Segunda Batida Cardíaca escrita por naomichan


Capítulo 1
Querido Desconhecido


Notas iniciais do capítulo

Yo minna! É a minha primeira Fic sobre Fairy Tail, espero que gostem >,< ideias, sugestões e criticas são sempre bem vindas =) Boa leitura!



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Capitulo I. “Querido Desconhecido”

   Se não for pedir demais, eu gostaria que o senhor enterrasse minha mãe com esse bilhete. Eu acho que vou estar muito longe daqui quando isso acontecer e talvez ninguém leia isso, mas não custa tentar. Peço que façam uma homenagem para ela envolvendo a Lua, ela adorava isso. Por favor, ela merece um enterro digno.

Domo Arigato Gozaimasu

   Após terminar o pequeno bilhete, um pouco chorosa, a garota de cabelos negros colocou-o em cima do corpo da mãe. Os soluços cortavam sua garganta violentamente, as lágrimas embaçavam sua visão e a dor era forte demais para alguém tão jovem. Porque isso acontecera justo com ela? Porque mataram justo a sua mãe, que era uma pessoa tão boa e pura? Suspirou, estava muito cansada.

   Desviou o olhar da cena e foi em direção a cama, a qual estava manchada pelo sangue de sua mãe. Tentou não prestar atenção nisso e pegou sua mochila, colocando as coisas que ela achava que ia precisar em sua viajem: algumas roupas, seu caderno, alimentos e alguns jewels. Não agüentava ficar naquela casa depois de tudo que viu, era psicologicamente insuportável. Partiria aquela noite para qualquer lugar e tentaria vingar sua mãe. Por mais que isso possa demorar.

10 anos depois

   - Tem certeza que vai ficar bem? – Yuko perguntou com uma visível preocupação, abraçando-a.

   - Tenho – Sorriu – O que pode dar errado, afinal?

   - Você pode destruir uma cidade – A mulher revirou os olhos, mas logo em seguida riu – Você vai se encaixar lá, eu tenho certeza. Mas não sei se posso te deixar sozinha... Não quero te abandonar.

   - Vai ficar tudo bem – Garantiu – O trem já vai partir, eu preciso ir – Avisou, tentando segurar as lágrimas.

   - Se cuida – A mais velha sussurrou – E me mande cartas todos os dias ouviu, mocinha? – Algumas lágrimas escaparam de seus olhos e a garota se aproximou para limpá-las, tentando não chorar também.

   - Não chora – Pediu – Por favor, fica mais difícil...

   - Vou tentar – Ela sorriu – Agora vai! – Gritou, rindo.

   A garota correu pela estação até a porta do trem, entrando e rapidamente procurando um lugar vago para colocar sua mala e se sentar. Após se ajeitar devidamente, desviou sua atenção para a janela e encontrou uma Yuko se dissolvendo em lágrimas. Permitiu-se chorar também, afinal, aquela mulher era sua segunda mãe...

   O trem começou a andar e ela acenou para a mulher rapidamente, deixando sua antiga vida para trás. Ia entrar para uma guilda hoje, a guilda onde Yuko passou metade de sua vida: a Fairy Tail. Aliás, Yuko é sua mestra. A conheceu quando tinha 10 anos, quando ela presenciou quando a garota descobriu que podia usar magia e desde então vem ensinado a controlá-la. Ela é sua melhor amiga e a sua segunda mãe.

   Lily cresceu sem uma figura paterna e viu sua mãe ser assassinada em frente aos seus olhos quando tinha sete anos, não é de admirar que Yuko seja sua única família. Pelo menos até agora. Segundo ela a Fairy Tail é um lugar ótimo para conseguir amigos, companhia e, quem sabe, pessoas que você confie verdadeiramente. Isso pode ser um pouco difícil para a morena, é claro, já que ela era extremamente tímida e anti-social. Mas pelo menos ia tentar.

   Fechou os olhos e tentou dormir, sendo embalada carinhosamente pelo chacoalhar que o trem fazia. Hoje as coisas finalmente iam mudar. Por mais que ainda estivesse traumatizada pelo acontecimento de 10 anos atrás, ela também era confiante o bastante para encarar tudo novamente. Gostava de desafios, era como se ela precisasse provar a si mesma que era capaz. E não sabia se isso era bom ou não.

(---)

   A loira apoiou a cabeça em uma das mãos e suspirou pesadamente. Estava entediada, e ter que agüentar Happy cantando uma musica sobre isso com toda certeza não era um trabalho fácil.

   - Tem como ficar quieto pelo menos uma vez na sua vida? – Perguntou, irritada, tentando fazer o gato parar de voar.

   - Isso foi cruel, Lucy – Happy falou, manhoso.

   - Tem certeza que não tem nenhum trabalho pra fazer?

   - Temos – Natsu e Happy responderam juntos, entediados.

   - Sendo assim – A loira fez uma pausa, pensando no que ia fazer – Vou pra casa terminar minha novela – Sorriu.

   - Podemos ir com vo... – O rosado tentou perguntar.

   - NÃO! – Ela quase gritou, interrompendo a frase do amigo – Preciso estar sozinha quando vou escrever e não quero ninguém me atrapalhando, ouviram? Não tente me seguir.

   - Isso foi cruel, Lucy – O gato repetiu, triste.

   - Você já disse isso – Ela suspirou – Me desculpem se fui grossa, mas eu realmente preciso estar sozinha quando vou escrever.

   Natsu fez um joinha com a mão e sorriu, acompanhado de Happy que soltou um ‘Aye’ conformado. Lucy adorava ficar perto dos amigos, mas ela também precisava escrever e estava disposta a terminar seu livro. Sorriu consigo mesma enquanto caminhava até seu apartamento rapidamente. Estava ansiosa para começar a escrever.

   Parou em frente à porta da sua casa e procurou a chave em seu bolso para destrancar a passagem. Quando estava prestes a entrar sentiu um toque tímido no seu braço, fazendo-a virar para ver quem era.

   - Natsu, eu disse pra não me seg... – Começou a dizer, mas se interrompeu quando percebeu que não era Natsu que estava em pé na sua frente, mas sim uma garota de altura mediana, cabelos negros e com mechas vermelhas, olhos verde-escuros e com apenas uma bolsa nas costas. Automaticamente sorriu para ela.

   - Me desculpe – Pediu, corando – Mas eu gostaria de saber onde fica a guilda Fairy Tail. Eu vi a marca na sua mão, então pensei que você podia me ajudar – Sorriu, ainda um pouco vermelha.

   - Meu nome é Lucy – A loira se apresentou animadamente. Tinha gostado da garota, algo a dizia que ela precisava de ajuda – Eu estava voltando de lá agora mesmo – Um sorriso caloroso apareceu em seus lábios – Como é seu nome? Tem algum lugar para morar? – Acrescentou, notando que a mochila da garota não estava tão cheia e ela parecia ter chegado de uma viagem longa e cansativa.

   - Meu nome é Lily – A morena se apresentou – Eu posso arrumar um lugar para ficar por enquanto, não precisa se preocupar.

   - Claro que me preocupo! – Riu – Afinal, você também vai fazer parte da Fairy Tail e nós ajudamos nossos companheiros. Vamos, entre, você pode ficar aqui até achar um lugar legal pra morar.

   A garota corou bruscamente, não estava acostumada a receber ajuda. Talvez Yuko tenha razão, talvez ela finalmente conseguisse se encaixar em algum lugar. Permitiu-se sorrir, entrando receosa na casa de Lucy. O cômodo era realmente bonito e parecia ter muito a ver com a personalidade da loira. Caminharam até o quarto e Lucy se sentou na cama, enquanto Lily ficou em pé.

   - Está com fome? – A loira perguntou – Eu vou preparar alguma coisa pra gente comer, espere só um pouco...

   - Não precisa – Lily arregalou os olhos, negando – Não quero dar trabalho, eu já vou dormir aqui e...

   - Sem mais. Você parece estar cansada, e amanhã provavelmente vai ser um dia longo. Você precisa comer, ouvir?

   - Obrigada – Sussurrou, sorrindo abertamente – Muito obrigada.

   - Não precisa agradecer. Você é nossa companheira, agora.

   Companheira, a palavra pareceu ecoar pela cabeça da morena. A única companheira de verdade que tivera fora Yuko, e ela criou um forte laço com a maga que considerava como uma mãe. Mas será que estava pronta para fazer parte de uma nova família? Ela não sabia responder tal pergunta, e estava com medo de não estar preparada.

   - Eu acho que tenho alguma coisa na geladeira. Você pode tomar um banho enquanto eu preparo. A porta para o banheiro é aquela – Indicou, sorrindo – Lá tem tudo o que você precisa.

   - Domo Arigato Gozaimasu – Abriu um sorriso tímido enquanto ia em direção ao banheiro, carregando a sua mochila em uma das mãos.

   - De nada – Lucy respondeu, animada – E não seja tão formal assim, Lily-chan, você vai estar entre amigos a partir de hoje.

   - Amigos... – Murmurou, pensativa, e entrou no cômodo.

(---)

   Uma lua linda brilhava no céu sem estrelas, enquanto a brisa afastava delicadamente os cabelos negros do rosto da garota. Esta, por sua vez, estava debruçada sobre o parapeito da janela, tentando não fazer muito barulho para não acordar Lucy, que estava dormindo profundamente. A morena estava pensando sobre tudo o que acontecera naquele dia, sobre a simpatia que sua nova amiga tinha demonstrado. Aquilo era novo para ela, mas se sentiu bem ao experimentar tal sensação.

   Era estranho. Aquela palavra raramente era usada por ela, e raramente a escutava também. Lágrimas começaram a rolar suavemente de seus olhos até sua boca, salgando-a. Já estava acostumada com isso, porém dessa vez era diferente: ela estava chorando de felicidade. Abriu um sorriso bobo para lua que bailava no céu escuro, agradecendo silenciosamente por tudo.

   Suspirou pesadamente, indo em direção a cama improvisada que Lucy fizera no chão. Sentou-se na mesma e esticou a mão para pegar sua mochila, tirando dali um caderno e uma caneta. A iluminação era precária, mas ela já se acostumara a escrever no escuro.

   Querido Desconhecido,

   Pode ser que não queira saber sobre a minha história, talvez o senhor esteja ocupado demais para ouvir sobre a vida chata de uma garota de 17 anos. Mas peço que me escute, com fizera algumas vezes.

   Você deve ser um novo desconhecido, já que estou em uma nova cidade, longe de minha mestra, da minha única família. Então, me desculpe se o senhor não sabe meu nome, me desculpe se eu não tenho coragem de contar. Nomes são muito importantes para mim, por motivos que até eu mesma desconheço.

   Enfim, acho que estou pegando muito do seu tempo, me desculpe. Só que estou com um pouco de medo, receio. O senhor já deve saber que tenho medo de ser aceita, não gosto muito das pessoas devido aquele acidente de quando tinha sete anos, o qual eu não gosto muito de falar. Mas eu tenho que superar esse trauma, por isso vou entra para uma guilda amanhã, além de aperfeiçoar minha magia também vou ganhar amigos e companheiros. Pelo menos é isso que eu acho.

   Não sou boa em me socializar, e é exatamente por isso que eu estou com medo. Receio das pessoas não gostarem de mim.

   Como eu sou idiota.

  Mas já se passaram 10 anos, eu já sofri demais. De agora em diante eu vou ser uma nova pessoa, uma pessoa sem medos e receios e... Eu já fiz essa mesma promessa para outros desconhecidos e nunca a cumpri. Porque agora seria diferente?

   Novamente, me desculpe por roubar seu tempo. Talvez nos encontremos de novo em uma nova carta, que talvez por obra do destino caia em suas mãos pela segunda vez.

Oyasumi nasai, Anônima

   Dobrou a pequena carta com o máximo de cuidado e se levantou, caminhando novamente até a janela e deixando o papel escorregar por entre seus dedos, voando em direção a alguém que pudesse dedicar alguns minutos de seu tempo e ler sua carta.

   Lily fazia isso todas as noites: escrevia uma carta para algum desconhecido e deixava o vento levá-la para algum lugar onde alguém pudesse ler. Era ali que ela desabafava, não tinha medo de não ser aceita quando escrevia, talvez porque ela nunca vá conhecer a pessoa que irá ler suas palavras. Ela sempre escrevia pensando em sua mãe, imaginando ela lendo sua carta e sussurrando através da brisa calma da noite que ia ficar tudo bem. Isso lhe dava forças para continuar.

   Sorriu ao voltar para sua cama e finalmente se deitar, fechando os olhos e tentando imaginar como seria a Fairy Tail, como seria a sua nova vida.


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Notas finais do capítulo

E então, continuo? Por favor, comentem e digam o que acharam. A opinião de vocês é muito valiosa =3



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