Capítulo 2 –

Quando finalmente consegui um táxi, entreguei o papel com o endereço ao taxista. Ele sorriu brilhantemente e começou a dirigir. Com as costas da mão limpei a janela, antes embaçada, para ver o lado de fora. Já era de noite. Não sabia dizer ao certo se era muito tarde, só sei que já estava escuro, e não havia quase ninguém na rua.

Peguei meu celular e escrevi:

“Hi Unni, já cheguei, e estou bem ^-^

Não me escreva de volta, pretendo tirar uma soneca enquanto não chego na casa de Yoon Hee. De qualquer modo, não sei que horas são ai, então desculpe se eu estiver a acordando!”

Guardei meu celular na bolsa e encostei minha cabeça na janela. Em pouco tempo adormeci.

-xx-

- Ahjumma¹? Ahjumma? Ya ya! Ela dormiu! Ahjumma!

- Hmm... Mais 5 minutos, Unni!

Sussurrei me ajeitando de uma maneira mais confortável.

- Mwo? Ahjumma! Não sou sua Unni!

Abri os olhos lentamente, e vi o taxista olhando diretamente pra mim. Levantei-me rapidamente e me desculpei.

- Chwesonghamnida²

Curvei-me, e logo continuei. Depois que o táxi se foi, olhei ao meu redor. Resumia-se em casas grandes e bonitas. Olhei novamente no papel agora todo amassado e procurei o número. A casa era grande e no estilo vitoriano.(n/a: Algo como isso ou isso, mas você pode imaginar como quiser : p)

Arrastei minha mala e toquei a campainha. Logo uma mulher com uniforme de cozinheira veio me cumprimentar. Notava-se também que o jardim, era bem grande. Ela sorria de uma maneira obviamente forçada, e andava de um jeito apressado.

- Park Min Hwan?

Perguntou, não desfazendo o sorriso forçado.

- S-sim

Respondi somente isso. Sim era o bastante, já que eu não conseguia encarar aquela mulher assustadora.

- Ahjumma Park Yoon Hee está lhe esperando na sala.

E ela começou a me puxar pelo braço. Assim, sem mais nem menos.

- Chwesonghamnida, mas e a minha mala?

Olhei pro chão. De algum modo seu jeito de sorrir notavelmente falso me deixa com medo.

- Ah, depois eu mando alguém vir pegar, vamos.

E foi assim. Ela me arrastou por todo o imenso jardim da casa. E se roubassem minha bagagem? Ok, talvez não tenha tantos ladrões, mas ainda é preocupante. É preocupante, por eu não sei se aqui tem tanto ladrões quanto em Los Angeles ou não.

Assim que estávamos na frente da porta, ela parou e olhou pra mim.

- Não se mexa

Sussurrou. Logo ela fechou meu casaco de moletom vinho e soltou meu cabelo. Por ultimo, ela retirou meus óculos e colocou-os  no bolso do meu casaco. Franzi a testa. Eu estava tão mal?

- Perfeito. Caso precise de algo me chame, okey?

- Ne

De qualquer forma, senti-me agradecida. Aquela mulher estava apenas tentando me deixar mais apresentável. Mesmo assim, não enxergo muito sem os meus óculos, então os coloquei novamente.

 Bati na porta três vezes, e um mordomo a abriu. Ele olhou-me de cima a baixo e perguntou:

- Park Min Hwan?

- N-ne

Novamente alguém assustador. Este cara não era assustador por sorrir excessivamente, mas sim por não sorrir.

- Siga-me

E, completamente sério, ele se virou e começou a caminhar. Fechei a porta cuidadosamente e o segui. Quer sinceridade? Eu estou com medo. Eu estou com medo daquela mulher estranha, deste cara estranho, destes quadros estranhos, da minha tia estranha e da Coréia estranha.

Logo seguimos por um longo e estreito corredor. Ao final dele havia uma porta diferente das demais, Esta era toda trabalhada em baixo relevo, e, com certeza havia custado o preço do carro da Unni Hye Jin.

- Park Min Hwan!

O Homem disse a porta audível e claramente. A cada segundo eu ficava mais desconfortável. Eu conseguiria viver ali? Tudo parecia de certo modo tão severo. O homem se virou e caminhou apressado. Abri a porta devagar e logo entrei no lugar hesitante.

A sala era bonita, eu tinha que concordar. O chão era de madeira escura, e haviam diversos tapetes espalhados pelo local. As paredes eram na maioria cobertas por estantes de livros que iam até o teto. Na única extremidade sem estantes, havia um sofá marrom e luxuoso. Acima dele uma pintura de um lago.

- Então, Min Hwan. Como você está?

Escutei Yoon Hee  perguntar-me.

- Bem. E a senhora?

Então eu pude dar uma olhada na mulher que se sentava-se à mesa ao centro de tudo. Ela devia estar em torno dos 50 anos. Vi a testa dela se vincar, mas logo ela tirou os óculos e sorriu.

- Melhor do que muitos gostariam, muito melhor. Não há muito a dizer, Min Hwan. Apenas tenha uma boa estadia nesta casa.

Ela sorriu e pelo telefone chamou alguém, provavelmente para me levar ao lugar onde vou ficar.

- Ah, é caro, Não se esqueça de conhecer seu primo.

Mwo? Eu tenho um primo? Como eu não sabia disso? Quando ela terminou de dizer aquilo, Escutou três batidas na porta.

- Entre

Disse Yoon Hee, e a porta se abriu. Outro garoto sério abriu a porta, e esperou.

- Podem ir, tenho muito que fazer.

Yoon Hee colocou novamente  os óculos e voltou a mexer nos papeis espalhados em sua mesa.  Segui o outro cara, ele caminhou calado pelo corredor. Fui pro seu lado, e tentando ser simpática disse:

- Sou Park Min Hwan, seu nome é..?

Ele olhou de canto pra mim e não respondeu. Franzi a testa e diminui o passo, esperando ficar pra trás e poder fazer uma careta pelos modos do rapaz. Depois de alguns minutos, eu vi uma porta onde estava escrito em uma placa delicada:

"Min Hwan"

- Kamsahamnida³

- Cheonmaneyo4

E assim ele desapareceu pelo corredor. Abri a porta, e primeiramente notei minha mala em cima da cama. Sorri e então olhei o quarto. (n/a: Algo como isso, porém é a mesma situação da casa.) Olhei finalmente no relógio e notei que já era tarde. Peguei meu pijama e tomei um banho rápido. Logo eu já estava indo dormir. É claro, não sem entrar no meu twitter pelo celular e twittar:

"Casa nova, pessoas novas! Buáh! Quero a minha Unni T.T"