Nightmare escrita por slymiranda


Capítulo 4
Capítulo 4


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é dividido em duas partes. Notas da parte um: Amy começa a perceber inconscientemente que Josh está sempre em todos os lugares.Notas da parte dois: simboliza a perda da inocência de Amy, e também praticamente o seu último momento feliz.



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Parte 1 – What The Fuck?

“Mas o que...? Que porra é essa”, pensei, após ler o último “matar” seguido de um ponto final. O que aquilo queria dizer. Será que era hora de começar a levar a sério a possível doença mental do meu irmão? “Então, espera.”, tentei organizar meus pensamentos, “Josh Nichols Evans, o meu irmãozinho, está planejando matar, não só uma, mas cinco pessoas? Possivelmente seis?”

Ele pretendia matar meu padrasto, minha irmã mais velha, minha mãe, minha melhor amiga (e objeto de desejo) e o irmão da minha melhor amiga? E o que aqueles pontos de interrogação na frente do meu nome queriam dizer? Ele não sabia o que fazer comigo? Ia proteger a Lily... Proteger do que, caralho?! Que porra, qual a doença desse pirralho? E com que direito ele acha que vai matar alguém?

Comecei a sentir minha cabeça girar com tantos pensamentos. Sentei na cama bagunçada do porão, e tentei me acalmar.

“De uma coisa eu sei, isso não é só mais uma bobeira de criança”. Agora eu tinha certeza: havia alguma coisa de errada acontecendo com Josh. E eu precisava descobrir o que era, antes que ele tentasse fazer alguma coisa e acabasse machucando a si mesmo.

Nesse momento ouvi um choro baixinho, que me despertou dos meus planos de espancar o idiota do meu irmão. Era um choro bem baixinho, que qualquer um não conseguiria ouvir, e muito menos identificar de quem era, mas depois de ouvi-lo por quatro anos seguidos, eu sabia: Lily tinha acordado. Rapidamente, guardei tudo novamente na caixa, e ia coloca-la onde estava antes de eu tropeçar nela, quando pensei melhor. Eu ia colocar no lugar e correr o risco do Josh fazer alguma besteira? Pensei um pouco. Enquanto eu raciocinava desesperadamente sobre o que deveria fazer, ouvia o choro da bebê, que ficava cada vez mais alto. Decidi esconder a caixa debaixo do assoalho solto do chão do meu quarto, onde eu guardava as minhas drogas, e o (pouco) dinheiro que eu tinha.

Corri até meu quarto, e depois de esconder aquela porcaria daquela caixa, fui pegar Lily no berço dela.

Quando passei pela sala, Lucy não estava mais ali, provavelmente saíra para dar o cu. Apenas o porco gordo continuava sobre o sofá, roncando com uma expressão safada no rosto. A televisão estava ligada. A imagem ruim por falta de antena, mostrava um jogo de beisebol, onde o time perdedor brigava com o juís. Torci o rosto com desgosto, pensando o que minha mãe via naquele cara. Provavelmente o mesmo que Lucy: dinheiro. Tipo assim, ele não era rico, mas era óbvio para todos ali que sem ele já teríamos morrido de fome. Eu, particularmente, preferia morrer de fome a ter um cara nojento como Math sobre o mesmo teto que eu. Mesmo que esse teto fosse sujo e cheio de fungos nojentos. A decoração da casa combinava com meu padrasto, pensei, sorrindo com minha piada sem graça. Como eu poderia ter humor? Nada na minha vida era sequer meramente engraçado.

Chegando a cozinha, vi que Lily já estava praticamente fora do berço, de tanto que se esforçava para ser ouvida.

-Bom dia -eu forcei um sorriso para minha irmã anêmica. Não era culpa dela absolutamente nenhum dos meus problemas.

-Imy!

Eu dei uma pequena risada forçada do jeito estranho que soava a voz dela, falando assim.

Procurei nos armários, debaixo da pia, na geladeira, em tudo, qualquer coisa que servisse de café da manhã para uma criança de quatro anos. Não encontrei nada. Estava quase entrando em desespero, quando lembrei que tinha algum dinheiro do último sábado que eu vendera umas revistas minhas.

-Vamos ter que sair, Lil –eu disse, enquanto colocava um pouco de água em um copo, pra ela beber.

-Nii!

-Sim, nós vamos. A menos que queira passar fome. Agora, anda, bebe essa água logo. –eu me senti um pouco mal ao perceber que meu tom de voz era parecido com o da minha mãe.

Sem mais demora, coloquei um macacão nela, e saí.

Andei até o mercado mais perto de casa, que graças aos céus, não era o que minha mãe trabalhava. Entrei e procurei a coisa mais barata e adequada pra comer. Acabei achando uma caixinha de leite, e um pacotinho de cereal, que no total somavam exatamente a quantidade de dinheiro que eu tinha.

-Fifi! –Lily disse, com um gritinho animado e saiu correndo de perto de mim. Olhei na direção que ela corria, e descobri que ‘fifi’ era uma prateleira enorme, cheia de ursinhos de pelúcia. Como a fila para pagar estava grande, deixei ela ficar se divertindo, enquanto eu esperava.

-E aí...

Ouvi uma voz, e senti uma mão na minha bunda. Por instinto, me virei com a mão levantada pronta pra bater no engraçadinho. Soltei uma gargalhada quando vi quem estava ali. Zac James, Zachary filho-do-dono-do-maior-mercado-da-cidade James. Aquele metido.

-Ta rindo do que, vaca? –percebi que ele tinha ficado nervoso com a minha risada.

-Desculpa se as mulheres que você conhece, como sua mãe e sua irmã, são vacas. Mas não me confunda com elas.

Ele bateu na minha coxa. Eu levantei o punho para dar um soco na cara dele, mas algo (com ‘algo’ quero dizer ‘um vulto muito parecido com um pirralho de doze anos do lado de fora do mercado’) me distraiu por um segundo, e foi o suficiente para o metido na minha frente segurar meu pulso, e virar meu braço pra dentro, me fazendo quase gritar de dor. Quase, porque eu não daria esse gostinho a ele. Levantei meu joelho de encontro aos testículos dele, e empurrei com força. Ele gemeu de dor, e eu senti a mão dele que ainda estava no meu pulso, amolecer. Soltei minha mão, larguei uma nota em cima do balcão, chamei Lily e fui embora, procurar o vulto que eu havia visto. Já tinha ultrapassado a portinha de vidro, e estava atrás da pequena cabana que chamávamos de mercado, quando senti novamente uma mão dando um tapa um pouco abaixo da minha bunda.

-Mas que p... –comecei a dizer, quando percebi a expressão nos olhos dele, e soube que dessa vez ele estava realmente irritado.

-Soube que sua irmã cobra para dar umas chupadas nos meninos. Que tal você fazer o mesmo? Mas em troca, eu te dou o direito de continuar existindo... –ele sussurrou, chegando cada vez mais perto de mim.

Nesse momento, Lily começou a chorar. Ele desviou os olhos do meu rosto e olhou para bebê. Então sorriu, debochando, e chegou perto dela.

-Não. Toca. Na. Minha. Irmã. –eu sussurrei com raiva.

-Se não o que... ?

-Se não isso! –ouvi uma voz e vi um vulto pulando em cima das costas do garoto convencido na minha frente.

-Droga, Josh seu idiota, não! –eu gritei, com medo de que Zac o machucasse.

Mas meu irmão não conseguiu nem chegar perto dele. Zachary se virou, e empurrou a criança no chão. Só que Josh ainda segurava um martelo. E já era tarde demais quando eu percebi o que ele pretendia fazer. Ele se levantou, e andou na direção do metido alto que agora estava virado na direção da Lily. Então, sem demonstrar nenhuma emoção, sem nem ao menos tremer, Josh bateu com o martelo nas costas do garoto, que era o máximo que ele conseguia alcançar. Zac arfou, e caiou de costas no chão. Josh foi até ele, provavelmente com o intuito de martelar a cabeça dele dessa vez, e mata-lo.

-Nada disso. –eu o puxei pela camisa, peguei Lily no colo, e saí correndo pra casa, enquanto Zac ainda estava no chão, se recuperando da dor. 

Parte 2 – Girls Do what They Want

Na segunda-feira, eu estava exausta. E, conseqüentemente, eu estava chata. Muito chata. Não queria conversar, só queria pensar, sozinha. Loise estava irritada comigo, porque eu não demonstrava nenhuma atenção para os assuntos sem graça que ela me oferecia.

-Porra, Lo, não enche! –acabei explodindo.

-O que aconteceu com você, Amy? Qual é. Achei que éramos amigas. Amigas confiam umas nas outras, e desabafam quando é necessário. Porra, você ta toda estranha, e não me diz o que é. Que droga, por que você é assim? O que eu fiz... –esse era o problema da Lo: era extremamente sensível. Na verdade, eu amava isso nela. Conseguia ser uma menina tão meiga, quando todos a sua volta eram violentos. Ela era uma exceção a regra da escola Brighter. Com ela não existia o ‘cada um por si’. Era ‘todos por todos’. Era essa sua inocência que me fascinava. Fiquei tão distraída com o seu olhar intenso, que nem reparei que ela já chegava ao fim do discurso.

-E aí, Amy, caralho, diz alguma coisa!

-Ahn... Escuta, você sabe que eu sou assim. Sabia muito bem disso quando decidiu se aproximar da menina nova esquisita. Sabia que minha vida é complicada, eu sou complicada. É tudo uma bagunça, e você sabia disso. Ok?

-Tá... Desculpa. –ela disse, em voz baixa, como se estivesse envergonhada. Eu me odiava nessas horas. Quando usava o espírito submisso de Loise a meu favor. Fazendo ela se sentir culpada, quando a errada era eu. Mas, porra, era necessário. Ela fazia perguntas demais.

O dia inteiro Lo evitou olhar nos meus olhos. Isso era bom, pois eu não queria responder mais nenhuma pergunta. Somente quando voltávamos para casa ela falou.

-A-amy? –ela gaguejou um pouco, ao dizer meu nome, como se estivesse com medo do que eu faria. Uma onda de compaixão me invadiu.

-Sim?

-Eu estava pensando... Sabe, meus pais trabalham o dia inteiro, e eu pensei que... quem sabe,... sei lá... só um pensamento...

-Vai, Lo, diz logo.

-Quer ir à minha casa hoje?

Eu fui pega de surpresa. É claro que não havia nada demais em ir até a casa da minha melhor amiga, afinal, desde que eu me mudara pra cidade, aos nove anos, eu ia na casa dela, quase todo fim de semana. Mas fazia uns oito meses que eu não ia lá. Não sei porque, provavelmente porque estivera ocupada demais com a casa, e nesse meio tempo, Lily tivera sua segunda pneumonia, e obviamente quem cuidava dela era eu. Mas enfim, o importante era que por motivos diversos, fazia um bom tempo que eu não ficava sozinha com Loise. E essa era uma boa chance.

-Claro, por que não? –ignorei o fato de que pretendia conversar com Josh hoje. Sinceramente? Eu merecia um descanso daquela porra toda.

Mandei meu irmão avisar Alison que eu chegaria mais tarde. Ele obedeceu, aliás, ele andava mais estranho do que de costume, sempre fazendo tudo que eu mandava e a última coisa que eu tinha ouvido dele foi um “não conte”, sussurrado segundos antes de entrarmos em casa.

Prometi a mim mesma que naquela tarde, não pensaria mais em Josh, nem em ninguém da minha família.

A primeira coisa que fizemos ao chegar na casa da Lo foi pegar dois refrigerantes na geladeira. Lembra do que eu disse? Ela tinha refrigerantes na casa dela. Não porque tinha mais grana que eu, mas sim porque lá eles eram uma família, davam prioridade para a família. Na minha casa a prioridade era... cerveja.

Fomos para o quarto dela e começamos a conversar. Quando vi, ela estava me perguntando se eu já tinha beijado alguém.

-Mas é claro –eu menti. –Você não?

Ela pareceu ficar meio sem graça.

-Não...

-Ah, se quiser eu te mostro como é. –eu disse, brincando.

-Sabe... eu talvez fosse gostar disso.

Eu fiquei encarando ela, meio que esperando que ela falasse ‘há, te peguei!’. Mas ela não disse nada. Só continuou me encarando com aqueles olhos arregalados, e, assim eu acreditava, inocentes.

-Lo...

-Shh.

Ela sussurrou, e se inclinou na minha direção. Eu gelei. Tudo bem, eu não era nenhuma santa, mas, porra, a Loise, a Loise que eu conhecia, era a pessoa mais certinha do mundo! Mas, espera, qual era o meu problema? Por que eu tinha sempre que me sentir responsável por tudo? Como se eu tivesse, sei lá, trinta e quatro e não quatorze anos? Por que eu não podia, meu deus não acredito que vou dizer isso, deixar acontecer? Chega de controlar tudo.

Então eu me inclinei na direção dela, e deixei, lentamente, que seus lábios delicados encostassem nos meus. Apenas alguns segundos depois, eu senti o lábio inferior dela sob minha língua, e pouco depois nossas línguas já se encostavam, e se misturavam dentro da boca dela. Ou seria a minha? Estávamos tão próximas que eu não sabia dizer nem quem eu era. A língua quente dela passava pelos meus lábios, e aquilo era, estranhamente, bom. Ou talvez nem fosse tão estranho assim, afinal, eu sempre tivera, digamos, uma queda por ela. E eu sabia que ela sentia o mesmo. Entende, não era como se estivéssemos apaixonadas, não, deus me livre. Era apenas desejo. Foi óbvio para nós duas que aquilo não ia ficar só em um beijo. Ainda sem desgrudar minha boca da dela, deitei ela na cama, e comecei a passar minha mão levemente pelas suas costas, por dentro da blusa. O beijo começou a ficar mais intenso, a língua dela se movimentava desesperada dentro da minha boca, e eu percebi que, como eu, ela queria mais. Rolei pra cima dela, e parei de beija-la. Me inclinei para trás e tirei a blusa, ficando apenas de sutiã. Eu estava morrendo de vergonha, mas sabia que ela também estava. Alguém precisava demonstrar confiança, e eu decidi que o alguém seria eu. Continuei beijando ela, por muito tempo, e rolei mais uma vez, dessa vez fazendo ela ficar em cima. Ela parou de me beijar, e me encarou sem graça, sabendo que era a vez dela de tirar a blusa. Eu levei minhas mãos até a cintura dela, e puxei a blusa, pra cima, rapidamente, antes que ela pudesse dizer algo. Observei a barriga dela, aquela pele branca, incrivelmente branca, e suspirei. Ela estava ali, a centímetros do meu toque. Ela se inclinou para frente, e continuou o beijo. Mas eu sabia que era hora de termos um pouco mais. Fiquei em cima dela e comecei beijar sua bochecha, e fui avançando. Parei um pouco para dar pequenas mordidas na orelha dela, e fui descendo até o pescoço. Comecei a passar a língua no pescoço, e continuei descendo cheguei um pouco acima do seio esquerdo e tentei tirar o sutiã dela.

-Não... Amy... Isso é... certo? –ela sussurrou.

Eu sorri.

-E desde quando alguém deixa de fazer alguma coisa só porque é errado?

Continuei tirando o sutiã dela e vi os seios tão brancos quanto é possível para um ser humano. Ela era minha hoje. Eu sorri. Comecei a beijar aquele lugar tão desconhecido para mim, e me surpreendi ao ver minha língua começar a rodear o bico do seio dela. Por um segundo, eu hesitei. O que eu estava fazendo? “Foda-se”, pensei logo depois.

Foi aí que Loise fez uma coisa que me surpreendeu muito. Ela jogou o corpo para o lado, fazendo com que ficássemos uma em frente à outra. Então sorriu para mim, e levou as mãos até o cós da minha calça, com um gesto rápido, abaixou ela até o joelho. Eu fiquei completamente sem reação. Nunca tinha visto ela agir assim. Mas eu não podia negar que estava gostando. Ela continuou abaixando minha calça, até o tornozelo, então a tirou e jogou no chão do quarto. Rapidamente, ela passou uma perna por cima de mim, e me encarou. Eu sorri. Ela levantou uma sobrancelha, e começou a beijar minha barriga, eu me arrepiava a cada toque. Então ela chegou no elástico da calcinha e simplesmente a tirou. A vergonha que eu sentia no momento era tão grande. Mas a vontade de ter prazer era maior, então deixei que ela continuasse. Ela começou a me beijar novamente, e meu corpo inteiro se arrepiou quando ela chegou ao meu sexo. Começou com leves beijinhos, e então, a língua dela começou a explorar a parte mais íntima do meu corpo. Quando dei por mim, estava gemendo. Me sentia envergonhada por reagir daquele jeito, mas era simplesmente inevitável. Era bom demais. Como se uma corrente elétrica percorresse todo o meu corpo, a cada toque da língua quente e macia dela. E então, com um êxtase, com uma sensação que me invadia por completo, eu me vi arfar. Não sabia que sensação tinha sido aquela, mas era melhor do que qualquer coisa que eu já sentira antes. Não que eu tivesse um histórico muito grande de sensações boas.

Ela levantou a cabeça e sorriu sem jeito. Senti que era minha vez de dar prazer. Deitei ela na cama e tirei a saia dela, chegando a calcinha, e parando para observar as pernas magras e delicadas da menina que eu beijara. Tirei a calcinha dela com um movimento rápido, e a vi corar. Ela era tão linda com vergonha. Coloquei dois dedos meus lentamente sobre o clitóris dela. Ela tremeu. Comecei a movimentar meus dedos bem devagar, como havia feito em mim mesma uma noite, quando tinha doze anos. Ela começou a gemer, e eu não sei explicar, mas os gemidos me estimulavam, me faziam querer dar mais prazer. E foi o que eu fiz. Acelerei o movimento dos meus dedos sobre o clitóris dela. Então eu a vi arfar, chegando ao mesmo êxtase que eu.

Aquela noite, antes de dormir, eu só conseguia ter pensamentos felizes. Foi como se pela primeira vez na vida, eu realmente fosse feliz. Fechei os olhos e adormeci, com a falsa esperança de que tudo ficaria bem. 


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Notas finais do capítulo

A parte dois é bem quente, que vergonha, rs.