Capítulo 52

A thousand miles onto the sea bed

Mil milhas em direção ao leito do mar

I found the place to rest my head

Eu achei o lugar para descansar minha cabeça

Never let me go, never let me go

Nunca me deixe partir, nunca me deixe partir

Never let me go, never let me go

Nunca me deixe partir, nunca me deixe partir

And the arms of the ocean are carrying me

E os braços do oceano estão me carregando

And all this devotion was rushing over me

E toda essa devoção avançou sobre mim

Never let me go - Florence + The Machine

Rosalie POV

Alice, Bella, Susan e minha mãe tinham acabado de entrar na igreja.

–Boa sorte. – meu irmão beijou minha bochecha e estava prestes a ir se sentar quando o puxei de volta.

–Entre comigo. – pedi e ele me olhou confuso, assim como meu pai ao meu lado. – Vocês dois.

Meu pai parecera orgulhoso de alguma forma. Deveria ser gratificante ver meu irmão e eu nos darmos tão bem quando, em questão de poucos meses atrás, não nos suportávamos. Jasper, antes do término com Alice no ano passado, costumava sempre se achar superior a mim em todos os quesitos.

A marcha nupcial tocou, interrompendo meus pensamentos. Era a minha vez de entrar.

–Pronta? – meu pai perguntou do meu lado direito.

–Mais pronta impossível. – sorri de verdade e lhe dei o braço direito e, em seguida, entrelacei meu braço esquerdo a Jasper. A dificuldade maior era segurar o buquê de peônias de modo a saírem bem na foto, mas eu não me importava, estava feliz assim.

As portas da igreja abriram para minha entrada. Dei os primeiros passos acompanhada pelos grandes homens da minha vida.

A primeira pessoa que vi foi Emmett, já parado no altar. Ele tinha uma expressão confusa para interpretação – uma hora ele sorria, outra ele parecia querer chorar. Ele estava orgulhoso, feliz.

Alice, do outro lado do padre, já tinha a face coberta de lágrimas, que só aumentaram quando viu que Jasper tinha entrado comigo. Bella e Susan possuíam praticamente a mesma expressão que ela, porém estavam mais controladas; minha mãe, no entanto, era o exagero em pessoa assim como minha cunhada.

Sorri abertamente quando vi Benjamin no colo de Julie, mãe de Emmett. Thomas, meu sogro, parecia bem feliz também e Travis estava logo ao lado dele, sorrindo abertamente. Ella estava ao lado de minha mãe.

Todas as pessoas que eu amava estavam ali. Ninguém tinha deixado de vir e, se tinha, eu não dei falta. Tudo estava perfeito.

Meu sorriso só aumentava à medida que eu me aproximava de Emmett. Finalmente nosso dia tinha chegado.

–Cuide bem dela, rapaz. – meu pai o alertou, mas sua voz não era de sargento como costumava ser. Ele sorria abertamente e parecia bem emocionado.

Emmett apertou a mão dele, sorrindo sem parar, e, pela primeira vez, meu pai retribuiu o gesto sem nenhuma carranca.

Jasper cumprimentou meu noivo também e então foi a minha vez de estender a mão para Emmett, que a beijou antes de entrelaçar nossos braços.

Respirei fundo e olhei para ele. Era mais do que eu já tinha imaginado, muito mais; era perfeito.

–Parabéns, meu anjo! – mamãe veio me cumprimentar assim que teve a chance ao término da cerimônia. Emmett e eu tínhamos acabado de chegar ao salão de festas após termos tirado diversas fotos para o álbum de casamento. – Parabéns, filho!

Emmett abraçou minha mãe com felicidade aparente após ser chamado daquela forma carinhosa por ela. Catherine era a doçura em pessoa. Toda forma de sentimento que meu pai parecia se envergonhar de demonstrar, minha mãe demonstrava em dobro.

–Querida, você está parecendo uma princesa! – Julie apareceu logo atrás de minha mãe, ainda com Benjamin em seu colo.

Peguei meu bebê e o abracei fortemente.

–Obrigada, Julie. – agradeci com um sorriso. Thomas, o pai de Emmett, apareceu também e nos encheu de elogios. Logo depois, vieram Alice e Jasper, Bella e Edward – que se casariam no próximo mês – e todos os nossos amigos e parentes.

Bem, quase todos. Quando finalmente tive a chance, deixei Ben com Emmett e os convidados e fui procurar a pessoa que não havia visto desde que saíra da igreja.

Não foi difícil de encontrá-lo. Meu pai estava sentado na mesa reservada a ele e aos parentes mais próximos – uma próxima ao palco onde uma banda tocava – e olhava fixamente sua taça de vinho branco.

Eu o encarava ao longe para que ele não percebesse minha presença. Foi então que percebi que uma lágrima discreta rolou por sua face, o que fez com que minhas lágrimas nada discretas rolassem por meu rosto novamente.

–Pai? – chamei-o, me aproximando. Ele limpou a lágrima solitária com a manga de sua camisa e me estendeu a mão.

–Posso dançar com você? – ele pediu, sorrindo. Eu assenti e, de mãos dadas com ele, segui até a pista de dança.

Aquilo fugia um pouco do cronograma para os músicos, mas eu não me importava nem um pouco e, aparentemente, eles também não. Uma música lenta começou a tocar assim que meu pai e eu estávamos prontos para dançar.

Os convidados, até então com Emmett ou então em suas próprias mesas comendo os aperitivos, rodearam a pista de dança. Eu e meu pai dançávamos tão naturalmente que ele e eu ríamos como duas crianças. Foi então que ele me fez girar pela primeira vez e me soltou, me fazendo parar exatamente na frente de Emmett.

Palavras não foram necessárias naquela hora. Eu simplesmente peguei a mão que meu marido me oferecia e o beijei, enquanto dançávamos uma nova música lenta. Todos aplaudiram instantaneamente, e então eu sorri durante o beijo.

Eu desconhecia qualquer felicidade maior que aquela. Aquele era o momento pelo qual eu sonhara minha vida inteira, e era muito melhor em realidade do que apenas em meu inconsciente.

O momento só foi interrompido quando a música acabou, mas eu continuei ali com Emmett, abraçando-o. E então todos os presentes foram convidados pelos músicos a dançarem também.

Com o canto do olho, vi os velhos casais conhecidos nos acompanharem em uma música um pouco mais animada e, para minha surpresa, Travis acabara de pegar na mão de Bree para que eles pudessem dançar também.

Consegui encontrar o olhar de Susan, que encarava a cena com grande afeto. Ela estava acompanhada por Mikey LaMontagne, meu antigo colega de escola que estava saindo com ela há mais de um mês.

–Eles parecem felizes. – Emmett sussurrou em meu ouvido ao notar meu olhar em cima do mais novo casal.

–Parecem. – concordei. – Espero que eles deem certo.

–Como nós? – ele abriu o sorriso lindo de covinhas.

Eu meneei a cabeça, discordando dele. Emmett me olhou sem entender, mas continuava com a postura divertida.

–Quer dizer que nós não demos certo, Rosalie? – ele arqueou a sobrancelha esquerda e me fez cócegas.

Ri que nem uma pateta, e alguns convidados, entendendo o que acontecia ali, começaram a rir de mim também.

–Não é isso... – consegui tomar fôlego. – Quero dizer que espero que eles deem certo mais fácil que a gente.

Emmett se fez de bravo, mas depois deu de ombros, tendo que concordar comigo.

–É verdade. – ele sorriu novamente aquele meu sorriso de covinhas. – Mas a culpa de ter sido tão difícil foi sua. Você sabe, não é?

–Ah é? – foi a minha vez de provocá-lo. – Cuidado, Emmett, ainda dá tempo de pedir a anulação do casamento.

Então ele me pegou em um forte abraço de urso e me deu um beijo sôfrego. Retribuí o beijo, abraçando-o também e fazendo carinho em seu cabelo. Foi impossível evitar sorrir naquele momento.

–Tudo bem. – eu disse meio sem fôlego quando o beijo terminou. – A gente deixa a anulação pra depois.

Então nós começamos a rir e nos beijar copiosamente. Nem mesmo a presença de Royce com a nova namorada dele em meu casamento tinha tirado minha atenção de Emmett.

Tudo estava bem, e assim permaneceria até o próximo desentendimento, a reconciliação, outra briga... Mas eu não tinha mais medo dessa situação. O que realmente importava é que, ao final, tudo ficava bem.

E Emmett era o meu final.