- To brincando Edward, não precisa ficar pálido assim. – ela começou a rir. Que bom.

 - Quem era aquele garoto com quem Lauren estava conversando?

- É o Sam.

 - O que ele estava falando sobre os Cullen? – perguntei olhando para o mar, como se aquele assunto não importasse tanto.

 - É que eles não podem vir á reserva.

 - E porque não? – a praia não era pública, como assim?

  Ela olhou pra mim hesitante.

 - Não posso falar sobre isso.

 Ah não, eu tinha que saber

 - Eu não vou contar pra ninguém, é só curiosidade. – sorri pra ela pensei que ela iria ver o quão idiota eu sou mas ela sorriu também.

  - Gosta de historias de terror? – perguntou ela numa voz maligna.

 Na verdade não.

 - Adoro – minha voz saiu meio que assustada.

 Ela riu e se sentou num tronco a nossa frente. Me sentei ao lado.

 - Conhece a historia dos quileutes?

- Não. – nem sabia o que era quileute direito, imagine a história.

  - Bom são várias lendas, mais a mais famosa é que nós quileutes descendemos de lobos, que os lobos são nossos irmãos, e contra lei matá-los, e também tem a historia dos frios. – sua voz  ficou baixa

 - Os frios?

- A historia dos frios são antigas igual a dos lobos, tem umas mais recentes, meu pai fala que meu bisavô conheceu alguns, foi ele quem fez o acordo e manteve eles longe de nossas terras – ela bufou e revirou os olhos como se aquilo fosse loucura.

 - Seu bisavô? – credo eu estava parecendo um papagaio que fica repetindo as coisas, mas eu queria que ela terminasse de contar.

 - Ele era ancião da tribo, como meu pai. Eles dizem que os frios são inimigos naturais dos lobos, mas não desses lobos comuns, mais dos lobos que se transforma em homens, seria mais como lobisomem.

  - Eles tem inimigo?

  - Só um, por tradição, os frios são nossos inimigos, mas aquele bando que veio em nosso território na  época do meu bisavô era diferente, eles não machucavam os outros como a espécie deles faziam, não eram perigosos, então meu bisavô fez uma trégua com eles, se prometessem ficar longe de nossas terras, nós não contaríamos para os caras pálidas. – ele terminou de falar e piscou para mim.

 - Se eles não eram perigosos, então porque..? – estava tentando entender, é eu sei, as vezes eu sou meio lerdo.

  - Mas sempre há um risco para os seres humanos que ficam perto dos frios, mesmo eles sendo civilizados, não se sabe o que pode acontecer quando eles ficam famintos demais para resistir, mas eles de algum modo só caçavam animais.

  Tentei manter minha voz o mais calma possível, mas já estava ficando apavorado.

  - Mas o que essa historia tem a ver com os Cullen? Eles são iguais aos frios que seu bisavô conheceu? – minha voz saiu mio que estrangulada.

 - Não. – ele mel  olhou com um olhar de dar medo – Eles são os mesmos.

 Ai Jesus, o que? Como assim? São os mesmos? Devo ter ficado branco que nem papel, e o meu coração acelerou de repente.

 - Edward? – Leah me sacudia tentando tirar do meu transe. – Está tudo bem?

 - É...e..es...estou. – já estava suando frio. Leah riu de mim.

 - Agora há mais deles, uma fêmea e um macho, mas o resto são os mesmos, na época meu bisavô conheceu o líder deles Carlisle.

- Mas o que eles são, os frios?

- Bebedores de sangue, ou como o seu povo chama, vampiro.

 Me arrepiei todinho, agora que me borrei mais ainda. Vampiro? Mas isso não existe, existe?

 - Você está arrepiado. – ele riu do meu estado.

 Nem consegui falar nada.

- Essa história é louca, não acha? Entendo agora que meu pai não quer que a gente fala sobre isso com alguém.

  - Não se preocupe não falar isso pra ninguém. – falei isso num fio de voz, olhando para o mar, pra Leah não ver minha cara de apavorado.

- AI ESTÁ VOCÊ EDWARD!

 - Ahhh, EU NÃO SEI DE NADA- me sobressaltei e acabei caindo do tronco. – Leah deu uma risada alta.

 - Que foi Edward? – perguntou Jessica junto com Mike ao seu lado, ela olhou para Leah com uma cara nada amigavel. Foi essa filha da mãe que gritou?

 - É..., nada não- Leah me ajudou a levantar, contendo riso. – É sua namorada? – perguntou ela baixo só para eu escutar.

 - Não – minha voz subiu um oitavo. – Claro que não. – virei de costas para Jéssica e pisquei para Leah, ela sorriu satisfeita.

 - E aí, quando eu conseguir minha carteira...

 - Vai la em casa para a gente dar uns roles por ai. – será que eu estava usando ela? Acho que não, Leah podia ser uma boa amiga.

  - Aonde você foi? – agora tenho que ficar explicando minha vida para todo mundo, mas também nem precisava perguntar nisso, a resposta estava na cara dela, depois eu acho que eu sou lerdo.

 - Leah estava me contando historias do lugar.

 - Ah ta- ela nem olhou para Leah – Estamos indo embora parece que vai chover.

 - Tudo bem, estou indo.

 - Foi bom ver você de novo. – Leah olhou para Jessica com um olhar zombeteiro. Jéssica parecia que ia pular no pescoço dela.

 - Foi mesmo, da próxima vez que o Charlie for na casa do Billy, eu venho também.

 - Isso seria ótimo.

 - E, obrigada

Fomos pro suburban do Mike e fomos embora.

  Ao chegar em casa já fui direto pro meu quarto, Charlie estava lá embaixo assistindo a um jogo de basquete. Procurei o fone de ouvido e coloquei no cd player, peguei o cd que o namorado da minha mãe me deu de presente, imagina um cd do System Of A Down. Coloquei os fones de ouvido e me deitei na cama, aumentei o volume no ultimo, meu deus eles só gritavam. Depois de escutar o cd inteiro três vezes, já sabia até as letras das musicas.  Comecei a gostar dessa banda, pelo menos uma coisa útil  o namorado da minha mãe fez. Era impossível pensar com aquela barulheira toda, e era isso que eu queria, depois de escutar tanto o Cd acabei dormindo.

  Abri os olhos e estava numa floresta escura. Devia Sr um sonho, porque como eu vim parar no meio do mato? Tentava sair daquela escuridão, não gostava de escuro, de repente a Leah apareceu me puxando pelo braço tentando me arrastar para a parte mais escura da floresta.

 - Leah o que foi? – perguntei, ela estava com uma cara assustada. Comecei a ficar em pânico também.

  - Corre Edward, você tem que correr.

  - Por aqui Edward – essa voz era da Jessica.

 - Agora que eu não vou pra aí mesmo.

  Leah soltou minha mão e deu um grito, tremendo de repente e caiu no chão. Aquilo parecia o exorcismo.

 - Leah? Tá baixando espírito aí?

 De repente ela se foi e no lugar dela apareceu um lobo enorme castanho avermelhado.

 - Opa, ferrou. – dei um passo atrás – Amigo, calminha, amigo.- falei, com coisa que aquilo era um cachorro.

  Apareceu uma luz vindo da direção da praia, me virei e vi Bella acenando para que eu fosse  com ela. Nem precisa chamar duas vezes. Dei um passo e o lobo pulou no espaço entre mim e Bella, mostrando os dentes pra ela, ele estava se preparando para atacar.

  - NÃO – gritei e acabei acordando caindo da cama de cara no chão.