Entre o ódio e o amor escrita por Teddie, Madu Alves


Capítulo 4
Falando com a lua


Notas iniciais do capítulo

Bem, o clima vai ficar quente entre Madeline e Chris *spoiler*. Aproveitem



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Charllote’s POV


         Não sei exatamente o porquê, mas alguma coisa na Madeline me fazia querer importuná-la ou talvez seja porque ela não é a rainha dos bons modos. Talvez ela possa ter sofrido até ficar deste jeito, mas a dor sempre nos faz crescer e se prestarmos bastante atenção quem mais nos faz sofrer são quem mais nos fazem crescer.


         Estava uma madrugada bonita o céu estrelado com algumas nuvens negras quase imperceptíveis chamavam minha atenção, mas não tanto quanto a lua cheia, a minha favorita.



         “A beleza inconfundível, nada neste mundo é mais contemplado. As outras não me importam, nenhuma delas significa o que a cheia representa para mim e agora para você. Não se esqueça que sempre que a vir não importa onde esteja não importa as circunstancias sempre estarei ao seu lado, não se esqueça que um dia eu te amei e espero não deixar de te amar”.


        
Toda vez que eu a via não conseguia controlar, essas palavras apareciam na minha mente. Durante toda a minha infância e adolescência foram essas palavras que me deram forças para não virar uma revoltada, eu sei é pouco e que não deixam de ser apenas palavras. Mal sei se são copiadas. A verdade não importa.


         A água que quase cobria meus joelhos já estava quente, meu pescoço estava doendo de tanto olhar para cima. Mas eu não conseguia deixar de admirá-la, a lua cheia era a única coisa que fazia sentir que eu tive uma mãe que me amava.



         —Você não cansa? — Não reconheci a voz, tão pouco me virei para ver quem era.


         — São poucos os dias que posso vê-la. — Suspirei. — Não importa o quanto doa se for para vê-la não me interessa. — Suspirei novamente



         Falar era tão diferente de pensar, ouvir minha voz parecia que tudo era tão mais triste.


         — E isso por quê?


         — Não importa. — Eu nunca quis tanto ficar sozinha não estou acostumada a ter companhia em lua cheia e não sei se quero. — Vá embora, por favor.




         Não me virei para ver quem era não me importava sendo homem ou mulher ou talvez uma alucinação a única coisa que me importa quando eu estou vendo a lua e nada mais nada menos do que ela.


         Acordei com gotas de águas no meu rosto não abri os olhos, senti o calor dos primeiros raios de sol no meu corpo... Espera gotas de água?



         Abri os olhos e levantei rapidamente e vi o Christopher com um sorriso lindo.


         O sol ainda não estava totalmente no alto isso só tinha um significado.



         Ainda dá para vê-la.



          Não importa que ele vá pensar, não agora.


         Corri para o final do quintal na direção oposta a minha casa, fiquei na ponta dos pés para ver se a via. Droga por que eu não tenho dois metros de altura?



         Olhei em volta e subi na árvore mais próxima estava quase chegando ao topo quando a avistei tão distante, porém absolutamente linda.


         — O QUE ESTÁ FAZENDO? — Christopher gritou e eu o ignorei. — CHARLLOTE!


         Depois de uns 10 minutos já não podia avista lá novamente, Christopher ainda estava lá em baixo esperando por uma boa resposta.



         Desci um pouco e não sei exatamente por que, mas não conseguia deixar de olhar para cima. Era uma idéia boba de que ela reapareceria, a lua e junto com ela a mulher que deveria ser minha mãe, a qual não lembro o nome, meu pai sempre me odiou por eu ser parecida com ela. Ele nunca a perdoou.


         — DESCE LOGO. — Gritou impaciente.



         — ME SEGURA. — Gritei e pulei bem em cima dele não correria o risco dele não me segurar, o homem é um fraco caímos no chão e fomos rolando até a metade do caminho. — Seu fraco.


         – Por que vocês gostam de me machucar? — Perguntou com voz de choro não consegui conter o riso. — Acha isso engraçado?


         — Não que isso. — Disse parando de rir e indo em direção a casa.


         — Espera. — Segurou o meu braço me fazendo virar. — Quero saber o que você estava fazendo.


         — Deixa de ser curioso. — Sorri e voltei a ir para casa.


         — Você ficou a noite toda aqui fora olhando para o céu. Eu não quero morar com malucos. — Christopher por algum motivo estava irritado, mas não dei muita bola estava mais preocupada em como chegar ao telhado.


Josephe’s POV



         Acordei cedo como de costume, já havia tomado banho e me preparava para começar a ler outro livro.


         O maior problema era escolher um, não que eu tenha lido muitos livros é que eu leio quando não tenho nada para fazer e agora eu decidi reler um livro improvisado de poesias do William Shakespeare, o herdei da minha avó que ganhou da minha mãe.


         Eu sei todas as poesias de cor, mas gosto de reler. Apesar de ter muitos livros que ainda não li prefiro mil vezes ler este que é muito mais especial.



         Do nada a louca da Charllote entrou o meu quarto a procura de alguma coisa e fingiu que eu não estava ai, que gente mais mal educada.


         — O que você está fazendo? — Perguntei e ela fingiu que não ouviu. Dirigiu-se a porta e eu a segurei. — O que está fazendo? — Repeti a pergunta visivelmente frustrado.


         — Estou procurando uma coisa. — Disse como se fosse muito normal invadir o quarto dos outros.


         — E por que você pensou que estaria no MEU quarto? — Dei ênfase no meu.


         — É que eu achei que aqui teria uma porta para o telhado. — desabafou visivelmente transtornada.


         — Por que não a procura depois? — Ela parecia cansada. — No momento todos estão dormindo e não vão gostar de você entrando assim no quarto deles. — Fui sincero.


         — Tem razão... Desculpe-me. — Sorriu.


         — Tudo bem, eu já estava acordado — Dorri de volta.


         Ela viu meu livro em cima da cama e pareceu-me bastante curiosa.


         — Livro de poesias? — perguntou num sussurro.


         — Entende francês?


         — Um pouco... Não querendo ser abusada, mas você me emprestaria?


         — Você disse um pouco...


         —Fiz aulas durante alguns anos. — Admitiu.


         — Então fique e o leia comigo. — Sorri.


         Abri o livro e os olhos dela ficaram tão esperançosos parecia uma criança que acabará de ganhar a tão esperado brinquedo. “Duvida da luz dos astros, de que o sol tenha calor, Duvida até da verdade. Mas confia em meu amor.” Lemos juntos e assim continuamos.


Christopher’s POV


         A Charlie enlouqueceu de vez não é possível, ela me machucou. Por que elas querem me matar? Ô lugar dos infernos.


         Eu to na seca, vou morrer. Ta na hora de acabar com isso depois eu pergunto pra Charlie o que ela tem. Fui para o meu quarto tomei um belo de um banho pra ficar cheirosinho para Madeline.



         É hoje que o meu pinto vai piar.


         Dirigi-me paro o quarto dela sem ao menos ter pensado no que dizer, mas o meu charme vai falar por mim a si vai. Entrei no quarto dela sem bater e a vi na varanda, ela se virou bruscamente quando ouviu o barulho da porta batendo. Abri o meu sorriso mais sedutor e ela apenas revirou os olhos e veio na minha direção.


         — O que você quer? — Perguntou séria.


         — Você. — Sussurrei e cheguei perto dela.


         — Não se atreva. Demônio. — Agora ela não estava tão séria, ela não se afastou.


         — Você é tão linda... Por que não gosta de mim? — Perguntei beijando-lhe o pescoço, não pude deixar de notar que a essa hora da manhã ela já está maquiada. — Vamos, pode ser divertido. — Minha voz estava mais que sedutora.


         — Christopher eu... — Ela não terminou a frase, a beijei fervorosamente, até que ela não é ruim. Eu não estava fazendo aquilo por nada mais do que luxuria, minha mão percorreu todo o corpo quente dela. Sim, ela podia ser bem mais do que aparentava ser.


         Madeline agora não estava nada sombria, parecia uma criança no seu parque de diversões e o dela se chamava Christolândia. Estávamos quase chegando a onde eu queria. Minha blusa estava longe dali e suas pernas estavam enroscadas na minha cintura.


         Mas a louca levantou num pulo e me empurrou porta a fora jogando minha blusa na minha cara. Suspirei desconsolado, cara eu não do sorte.


         Ô garota maluca o lance estava bom, como ela me chuta desse jeito?


         Eu sou um cara cheio do charme não posso ser desprezado deste jeito.


         O Thomas entrou no quarto na Madeline e eu claro coloquei o ouvido na porta para ouvi-los.


         — Eu quero conhecer agora! — Exigiu Thomas.


         — Conhecer o que? — Perguntou Madeline fingindo inocência.


         — O telhado. — Respondeu Thomas.


         Pelo amor de Deus eles não têm nada melhor para conversar? Definitivamente, o que eu e ela estávamos fazendo era bem melhor.



         Pude ouvir os gritos da Kate, acho que ela estava tentando cantar. Pelo amor de Deus, alguém diz pra essa mina que ela não tem talento.


Katherine’s POV


         Não sei o porquê, mas ontem à noite o Joe ficou muito irritado comigo. Para mim a aula foi muito produtiva. Ele me deu um CD e estou começando a achar que ele está afim de mim o que não seria uma surpresa, eu sou simplesmente perfeita!


         Coloquei o CD para tocar e peguei o papel com as letras das musicas, se ele pensa que vai me conquistar com uma banda ruim como essa, ele pode desistir.



         Enfim comecei a cantar na mesma altura que o som. Pois é eu escuto musica no ultimo volume.


         Até que eu estava me divertindo a musica não era assim tão ruim, meus ouvidos só precisavam se acostumar, sorri e cantei o mais alto que podia. Eu bem que podia virar cantora todos me amariam.



         Levantei, fingi que minha escova era um microfone e cantei a todo vapor a como eu gosto de cantar. Mesmo que eu não saiba o que esteja dizendo.

         Virei-me em direção a porta e vi o Christopher na mesma hora congelei. Não sabia o que dizer e ele só ria. Acho que ele tem problemas com a risada, pois toda vez que o via ele estava rindo. Desliguei o som, joguei minha escova em algum lugar e o encarei séria, vou fingir que nada aconteceu.


         — Quem você pensa que é para entrar no MEU quarto sem bater na porta? — Perguntei autoritária.


         — Eu não penso que sou ninguém... Eu sou o cara. — Deu mais uma risada e continuou — Só vim dizer que você canta muito mal, as pessoas não querem te ouvir. — Sorriu como se estivesse me fazendo um favor ou qualquer coisa do tipo.


         — Você se acha muito senhor mal-educado — Dei uma pausa antes de prosseguir — Você entra no meu quarto sem a minha permissão e ainda fala mal de mim? Eu quero que saia a-go-ra. — Christopher sorriu, piscou o olho e me mandou um beijo. Saiu devagar e ainda deixou a porta aberta o ser irritante.


         — SEM TALENTO — Gritou ele no corredor.


         — IDIOTA. — Gritei de volta e bati a porta.



Thomas’ POV

         Fui até o quarto de Madeline, a encontrei sentada na segunda cama, coisa que eu não entendi quando ela resolveu comprar, mas não opinei. Ela parecia estranha.



         Era impressão minha, ou seu batom vermelho estava meio borrado?



         Ela estava com o braço para o alto, come se fosse pegar algo. Eu tinha quase certeza do que era.


         — Eu quero conhecer agora! — Exigi.


            — Conhecer o que? — Perguntou Madeline fingindo inocência.


         — O telhado. — Respondi.



         — Que telhado, Thomas? — Ela rebateu



         Encarei-a incrédulo e ela suspirou



         — Sobe aqui em cima, mas tira esse sapato imundo antes de subir na minha cama.



         Com o maior cuidado subi até ficar na mesma cama que ela. Ela apenas empurrou uma portinha quase imperceptível.


         — Primeiro as damas — Ela disse sarcástica



         — Muito engraçada — Eu disse subindo e ela foi logo atrás de mim

         Surpreendi-me com o telhado, não era como telhados comuns que temos que fazer certo esforço para ficar em pé. Era como se fosse uma varanda, entende? E estava sendo decorada, tinha umas flores e uns pufes roxos.


         Certamente Madeline estava decorando a seu gosto.



         A vista era a melhor parte, dava para ver a piscina e parte da vegetação da cidade. Madeline era uma garota de sorte por ter pegado esse quarto.



         — Ainda não está todo decorado. — Ela disse.



         — Está muito bom assim — Elogiei.


         — Eu sei, mas acho que vou botar uma hidromassagem aqui, o que acha? — Ela perguntou.



         — Ficaria escandaloso. — Rebati



         — Eu sei — Ela ficou quieta um tempo. — Vaza daqui. — ela disse finalmente



         — Ta me expulsando? — perguntei ofendido



         — Pareço que estou te oferecendo uns drinks? Vaza daqui



         Murmurei um “eu mereço” e desci para a primeira cama deixando ela no telhado, mas sem antes perguntar:



         — Por que seu batom está borrado?



         Como ela não respondeu, fui embora do quarto dela curioso, mas sei que ela precisa do tempo dela para responder as coisas.



         Passei pelo quarto da Katherine e escutei-a berrando. Será que o demônio ta incorporando nela? Melhor nem saber.



         O resto do dia, eu fiquei vendo televisão deitado no sofá. Escutei pessoas indo à piscina, portas do quarto batendo. Estava muito entediado.



         À noite estava eu a Charlie, A Katherine e Joe na cozinha fazendo um lanche.



         — Precisamos fazer comida decente, na Austrália comíamos bem — Reclamei.



         — Sinta-se a vontade de ir lá e comprar — Rebateu a loirinha chata.



         Joe não era muito de falar, por isso não reclamava. Charllote estava estranha, muito inquieta, se remexia na cadeira toda hora.



         — Você está bem Charlie? — Perguntei



         — Não muito, me responde uma coisa: Algum de vocês sabe onde fica a entrada pro telhado dessa casa?



         Gelei. Eu poderia dizer que ficava no quarto da Madeline, mas eu não sabia se poderia contar e pelo que foi acontecido dias atrás, quando estávamos nos apresentando, eu achava que Madeline não se dava muito bem com Charllote.



         — Não sei mesmo Charlie — Disse Katherine.



         — Como disse mais cedo, eu não sei — Disse Joe.



         Ela olhou para mim esperançosa.



         — É eu até sei onde fica — Disse já me arrependendo



          — Jura? Aonde? – Ela perguntou



         — Acho melhor não dizer, você não vai gostar de saber — Disse.



         — Mas onde fica? — Ela insistiu



         Resolvi dizer, mesmo que depois Madeline me matasse.



         — Fica no quarto da Madeline — Disse



         Por um momento a pele dela ficou pálida. E tudo o que ela disse foi:



         — To fudida.




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Notas finais do capítulo

Gostaram, proximo capitulo tem SACANAGEM, ok exagerei um pouco mas vai ser legal
Link do querto da Madeline: http://inehome.com/wp-content/uploads/2010/10/boys-room-rock-and-rool.jpg