Antes

Quando acordaram estavam em um avião e pela primeira vez Dean se sentiu feliz por isso.

–O que houve? – perguntou Sam.

–Não me pergunte- respondeu.

Agora

–Vocês estão vivos! - disse Chuck surpreso ao abrir a porta.

–Decepcionado?- Perguntou Sam

Chuck abaixou a cabeça e Dean percebeu que não gostaria de saber a resposta, mesmo assim insistiu,

–Chuck, onde está o Castiel?

–Ele nunca venceria um arcanjo- disse o escritor.

–Não pode ser.

–Eu sinto muito- disse Chuck.

Enquanto Sam confirmava para Chuck tudo o que havia ocorrido, Dean permanecia pensativo, após um tempo, levantou-se e foi até uma parede escondida pela porta e desenhou um símbolo com o próprio sangue.

–O que pretende?- perguntou Sam

–Esperar a visita do Zacharia- respondeu- estamos sem o Cas e sem a Ariel...

–O que houve com ela? – perguntou Sam

–Miguel a prendeu, para que ela não os ajudasse- respondeu Chuck

–Mas eles são irmãos- disse Sam surpreso

– Acho que isso para ele é apenas um detalhe incomodo.

...

–Eu não acredito que ele fez isso com você, descupe por não poder ajuda-la.

–Tudo bem Amitiel, eu vou sair daqui logo.

–Mas Ariel, isso pode deixa-la sem forças- disse o arcanjo.

–Não por muito tempo. - disse ela

–Isso vai ser o estopim que Miguel precisa para iniciar uma guerra.

–A escolha foi dele- respondeu séria- soube que Rafael matou Castiel.

–Ele só cumpriu ordens- disse Amitiel triste- já que vai voltar para junto dos humanos, procure por ajuda, sabe do que estou falando não é mesmo?

–Claro- respondeu sorrindo- eu já havia pensado nisso.

...

–Então eu sou o receptáculo de Miguel- disse Dean- quando eu acho que as coisas não podem piorar.

–Nunca diga isso Dean, por que sempre piora.

–Cas quem te trouxe de volta? Você não acha que foi Lúcifer...

–Não acredito que tenha sido ele, e não faço ideia de quem tenha sido- respondeu o anjo- mas sei que é necessário muito poder para fazer isso.

Dean e Sam estavam no hospital, pois Bobby estava ferido e não poderia mais andar. Já quanto aos irmãos foram salvos pelo aparecimento inesperado de Castiel que não sabia como voltara a vida depois de ter sido explodido em pedacinhos pelo arcanjo Rafael.

–O que faremos agora? – Perguntou Dean.

–Que tal impedir que o planeta se torne uma arena de batalha entre Lúcifer e Miguel? – perguntou uma voz conhecida.

Ao olharem para a porta viram uma garota de mais ou menos dezenove anos com um sorriso rosto, porem ela estava muito pálida e mal se aguentava de pé.

–Ariel - disse Dean sem conter um sorriso de felicidade.

–Oi Dean- disse ela o abraçando- eu sei que estou pálida como um fantasma, mas não precisam me encarar dessa forma.

–Miguel te soltou ou...

–Eu fugi- concluiu ela enquanto abraçava Sam e Castiel e depois se sentou na cadeira ao lado de Bobby. – Sei o que está pensando Bobby, mas infelizmente não posso cura-lo, estou muito fraca pelo esforço que fiz.

–Claro!- resmungou ele- Vocês anjos nunca podem ajudar quando precisamos.

–Bobby, eu estou ajudando como posso- disse ela.

–Não vi você fazendo nada até agora- respondeu ele- não estava aqui quando seu irmãozinho foi solto e Castiel deu a vida para fazer com que o Dean chegasse a tempo de impedir.

–Não, realmente não estava- respondeu ela- mas, quem trouxe o Castiel de volta para que continuasse a ajuda-los fui eu, e você não faz ideia que quanto poder é preciso para isso. Sem contar que ainda tive que fugir da minha própria casa ...

Ela não terminou de falar, pois desmaiara. Dean a colocou em uma cama e chamou uma enfermeira.

–Cas, ela vai ficar bem não vai? – Perguntou Dean preocupado.

–Ela... me trouxe de volta- disse ele surpreso- vai demorar um pouco, mas ela é muito poderosa e ficará bem.

–Espero que sim- disse Dean- e o que faremos enquanto isso?

–Tenho algo em mente-respondeu o anjo.

...

Ariel só acordou no dia seguinte, quando a enfermeira chegou ao quarto ela perguntou por Dean e Sam.

–Eles saíram ontem- respondeu a enfermeira- o rapaz loiro deixou isso e disse que você saberia como encontra-los.

–Obrigada- disse Ariel pegando a folha de papel na mão da enfermeira, era uma carta do Dean.

“Ariel, o Cas disse que demoraria para acordar, eu não queria deixa-la sozinha porem Sam e eu tivemos que ajudar um amigo de Bobby com alguns demônios. Castiel saiu a procura de Deus acreditando que ele seja o único capaz de por ordem em tudo, sinceramente não levo muita fé nisso não.

Fique bem e torço para que tenha um plano para no ajudar (que não inclua sair à busca de Deus), só volte a nos procurar quando estiver totalmente recuperada.

Dean.

Quando Ariel acabou de ler a carta viu que havia um homem alto e negro a encarando.

–Definitivamente você não esta nada bem- disse ele analisando-a.

–Cortesia do nosso querido irmão Miguel- disse ela- veio a mando dele?

–Não- respondeu- vim por que soube dos seus planos e do que fez após fugir de Miguel.

–Está dizendo de ter trazido de volta o anjo que melhor me serviu e que você explodiu em milhões de pedacinhos? Não me arrependo disso.

–Creio que não. - disse ele andando de um lado pro outro- Sei o quanto a família é importante para você, por isso vim convida-la para um passeio.

–Não veio me fazer mudar de ideia?- perguntou surpresa.

–Sei que seria em vão qualquer tentativa- disse ele sorrindo e estendendo-lhe a mão. – Vamos?

–Claro- disse ela se levantando e segurando a mão dele, ao fazer isso sentiu suas forças voltarem por completo- Obrigada irmão.

–Sei que faria o mesmo por mim- disse ele.

...

Havia duas semanas que Dean não tinha noticias de Ariel e já estava ficando preocupado.

–Cas tem noticias da Ariel? – perguntou assim que o anjo apareceu.

–Não- respondeu- só sei que Rafael a procurou e ela saiu com ele.

–O arcanjo com quem você brigou? – perguntou ele surpreso- Acha que ele...

–Não sei, mas é provável que não- Disse Castiel, porem parecia preocupado.

–E quanto a sua busca?

–Ainda sem resultados- respondeu

Dean revirou os olhos, acha a ideia do anjo uma verdadeira perda de tempo, mas preferia não discutir naquele momento.

–Onde está o Sam?- perguntou Cas.

–Por aí- respondeu o Winchester displicentemente, ele e o irmão haviam decidido não caçarem mais juntos, então não sabia por onde ele andava.

...

Em um bar de havia um homem e uma mulher conversando animadamente quando entraram quatro homens.

–O que desejam? – perguntou o homem.

–Nada por enquanto- respondeu um homem moreno e baixo com uma cicatriz do lado esquerdo do rosto. – Você é Samuel Winchester não é?

–Quem quer saber?- perguntou.

–Conheci seu pai, o velho John- respondeu um homem de uns cinquenta anos que estava mais próximo dele- ele era um ótimo caçador, soube que você e o seu irmão também são, onde está o Dean?

–Eu não caço mais- respondeu Sam procurando algo que pudesse usar como arma.

–Ah, ele foi sensato em se afastar de você- disse o homem da cicatriz.

–Sabe Sam- disse um homem negro que estava com uma faca na mão- nos disseram que você é o único culpado por toda essa bagunça, verdade?

–Sim – disse ele.

–Ah, essa não é a resposta que eu gostaria de ouvir- disse o homem pegando a mulher que observava tudo calada e colocando a faca no pescoço dela.

–Acho melhor reformular sua resposta rapaz- disse o da cicatriz- ou então...

Ele e o quarto homem que permanecia calado dominaram Sam quanto este tentou soltar a mulher.

–Tudo bem- disse Sam- eu matei Lillith sem saber que ela era o ultimo selo para libertar Lúcifer.

–Já sabíamos disso- disse o homem que segurava a mulher.

–Então por que...

–Estávamos caçando um demônio quando o maldito nos contou essa historia enquanto matava um de nossos amigos, e queremos vingança, então tivemos uma ideia.

–Que ideia? – perguntou Sam.

–Apesar de você ser um perigo, sabemos que pode matar demônios com muita facilidade se beber isto aqui- respondeu o que estava com a arma na mão e sacudia um vidro com um liquido de um vermelho escuro na outra.

–Eu não vou beber isso- disse Sam.

–Você não tem opção- disse o homem fazendo sinal para que deitassem Sam no balcão- se quer que seja a força...

–Acho que ele não disse isso- disse uma voz calma que Sam reconheceu imediatamente.

Todos se viraram para ver quem estava ali, e Sam se sentiu aliviado- Ariel estava sentada em cima de uma mesa com as pernas cruzadas como se estivesse batendo papo com amigos.

–Não deveria se meter em assuntos alheios- disse o da cicatriz á jovem.

Os homens que seguravam Sam fez ele se sentar para observar a conversa. Ariel parecia não dar a mínima para a presença deles, isso fez o Winchester rir.

–Foi muito difícil te encontrar Sammy, o que fez?- perguntou ela calma, mas aparentemente frustrada.

–Selos eloquianos- respondeu ele.

–Obra do Cas- disse ela sorrindo- até que não foi má ideia.

–Por onde andou? – perguntou Sam que agora estava calmo.

–Tantos lugares- disse ela pensativa.

–Ei belezinha- disse o da cicatriz- acho que vamos cuidar de você primeiro, e depois terminamos nosso assunto com o Winchester.

–Acho que vocês vão embora daqui ou então se arrependerão de tudo o que pretendem fazer- disse ela- deveriam caçar monstros e não outros caçadores.

–Não pode nos dizer o que fazer- disse ele se aproximando dela com uma faca.

Ariel apenas revirou os olhos e estralou os fazendo dedos com que os quatro homens caíssem desmaiados no chão, após isso apagou a memória deles e mandou-os para algum lugar longe o bastante para não causarem mais problemas.

–Precisamos conversar Sammy- disse ela.

–O que houve aqui?- perguntou a mulher.

–Helena...

–Posso apagar as lembranças dela também se você quiser- propôs Ariel.

–Nem tente- disse Helena ameaçadoramente.

Os três se sentaram em uma mesa.

–Nem sei como lhe agradecer Ariel- disse Sam- Vejo que está cem por cento novamente.

–Mais que isso- disse ela.

–Qual o motivo da visita?- perguntou ele.

–Você e o Dean- disse com cautela.

–Ele está bem? Aconteceu algo?

–Tirando o fato de não ter mais o irmão mais novo ao lado- disse displicente.

–Ariel eu... Não foi uma escolha só minha.

–Será que vocês não percebem que separados ficam mais vulneráveis, correndo riscos muito maiores- disse ela como se fosse obvio.

–Ele não confia mais em mim- disse Sam.

–Vocês são irmãos Sam. Ele vai sempre confiar em você. O Dean sempre se sentiu responsável por você, se ele estivesse aqui, ele daria a vida por você. De novo.

Sam nada disse, permaneceu de cabeça baixa.

–Você foi enganado- continuou ela.

–Se eu tivesse te escutado, isso não teria acontecido.

–Mesmo assim o Dean foi correndo tentar te salvar não foi?- insistiu ela.

–Mas...

–Sam, não cometa o mesmo erro de não me ouvir novamente, eu não sei por quanto tempo ficarei fora, mas, se eu voltar e um de vocês estiverem mortos por conta da tolice de permanecerem separados, irei pessoalmente ao inferno busca-los só para ter o prazer de mata-los novamente.

–Obrigada pelo carinho- brincou ele.

–As coisas tendem a piorar muito daqui em diante- disse ela se levantando- procure o seu irmão.

Ao dizer isso sumiu deixando Sam e Helena sozinhos, o Winchester teria muito o que explicar á dona do bar.

...

Dean e Sam voltaram a caçar juntos e havia dois meses que não tinham noticias de Ariel, nesse meio tempo enfrentaram um deus pagão, algumas brincadeiras sem graça de um trikster, e a maluca ideia de Chuck e Becky (a fã obcecada) de criar uma Convenção de fãs de Supernatural, onde todos se vestiam como Sam e Dean e coisas do tipo.

Agora estavam na estrada a caminho de Port Angeles para mais um caso quando (pra variar) Castiel apareceu do nado no banco traseiro.

–Como nos encontrou?- perguntou Sam.

–GPS- respondeu ele se recostando no banco- é um aparelho interessante.

Dean revirou os olhos e perguntou: - Noticias da Ariel?

–É o que eu vim saber- disse ele assumindo uma expressão séria- Não acho nenhum sinal dela.

–Nem nós- disse Sam.

–Então tá, obrigada- disse desaparecendo sem dar nem tempo deles dizerem algo.

–Odeio quando ele faz isso- resmungou Dean.

Sam apenas riu, já havia se acostumado.

Ao chegarem em Port Angeles foram direto para o necrotério e ao examinarem as vitimas, sabiam que o caso estava relacionado com anjos, por isso ligaram para Castiel que apareceu imediatamente.

–São iguais ao que você colocou na gente- disse Sam enquanto o anjo examinava o selo eloquiano que havia no coração da vitima.

–Sim- disse ele- porem este foi feito por um cupido.

–Então o cupido está fazendo as pessoas se matarem por amor?

–É o que vamos descobrir, mas primeiro temos que encontra-lo.

...