Decode escrita por Miller


Capítulo 4
Do you see what we've done?


Notas iniciais do capítulo

Capítulo dedicado à HannaPotter que recomendou minha fic. Muuuito obrigado flor *--*
Capítulo meio tenso, com um pouco de drama.
Só digo uma coisa: vocês vão morrer de ódio do Snape!
Divirtam-se!



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Do you see what we've done? We've gone and made such fools of ourselves.

(Capítulo Quatro)

Alguém, por favor, me tire daqui porque estou prestes a cometer uma loucura.

Mas, como sempre, eu não tive sorte e ninguém veio me arrancar de onde estava, portanto meus pés continuavam a me levar para o que seria uma cena bastante humilhante.

Eu senti todo o salão prender a respiração quando eu abri a boca para falar com Severo Snape.

Mas o que eu iria dizer para ele?

Algo como: “Ah, Snape, eu preciso que você saia comigo para fazer ciúmes no Potter, mas não se engane porque eu não vou voltar a ser sua amiga.”

Isso era estupidez, seria muita maldade minha fazer uma coisa dessas com ele. Uma parte de mim, embora muito pequena, ainda não gostava de vê-lo magoado. Isso também era estupidez, mas eu realmente não era a Rainha de Gelo que James Potter havia dito.

Fechei minha boca, sem saber o que dizer.

- Lily? – ele perguntou novamente. Eu pisquei fortemente meus olhos sentindo que talvez eu começasse a chorar se continuasse ali.

Dei as costas para ele e pretendia sair dali o mais rápido possível, mas para minha sorte – ou completo azar, como preferir – Malfoy impediu meu caminho.

- Evans – ele começou. – O que te traz aqui?

Eu estava prestes a mandá-lo bem longe quando uma luzinha piscou na minha mente. Talvez eu conseguisse sair dali sem parecer uma retardada.

- Eu queria falar com você – eu disse e os olhos dele, assim como os de muitos da mesa da Sonserina, se arregalaram.

- Sobre? – ele perguntou depois de recuperar seu ar arrogante.

- Sobre a monitoria – eu disse arranjando a primeira desculpa que veio em minha mente.

Ele ergueu as sobrancelhas, mas me acompanhou quando eu me afastei da mesa.

- O quê sobre a monitoria? – ele perguntou assim que saímos do salão principal. Eu corei fortemente. O que eu poderia dizer? Novamente ele ergueu as sobrancelhas. – Ou você só estava achando uma forma de fugir de Snape? Sabe, é muito estranho você querer falar comigo, normalmente você deixa que outra pessoa me avise das coisas da monitoria.

Seu rosto estava cheio de razão e seus olhos cinzentos brilhavam em diversão.

- Não te interessa o que eu fui fazer lá Malfoy – eu disse, irritada ao extremo. – Mas se você se deixou enganar por mim o idiota aqui é você – eu disse.

Ele franziu os lábios em desgosto pelo que eu havia dito. Eu dei as costas para ele e comecei a caminhar em direção à saída.

- Espera – eu o ouvi me chamar.

Continuei parada no mesmo lugar, esperando até que ele chegasse onde eu estava.

- O que é que você quer? – perguntei ríspida.

- Você não está de muito bom humor hoje não é mesmo? – ele riu.

- Não, eu não estou – eu disse.

- Então eu vou direto ao ponto – ele disse. – Você quer me acompanhar em Hogsmead amanhã? – ele perguntou dando um sorriso torto.

Não era que Malfoy não fosse bonito, pelo contrário, ele era realmente MUITO bonito. Tirando o fato de eu achá-lo parecido com uma doninha – e Lene sempre ria quando eu comentava isso com ela – ele até que dava para o gasto. Mas ele era Malfoy, infelizmente. Um idiota, imbecil e que se achava o maioral. Ele era pior que o... ele.

Sem falar no encosto que era Narcisa. A garota corria atrás do Malfoy vinte e quatro horas por dia. Muitas garotas na escola tinham medo dela depois do que ela fez com a Chang da Corvinal. Não que eu estivesse com medo daquela imbecil, era só que eu não queria ficar em detenção por jogar ela pelos ares com um feitiço.

Mas você precisa de um par, minha maldita consciência insistia em lembrar a merda que eu fiz ao dizer para Emmeline que eu iria para Hogsmead acompanhada. Eu e minha grande boca.

- Não – eu respondi a ele.

Eu não podia ir para Hogsmead com um imbecil feito ele por mais bonito que ele fosse.

Os olhos dele perderam o brilho divertido que tinham apenas alguns segundos atrás e sua boca se franziu em desgosto.

- Tudo bem – ele disse e virou as costas para mim antes de sair em direção ao Salão Principal novamente.

E porque a sensação de imbecilidade tomou conta de mim enquanto eu o via caminhar a passos lentos para longe?

Eu não iria e nem podia sair com ele. Era completamente contra os meus conceitos.

Era contra o seu conceito se apaixonar por James Potter e você se apaixonou...

Maldita consciência!

Não via bem nenhum em sair com ele. Ele era metido, arrogante, esnobe, irritante e debochado. Viu? Não tem nada de bom ai.

A não ser o fato de que James odiaria te ver com ele, talvez até mais do que com o Snape – porque o Snape era seu amigo, um pouco mais tolerável, mas o Malfoy? Bem, seria um baque e tanto ser trocado por ele.

O Potter vale tudo isso? Depois de todo esse tempo, ele vale que eu saia com um babaca apenas para fazer ciúmes nele?

Vale.

Ah meu Deus, eu realmente não acreditava que estava prestes a fazer aquilo.

- Malfoy – eu chamei.

Ele virou lentamente para mim, suas sobrancelhas erguidas. Um gesto completamente arrogante e repugnante. Obviamente ele esperava que eu começasse a falar.

- Eu vou com você – eu disse. Cada palavra dita com um esforço enorme, como se eu tivesse de levantar um elefante para conseguir falar.

Um pequeno sorriso vitorioso se formou na boca dele.

- Então eu vou te esperar as nove em ponto nos portões da frente – ele disse e voltou a caminhar. – Não se atrase – e entrou no salão principal me deixando parada no meio do corredor.

- Não se atrase... Um imbecil é isso que ele é – eu resmunguei comigo mesma. – É melhor tudo isso dar certo porque se não eu juro que eu vou acabar matando alguém...

- Falando sozinha Evans? – eu dei um pulo tão alto que daria inveja aos atletas olímpicos. Meu coração quase rasgou o meu peito com o susto.

- Mas que merda – eu resmunguei e me virei para ver quem era o imbecil que tinha me assustado. – Black. Lupin. – eu encarei cada um enquanto falava seus nomes, mas meu coração quase parou na hora de dizer o ultimo. – Potter.

Os três garotos me encaravam divertidos – melhor dizendo, dois deles me encaravam divertidos o outro nem sequer estava me olhando.

- Então, falando sozinha? – Black perguntou novamente, seu sorriso maroto paralisador de corações estava estampado em sua boca. Mas isso não funcionava comigo. Pelo menos não o sorriso dele. – Eu sempre achei que você precisava de tratamento, talvez você deva visitar algum médico para verificar sua cabeça. Ficar falando sozinha é um problema.

Eu apenas ergui minha sobrancelha.

- Se é problema ou não, isso com certeza não diz respeito a você – eu disse.

Pelo canto do olho eu cuidava cada movimento de indiferença que James dava. Estava claro que ele não queria estar ali. Ou fingia não querer estar ali.

- Bem, vou nessa – eu disse e sai de perto dos três, não estava me fazendo bem nenhum ficar no mesmo ambiente que ele.

- Cuidado por onde anda Evans – Black disse um pouco antes de entrar no salão principal com os outros dois.

Grande! Eu ainda não tinha acabado de tomar o meu café e agora eu não teria coragem de ir lá enquanto os marotos estivessem comendo.

A única saída era voltar para a Torre da Grifinória.

- Lily – Ah, santo Cristo! Hoje era o dia do meu nome, só pode! Não consegui dar dois passos sem que ninguém me chamasse.

Snape veio correndo em minha direção, seus cabelos negros escorridos esvoaçando bagunçados.

- Que é? – eu perguntei. Eu sempre me sentia mal quando estava perto dele. O que começou a acontecer depois de nós rompermos nossa amizade.

- O que você queria falar comigo? – ele perguntou.

- Eu não queria falar com você – eu disse e me virei para continuar o caminho para a Torre da Grifinória.

- Ah, você não iria até a mesa da sonserina para falar com o Malfoy – ele disse me acompanhando.

- Como você pode saber? – perguntei birrenta.

- Eu conheço você – ele disse e uma adaga pareceu perfurar meu coração.

Eu parei de andar e virei de frente para ele. Fazia tanto tempo que nós não conversávamos de verdade. Nem parecia que havíamos crescido juntos, que éramos grandes amigos.

- Talvez você não me conheça mais – eu disse.

- É claro que eu te conheço! Passei metade da minha vida convivendo com você! Talvez você nunca tenha notado, mas eu sempre prestei atenção às suas reações – ele disse corando fortemente.

- Eu posso ter mudado Severo, muitas coisas aconteceram nesse tempo que não somos mais amigos – ele fez uma careta quando eu disse isso. – EU não te conheço mais.

- Você me...

- NÃO! – eu disse e podia sentir que talvez as lágrimas estivessem se aproximando. – Eu não conheço esse você – e apontei para ele. – O Severo que eu conheço jamais se importaria com o sangue das pessoas – novamente ele fez uma careta.

- Lily, eu...

- O Severo que eu conheço nunca, jamais, se meteria com Artes das Trevas em busca de um poder idiota – eu sentia minha voz elevar a cada palavra. – O meu amigo Severo nunca iria seguir a um imbecil que se intitula ‘Lorde’ e destrói famílias, porque o meu amigo era bom e o meu amigo sabia tanto quanto como é horrível ter a família destruída – eu explodi no final.

Severo parecia ter recuado com a minha hostilidade.

- Lily, você não entende – ele disse. – Eu não estou tentando destruir famílias, eu só quero melhorar, ser poderoso, eu fiz tudo isso por você... Porque eu queria que você se orgulhasse de mim – ele disse as ultimas palavras em um sussurro.

Uma risada histérica vazou por minha boca.

- Por mim? – eu perguntei. – Eu nunca pedi que você se tornasse mal. Eu nunca quis que você machucasse ninguém. Eu tinha orgulho de você Severo, sem você fazer nada disso.

Ele virou o rosto para o outro lado.

- Me disseram que você foi com Potter na ultima visita a Hogsmead – ele disse.

- Isso não vem ao caso...

- Você gostou de sair com ele? – ele virou seus olhos negros para mim.

- Isso não vem ao caso...

- Você gosta dele Lily? – ele continuou com as perguntas. – Gosta do cara que você jurou odiar? Gosta do cara que me fez sofrer todos esses anos?

- O que você está fazendo é chantagem Snape, eu não caiu mais nessas suas...

- Você gosta dele Lily? – ele perguntou novamente.

Eu abri minha boca para negar. Dizer a ele que isso era loucura. Mas nada saiu da minha boca pela segunda vez naquele dia.

- Você gosta dele – ele confirmou.

- Não eu não...

- Eu disse a você, eu te conheço Lily – ele disse. – Mas eu nunca vou te perdoar se você começar a namorar com ele. Depois de tudo que ele me fez...

- ISSO NÃO TEM NADA A VER COM VOCÊ SNAPE! – eu gritei minha frustração. – Tem que ver com o que eu sinto ou deixo de sentir. Ah muito tempo você deixou de se importar em ser uma pessoa boa para ficar se vangloriando com Mulciber e Goyle pela escola. Eu tenho nojo do que você se tornou – eu disse.

Ele se aproximou de mim ficando a poucos centímetros de distância.

- E eu tenho nojo de você, sangue-ruim – ele disse as ultimas palavras pausadamente, apreciando cada letra.

- Saia daqui – eu pedi, sentindo que iria desmoronar a qualquer instante. – Saia daqui! Deixe-me em paz! – eu o empurrei contra a parede do corredor e dei as costas, subindo as escadas.

Ouvi seus passos ao longe e virei para ver o corredor vazio. Ele havia me deixado afinal.

Sentei em um dos muitos degraus da escada e as lágrimas que estava impedindo de saírem explodiram de meus olhos, fazendo minhas costelas doerem pela força do choro.

Um ferimento muito grande sangrava dentro de mim. Era extenso e perturbador. E latejava com cada batida de meu coração fazendo doer cada vez mais.

- Lily? – eu ouvi meu nome ser dito mais uma vez e, cansada, ergui meus olhos.

Tudo para encontrar os olhos da pessoa que eu mais queria naquele momento.


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Notas finais do capítulo

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