Vida de Semideusa escrita por Jkws


Capítulo 9
Para o Olimpo e além!




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/152726/chapter/9

Eu nunca tinha ido á uma missão antes, então Matt me ajudou a arrumar a mochila. No mesmo dia em que a Rachel/Oráculo me deu a profecia.

Ele parecia muito preocupado e dizia:

– Eu queria muito ir Jessie, sou seu protetor, devia ir, mas o oráculo disse aquilo. Não sei se ficará bem sozinha. – ele falou despejando as palavras rapidamente.

– Não se preocupe, prometo me cuidar, além disso Luca vai comigo... e David. – não falei muito agradavelmente o último nome.

– Nunca gostei muito desse Luca ele é estranho. E David e você não são muito amigos... Temo por você.

Achei legal ele ficar preocupado comigo.

– Obrigada, Matt. Prometo me cuidar, certo?

Ele suspirou e disse:

– Haverá morte.

Um arrepio correu por todo o meu corpo.

– Não será minha morte – parei – Fique calmo Matt. Você parece minha mãe.

Lembrar minha mãe pela primeira vez deu um nó no meu coração. Por mais que ela fosse ausente, eu queria que ela me desejasse boa sorte. E eu sabia que se estivesse ali, desejaria. 

Matt me olhou tentando descobrir no que eu estava pensando. “Não demonstre fraqueza” disse a mim mesma.

Sorri confiante. Eu podia fazer isso.

– Então, não esquecemos nada? – perguntei mudando de assunto.

– Hmm acho que não. Veja temos: néctar, ambrósia, comida, dracmas, dinheiro mortal, saco de dormir, lanterna, faca, outra muda de roupa, acho que está tudo aqui.

Suspirei.

– O único problema é a lança, não posso lutar com ela.

– E você não foi treinada o suficiente.

– Ora, Matt eu posso me virar.

Mas no fundo eu sabia que ele tinha razão, eu tinha treinado o máximo que pude enquanto estive no acampamento, mas muitas coisas aconteceram e eu sentia que não era o suficiente.

O pior é que eu não queria que Luca e principalmente David tivessem que salvar minha vida. Não, não queria isso.

Olhei para Misit que me observava de cima do quarda-roupas.

Você vai se sair bem, não foi escolhida para morrer.

Refleti o que ela disse: escolhida...

Baixei os olhos e vi meu reflexo no espelho abaixo dela. Eu tinha evitado olhar o espelho do armário todos esses dias, não queria me ver, eu devia estar muito estranha brilhando em azul.

Mas olhei.

Eu sempre fora extremamente normal. A começar pelo meu nome: Jessica. Quantas Jessicas você conhece? Eu conheço mais de três. Fora eu.

Depois, nunca fui popular nos colégios, nunca tive mais de um ano para tentar, e você nunca é popular quando tem os problemas que eu tenho. Sempre fui meio mandona, e perfeccionista, além dos problemas normais de semideusa. Todas as pessoas populares tinham aversão a mim. Não que eu me importasse. Pelo menos eu tenho cérebro e não passo o dia lendo revistas de fofocas.

Me analisei no espelho.

Eu usava a blusa do acampamento, calça jeans escuros e bota preta, por cima da calça. Eu amo botas. Meus cabelos caiam em ondas até a cintura, pareciam ter sido hidratados, estavam maiores. Meus olhos eram azuis, e minha mãe me dizia que mudavam de tom conforme meu humor: ficavam azul escuros quando eu estava triste, e um azul mais claro quando estava alegre, e um azul quase preto quando sentia muita raiva. E dizia que isso fazia com que mesmo que eu tentasse nunca esconderia dela o que estava sentindo. Ninguém mais notara isso. E eu tinha uma áura azul.

– No que está pensando? – perguntou Matt. Tinha esquecido que ele estava ali.

– Na minha mãe. – não ia mentir para Matt.

Ele olhou para fora da porta.

– Hora do jantar. Vamos amanhã você terá um longo dia.

Assim que ele terminou de falar a trombeta para o jantar soou.

Foi um jantar como qualquer outro, tirando o fato de eu sentar sozinha na mesa de Zeus e as pessoas ainda me olharem estranho, mas eu não me importei. Ofereci parte de meu jantar á Zeus e fiz uma prece silenciosa, desejei sorte em minha missão. Um cheiro bom de torta de chocolate saiu na fumaça.

Sorri.

Fui para o chalé. Eu estava um pouco nervosa. Na manhã seguinte iria conhecer uma deusa, que provavelmente não gostaria de mim por eu ser o fruto da traição de seu marido. Somente.

Fiquei um tempo acordada sem conseguir dormir. E quando finalmente dormi sonhei de novo com a montanha e os guinchos de animal. Acordei na mesma hora que acordara da última vez que sonhei aquilo. O corpo caído, os tênis pretos.

Já era de manhã peguei a mochila, me vesti no mesmo estilo que me vestia sempre: blusa, calça, minhas botas que eram muito confortáveis, e um casaco preto com capuz. Peguei a lança, pelo menos era uma arma.

Tomei café, e fui para o topo da colina Meio-sangue, para esperar pelos outros.

Vi Peleu. e lembrei que não tinha agradecido ele por me salvar então fui em direção o Pinheiro.

– Ei garoto, - acariciei a queixo dele – obrigada por me salvar outro dia.

Ele fechou os olhos para sentir a carícia, e meio que ronronou, ou sei lá o que os dragões fazem. Misit estava no meu ombro, acariciei a cabeça dela também.

Lembrei do dia em que cheguei ao acampamento, e dos campistas comemorando a volta de Peleu. O que me fez lembrar:

– Quem te mandou naquele dia?

Ele apenas ronronou como se não fosse importante.

– Ele não vai responder. Dragões não falam.

David.

– Desculpe, mas eu estava falando com ele.

Nem virei para olhar para ele.

– Claro. Mas que tal falar com alguém de verdade?

– Tipo quem? Você? O dragão tem uma conversa mais interessante.

Eu estava cansando dele, mas não ia deixar passar. Ele fazia isso comigo, eu não pensava antes de falar quando estava perto dele.

– Bom dia. – Luca interrompeu David quando ele ia falar alguma coisa.

– Bom dia – respondi e me virei para vê-los.

Os dois vestiam a camisa do acampamento, calça jeans e tênis. Luca usava um casaco estilo bad-boy e tênis NIKE, nas costas levava a mochila e tinha a espada embainhada. Já David usava um casaco vermelho e tênis, pendurado no ombro tinha uma bolsa de violão, me perguntei por que ele levaria o violão numa missão perigosa, mas não disse nada. Nas costas a mochila que era também uma aljava na lateral, e o arco e flecha pendurado.

Quiron chegou com um cara muito estranho: tinha olhos em todos os lugares do corpo que estavam á mostra, estava vestido como um motorista normal, devia der o tal Argos. Ele entrou numa van e esperou que nos despedíssemos. Matt, Melody e uns garotos dos chalés de Apolo e Hermes vieram se despedir e desejar “Boa sorte.” Quiron disse: “ Que os deuses estejam com vocês.” e várias coisas do tipo.

Depois que nos despedimos de todos entramos na van. Eu estava meio nervosa.

Argos guiou a van á base da colina. Nós estávamos indo para o Olimpo.

David para quebrar o clima de nervosismo, fez uma adaptação de Toy Story:

– Para o Olimpo e além!

Eu tive que sorrir, ele ciatava Toy Story, enquanto iamos receber um missão da Rainha do Olimpo, e alguém iria morrer.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!