanto olhava fixamente para Nowa.

Layla estava em choque. Um braço saindo das costas do seu irmão ainda mais vermelho e musculoso, obvio que não era ser bom.

- Layla! Se afaste mais, usarei uma magia para cancelar a invocação. – Godric falava invocando seu cajado.

- Todos os seres divinos que possam me ouvir, eu suplico que me empreste um pouco de sua luz! DIVINO LUMINE!

De repente da ponta do cajado uma luz branca e forte emitiu. O braço passara a sentir dor procurando alguma coisa para se esconder, balançava para todos os lugares enquanto o mesmo fazia barulho de queimado.

-Layla vá até seu irmão, coloque sua mão nas costas dele e repita o que eu dizer! – O bruxo falava chegando perto de Nowa.

E assim Layla fez, correu até o irmão e colocou sua mão em suas costas.

- Eu, Layla, suplico o poder de selagem a todos os seres divinos que me ouvem! – Godric berrou para Layla que o repetiu.

-Eu, Layla, suplico o poder de selagem a todos os seres divinos.

- Sigillum! – O mago berrou quando a luz branca se apagou.

-SIGILLUM! – Layla repetiu ao mesmo tom, ao berro.

Uma luz branca manira das mãos de Layla. O circulo mágico começou a diminuir e o braço forçado a voltar para o circulo. Nowa então caiu no chão, estava soado, e ofegante, como se estivesse batalhado em sua mente.

Layla e Godric não tiveram mais forças para nada apenas caíram no lado de Nowa cansados e inconsciente.

No inferno, Asmodeus corria em uma ponte até um tipo de castelo vermelho, tudo em sua volta estava vermelho ou em chamas, além de poder ouvir vocês de mulheres, homens, e crianças gritando, chorando, ou até mesmo pedindo misericórdia, mas eram cortados com o barulho de chicotes e risadas maquiavélicas. Mesmo assim Asmodeus corria normalmente, como se aquilo tudo você natural, e era.

Enfim chegou ao castelo, entrou sem hesito nenhum, e se saguão pouco iluminado, com uma mesa grande e retangular no centro, onde tivera oito cadeiras, sendo que uma estaria na ponta, e as outras sete espalhadas pelo resto da mesa. Entretanto seis cadeiras apenas estavam sendo ocupadas.

Asmodeus entrou e fez uma reverencia.

-Lorde dos Lordes Demônios, Lúcifer. Peço-lhe desculpas pela demora, e por ter falhado, mas Miguel me atrapalhou e ... – Asmodeus não pode terminar.

-Cala-te! Não me venha com desculpas! Você é inútil! Como punição ficara 500 anos nas masmorras! Sem harém algum! Mas não se preocupe as mulheres na terra não iram esperar muito, 500 anos aqui, não é nem três dias no mundo dos mortais.

Todos na mesa riram do Asmodeus que foi pego pelos sentinelas e levado a masmorra.

-Calem todos! Como você já devem saber! Perdemos um ser poderoso na terra, Godric. Ele seria um excelente sentinela na luta contra os seus, mas Leviatã não fez seu trabalho direito, e deixou que Godric passa-se para o lado das sete virtudes! – O Lorde dos lordes recitou furioso.

-Mesmo assim mestre, ainda temos o garoto que segue Godric. Ele está corrompido, e o Lorde Azazel já está em seu corpo. – Lilith, a Lady Demônio da Vaidade, comentou.

-Sim, pelo menos Azazel está sendo útil!

-Mas Mestre, a algo que talvez o senhor não sabia. – Leviatã falou. – A menina que segue Godric. Aparentemente ela é uma santa.

Todos ali presentes ficaram espantados!

-Sim, uma santa! E como vós sabeis apenas uma Santa pode invocar o Lorde dos Lordes se seguir o caminho dos sete pecados!

-Claro, eu sempre cobicei por esse dia desde que Maria, mãe de vocês-sabem-quem, deu a luz a um Deus. – Lúcifer falou pensativo.

-Precisamos levara para os sete pecados, só assim o Senhor irá poder subir a terra e governar! – Mammon, o Lorde Demônio da Ganância, retrucou.

 -Sendo assim! Vocês já devem saber o que fazer! – Lúcifer ordenou a todos.

-Como assim desejar mestre. – Todos falaram juntos.

E então se retiraram do saguão enquanto Lúcifer olhava, através de um espelho, Layla deitada no chão ao lado de Nowa e Godric.

-Me aguarde menina. Você será aquele que me libertará!

Após pronunciar tal frase, começou a rir maliciosamente.

De volta à cidade, tudo já estava se acalmando. Os guardas já voltaram à mansão, e o sol já estava tomando seu lugar no céu.

Nowa ainda meio tonto abriu os olhos devagar, enquanto sentia um peso enorme vindo de suas costas, olho para o que estava pesando, e era Godric deitado em cima dele. E em um pulo Nowa acorda de vez.

GODRIC SAI DE CIMA DE MIM, SEU BRUXO TARADO! – Nowa berra dando um soco na cara de Godric que acorda aos pulos e batendo sua cabeça no teto, já que estão no bueiro.

-Nowa, insolente! Você deveria ter a honra de um nobre como eu utilizar você como cama! – O bruxo falava com o nariz empinado.

- Acho que a pancada na parede foi forte demais, já está falando coisas ridículas de novo! – Nowa berrou.

Layla que estava em seu lado abriu os olhos de vagar, já que por causa da gritaria acabou sendo acordada, ao ver seu irmão em pé, pulou no mesmo segundo, lhe dando um forte abraço.

-Nowa! Nowa! Nowa! – Ela falava abraçando forte o irmão enquanto chora.

Nowa, sem entender nada, apenas retribuiu o abraço enquanto passava a mão na cabeça da mesma.

- Calma Layla...- Nowa falava tentando acalmar seu irmão.

Godric que estava olhando o momento, se aquietou com o que havia acontecido, mas lembrou do que havia acontecido noite passada com Nowa, e mais importante com o Henri, o representante dessa cidade.

-Layla. Nowa. Precisamos ir embora hoje dessa cidade! Se não formos agora os guardas voltaram a nós procurar. – Godric falava saindo do bueiro.

Então os dois irmãos saíram também.

-Mas e agora? Como sairemos daqui? – Nowa perguntou, já que não tivera idéia de como sair da cidade.

-Nowa, use a adaga Paratempo para chegar até o porto e ver se tem um barco saindo. Se tiver, venha até nós. – Godric falou.

-Tudo bem.

Nowa então pegou a adaga que estava com Godric, e correu até o porto da cidade.

-Todos os passageiros! Iremos sair em dez minutos. Todos a bordo! – O tripulante gritava chamando todos.

E em segundos Nowa já estava de volta ao beco.

-Tem um navio saindo daqui dez minutos. – Nowa falava pegando fôlego.

-Tudo bem, não temos muito tempo. Nowa, carregue eu e Layla até esse navio. – O mago falou serio.

-Impossível, vocês não pesados. Na verdade a Layla é levinha, mas você com essa túnica deve estar beirando os 70kg. – Nowa falou reclamando.

- Não reclame! Quando estiver com o tempo parado é como se a gravidade não nos afetássemos, ou seja, estaremos pesando nada! – Godric retrucou.

-Que?! O que é gravidade?! – Nowa perguntou estranhando.

-Você não sabe de nada mesmo. – O jovem mágico comentou decepcionado. – Apenas faça o que eu mando! – Godric berrou em fúria.

Nowa então ativou o Paratempo, pegou sua irmã como princesa e colocou Godric em suas costas. Ambos estavam leves, na verdade, sem peso algum, como Godric tivera falado.

E em poucos segundos Nowa estava no navio, como ninguém conseguiu ver o garoto por causa de sua velocidade.

E então tudo voltou ao normal, Nowa, Layla e Godric estavam dentro do navio. E então o mesmo começou a se movimentar.

-Que emocionante, nunca naveguei de navio, na verdade nunca viajei. – Nowa falava empolgado.

-Navegar? Quem falou que vamos navegar?! – Godric falou estranhando.

-Mas um navio não navega? – Layla perguntou estranhando mais ainda.

-Apenas o de plebeus. Esse voa! – O bruxo retrucou.

E ao terminar essa frase, o navio começou a levantar voou. Por causa da magia que tivera nele.

-Estão vendo.

Nowa e Layla correram para a beirada do navio, e o mesmo estava voando mesmo. Tão alto que as pessoas pareciam formigas na terra.

-Mas Nowa, para onde você disse mesmo que esse navio iria nos levar?! – Godric perguntou tento se lembrar.

-Mas eu não disse... – Nowa respondeu.

E então os três jovens correram até alguém que estivesse no deck. Até se encontrar com um senhor de idade avançada, estava com uma barbicha de bode branca, usando um smoking marrom velho, mas ainda charmoso, e um chapéu de mesma cor.

-Senhor, poderia me dizer para onde esse navio está indo?! – Godric perguntou ao senhor.

-Sim, está indo para Islude. – O velho senhor respondeu com um sorriso no rosto.

-ISLUDE?! – Godric berrou assustado.

Deixando o casal de irmãos ainda mais assustados.