Vida de Semideusa escrita por Jkws


Capítulo 20
As Amazonas




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Dei um “oi” confuso para as cobras/telefone antes que Hermes as enfiasse no bolso da bermuda que estava usando.

- O que está fazendo aqui, senhor Hermes? – Perguntou David.

- Ué sou o mensageiro dos deuses, e creio que Jessie tem um pedido á Poseidon, vou levar esse pedido, fiquei sabendo que ela tem...

- É, um pedido? Tenho sim. – Talvez fosse errado cortar um deus no meio da frase dele, mas eu não queria que mas ninguém soubesse do meu medo, mas ele sorriu.  

- Quer a pele do leão de Nemeia? Devia dar algo em troca á Poseidon, não acha?

- É eu não tinha pensado nisso... Mas o que posso dar para um deus?

- Olha ás vezes, nós deuses estamos ocupados, e não temos tempos para fazer algumas coisas, como pegar o cinturão de Hipólita para uma certa esposa. – Disse Hermes.

- Do que você está falando? – Perguntou Luca.

- Anfritite, esposa de Poseidon, quer o cinturão de Hipólita, uma amazona. Talvez se vocês o conseguirem para ela, Poseidon lhes dê a pele do leão de Neméia.

"Talvez?" Pensou Misit.

- Bem, é a melhor proposta que tivemos até agora. E aonde está esse cinturão?

- Naquela ilha ali. – Hermes apontou para um pequeno pedaço de terra no meio do mar.

- E como chegaremos lá? – Perguntou David.

- Isso é com vocês. – Disse Hermes. – Mas se serve de ajuda, Jessie pode voar não pode?

- Posso. Mas... – Começei a dizer. Mas fui interrompida.

- Bem então vão lá, peguem o cinturão, sobrevivam ás amazonas, deem o cinturão para Poseidon peguem a pele do leão de Nemeia e deem a Hera.

"Haha Só isso?" Perguntou Misit na minha cabeça.

- Mas... – Tentei falar mas de novo fui interrompida pelo toque do celular de Hermes. Ele atendeu e murmurou ao aparelho “certo, certo, farei isso agora mesmo.” Quando desligou olhou para nós e disse:

- Tenho que levar uma mensagem de Perséfone urgente para Deméter. Boa sorte! – Ele disse e ouvi as cobrinha George e Martha nos darem tchau. Então o deus desapareceu.

Ficamos um tempo olhando para o mar, ele me dava arrepios. Pensei no que Hermes disse sobre eu saber voar. Mas ele queria que eu voasse até a ilha? E quanto aos meninos como fariam? Perguntei isso a eles, e Luca disse:

- Talvez você devesse nos levar voando até lá.

- Os dois? É pesado demais. – Disse eu.

- Um de cada vez. – Ele disse. – Misit pode dar uma forcinha, também. É o único jeito.

Pensei um pouco naquilo, ele tinha razão.

- Então, que vai primeiro? – Então David apontou para Luca, e Luca para David. Eu dei uns risinhos.

- Nossa que corajosos! – Fingi admiração.

- A ideia foi do Luca, ele vai primeiro. – Disse David.

- Sabe? Acho que você é quem devia fazer o test drive. – Luca disse. Todos rimos.

- Eu não vou deixar vocês caírem. – Afirmei.

Eles pensaram.

- Então tá. Eu vou. – Disse Luca apreensivo.

O peguei por baixo dos braços e levei até a ilha. Voamos sobre o mar, com a brisa nos nossos rostos, evitei o tempo todo olhar para baixo.

Assim, chegamos á ilha. Não foi um pouso suave, na verdade nós dois caímos deitados na areia da praia, começamos a rir, mesmo estando naquela ilha esquisita e escura cheia de árvores densas.

- Você está com medo? – Ele perguntou quando parou de rir.

- Talvez. – Falei, eu estava, mas para mim medo é uma fraqueza, tenho que ter coragem para enfrentar tudo. Talvez medo fosse um sentimento comum, mas não é algo que eu queira sentir.

- Hmm, já pensou em quem vai morrer, nessa missão? Já pensou que pode ser aqui, enfrentando as amazonas? – Ele murmurou.

- Não. – Falei refletindo. – Não, não pensei nisso. Mas não vou permitir que ninguém morra. – Disse com determinação.

- Não é você quem decide isso. – Ele me disse com delicadeza. – Agora você tem que ir buscar David, para pegarmos logo a droga do cinturão.

- E deixar você aqui sozinho?

Ele sorriu e fez uma coisa que eu nunca esperava que fizesse. Ele me deu um beijo.

Eu fiquei totalmente sem palavras.

- Eu vou ficar bem. – Ele disse puxando a espada e se levantando. Vou esperar vocês escondido atrás daquele tronco. – Ele apontou para um tronco á nossa direita.

Eu ainda estava sem palavras então só assenti me virei e voltei voando para onde David me esperava.

- Vamos lá. – Falei enquanto pousava, desta vez não cai. Peguei ele por baixo dos braços, e pensei no ar me levantando, correntes de ar me erguendo do solo, então aconteceu, começamos a sair do chão, ai começamos a ir para frente, sobrevoando o imenso mar, que estava calmo agora. Fui abaixando até que os pés de David tocaram a superfície do mar, ele chutou agua e fingiu estar andando sobre o mar, nós rimos, Misit voava um pouco longe.

A ilha era de dar medo, mesmo aquela hora do dia, ela estava escura e a floresta era densa, muito densa, me perguntei se realmente haveria alguém ali. E como resposta veio um ruído das moitas. David e eu pousamos, procurei por Luca no tronco, mas ele não estava lá, pedi que David e Misit me ajudassem, nós procuramos, mas nada de Luca. Pensei nos últimos momentos ali na ilha. “Já pensou em quem vai morrer, nessa missão? Já pensou que pode ser aqui, enfrentando as amazonas?”.

- Não. – Murmurei. – Será que elas o levaram?

- É provável, as amazonas não gostam de homens. É melhor irmos procura-lo.

- É vamos. – Eu disse.

Adentramos o matagal, era muito difícil ver o que estava á nossa frente a floresta era muito densa.

Um ruído veio da direita, e uma flecha parou bem perto do meu rosto.

- As amazonas. – David tinha parado de vez, estava murmurando.

“Voe acima das árvores e procure Luca.” Eu disse a Misit. Ela saiu abrindo caminho entre as árvores e desviando de algumas flechas.

David e eu corremos para o coração da ilha, desviando de flechas a todo custo. Aquele matagal parecia não acabar mais. De repente tudo se clareou e estávamos numa área aberta, tinha um enorme castelo do tipo astecas e incas. Uma flecha acertou meu braço, eu gritei e a arranquei, continuamos correndo e entramos no castelo. Era cheio de estatuas por todos os lados, logo á frente num pedestal de ouro, estava um cinto, também de ouro. Provavelmente o cinturão de Hipólita.

- Ali! – Gritou David apontando para o cinturão. Corri um prouco mais rápido e peguei o cinto.

Assim que o tirei do pedestal, fui suspensa do chão por uma rede de cordas. Armadilha.

- Jessie! – David correu até mim, e tentou cortar as cordas. Lembrei da faca que Rebecca me devolvera, tentei cortar mas era difícil, as cordas eram muito grossas e firmes.

“Achei o Luca, eles está aqui na montanha mais alta da ilha. E...” No pensament de Misit ouve dor, ela fora atingida por uma flecha.

- Vá para a montanha mais alta da ilha! – Eu disse a David.

- Não vou deixa-la aqui!

- Luca e Misit estão lá! E Misit está ferida! Eu me viro aqui! Vá!

- Não!

- Agora!

Ele ficou indeciso, mas acabou se decidindo por ir.

- Eu volto. – Ele disse e saiu correndo.

Tentei cortar com mais força. Gritos de mulheres vinham da floresta, muito perto do palácio. Mais rápido.

Uma mulher com roupas feitas de peles de animais e arco e flecha na mão entrou no palácio, seguida por outras vestidas do mesmo modo.

- Ora, ora. O que temos aqui? Uma filhinha de Zeus? – Disse a mulher que parecia ser a líder.

- Me solte agora mesmo! – Gritei.

- Se não oque? Oh. Você vai me lançar um olhar fatal? Como é mesmo? Olhar 43? – Ela riu – Que medinho.

Aquilo me irritou, ela achava que eu não era nada? Eu ia mostra-la.

- Com certeza até um olhar acaba com você e suas amigas fracotes. – Eu sabia que não tinha sido bom, mas era o que eu tinha no momento.

- Quer tentar, filhote de Zeus? – Ela riu. – Quer lutar contra Hipólita?

Eu não estava surpresa de ela estar viva, afinal grande parte dos “mitos” da mitologia grega ainda estavam vivos mesmo nos dias de hoje.

- Ah seria um prazer. Se a senhorita Hipólita, deixar de ter medo e me soltar daqui.

 Ela estralou os dedos e eu cai no chão, a rede tinha sumido.

- Uma a uma, quem vencer fica com o cinturão. – Ela riu. – Mas vou logo avisando, sou praticamente imortal.

- Praticamente? – Perguntei.

- Sou como as caçadoras, só morro se cair em batalha, o que como pode ver, não aconteceu nem vai acontecer.

Eu não disse nada. Só peguei meu raio e a ataquei. Ela sacou uma espada de algum lugar e nossas armas se chocaram, faíscas voaram, ela era muito boa com a espada devia ter séculos de treinamento. Só então vi o quanto eu estava lascada.

A espada dela veio com toda velocidade em direção ao meu pescoço, eu pus o raio na frente para bloqueá-la. Mais faíscas. Investimos, bloqueamos, atacamos até que tentei acertar suas pernas mas ela desviou meu golpe e me chutou, eu cai deitada de costas, tentei me levantar mas ela foi mas rápida e me prendeu ao chão pondo o pé sobre a minha barriga.

- Renda-se, projeto de semideusa, e eu a deixarei partir em paz. – Ela disse com um sorrisinho vencedor.

Eu pensei em tudo que fiz pra chegar até ali, em todos que me ajudaram, mas acima de tudo, pensei em Hera, e como ela ficaria feliz em me ver derrotada. Eu não ia ser derrotada.

- Nunca. – Respondi.

Juntei todas as minhas forças e todo o meu ódio a Hera, pensei em tudo o que ela me fez passar, tudo o que ela me disse, tudo o que ia fazer. E a raiva foi tanta que eu explodi. Literalmente. Raios voaram de mim para todos os lados, as amazonas foram eletrocutadas. Não sei se tinham morrido mas não ia ficar pra ver.

Corri ou o mais próximo disso no estado em que estava, a explosão sugou 80% da minha energia, mas eu tinha que achar Misit, David e Luca.

Tropecei em nada e cai no chão, levantei. Olhei pra cima e pude ver a montanha mais alta da ilha que por sorte não estava muito longe. Mas não havia sinal de atividade lá em cima.

Andei tropeçando por mais ou menos um quilometro até chegar á base da montanha. Seria bem mais fácil ir voando, mas eu não tinha energia pra isso. Então comecei a escalar a montanha. Um guincho de animal vinha de cima, ou dos lados, nas verdade era um eco. Um eco de um gincho de animal vindo de algum lugar. Era como se não quisesse que eu subisse. Senti um déjà vu. Era como  no meu sonho. Eu não estav pronat para subir, mas continuei subindo.

Estremeci, por que eu sabia que teria um corpo caido lá em cima.


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