Vida de Semideusa escrita por Jkws
Fui com Quiron para a casa grande, ele estava de cadeira de rodas, não sei como coube ali, com seu corpo de cavalo. Deivia ser mágica.
Misit em meu ombro esquerdo parecia confortável. E talvez agora eu já não a achasse tão estranha e desconhecida para mim. Estava conhecendo-a melhor.
Chegamos á casa grande. E é claro que os conselheiros dos chalé estavam ali. Bom não estavam todos ali o que me fez sentir aliviada. Tinham poucos ali. Reconheci: Luca, a garota ruiva, Melody e... David.
– O que você quer aqui? Me acertar com outra flecha? É por que antes você errou o alvo e...
– Jessie. – interrompeu-me Quiron – Deixe David falar.
Peguei ar, não queria. Para quê deixa-lo falar? Mas me sentei para ouvir.
– Vamos diga logo – insistiu Melody para David.
Ele não parecia estar gostando muito da ideia, estava meio vermelho. Fitei a mesa.
– Hãn, - ele pigarreou – olha desculpa, tá? Eu, e- eu sinto muito por ter acertado sua perna com uma flecha.
Continuei fitando a mesa. Misit em meu ombro.
– Mas veja pelo lado positivo - ele disse – se não fosse isso, talvez você não fosse...
– Sinceramente. Acho que meu pai podia muito bem ter me reclamado sem a sua pequena ajuda. - cortei-o.
– Jessie, David está tentando. – Disse Luca. E me perguntei o que ele também estava ali, não que eu estivesse reclamando.
– Acho que ele já “tentou” muito. – então suspirei, percebi que aquilo não daria em nada. – Ok esquece tá? Já foi. Nem está doendo mais mesmo. Deixa pra lá.
Olhei para ele, por um momento pareceu arrependido, virei o rosto.
– Vim para representar os Stoll. – anunciou Luca, o que me pareceu só uma forma de mudar de assunto. – Eles, hmm, foram buscar umas coisas, e me mandaram no lugar.
– Bem, então parece que temos que resolver algumas umas coisas, não é? – disse Quiron.
O que me lembrou das minhas dúvidas: Quem foi que mandou o dragão para me matar? E que mandou Peleu ao meu resgate? Por que parecia ter algo errado em eu ser filha de Zeus? E por que ele só me reclamou agora? Eu queria respostas.
Eu não sabia qual pergunta fazer primeiro, e antes que decidisse. A gatota ruiva olhou pra mim de um jeito estranho, se levantou e falou:
– Eu acho que... e-eu. Está vindo. Uma... – ela parou de falar. Um silêncio mortal tomou a sala. Uma fumaça verde a rodeava agora. Devo confessar que senti medo, ela olhava diretamente para mim. Quando voltou a falar, não era mais a voz dela:
“Para a madrasta realizarás enfim uma missão.
O Sol e o indefinido acompanha-la irão.
Traída serás pelo que julgas amar.
Do céu descerá a perda que sofrerás.
Sob a ira de Hera, a morte acontecerá.
E um verdadeiro amigo, irá se revelar.”
Então ela caiu David e Luca a seguraram.
– Rachel, você está bem?
– O que foi isso? - perguntei assustada.
– Rachel é o Oráculo. Isso foi uma profecia. - respondeu Luca. Ela piscou e a fumaça verde se dissipou. Estremeci. Ela olhou preocupada para mim e falou:
– Tudo bem? O que falei? Qual foi a profecia? – Ela me olhou melhor e falou - Você está pálida.
Não me surpreendia. Eles falaram algo sobre profecia? Estranho. Melody falou de novo a profecia para ela.
– Hmm. Interessante. – Ela analisou e sentou de novo, como se o que acabara de acontecer fosse totalmente normal.
Todos estavam tensos com o que acabaram de ouvir. Haveria morte. Quiron era o único que não ficou muito abalado o tempo todo, ou se ficou não demonstrou, parecia mais estar avaliando tudo.
– Pelo visto você liderará uma missão Jessie. – falou por fim.
– “O Sol e o indefinido acompanha-la irão.” – Lembrou David. – O Sol é um filho de Apolo. E o indefinido... quantos indefinidos tem no acampamento?
– Só eu. – respondeu Luca. E sorriu para mim.
– Certo. Jessie e Luca já vão nessa missão só falta agora um filho de Apolo. – Falou Quiron e olhou para David.
Me antecipei, antes que ele o chamasse.
– Mel você não vem? – perguntei á Melody com minha melhor voz de pedido/ordem.
– Não sei Jessie, pelo visto a profecia se referia a um menino.
–Como sabe? Disse O Sol...
– Exatamente, geralmente quando se refere a uma Filha de Apolo, falam: A Lira. E á um Filho de Apolo O Sol.
– Melody tem razão, Jessie. – Disse Quiron.
Eu notei que ele olhava para David, e eu não queria que ele fosse. Já que devia ser um menino que fosse outro então. Mas seria melhor se fosse Melody.
– Eu queria que Mel fosse, tem que ser mesmo um menino? – perguntei.
– Não é bom tentar mudar as profecias, Jessie. Isso trás azar e morte. – e uma compreensão tenebrosa rolou entre Quiron, David e Melody. Lembrei que haviam perdido alguém especial. Mel jamais desobedeceria uma profecia novamente, a julgar pela sua expressão.
– Desculpe-me Jessie, mas não posso fazer isto. – e saiu correndo com os olhos vermelhos.
–O que eu disse? – perguntei.
– Não foi você, é que esse momento pareceu muito com o da nossa última missão – explicou David, com tristeza. A útima missão deles não parecia ter tido muito sucesso.
– Bom. - disse Quiron – Ao que vejo, David é o terceiro membro desta missão.
– O que? – David e eu dissemos juntos.
– Quer dizer não tem outro? – perguntei.
– É. Quem sabe Jonh? – completou David
– Não. – disse Quiron. – Você é o mais experiente depois de Melody. Ninguém mais do chalé saiu em missões assim, você é o mais indicado.
– Mas... - protestamos.
– Eu sei que vocês tem diferenças, mas terão que resolvê-las. Esse é o jeito mais seguro para vocês.
Cruzei os braços e David fechou a cara.
– Quiron, você marcou essa reunião só para recebermos a profecia? – perguntei.
– Claro que não srta. Parker, marquei para falarmos sobre você e o pacto. – explicou-me ele.
– Que pacto?
– Depois explico. – ele disse . – O mais importante agora é a missão. Pelo visto você a receberá formalmente de Hera, sua madrasta. Então devem ir para o Olimpo, falar com a deusa.
– E como iremos para o Olimpo? - perguntei.
– Argos pode leva-los lá. Mas depois disso estarão por conta própria.
Me perguntei quem era Argos e como nos levaria ao Olimpo, pois ao que podia me lembrar era um monte, com certeza longe de Nova York. Mas não quis passar por burra.
– Vocês partirão amanhã, preparem-se.
E saiu na cadeira de rodas. Deixando-nos sozinhos.
Eu tinha uma missão. E um encontro com minha madrasta deusa.
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