- Susana, escute... – começou Lucia tentando se justificar, já perto de casa.

                - Não, não quero saber. – interrompi – só me prometa que nunca mais sumirá desse jeito, nunca mais vai sair com um estranho, pela juba do leão, Lucia, por que você fez isso?!

                -Foi um deslize, eu sei!

                - Olhe – parei de andar ficando a sua frente – isso ficará só entre nós, direi a Pedro e Edmundo que você estava na casa de Pamela. Pedro vai  lhe dar uma bela bronca, e você merece, mas mesmo assim, fica só entre nós, certo?

                - Tudo bem. – concordou.

                Abri a porta de casa e nós entramos.

                - COMO É QUE VOCÊ SAI SEM ME AVISAR?! – Ralhou Pedro – E VOCÊ, LUCIA, ONDE ESTAVA?

                - Hm... Na casa de Pamela. – respondeu.

                - Vocês querem que eu morra cedo, é? – acusou ele. – Nunca mais façam isso!

                - Tudo bem. – respondemos entediadas em uníssono – agora chega de chilique, Pedro. - falei pendurando o casaco no cabide.

                Lucia sentou-se na sala ao lado de Edmundo aliviada pelo fato de a bronca ter sido rápida.

                - Vocês estão com fome? – perguntei.

                - Eu, não. – respondeu Lulu.

                - Ed e eu já comemos alguma coisa. – Pedro sentou ao lado de Lucia.

                - Então eu vou subir. Boa noite. – falei.

                Tomei um banho frio para refrescar a cabeça, ao sair vesti a camisola branca e deitei em minha cama com a luz acesa.

                Quando pensei viver aquilo? Ser obrigada a casar com um “desconhecido” por meio de chantagem? É claro que eu não queria que ele fizesse mal à meus irmãos.

                Ah...

                O que eu faço agora?

                Estou sem saída.

                Vendo pelo lado com, até que esse Johnny é bonitinho... Mas sua beleza não compense seu mau caráter...

[...]

                Minha situação só piorava com o passar dos dias.

                No dia seguinte tive uma surpresa depois da aula: ele estava lá me esperando, com um lenço verde na mão e um sorriso no rosto sedutor no rosto.

                - O que está fazendo aqui? – perguntei mal-humorada.

                - Eu trouxe uma coisa para você. – respondeu balançando o lenço.

                - Um lenço?

                - Não... – balançou o lenço de varias formas para que eu visse que não escondia nada. Segurou-o com uma mão e a outra passou por trás do pano, ao sair tinha uma rosa vermelha na mão. – Para você. – ofereceu-me a flor. Aceitei-a.

                - Obrigada.

                - Disponha. Quer uma carona para casa?

                - Não precisa.

                Ele não insistiu.

[...]

                Não tive coragem para me desfazer da rosa, não por que foi Johnny quem me dera por meio de ilusionismo, mas por que, além de ser minha flor favorita, era linda e parecia uma maldade sem tamanho fazê-la murchar. Coloquei-a em um vaso solitário com um pouco de água em meu criado-mudo, ao lado de minha cama.