Vida de Semideusa escrita por Jkws


Capítulo 6
Reclamada




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Definitivamente David me odeia.

Não faço a mínima ideia do por quê. Eu é que devia odiá-lo, ele gritou comigo. Eu sei que também gritei com ele, mas isso não é motivo para acertar uma flecha na minha perna. É? Eu também não morro de amores por ele, mas nem por isso o machuquei. Confesso que em parte por que não saberia como acertar uma flecha na perna dele.

Bom, vou dizer como foi o meu primeiro capture a bandeira.

Nós tínhamos entrado na floresta. Fui para trás de uma enorme árvore para tentar por o meu plano em ação. Derrubei umas duas garotas de Afrodite que estavam andando e ajeitando a armadura ao mesmo tempo. Elas caíram e ficaram deitadas lá, claro que eu não as havia matado.

Estava indo bem. Já tinha derrubado uns cinco meio-sangues.

Vi Luca lutando com bravura. Ele era muito bom com a espada. Nunca tinha visto ninguém usar espada daquele jeito. Em parte por que eu nunca tinha visto alguém lutar com espada pessoalmente, só em filmes.

Vi Percy acertando um garoto de Ares. Ele também era muito bom naquilo, me lembrava Luca.

Estavamos indo bem.

De relance olhei para a bandeira, estava em cima de um monte de padras que parecia um monte de cocô. Vi um garoto com uma crina vermelha no elmo se aproximando dela sem que ninguém o impedisse, e ninguém parecia tê-lo notado. Ele tinha arco e flechas preparados para qualquer coisa.

Eu jamais conseguiria detê-lo numa abordagem direta, de forma que dei a volta sem deixar que ele me visse. Escalei a pilha de cocô por trás, pretendia assustá-lo e fazer com que ele caísse quando estivesse subindo para pegar a bandeira.

Me escondi e me preparei para assustá-lo, já podia ouvi-lo escalando o monte de cocô.

Foi quando tudo deu errado.

Eu estava aos pés da bandeira de forma que ele só me veria quando chegasse ao topo, seria quando eu o assustaria, então esperei esperei. Fiquei nervosa, e se não desse certo? E se eu precisasse lutar? Ele estava quase no topo. Me descuidei e ele me viu. Fiquei paralisada. Grandes olhos cor de mel me encaravam arregalados. Mas logo a surpresa se foi. Só tinha durado uns cinco segundos.

David apoiou os pés na rocha de forma que pudesse se equilibrar e mirou em mim. Eu não sabia o que fazer. Dei um passo para trás e peguei a lança, mas não tive a chance de atacar, ele foi mais rápido.

A flecha voou em minha direção. A única chance de escapar dela era pulando.

Não pensei nas consequências dos meus atos.

Virei e me joguei no ar. Mas tarde demais. A flecha cravou na lateral quase atrás da minha panturrilha. Eu gritei e me esperneei, tentava a todo custo planar ou subir. Qualquer coisa menos me achatar feito panqueca no chão.

Eu estava muito perto do chão. Cobri o rosto com as mãos e gritei. Ouvi os campistas falando, gritando ou prendendo a respiração. Até que foi uma queda rápida.

De repente, parei. A única dor que sentia era a da flecha na minha panturrilha.

Silêncio. Tirei as mãos do rosto e aos poucos abri os olhos, o chão estava a centímetros do meu rosto e eu estava... flutuando. Eu estava parada no ar. O que estava acontecendo? A única coisa que fiz foi gritar, isso mesmo, eu sou tão burra que gritei mesmo parada flutuando no ar. E foi o único som que se ouviu na floresta. Todos me encaravam.

De repente eles olharam para cima. Um animal ginchava. Dos céus vi descer um pássaro lindo, uma águia. Ela continuou a descer, mas os olhos dos campistas não estavam mais nela, estavam em mim. Percebi por que quando olhei meus braços uma áura azul estava em volta deles. A áura azul estava em volta de todo o meu corpo.

Um trovão retumbou no céu.

Então eu quis descer, queria pisar no chão. E assim aconteceu, caí de cara no chão. Arranquei a flecha, doeu mas aquele parecia ser o menor dos problemas. Eu estava confusa, levantei vi os olhos arregalados que me fitavam pois a águia desceu e voou ao meu redor. Passado o choque, todos murmuravam: “Não pode ser”. “Isso é impossível” “Ele com certeza não quebrou o acordo duas vezes!”. Por fim Quíron falou mais alto que os murmúrios:

– Salve Jessica Katherine Parker! Filha de Zeus. Senhor do Olimpo, deus dos céus, tempestades e trovões!

E todos se curvaram. Alguns a contra gosto.

A águia pousou em meu ombro, não sei por que não me assustei nem por que a deixei pousar, mas deixei. Ela não me parecia uma ameaça. Por um momento desconcertante podia jurar tê-la ouvido se juntar a Quiron:

Salve Jessica! filha do rei dos céus!



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