A Inocência do Mau escrita por Xyah


Capítulo 5
Revelações


Notas iniciais do capítulo

As revelações contidas aqui..era apenas o começo.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/15326/chapter/5

Revelações

Não conseguia nem piscar diante de todas aquelas revelações surpreendentes e assustadoras sobre a vida do Sr Tamamura, Meu coração naquele momento palpitava fortemente, minhas mãozinhas estavam frias, eu tinha sede de ouvir mais e mais o que tinha acontecido até que me lembrei.

-Sr Tamamura desculpe te interromper, mas preciso muito lhe perguntar algo, não poderia deixar de perguntar, preciso muito saber.

-Sim, minha flor. Pergunte!

-Ontem a noite estava na minha janela pensando em tudo o que havia ocorrido, quando de repente, vi um vulto saltando o muro pensei que fosse um ladrão, mas depois, quando adormeci, sonhei com a cena novamente e, no sonho, percebi que não era um homem, e sim uma mulher. O senhor viu alguém entrando aqui ontem à noite, ou saindo? Quem era?

-Minha criança... há fatos que ocorrem neste lugar... mexeriam muito com sua cabecinha, mas logo, logo você irá entender por si própria. Veja. Tome isso.

Naquele momento ele tirou do bolso de seu paletó meu leque, que eu havia perdido e nem tinha notado.

-Meu leque? Onde estava? Eu sabia que estava sentindo falta de algo. Só não sabia o quê! Então era o leque.

-Seu leque estava na capela. Você deve ter deixado cair, então, guardei para você. Deve gostar muito dele, né, menina?

-Sim, gosto muito. Desde quando o vi achei muito especial.

-Realmente, Sayaka. Ele é muito especial, sim. E não saia sem seu companheiro, Simon. Ele cuida de você.

-Tudo bem. Nossa! Já é tarde.

Quando percebi já estava na hora do almoço e minha mãe deveria já estar preocupada.

-Sr Tamamura, tenho que voltar. Minha mãe não sabe que estou aqui e tenho que almoçar. Vem comigo para minha casa, assim o sr não ficará tão sozinho.

-Não posso, minha florzinha. Meu dever é ficar aqui e cuidar dos que descansam. Eles não têm a mais ninguém, somente a mim. Agora vá e, sempre que quiser, volte. Estarei te esperando.

-Tudo bem, Sr Tamamura. Voltarei.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Comecei a caminhar em direção ao portão principal que dava saída na direção para minha casa, quando me senti tentada a olhar para trás. Olhei e não havia mais ninguém. Então achei que ele poderia já ter ido embora. Talvez estivesse precisando sair para resolver algo. Tive vontade de voltar àquela capela para ver novamente a foto de Halice, afinal, agora a conhecia. E assim o fiz... Mais cinco minutos não deixaria mamãe mais brava do que já devia estar com meu sumiço.

Dei uma passadinha para ver a foto, quando vi que os portões da capela já estavam restaurados. Deveria ter sido o Sr Tamamura que os consertou. Abri-os cuidadosamente, e me lembrei de escorá-los com uma pedra para não trancarem novamente comigo lá dentro. E me aproximei para ver melhor às fotos, mas quando cheguei mais perto do túmulo que me chamava tanta atenção e que, agora sabia, era o túmulo da filha do Senhor Tamamura, pude sentir um cheiro de rosas no ar, o mais estranho é que aquele cheiro não estava exalando no dia anterior e não havia flores dentro da capela.

Olhei diretamente para a foto de Halice e realmente agora pude ver, ela era linda, tinha um sorriso de anjo, nossa que kimono lindo, cor de rosa. “Minha cor predileta, a mesma cor do meu leque... Esse leque... Peraí! Esse leque na foto dela é idêntico ao meu Não! Não é idêntico... é exatamente este, é exatamente o MEU leque... Não... Não estou louca. Olha! Até o detalhe da espada é igual! Não... é impossível que no Japão tivera um leque com tamanha semelhança.”

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Fiquei muito assustada. Quanto mais me via envolvida em todos aqueles acontecimentos, mais coincidências estranhas ocorriam, e eu já não mais conseguia me convencer de que era fruto da minha imaginação. Sabia que não podia ser. As coisas estavam realmente acontecendo, e me assustando. Saí daquele lugar pensando seriamente em não voltar, mas mal atravessara os portões do cemitério e sabia, precisava voltar, precisava entender porque todas aquelas coisas estavam acontecendo.

Xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx

Atravessei a rua que separava minha casa do cemitério. Decidi que não seria prudente me demorar ainda mais e resolvi entrar bem ligeira. Subi as escadas que me levavam ao terceiro andar, entrei com a maior carinha de inocente, para o caso de mamãe estar me esperando coma chinela na mão pra me dar uma surra, e logo fui recepcionada pelo Simon me lambendo e latindo. Eu juro que mais um pouquinho ele teria nascido gente.

Fui bem devagar para meu quarto, assim mamãe não perceberia que estive fora tanto tempo. Mas eu tinha tanta fome que me sentia esmorecida. Logo desci novamente as escadas e fui até a cozinha. Quando cheguei minha mãe estava sentada frente à mesa com os olhos cheios de lágrimas e com a foto do papai. Eu, penalizada, interrompi seu silêncio:

-Mammy !!!!!!!! Ah! Mamãe... Não gosto de te ver assim!

Ela enxugou o rosto dizendo que estava tudo bem, mais eu sabia que não estava. Então perguntei:

-Mãe, a sra já almoçou?

Ela não me respondeu, afinal ela já estava novamente entregue a seus pensamentos, e eles não estavam ali; estavam no papai e na saudade que sentia dele. Então, eu mesma encontrei um sushi na geladeira e comi. Subi para meu quarto e lá fiquei pensando sobre tudo o que havia escutado do sr tamamura. Sentei em minha cama e coloquei Simon na cama também, afinal se ele ficasse no chão não me deixaria em paz. Estava me sentindo estranha, uma vertigem, uma espécie de fraqueza, e como se minhas vistas estivessem escurecendo...escurec...ahhhhhhhh!

-Onde estou?

-Seu mercador de merda!!!!!!!!!!!!! Não sou objeto para me usar e depois me devolver para o imperador.

-Me devolva esse katana! Será que você se esqueceu que posso mandar matar seus pais?

-Você não passa de um conquistador barato, como pude me deixar levar por suas palavras, me sinto uma idiota.

-Eu precisava dar o troco no imperador. Ou melhor dizendo... Ao meu querido pai.

Você não tem idéia do quanto ele me faz sofrer, como é injusto e agressivo comigo. Não imagina quantas noites dormi naqueles calabouços imundos só porque o contrariei em coisas ínfimas, como sair para passear pelas ruas sem que ele desse permissão.

-O quê?! Como disse?! Você é... Você... O filho do imperador?! Então, você não me amava?! Só queria me usar!Ousou me usar para se vingar do seu pai!

-E agora que consegui o que queria, não preciso mais de você.

-Ah! Isso não vai ficar assim. Você me usou, e agora, eu mato você! Simples, não?

-você não seria capaz de matar uma mosca, sua tonta!

Naquele instante pude sentir todo meu sangue esquentar, minhas pupilas dilatavam-se e quando dei por mim, ele já vinha correndo em minha direção para me agarrar me desarmar e me subjugar, mas eu fui mais rápida; corri ao seu encontro e deslizei por baixo de suas pernas, levantando de um só impulso a katana que eu empunhava. Sabia que aquela katana era muito poderosa, forte e estava afiada, podia senti-la como uma coisa viva, como um prolongamento do meu próprio corpo, do meu próprio braço. Assim o cortei. Da altura do seu estomago até suas partes intimas, ainda não satisfeita, forcei a Katana para frente, e ela saiu pelas costas do homem, deixando-o aberto ao meio. Depois, com a ponta afiada da arma, deixei em cortes nas suas costas a inicial do meu nome H.

      


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "A Inocência do Mau" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.