Secret Love escrita por Fun-chan


Capítulo 14
O retorno


Notas iniciais do capítulo

último capitulo pessoal ... espero que tenham gostado da minha fic!



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Cap. 14 – O retorno

            Sakura se sentia tão bem, era como se flutuasse nas nuvens. Seu corpo estava leve e relaxado. Tudo estava calmo e tranqüilo. Ela estava em paz. Sakura abriu os olhos vagarosamente, a luz que entrava pela janela, intensificada pelas paredes brancas, a incomodava. A primeira coisa que ela viu foi a lâmpada no teto, seguida pelo rosto de seu pai. Ele parecia feliz e aflito ao mesmo tempo, mexia a boca freneticamente, mas Sakura não conseguia ouvir uma só palavra se quer. Depois de alguns segundos ela percebeu que ele chamava seu nome.

            Um homem alto de meia idade, barbado e vestido todo de branco se aproximou dela. Ele pegou uma lanterna, acendeu-a e começou a balançá-la de um lado para o outro em direção aos olhos de Sakura. Ele falou alguma coisa para Fujitaka e olhou novamente para Sakura. Sakura se perguntava o que estava acontecendo, quem era aquele cara, porque não conseguia ouvir nada, nem se mexer e nem falar. O homem se foi e uma mulher muito bonita apareceu em seu lugar, ela também estava de branco e tinha uma cruz vermelha em seu uniforme.

            Foi nesse momento que Sakura entendeu, estava em um hospital. Flashes da briga com o mestre vieram a sua mente: seu pai e seus amigos amarrados, uma pedra estranha, Shaoran completamente machucado, a raiva que ela sentia em vê-lo daquele jeito; mas ela não conseguia se lembrar de como tinha acabado.

- Por que ela não reage senhor Akiro? – Disse Fujitaka aflito. Sakura tinha recuperado sua audição.

- Fique calmo senhor Fujitaka. Ela vai demorar a recobrar todos os sentidos já que acabou de acordar. Isso acontece com todos os pacientes que ficam um longo período de tempo sobre efeito de medicação. Logo ela conseguirá se mover e falar, está tudo bem. – Disse o médico Akiro.

- Mas o senhor tem certeza?

- Tenho sim. Além disso, sua filha é uma garota muito forte. Normalmente as pessoas que chegam aqui no estado em que sua filha chegou não costumam resistir e as que conseguem permanecem em coma durante anos. No entanto sua filha só ficou desacordada por duas semanas. Ela é uma garota de sorte.

- Ela é sim. – Disse Fujitaka olhando carinhosamente para Sakura.

- Se me der licença senhor Fujitaka, preciso dar uma olhada no jovem que chegou aqui junto com sua filha. – Fujitaka o olhou esperançoso e perguntou rapidamente como Shaoran estava. – Está vivo, mas continua desacordado. O estado dele é pior que o da sua filha. – Ele suspirou fundo. – Quando chegou aqui ele estava completamente sem energia, com vários ferimentos, alguns ossos quebrados e uma hemorragia interna. É um milagre estar vivo.

- Mas ele ficará bem?

- Eu acredito que sim. Está melhorando a cada dia.

- Doutor! – Chamou a enfermeira.

- O que foi Myuki?

- Venha ver isso. – O doutor se aproximou e olhou para Sakura. Lágrimas escorriam pelo seu rosto lentamente. – Ela está chorando. Isso é normal doutor? – Ele olhou por alguns segundos.

- Interessante. O senhor disse que sua filha era muito próxima do jovem que está no quarto ao lado, certo? – Fujitaka confirmou com a cabeça. – Acho que sua filha já consegue nos ouvir. Ela deve estar reagindo ao que nós dissemos sobre o estado de saúde do Shaoran. Sakura se estiver nos ouvindo pisque os olhos duas vezes. – Foi o que ela fez. Fujitaka sorriu aliviado. – Muito bom, ela esta recobrando a consciência aos poucos. – Ele olhou no relógio por um instante. – Voltarei logo para ver como ela está. Com licença.

            O doutor Akiro se retirou do quarto e se dirigiu ao quarto ao lado onde Shaoran se encontrava. Ao entrar ele viu uma mulher com a face tristonha sentada ao lado da cama em que Shaoran estava deitado. Ela estava com os olhos cansados, não dormia direito á duas semanas. Ela passou dia e noite no hospital desde que chegou.

- Senhora Li? – Ela o olhou assustada. – Ficar aqui não vai fazer seu filho melhorar. Porque não desce e come alguma coisa enquanto eu examino o seu filho?

- Estou bem, obrigada. – Ela se recompôs. – E como está Sakura?

- Acabou de acordar. – Ela parecia surpresa. – Ela não recobrou todos os sentidos ainda, mas já consegue mexer as pálpebras e ouvir. Está preocupada com seu filho, começou a chorar quando me ouviu falar sobre Shaoran com o pai dela. Acho que seria bom se fosse vê-la. Ela ficaria melhor. Eu fico aqui com Shaoran.

            A mãe de Shaoran saiu do quarto e foi ver Sakura. O doutor Akiro se aproximou de Shaoran e observou o estado dele. Olhou sua ficha, os batimentos cardíacos, a freqüência da respiração, o exame de sangue, o nível de glicose, a freqüência cerebral, tudo. Aparentemente Shaoran já havia passado da fase critica. Estava cada vez melhor e se continuasse desse jeito ele acordaria em breve. Ele observou a face de Shaoran por um longo período e se lembrou de Sakura chorando. “É muito interessante a ligação que há entre os dois. Será que ele também vai reagir da mesma forma?” Pensou Akiro. Ele olhou o monitor que mostrava a freqüência cerebral de Shaoran.

- Sakura. – Disse em voz alta sem tirar os olhos do monitor. Nada. – Sakura. – Mais uma vez nada. Então ele disse uma terceira vez. – Sakura. – Algo aconteceu. Por uma fração de segundo a freqüência aumentou. O doutor sorriu. – Sakura está bem. Não precisa se preocupar Shaoran. Sakura está bem. – Novamente a freqüência aumentou, só que dessa vez por um período mais longo. O simples mencionar do nome dela fazia o subconsciente dele reagir. Era inacreditável.

...

            As horas se passaram e a noite logo chegou. Sakura recobrou todos os sentidos e conversou por muito tempo com seu pai. Ele lhe contou como tudo acabou. Enquanto ela e Shaoran lutavam contra o mestre, Misty e Mike derrotaram os capangas que os mantinham presos. Assim que ela desmaiou, eles amarraram os capangas e o mestre e logo em seguida chamaram ajuda. Okashira e vários agentes, inclusive seus amigos, chegaram depois de mais ou menos uma hora e os transportaram de volta. Shaoran não resistiu à viagem de volta e desmaiou no meio do caminho.

- Vocês estão no hospital da academia Sakura. – Disse ele por fim.

- Como estão Mike e Misty?

- Estão com os seus amigos. Como eles se recuperaram três dias depois que chegaram, eles voltaram para as atividades normais deles. Mas eles e seus amigos vêm visitar vocês todos os dias.

- Pai... – Ela disse baixinho. – Eu... Eu matei o mestre?

- Não querida. – Ela parecia aliviada. – Você só o fez perder a consciência. No momento ele está atrás das grades. Posso te fazer uma pergunta? – Ela disse que sim com a cabeça. – O que fez com o mestre? – Ela pensou por um instante. Parecia não se lembrar.

- Eu diminuí a pressão do ar em volta dele, deixando-a menor que a pressão dentro do corpo dele, tornando impossível respirar. Eu li isso em um livro quando estava escondida na sala das relíquias. – Fujitaka sorriu.

- Que esperta filha. – Ele olhou o relógio, já eram quase onze horas da noite. – Acho melhor você descansar um pouco. – Ele deu um beijo na sua testa e seguiu em direção a porta. – Boa noite Sakura.

- Boa noite pai. – Fujitaka já estava quase saindo quando Sakura o impediu. – Pai espera! – Ele parou e a olhou. – O Shaoran vai ficar bem, não é?

- Claro que vai querida. O medico disse que ele está cada dia melhor e que em breve vai acordar.

- Eu quero vê-lo, pai.

- Falarei com o senhor Akiro sobre isso Sakura. Não se preocupe, está bem. Durma um pouco e amanhã nós falaremos sobre isso. Boa noite. – Ele apagou a luz e se retirou do quarto.   

...

            Já havia se passado cinco dias desde que Sakura despertou. Ela não passou um minuto se quer sozinha: quando não estava com seu pai estava com seus amigos, quando não estava com seus amigos estava com seu pai e quando não estava com nenhum deles estava com o doutor Akiro. Já estava cansada de tanta atenção. E mesmo que ela tenha pedido várias e várias vezes para ver Shaoran, seu pedido não foi atendido. Akiro sempre falava que isso não a faria bem, que quando ela melhorasse um pouco mais poderia vê-lo etc., mas nunca a deixou ver seu amado. Ela já estava perdendo a paciência, queria vê-lo e queria vê-lo agora. Não importa o que os outros dissessem.

- Mas porque não? Eu já estou bem. Quero ver Shaoran! – Teimava ela.

- Já disse que em breve você irá vê-lo. – Disse Akiro tentando conter Sakura que tentava sair andando de sua cama. – Isso não vai lhe ajudar a melhorar, muito menos ao Shaoran. – Sakura se conteve e prestou atenção em Akiro. – Sei que deseja ver Shaoran, mas no momento tanto ele como você, necessitam de repouso, sem fortes emoções. Só lhe peço um pouco mais de paciência.

- Está bem. – Viu-se derrotada. Não queria fazer nada de mal para Shaoran e se o doutor Akiro estava dizendo que era melhor para ele que ela não o visse, seria isso que ela faria, mesmo que contra a sua própria vontade. – Farei o que o senhor me pediu.

- Ótimo. Agora descanse um pouco. – Ele pegou uma seringa sem agulha e injetou um liquido transparente no tubo que saia do braço de Sakura. – Amanhã nos falamos. Boa noite Sak... – Ela nem terminou de ouvir o que ele falava, acabou desmaiando antes. Mas nem se importou, a única coisa que conseguia pensar era em Shaoran.  

...

            Shaoran conseguia ouvir, ouvia sua mãe chorando dia e noite, o médico falando sobre seu estado de saúde, o pulsar do seu coração, o abrir e fechar da porta, o vento que entrava pela janela, podia ouvir tudo. Já estava cansado de tudo isso. Sabia que aquilo aconteceria, havia abusado de seus poderes e esgotado sua energia mágica, agora estava pagando o preço. Mas não imaginava que demoraria tanto para sua energia voltar, achava que não demoraria mais do que uma semana, mas estava enganado.

            Era como estar em um sonho. Tudo estava escuro, mas por algum motivo Shaoran conseguia ver a si mesmo, parecia ter luz própria. Sua marca mágica estava estranha, não chegava a machucar, apenas incomodava. Shaoran se sentia sozinho, queria estar com Sakura. Pelo menos sabia que ela estava bem. “Sakura está bem. Não precisa se preocupar Shaoran. Sakura está bem.” Ele se lembrava das palavras do doutor Akiro.

- Sakura. – Suspirou. Ele olhou em volta, ouvia o barulho de passos, mas não tinham o mesmo som dos passos que costumava ouvir. – Mas o que será isso? – Ele andou em direção àquele som. À medida que se aproximava o som ficava mais nítido, parecia mais perto. Isso apenas provava que havia alguém lá com ele, mas como isso seria possível? Shaoran notou que algo ou alguém se aproximava, ele conseguia ver uma pequena luminosidade na escuridão. – Sakura!

- Shaoran! – Disse eufórica segundos antes de correr em sua direção e abraçá-lo. – Eu nem acredito. Mas como?

- Não sei. – Disse ainda abobalhado. – Acho que criamos uma ligação mágica. – Ela sorriu e uma lágrima escorreu por seu rosto. – O que foi?

- Só estou feliz por te ver. Estou pedindo isso há dias e eles nunca me deixam. Como você está?

- Estou bem, só não tenho energia mágica, por isso não acordo. Tirando isso estou ótimo, ainda mais agora que estou vendo você. – Ele sorriu docemente. Sakura se derreteu toda. Como sentia falta daquilo.

- Onde estamos?

- Eu não sei bem a resposta. Tudo que sei é que aqui é um lugar mágico onde nós, magos, vamos parar quando estamos sem energia. Aqui nós podemos nos recuperar magicamente, entende? – Sakura parecia confusa. Shaoran pensou por um instante e prosseguiu. – Todos nós temos corpo e alma. Fisicamente eu estou bem, mas minha alma está sem energia mágica suficiente, por isso não consigo juntar os dois novamente. Enquanto recupero minha energia minha alma fica aqui. Eu sei que é complicado, pra falar a verdade nem eu entendo direito, mas é o que acontece.

- Acho que entendi.

- Mas o que você está fazendo aqui? Pelo que sei já tinha acordado e estava bem.

- Como sabe disso?

- Como disse estou bem fisicamente. Posso ouvir tudo que acontece perto do meu corpo.

- Não sei. Eu estava pensando em você quando o doutor Akiro me deu um remédio para dormir. Ai eu apareci aqui.

- Interessante. Devia estar querendo muito me ver para conseguir aparecer nesse lugar. – Disse se gabando falsamente.

- Eu queria, muito mesmo. – Ela se aproximou, o beijou e logo em seguida o abraçou. – Não sabe o quanto sinto sua falta. Sentia medo de você não acordar, medo de não te ver mais.

- Sakura. – Ele a apertou mais forte contra o seu peito. – Estou bem, não precisa ter medo. Estamos juntos e é tudo que importa.  

- Quero te ajudar.  – Ela pensou por um minuto. – Já sei. Posso te passar um pouco da minha energia mágica. – Um sorriso iluminou seu rosto que até um minuto atrás estava tristonho.

- Não. Se fizer isso você pode piorar e eu não quero que isso aconteça. Logo ficarei bem. Não precisa fazer isso. – Mas Sakura nem o escutou. Simplesmente juntou sua energia e a transferiu para Shaoran.

            Tudo que era negro de repente tornou-se branco e brilhante. Era tão intenso que Shaoran não conseguia abrir os olhos. Quando ele finalmente conseguiu, não viu mais Sakura e nem aquele lugar estranho. Tudo o que ele conseguiu ver foi o teto branco do hospital e o rosto alegre de sua mãe.

...

            Já havia se passado um mês desde que o mestre foi derrotado, a seita foi destruída e Fujitaka foi libertado. Com todos os problemas resolvidos e todas as historias esclarecidas Misty e Mike, foram oficialmente integrados a academia. Como não precisava mais se disfarçar Misty parou de usar as lentes que tanto a incomodavam e voltou a usar seu cabelo na cor natural, rosa.

            Os dois começaram a namorar e fizeram novas amizades: Tomoyo, Eriol, Meiling e Rioga. Os seis costumavam visitar Sakura e Shaoran todos os dias, mas foram proibidos de fazer isso durante a última semana. Segundo o doutor Akiro, tanto Sakura como Shaoran precisavam descansar e fazer vários exames e exercícios especiais, por isso não seria bom eles receberem tantas visitas. Somente os parentes foram autorizados a visitá-los.

            O grupo seguiu a risca as ordens do médico. Todos os dias, na última semana, ao invés de visitar seus amigos eles se reuniam na sala de estar para conversar.

- Quando será que vamos poder ver Sakura e Shaoran? – Perguntou Tomoyo. – Já estou ficando preocupada. Será que eles pioraram?

- Claro que não. – Disse Meiling. – Se fosse esse o caso, já teriam nos avisado.

- Eles estão bem. – Completou Mike. – Devem estar melhor que agente. Não tem que treinar com Okashira todo dia, só ficam deitados, sendo mimados... Deve ser o paraíso.

- Não tenho tanta certeza disso. – Comentou Eriol. – Eles devem ficar entediados de ficar lá o dia inteiro.

- Também acho. – Concordou Rioga.

- Acho que eu piraria se tivesse que ficar trancada em um quarto de hospital sem fazer nada por tanto tempo. Não consigo ficar parada. – Falou Misty. – Falando nisso, o que vamos fazer hoje? Não dá pra ficar o dia inteiro só conversando.

- Agente pode ver um filme. – Sugeriu Meiling.

- De novo não. Vimos um filme ontem. – Mike parecia que ia sugerir algo, mas Rioga o interrompeu antes dele falar. – Também não vamos fazer nenhum esporte físico. Já basta o treinamento do Okashira.

- Podemos jogar videogame. Ai você não vai precisar fazer nenhum esforço físico.

- Ótima ideia Eriol. – Parabenizou Rioga. – Vamos nessa.

            Os seis ligaram a televisão e começaram a revezar a vez no jogo de luta. Primeiro Rioga contra Mike. O personagem de Mike foi derrotado depois de dez minutos de jogo. O próximo a disputar foi Eriol. Este resistiu por quinze minutos antes de ser derrotado por Rioga. Logo em seguida foi a vez das meninas, Tomoyo, Misty e Meiling, exatamente nessa ordem. Todas foram derrotadas em menos de cinco minutos. Rioga se levantou da poltrona, após derrotar Meiling e começou a se gabar.

- Curvem-se diante do rei do videogame. – Disse fazendo gestos com as mãos em direção aos seus amigos.

- Se eu estivesse em condições normais, o discurso seria diferente. Você estaria implorando por misericórdia ao invés de se gabar. – Todos ficaram surpresos. Shaoran e Sakura estavam parados na porta da sala. Shaoran ria de leve do próprio comentário que acabara de fazer.

- Shaoran! Sakura! – Exclamaram todos juntamente e logo após correram para abraçar os amigos.

- Ai! Pega leve. – Disse Li. – Acabamos de ser liberados e não queremos voltar para o hospital. – Todos riram.

- Porque não avisaram pra gente. Teríamos ido buscar vocês no hospital.

- Nós avisaríamos se soubéssemos Tomoyo. Só fomos informados que seriamos liberados há algumas horas atrás. – Disse Sakura.   

            Apesar deles ainda estarem com alguns machucados e arranhões, o doutor Akiro achou melhor liberar o casal. Seria bom para eles voltar à academia e passar mais tempo ao ar livre e com os amigos. No entanto, os dois estavam proibidos de realizar qualquer atividade física por duas semanas. Assim que eles receberam alta do hospital, eles se dirigiram para a academia para encontrar seus amigos. Logicamente eles conversaram com Okashira antes.

            A mãe de Li voltou para sua casa junto com suas filhas, enquanto Fujitaka foi para a academia com Sakura e Shaoran. Ele morava na academia desde que foi salvo. Okashira lhe ofereceu um emprego como professor. Fujitaka ensinaria os agentes a ler símbolos antigos, como os símbolos egípcios, o que seria muito útil em certas missões.

            Os oito amigos passaram o resto do dia conversando, atualizando Sakura e Shaoran de tudo que aconteceu depois que eles partiram para resgatar Fujitaka. Quando o relógio marcava dez e meia da noite, Okashira os obrigou a irem dormir. Afinal, para seis deles o dia seria puxado amanhã.

            O dia seguinte não demorou a chegar e enquanto todos os agentes estavam treinando, Sakura e Shaoran aproveitaram para ficar juntos. Não tiveram muita oportunidade de fazer isso desde que se encontraram naquele espaço mágico. Eles estavam na sala de estar, sentados no sofá, apenas apreciando o dia juntos.

- Como se sente hoje? – Perguntou Shaoran.

- Estou ótima. Não agüentava mais ficar naquele hospital, ver as mesmas pessoas, fazer as mesmas coisas, comer a mesma comida sem gosto... – Sakura fez uma careta. – E você?

- O mesmo. – Ele abraçou-a pela cintura e Sakura apoiou sua cabeça no ombro dele. – O dia está tão calmo hoje. – Comentou, ele. – É até estranho depois de tudo que passamos.

- Tem razão. O dia está lindo! Perfeito para ficar com o namorado, não acha? – Shaoran sorriu.

- Acho sim. – Sakura se virou para ficar de frente para Shaoran. Eles ficaram se olhando por alguns segundos e sorrindo. – Sakura. – Li quebrou o silencio.

- O que foi?

- Eu te amo. – Disse por fim. O rosto de Sakura corou de leve.

- Eu também te amo Shaoran. – Seus rostos se aproximaram e eles começaram a se beijar. Entre um beijo e outro eles sussurravam palavras como “te amo” e “para sempre”.

- SAKURA! – O repentino grito fez com que eles se separassem.

- Oniisan! – Sakura se levantou correndo e foi ao encontro de Toya que estava parado na porta da sala. – Você voltou!

- Fiquei sabendo do que aconteceu e vim te ver. – Disse Toya enquanto a abraçava. Shaoran se levantou do sofá e também se dirigiu até a porta, para cumprimentar o cunhado, ao mesmo tempo em que murmurava: “Porque agente nunca consegue ficar sozinho?”

- Oi moleque.

- Olá Toya. – Disse Li. Toya o observou de cima a baixo e notou que ele ainda possuía marcas no pescoço e um dos braços enfaixados. Ele estendeu a mão para Shaoran.

- Obrigado por resgatar Fujitaka e proteger minha irmã. – Shaoran apertou sua mão e sorriu. – Nem sei como te agradecer.

- Poderia parar de me chamar de moleque? Isso seria o suficiente para mim.

- Vou tentar mole... Quer dizer Shaoran. – Sakura sorriu, parecia que os dois estavam se dando bem.

- Toya porque veio incomodar Sakura? O Fujitaka nos avisou que ela estava com seu namorado. – Disse uma quarta voz.

- Yukito-kun! Você também veio. – Disse Sakura animada.

- Eu também estou aqui! – Disse uma quinta voz, só que dessa vez feminina. Uma mulher de longos cabelos castanhos apareceu ao lado de Yukito.

- Nakuru!! – Sakura abraçou os dois. – Que saudades de vocês.

- Desculpa o incomodo Sakura-chan. Tentamos impedir Toya, mas você sabe que ele é cabeça dura. – Disse Yukito. Toya nem ligou para o comentário do amigo. Foi nesse instante que Nakuru e Yukito notaram Shaoran.

- Tudo bem. – Disse sem jeito. Ela pegou na mão de Shaoran e a trousse mais pra perto dos amigos. – Este é Shaoran Li, meu namorado. – Shaoran os cumprimentou educadamente.

- Muito prazer. – Disse Nakuru. – Fujitaka nos falou de você.

- Quer dizer que já falaram com o meu pai?

- Sim, Sakura. – Disse Toya. – No momento ele está com Mizuki e Nadeshiko.

- Nadeshiko? – Sakura não entendeu. Esse era o nome deu sua mãe, mas seria impossível seu pai estar com ela agora.

- É melhor você ir conhecer-la.

            Sakura e Shaoran seguiram os três até o quarto de Fujitaka. Pensamentos passavam pela cabeça de Sakura durante todo o trajeto. Será que sua mãe estava viva?  Não era possível, Toya disse que a viu morrer. Então como seu pai poderia estar com ela? Mizuki estava parada em frente ao quarto quando eles chegaram

- Como vai Sakura. – Disse alegremente. – Você deve ser o Shaoran, certo? – Li concordou com a cabeça e a cumprimentou. – Aposto que vieram conhecer a Nadeshiko, podem entrar. Ela está lá dentro com o Fujitaka.

            Sakura abriu a porta de vagar. Dentro do quarto viu seu pai sentado em uma cadeira ao lado de sua cama. Não havia mais ninguém lá. Shaoran, que notou que ela havia parado de repente, pegou em sua mão e adentrou o quarto. Foi ai que Sakura viu um bebezinho dormindo na cama de seu pai. Ele trajava um vestidinho rosa e meias que combinavam.

- Sakura conheça sua prima Nadeshiko. – Disse Mizuki. Os olhos de Sakura se encheram de água. Toya havia colocado o nome de Nadeshiko em sua filha em homenagem a mãe dela. – Ela é linda. – Disse Sakura tentando esconder o choro. Shaoran a abraçou.

            Os dois não demoraram a sair do quarto, afinal Nadeshiko estava dormindo e eles não queriam acordá-la. Todos saíram e ficaram conversando no corredor.

- Sua filha é uma gracinha Toya. Queria passar mais tempo com ela antes de vocês irem. Quando será que ela vai acordar?

- Sakura, você vai ter muito tempo pra ficar com a Nadeshiko.

- Serio Toya? Então vocês não vão embora amanhã?

- Não. – Respondeu Yukito. – Nós vamos ficar um mês aqui.

- Um mês? – Disse Shaoran.

- Sim! Um mês. Passaremos todos os dias juntos. – Falou Nakuru animada.

- Que bom. – Disse Sakura. Shaoran não parecia tão contente. “Agora que não vamos ficar sozinhos.” Pensava.

            Com a companhia de seu irmão e seus amigos Sakura não teve tempo de ficar sozinha. O mês passou num piscar de olhos e Toya, Mizuki, Nakuru, Yukito e Nadeshiko se foram. Tudo voltou à rotina de sempre: Acordar, treinar, estudar, descansar, treinar de novo e dormir. Foi nesse ritmo que mais um mês se passou. Finalmente todos ganharam um dia de folga e esse dia Sakura reservou especialmente para Shaoran. Os dois se sentaram na grama para apreciar o sol.

- Enfim sós. – Comentou Shaoran antes de beijar Sakura.

- Finalmente. – Disse Sakura rindo. Eles se abraçaram e depois deitaram na grama. Sakura apoiou sua cabeça no peito de Shaoran e ele contornou seu corpo com os braços. Os dois ficaram lá, de olhos fechados, apenas aproveitando o dia. O sol que batia em suas peles sumiu de repente, fazendo os dois abrirem os olhos. – Okashira. O que faz aqui?

- Sinto interromper, mas tenho uma missão para vocês. Terão que partir imediatamente. – Disse. Eles se levantaram e seguiram Okashira. Afinal eles eram espiões e nada iria mudar isso.


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Notas finais do capítulo

Mandem reviews!
Estarei de volta com mais uma história em breve ...
beijunhus!



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