Mr. Medicine escrita por momseniaca


Capítulo 22
Y R U so lovely?




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Pov. Lilo

O air bag do carro de Jared inflou.

- Você tá bem? – perguntei à Taylor.

Elas estava embolada com o air bag, então saí do carro, fui até a porta do motorista e a abri, ajudando Taylor a retirar seu corpo magro dali.

- Estou. – ela finalmente disse, enquanto ajeitava o vestido justo.

Pov. Narrador

- Duas garotas. Aparentemente embriagadas. Bateram com o carro num poste. – um homem de quase 30 anos relatava a emergência que ele observava pela janela para a polícia.

- Uma viatura chegara em instantes, Senhor. Obrigada e boa noite. – uma atendendo dizia, do outro lado da linha.

- Obrigada. – ele agradeceu e desligou.

Encarou as duas garotas e o carro destruído na frente por mais algum tempo, até que pôde ver a viatura se aproximar.

Então ele deu as costas para a janela, e voltou a suas atividades interrompidas pelo barulho da colisão entre o poste e o carro.

Pov. Taylor

Merda.

Merda.

Mil vezes Merda.

Ah, é claro que alguém tinha que chamar a polícia.

É claro que a polícia não ia deixar barato para duas jovens bêbadas dirigindo a noite.

Beleza, muito bom.

E eu ainda acabei com o carro.

Ah, o carro, cara, que merda.

Eu estou fodida.

Era nisso que pensava enquanto eu e Lindsay estávamos no banco de trás da viatura da polícia, indo para a delegacia.

Eles ligaram para o reboque, que vai buscar o carro daqui a pouco.

E aqui estou eu, numa viatura.

Pela primeira vez na vida (por incrível que pareça).

Enquanto Lindsay aparenta estar simplesmente indiferente com aquela situação.

Como ela consegue??

- Lilo?

- O que?

- Por que você não está surtando?

- Não é a minha primeira vez numa viatura.

- Ok então, Srta. Ilegal. – ironizei e ela riu.

Riu.

R_i_u

R.i.u

R~i~u

R*i*u

Numa situação dessas, ela r-i-u.

Só pode ser demente.

- Relaxa, Taylor. E, ah, não se preocupe. A primeira vez dói mesmo.

Eu soltei uma risadinha da frase com duplo sentido de Lindsay.

- Ei, vocês, silêncio. – o policial que estava no banco do carona disse pra nós.

- Relaxa, Jimmy.  – Lindsay se dirigiu a ele.

- Você conhece ele? – eu me esforcei pra não gritar.

- Sim. – ela respondeu, na maior naturalidade.

Percebe-se que vai ser uma loooonga noite.

         Quando chegamos à delegacia, Jimmy e o outro policial nos trancaram numa sela.

Mas logo abriram e nos disseram que tínhamos direita à uma ligação.

Lindsay foi primeiro, e ligou para os pais dela.

Eu fui depois e, bem...

Eu não podia ligar para o meu pai, porque ele só receberia alta amanhã (Ou hoje, já que já passam de meia-noite) de manhã.

Nem pra Lilo, já que ela estava presa comigo.

Então, liguei pra única pessoa no qual eu consegui pensar.

Pov. Jared

         Eram duas da manhã quando o telefone tocou.

Levantei e fui atender.

- Alô? – eu disse, tentando afastar um bocejo.

- Jared. Oi. É a Taylor.

- Oi, Tay... o que houve?

- Hã...

- Taylor, fala o que aconteceu. – eu disse, em tom firme.

Ela me contou.

- Cadeia, Taylor? Meu Deus!

- É... e será que você pode...

- Ir aí, fingir que sou seu pai, e te tirar da cadeia. Claro.

- Eu amo o jeito como você entende as coisas sem eu precisar dizer, pai. – ela disse.

- Tay... eu já vou, tá? Me dá o endereço daí.

Taylor me disse o endereço, e eu desliguei e fui tomar um banho.

Pov. Taylor

         Jared estava demorando pra caramba. Mas é compreensível, já que ele teve que pegar um taxi, e já que eu o acordei as duas da manhã, e já que eu bati o carro dele, e ainda tenho que contar isso pra ele...

Bom, e eu e Lilo continuávamos trancadas naquelas gaiola.

Ela conversava com Jimmy.

Eu estava no maior tédio, e a inspiração me invadia.

Provavelmente, por causa da bebida.

Pedi um papel e uma caneta pra Jimmy, e depois de muito insistir, ele me deu o que pedi.

Quando dei por mim, já estava escrevendo uma nova música.

Garoto, eu sei que você me quer

Porque eu não tenho tempo para jogos

Olha, eu tenho um homem que vai me mostrar para o mundo

Olha, eu não sou um diabo, mas você sabe que eu não sou um anjo

Eu não uso uma auréola

Eu sei que você sabe que eu sempre falhei

Eu não gosto de você para te ajudar, eu não preciso

Agora você foi ultrapassado

Porque as meninas boas vão para o céu

Meninas más vão à todos os lugares

Boas meninas não brincam com o fogo

As garotas más fazem isso porque nós não nos importamos

Deus, eu amei esse refrão.

Eu sou mesmo um gênio.

Ou não.

Mas o refrão tá foda mesmo.

- O que você está fazendo? – o policial Jimmy me perguntou.

Ignorei a pergunta dele e continuei a música.

Menina, eu sei que você quer vir aqui, eu não vou dizer

Estou procurando por um pecador que vai me crucificar também

Veja, eu tentei, tentei parar

Mas você sabe que eu não sou um anjo

Então me dê tudo que você tem

Você sabe que eu sempre falhei

Eu não gosto de você para te ajudar, eu não preciso

Agora você foi ultrapassado

Porque as meninas boas vão para o céu

Meninas más vão à todos os lugares

Boas meninas não brincam com o fogo

As garotas más fazem isso porque nós não nos importamos

Meninas más, meninos maus

Eu, malvada?

A noite está pegando fogo

E eu estou te levando alto

- Srta. Momsen? Você tem visita. – o polícia amigo de Jimmy me chamou.

Rabisquei o refrão da música mais duas vezes no papel, e então o segui.

Porque as meninas boas vão para o céu

Meninas más vão à todos os lugares

Boas meninas não brincam com o fogo

As garotas más fazem isso porque nós não nos importamos

Meninas boas vão para o céu

Meninas más vão à todos os lugares

Boas meninas não brincam com o fogo

As garotas más fazem isso porque nós não nos importamos

O polícia me levou até uma sala escura e vazia, a não ser por uma mesa no centro dela.

Era uma mesa retangular de plástico, e haviam duas cadeiras, uma de cada lado dela.

Em um dos lados, havia um cadeira vazia, e no outro, havia Jared.

Eu sorri ao vê-lo e ele só me lançou um olhar preocupado.

- Por que você está aqui? – ele me perguntou, assim que eu me sentei à sua frente.

- Porque garotas boas vão para o céu. E garotas más, para qualquer lugar. Inclusive a cadeia. – respondi a ele.

- Ah, bom saber. – ele riu, mas ainda demonstrava preocupação.

          Nós conversamos por mais alguns minutos, meio que em códigos.

Depois ele conversou com o policial, e disse todas aquelas coisas de pai.

E acabou que Jimmy e companhia me deixaram ir embora.

          Nós estávamos saindo da delegacia, e eu estava prestes a contar o que houve com o carro dele, quando vimos os pais de Lilo chegando.

Eu os cumprimentei, e fiz sinal pra um taxi, assim que passamos pela porta de vidro.

Entramos no taxi, e eu disse ao motorista para onde deveríamos ir.

- Tá, agora você pode me contar tudo que houve, de verdade. – ele pediu.

- Tudo bem. Bem..., na verdade, foi bem simples. – comecei. – Eu e Lindsay compramos bebida, e eu bebi e dirigi, e bati seu carro, e agora ele foi confiscado... e você pode pegá-lo daqui à três dias. E quanto a multa...

- Não se preocupa com isso agora. Você está cansada, mas, Taylor, ah, Taylor, meu carro! – Jared parecia não saber se deveria ter pena ou raiva de mim.

Eu diria que ele deveria ter raiva, mas achei melhor ficar calada.

          Bom, no caminho, ele foi legal comigo, enquanto eu me sentia totalmente culpada (com razão).

O taxista parou em frente ao prédio de Jared, que pagou-o e me levou pra dentro.

- Vai dormir aqui hoje. – ele disse, enquanto me ajudava a subir.

Nós entramos no apartamento dele, e demos de cara com Banana miando pra nós.

- Senta aí. – ele disse, me colocando no sofá. – Eu já volto.

- Tá. – eu disse, e Banana veio pra perto de mim, e eu comecei a brincar com ele.

Não demorou muito pra Jared voltar pra sala e se sentar ao meu lado.

- Toma. – ele disse, me entregando uma escova de dentes azul, uma toalha e uma blusa social dele. – Usa isso aqui. O banheiro é na terceira porta, à direita. Ah, tome banho gelado, porque isso vai amenizar a dor de cabeça que você vai ter amanhã. Depois, entre na porta ao lado, a quarta, à direita também, e eu vou estar lá, te esperando.

Demorei algum tempo pra entender tudo que ele disse.

Mas logo peguei as coisas e fui pro banheiro.

Pov. Jared

          Eu só queria saber onde estava a porra da minha cabeça quando chamei essa garota de anjo.

Anjo? Só se for do inferno.

          Tomei banho no banheiro da suíte, e depois preparei uma salada que provavelmente teria que forçar Taylor a comer.

Coloquei a salada numa bandeja com um copo de refrigerante de limão, e esperei por ela no quarto, assistindo qualquer filme na TV.

          Não demorou muito pra Taylor aparecer na porta usando só roupa íntima (não que eu tenha certeza, na verdade) e a minha camisa, que havia ficado enorme no corpo magro dela.

Ela havia prendido o cabelo num rabo de cavalo, coisa que eu nunca havia visto.

Também estava sem a maquiagem preta, outra coisa que eu também nunca tinha visto-a sem.

Ela estava diferente, mas ainda continuava linda.

Marlyn (vulgo “Banana”) roçava o corpo nos pés descalços e molhados dela.

Gato maluco. Gato que é gato não chega nem perto de água. Vai entender.

Vai ver ele é uma banana mesmo e eu nunca percebi.

- Oi. – ela disse pra mim e sorriu.

Eu me levantei da cama e me aproximei dela, beijando-a na testa.

- Você não precisa mais fingir que é meu pai. – ela disse, referindo-se ao beijo na testa.

- Está melhor? – perguntei à ela.

- Sim. – ela sorriu novamente.

- Vem. – eu disse, puxando-a pela mão e fazendo-a sentar na cama e colocando a bandeja em seu colo, logo depois.

Diferente do que eu esperava, Taylor devorou a salada assim que a viu.

Quando acabou, ela agradeceu, me devolveu a bandeja, e se levantou, dizendo que iria escovar os dentes.

- Que ironia... a bebida deixando uma certeza garotinha educada. – eu gritei pra ela, da cozinha, aonde eu tinha deixado a bandeja.

Taylor me encontrou na cozinha pouco depois, e sorria.

Seu hálito tinha cheiro de hortelã.

- Você é tão amável... – ela disse, me abrançando.

Passei meus braços pela cintura dela e disse:

- É, mas eu nunca mais deixo você tocar no meu carro.

Ela riu e bocejou.

- Tá bom, é justo.

- Vem, vamos dormir. - coloquei-a na minha cama, e entreguei a ela um cobertor. - Já passam das quatro, e eu tenho trabalho amanhã.

Eu me deitei ao lado dela, e em pouquíssimos minutos, senti a respiração dela pesar.

Taylor havia adormecido nos meus braços.


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Notas finais do capítulo

Eu acho que vou montar um fã-clube pro Banana, porque apesar de eu não gostar nem um pouquinho de gatos, eu adorei o Banana. -q

Enfim, mereço reviews? :3
XO